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Não é o momento para mais mortes
Crítica de “Todas as histórias possíveis”

Bruno Parmera, um dos operadores do experimento sensorial do Grupo Magiluth. Foto: Erivaldo Oliveira

Um acidente pode ser “qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, sofrimento ou morte”. Um acidente pode ser o disparador de uma reviravolta, a chave de acesso para uma viagem diferente. Um acidente pode ser tudo o que o Brasil vem passando de bizarro desde 2018. O Grupo Magiluth embaralha causas e consequências no experimento sensorial em confinamento Todas as histórias possíveis. Há fios narrativos que se misturam na cabeça do narrador e são transmitido ao participante. No espaço do pensamento, da criação, da arte, tudo é plausível.

São três histórias que cavalgam na pulsão de Eros. Com pontos em comum, a exemplo do acidente e do áudio em que o narrador conta que não vai morrer, que viu a morte de perto, mas não vai morrer.

A experiência de Todas as histórias possíveis começa com uma ligação telefônica, em que o ator do outro lado da linha contextualiza o processo e conduz essa jornada fragmentada, sensível, pelas plataformas numa linguagem coloquial.

Episódios corriqueiros na girada do mundo. Três percursos: uma chave, o abismo da separação, ida à praia.

Segui com Giordano Castro. A primeira ligação consolida o pacto ficcional no campo do imaginável, do real e da invenção. No território extenso da mente com seus recônditos misteriosos.

O passeio pelas plataformas, o jogo, máquina do tempo, uma ação extraordinária como o super-homem que muda a rotação da Terra, num torno que ultrapasse, suprima, apague o fatídico momento. É um desejo e um posicionamento político, um desabafo quase em desespero de que não é o momento para mais mortes. 

Nessa experiência individual guiada pelo performer em sua combinação de áudios previamente gravados, produzidos ao vivo no WhatsApp, YouTube, música no Spotify é o enamorado que assume o lugar de fala.

Roland Barthes (1915-1980), na obra Fragmentos de um discurso amoroso, de 1977, põe em cena uma enunciação, em que se oferece um lugar de fala, o lugar do sujeito amoroso que, apaixonadamente, fala de si mesmo diante do outro.

“Há coisas guardadas dentro do coração que ainda não se tornaram palavras”, aponta Todas as histórias possíveis. A criatura apaixonada fala do outro para falar de si. “Eu gosto dos teus detalhes. Eu gosto das marcas que o travesseiro faz no seu rosto de manhã… gosto das tuas dúvidas, gosto … gosto … gosto..”.

Entre uma canção fofa, como Volta, de O Terno, e uma música cremosinha como Jovem, de Julio Secchin, o Magiluth segue uma pegada transformadora para o participante reelaborar seus afetos. Diante do estado amoroso dominante, acachapado pela banalidade da oferta musical vigente. Ou perseguido como produto de consumo de primeira necessidade moldado pelo imaginário capitalista.

O amor e a iminência da morte são os leitmotiven dessas falas do desejo. Permanecer vivo e  seguir enamorado, como potência de vida. O Magiluth produz na alma do participante desse jogo lúdico vertentes de amor. Uma experiência que aciona os sentidos, traz lembranças de gozo e dor. Liga a chave da valorização da existência, já que sabemos mais do que nunca como é frágil a vida.

Todas as histórias possíveis. Foto: Reprodução do YouTube

O Magiluth investiu no cruzamento de mídias como uma saída para a sobrevivência material e criativa da trupe nesse momento de quarentena devido ao Covid-19. Os atores aproveitam plataformas como o WhatsApp, Instagram, YouTube, Spotify ou Deezer, para viajar com um espectador por vez.

Tudo que coube numa VHS: Experimento sensorial em confinamento, uma narrativa feita de fragmentos em várias plataformas, chegou a 1.605 ligações para criaturas de várias cidades Brasil e outros 18 países. O número soma a temporada inicial, com ingressos pagos, e a segunda apoiada pelo Sesc Avenida Paulista ofertada gratuitamente a quem garantisse (a façanha) uma senha pelo site.

Assim como Tudo que coube numa VHS, a imersão Todas as histórias possíveis permite uma experiência individualizada e bastante subjetiva. Cada pessoa é convocada a ser um construtor ativo do programa com dramaturgia e direção de Giordano Castro.

O Magiluth é um grupo pernambucano que completou 15 anos em 2019 e é composto pelos atores Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Lucas Torres e Pedro Wagner. A pandemia suspendeu uma série de projetos programados para 2020. Um deles foi o adiamento da estreia de um espetáculo de rua inspirado em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.

FICHA TÉCNICA

Direção e Dramaturgia: Giordano Castro
Performers: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres, Mário Sergio Cabral e Pedro Wagner
Design de Som: Kiko Santana
Vídeo: Juliana Piesco

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Pistas de teatro do possível em tempos de pandemia

Peça infantil Coloridos, da cia Os Crespos, que comemora 15 anos de (re)existência)

O mundo encolheu, mas expandiu. E se, o que vale, é aproveitar o lado bom de qualquer situação, é possível com uma boa internet acompanhar experimentos cênicos, teatro adaptado para as plataformas digitais sem limitações de distâncias.

