Ô Mestre Vitalino!
Muito obrigada. Por ter retratado de forma tão singela e eficaz o nosso povo. Somos tantas vezes bonecos mesmo – e de barro, não há dúvida. Se não tomar cuidado, como bem disse o senhor, chega dá uma dó! Quebra tudinho tão fácil! Obrigada por que a sua história não se encerra no senhor mesmo; se repetiu tantas vezes. Como lembrei de Ana das Carrancas, de Petrolina, e suas carrancas de olhos furados; como lembrei do Seu Nuca, dos seus leões de cachinhos, da situação tão precária em que certa vez o entrevistei. De cortar o coração.
E sua história vai além – fala de cada homem simples. Das conversas nas vendas e nas feiras. Muito boas as suas respostas para quem se faz de besta e metido. Que de dialética só entende na teoria. Muito bom o seu agradecimento diante dos tantos prêmios e homenagens que…de tutu mesmo, não trouxeram nada!
Muito obrigada, Vital Santos. Por ter traduzido de forma tão linda essa história em Auto das 7 luas de barro. Pela forma como você consegue reunir poesia, música, dizer tudo que é preciso, evocar sentimentos e não ser piegas (talvez piegas esteja sendo eu agora…). Lindo texto, linda direção. Transformar os atores da Cia Feira de Teatro Popular de Caruaru em bonecos é uma sacada tão simples e que funciona perfeitamente no palco. Sua iluminação nos leva à beira do rio, ao barro, ao forno onde esse barro é assado. A música ao vivo nos transporta para o Alto do Moura, para a casa simples, para a vida noutros tempos.
A todos do elenco (Iva Araújo, William Smith, Walter Reis, Adeilza Monteiro, Nadja Morais, Jailton Araújo, Gilmar Teixeira, Mateus Souza, Gil Leite e Edu Oliveira, que fica de stand by) e aos músicos (Jadilson Lourenço e Israel Pinheiro), muito obrigada. Vocês dão vida à dramaturgia e fazem tudo de maneira tão simples. É o povo de Caruaru que está em cena, são os bonecos, é a feira, somos nós. É o nosso espírito, a nossa alegria. E por isso o reconhecimento é inevitável.
Sebá Alves. Não citei seu nome entre os atores por que o agradecimento a você tinha que ser em separado. Desde o início desse texto, desde a noite de ontem, no Teatro Barreto Júnior, eu já pensava em como iria te agradecer. Você me faz chorar enquanto escrevo na tarde seguinte. Só a sua lembrança no palco me emociona, assim como emocionou tanta gente. Sua força, sua garra, seu amor pela arte, sua coragem em subir naquele palco – tendo chegado há cinco minutos do hospital. Talvez você me diga que isso nem é coragem, não é mesmo? Entendo. É missão. É respirar direito quando se está no palco, diante de uma plateia. E por isso é tão mágico. Nunca mais vou esquecer o seu Mestre Vitalino, disso tenha certeza. Muitos outros podem vir. Afinal, como você mesmo disse, o Auto das 7 luas de barro é visto desde 1979 e será visto em mais 30 anos. Que assim seja! Mas você será para sempre o meu Vitalino.
(A montagem Auto das 7 luas de barro, texto e direção de Vital Santos, da Cia Feira de Teatro Popular de Caruaru, foi encenada ontem, no Teatro Barreto Júnior, dentro da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos).
A primeira vez que assistir a peça( 1992/93) sai com um alumbramento nalma. como pode ser tão simples e carregar tanto requinte? tanta poesia? já vi com praticamente 03 elencos..
Obrigado! Os palcos sempre nos reservam grandes surpresas, desafios e realizações. É sempre muito emocionante representar o grande Mestre Vitalino, e ainda mais emocionante é ler as tuas palavras que nos alimentam para continuarmos a nossa trajetória que utrapassa três décadas, mantendo viva a história de um povo que luta, que sofre e que vence os desafios que lhes são lançados. Hoje estou me tratando de uma dengue que não foi dengosa e sim maldosa… Para que em breve possamos levar aos palcos da cena brasileira o nosso fazer teatal, Recife, em breve estaremos por aí e você será nossa convidada especial.
Os nossos singelos e sinceros agradecimentos pelas belissímas palavras. Atenciosamente: Sebastião Alves e Assessoria de Imprensa da Cia Feira de Teatro de Caruaru.
Viva DEUS, Viva a mãe de DEUS e Viva Pollyanna Diniz…
Assisti apenas uma vez e queria ter visto novamente agora, levado outras pessoas que chorariam tanto quanto eu, mas não foi possível. Incrível como a simplicidade e a verdade das coisas pode nos conquistar não é? Em tempos de questionamentos sobre premiação, reconhecimento, egos feridos, cegueira para os próprios problemas, esse espetáculo mostra o que é essencial ao ser humano. É uma pena que tanta gente importante ignore. Parabéns ao grupo. O espetáculo é lindo e isso supera qualquer coisa que possa ser dito de problemático.