Uma cantora de Punk Rock mergulha em delírios poéticos no início de um show e embaralha lembranças, desejos e realidade. Sua batalha é levar a performance até o fim. Essa é uma das portas de entrada do monólogo Vulcão, da atriz Diane Veloso, numa produção do grupo Caixa Cênica, de Sergipe. A peça faz uma apresentação hoje, às 20, na 9ª Mostra Capiba de Teatro do Sesc de Casa Amarela.
O texto é composto por quadros, como fotogramas descontínuos, elaborado a partir de material biográfico da atriz, que ganha um tratamento poético da dramaturga brasiliense Lucianna Mauren. A direção é de Sidney Cruz.
A trilha sonora original é carregada de fragmentos de bases melódicas usados como leitmotiv, como repetições e variações, que possibilita uma atmosfera de delírio. As músicas são assinadas por Alex Sant’Anna e Leo Airplane.
Vencedor do Prêmio de Circulação Funarte de Teatro Myriam Muniz/2015, faz turnê em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Ceará.
Vulcão é um monólogo desafiador em que sentido?
Tem uma coisa interessante nesse espetáculo porque o tempo todo eu falo para a plateia que eu estou doente. E ao mesmo tempo é um teatro muito pulsante. Eu canto, danço, corro. Então essa contradição exige muito de mim fisicamente.
Além do que é um teatro autobiográfico, então é uma exposição pessoal grande, mas não tem uma linguagem naturalista ou realista. É um texto bastante fragmentado, poético, que usou como referências fatos meus. Mas também é desafiador porque acabo chegando em cavernas pessoais .
Estamos em tempos de refletir, de mergulhar em questões mais profundas? Isso não parece ir na contramão do que exige esses tempos líquidos?
Estava conversando sobre esses trabalhos mais autobiográficos – não fiz uma análise um estudo sobre isso, mas parece que é uma tendência que acontece de forma orgânica. Acho que a gente precisa se humanizar. Desnaturalizar essa violência em todos os sentidos.
A gente vive esses tempos de relações fugazes, do medo desse futuro. Mas tem as relações das redes sociais, que nada aprofunda, nada é pessoal. Por outro lado, a gente vê as pessoas se expondo de uma forma que talvez nem pessoalmente elas iram se expor. A arte entra aí no lugar de humanizar mesmo, de tirar desse lugar do que parece comum.
Como você falaria sobre Vulcão para uma criança de seis anos?
Um conto de fadas que não faz concessões. Os personagens morrem, são assassinados. Tem bruxa, caverna…
Ficha Técnica
Atuação: Diane Velôso
Direção: Sidnei Cruz
Assistência de Direção: Olga Gutierrez e Amanda Steinbach
Texto: Lucianna Mauren
Iluminação: Sergio Robson
Produção: Nah Donato e Diane Velôso
Figurino: Vivy Cotrim e Roberto Laplagne
Sombrinha: Luna Safira
Adereço de cabeça: Roberto Laplagne
Cenário: Sidnei Cruz, Denver Paraízo e Manoel Passos Filho
Arte plástica: Fábio Sampaio
Fotografia de espetáculo e foto design: Marcelinho Hora
Arte design: Gabi Etinger
Trilha sonora: Alex Sant’Anna e Leo Airplane
Operador de luz: Audevan Caiçara
Operação Audiovisual, Vídeo e Assessoria: Manoela Veloso Passos Colaboração: Maicyra Leão
Produção PE: Fabiana Pirro
SERVIÇO
Vulcão – (Grupo Caixa Cênica) – Aracaju – SE
Quando: Sábado, 22/10 , às 20h
Onde: Teatro Capiba. SESC Casa Amarela (Av. Professor José dos Anjos, 1190. Bairro: Mangabeira)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
teatrocapiba@gmail.com
81 – 3267-4410
Duração: 40’
Classificação etária: 14 anos