As produções tentam superar a perda de convivência, do contato direto com o público. E vemos uma mesma sessão virtual ser ocupada por pessoas de várias partes do Brasil ou do mundo.

A oferta é grande. Seguimos algumas pistas desses trabalhos artísticos. E anotamos alguns. Da mostra dos 15 anos da cia Os Crespos, que aborda a negritude a partir da afetividade e das estruturas sociais como impedimentos, para a felicidade em quatro montagens do repertório do grupo: Os Coloridos e a Trilogia dos Desmanches aos Sonhos (Além do Ponto; Cartas a Madame Satã, ou me desespero sem notícias suas; Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas).

Passando por vozes de mulheres, de luta, confiança e afeto da peça Para não morrer. É consciência histórica e resistência, contra a onda de retrocessos sociais, de que fala a atriz Nena Inoue.

Na nossa listinha tem arte pop de Andy Warhol em Polaroides Secretas – O amor e outros equívocos.

Alice, Retrato de Mulher que Cozinha Ao Fundo é sobre Alice B. Toklas companheira de Gertrude Stein, solo de Nicole Cordery dirigido por Malú Bazan.

Eduardo e Mônica é episódio desta e da próxima semanas do documentário cênico Dois (Mundos), do dramaturgo e diretor Felipe Vidal, numa realização do Complexo Duplo.

O experimento sensorial Todas as Histórias Possíveis, do Grupo Magiluth está na penúltima semana. A parceria com o Sesc Avenida Paulista viabilizou a gratuidade para o público. Mas a concorrência por ingressos é grande. Para a próxima semana as reservas ocorrem na terça-feira, às 14h. Eles disponibilizam 160 ingressos, que acabam rapidinho.

Parece Loucura Mas Há Método é uma peça-jogo on-line da Armazém Companhia de Teatro, com personagens de várias peças de William Shakespeare, dirigida por Paulo de Moraes.

A companhia Os Satyros reflete sobre as mudanças nas relações humanas a partir da pandemia da Covid-19 no trabalho A Arte de Encarar o Medo.

 

Pequena Mostra Virtual Os Crespos 15 Anos – Gratuito

SERVIÇO
Até 19/09/20
do palco Teatro Arthur de Azevedo, transmitido pela página da companhia no Facebook www.facebook.com/cia.oscrespos
Infanto-juvenil Os Coloridos (Domingos: 06 e 13/09, às 16h)
Trilogia dos Desmanches aos Sonhos:
Cartas a Madame Satã, ou me desespero sem notícias suas (Sábado, 05/09), às 21h.
Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas (Sábado, 12/09), às 21h.
Além do Ponto (Sábado, 19/09), às 21h.

Os coloridos

Com personagens baseados em mitos e contos africanos, afro-brasileiros e indígenas, a montagem infantil-juvenil Os coloridos reflete sobre diversidade cultural e étnica no Brasil, a partir da história de duas araras: uma vermelha e outra amarela. Elas conhecem somente as suas próprias espécies e disputam o poder julgando uma a outra pelas cores de suas penas. Em um determinado momento, ambas se encontram com a arara azul o que provoca novas reflexões e elas passam a repensar seu comportamento.

Ficha Técnica
Ficha técnica do espetáculo original
Direção: Lucelia Sergio
Texto: Cidinha da Silva
Adaptação para versão on-line: Lucelia Sergio
Dramaturgia: Cidinha da Silva e Os Crespos
Elenco: Lucelia Sergio, Joyce Barbosa e Raphael Garcia
Músicos: Ramon Zago, Bruna Santos e EduLuz
Composição musical:  Belize Pombal, William Simplicio e Ramon Zago
Maquiagem: Tairone Porto
Figurinos – Cleydson Catarina
Orientação musical – Alyson Bruno
Assistência vocal – Lia Aroeira
Ideia Original – Belize Pombal e Os Crespos
Ficha técnica do video:
Direção – Lucelia Sergio
Atuação – Lucelia Sergio, Joyce Barbosa e Raphael Garcia
Luz – Edu Luz
Video e som – Ramon Zago
Produção – Rafa Ferro

Trilogia Dos Desmanches aos Sonhos

A Trilogia Dos Desmanches aos Sonhos, formada pelas montagens Cartas a Madame Satã ou me desespero sem notícias suas; Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas e Além do Ponto, averiguam o  impacto da escravidão na jeito de amar dos brasileiros.

Além do Ponto

Além do Ponto mergulha num processo de separação e mostra a possibilidade de virada

A montagem destaca como o processo da escravidão e, portanto o processo de racismo, tem impactado na nossa forma de amar. Na peça, um casal heterossexual se encontra para ensaiar o término do relacionamento. São nove ensaios para o fim. Discutir o emocional mostra-se tão fundamental na vida do indivíduo negro quanto a preocupação material. Trata-se também de um ato político de luta. Os personagens imersos nessa situação limite – que é uma ruptura – olham para seu percurso, seus encontros, já em outro lugar, com o olhar da mudança.

Ficha Ténica:

Elenco: Sidney Sampaio, Lucélia Sérgio
Direção: José Fernando de Azevedo
Direção de arte: Antônio Vanfil
Produção: Eliana Filinto.

Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas

Atriz Lucelia Sergio em Engravidei Pari Cavalos…Foto: Ana Zumas

O espetáculo Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas trata da afetividade da mulher negra, da família, dos filhos, do amor com o parceiro e a parceira. A privacidade de cinco mulheres negras é exposta em seus cotidianos, revelando seus medos, dores, amores e sonhos. Elas buscam apreender e transformar seus destinos. Por meio de cada história são debatidas questões como as relações familiares, os direitos reprodutivos e a violência contra a mulher.
Ficha Técnica:
Direção: Lucelia Sergio e Sidney Santiago Kuanza com colaborações de Aysha Nascimento
Dramaturgia: Cidinha da Silva e Os Crespos
Atuação: Lucelia Sergio
Atrizes colaboradoras do processo de criação: Dani Nega, Dani Rocha, Darília Lilbé, Dirce Thomaz, Maria Dirce Couto, Nádia Bittencourt.
Produção e assessoria: Rafael Ferro
Cenografia e Figurino: Mayara Mascarenhas
Iluminação: Edu Luz
Trilha sonora: Dani Nega
Direção de Vídeo: Renata Martins
Orientação Teórica: Flávia Rios
Preparadora Corporal: Janette Santiago
Preparador Vocal: Frederico Santiago
Colaboradoras de estudos teóricos: Jackeline Romio, Valéria Alves e Clelia Prestes.

Madame Satã ou me desespero sem notícias suas

Ator criador Sidney Santiago Kuanza

Um homem gay já é pouco aceito pela sociedade, um negro gay é considerado um absurdo, arrisca Lucélia Sergio, da Cia. Os Crespos. Para discutir homoafetividade o grupo convocou a figura e o legado de Madame Satã, como era conhecido o transformista João Francisco dos Santos (1900 – 1976), uma das figuras mais emblemáticas da boemia carioca. Muitos estereótipos não mudaram e essa aceitação do gay no corpo negro também não. O Madame Satã era um homem muito forte, um capoeirista, que vivia como transformista.
Em seu quarto, um homem negro se corresponde com a figura mítica de Madame Satã. O espetáculo parte da pesquisa sobre a homoafetividade de homens negros, sua sociabilidade diante dos estereótipos sexuais de virilidade que cerceiam sua experiência afetiva. São histórias ou pedaços de histórias que ganham vida na pele da personagem  de Sidney Santiago, que é um ator, e que portanto pode viver muitas vidas. 
Ficha técnica:
Direção: Lucélia Sergio
Ator criador: Sidney Santiago Kuanza
Dramaturgia: José Fernando de Azevedo
Direção de arte: Antonio Vanfill
Trilha Sonora: Dani Nega
Direção de Vídeo: Renata Martins
Preparação Vocal: Frederico Santiago
Preparação Corporal: Janette Santiago
Direção de Produção: Eneida de Souza
Assistente de Produção: Guilherme Funari
Atores colaboradores: Vitor Bassi e Luís Navarro
Operador de luz: Aguinaldo Nicoleti

 

Para Não Morrer – Gratuito

Solo da atriz Nena Inoue. Foto: Lidia Ueta.j

No livro Mulheres, de 1997, o escritor Eduardo Galeano, recupera a biografia de várias personagens históricas cujo valor e luta a mirada dominante reduziu, deturpou ou simplesmente ignorou. Inspirado na obra de Galeano, o espetáculo Para Não Morrer, da atriz e diretora Nena Inoue, investe em temáticas feministas e femininas atreladas a questões políticas. Sentada em uma poltrona, a atriz rememora os grandes feitos de perseverança contra a opressão. Com dramaturgia de Francisco Mallmann e parceria de criação de Babaya Morais, o monólogo celebra as mulheres – notáveis e anônimas – em especial da América Latina.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Francisco Mallmann, a partir da obra de Eduardo Galeano
Direção e Atuação: Nena Inoue
Direção de Texto: Babaya Morais
Iluminação: Beto Bruel
Figurino: Carmen Jorge
Cenário: Ruy Almeida
Gravação: Alan Raffo
Transmissão on-line: Lídia Ueta e Alan Raffo
Técnico Operador: Vinícius Sant
Tradutora Libras: Talita Sharon Simões
Espaço Teatral para transmissão: Ave Lola Espaço de Criação
SERVIÇO
Quando: 5, 11 e 12/9, às 20h.
Inscrição online e gratuita via site: https://bit.ly/32tW6Wn
Também é possível assistir as exibições nas páginas:
5/9: MST Nacional – https://www.facebook.com/MovimentoSemTerra/
11/9: Mães pela Diversidade – https://www.facebook.com/MaespelaDiversidade/
12/9: Bicicletaria Cultural – https://www.facebook.com/bicicletariacultural/
As exibições GRATUITAS e fechadas para parceiros acontecerão nos dias: 6, 7, 10, 12, 13, 14, 16, 18, 19/9.
https://www.facebook.com/watch/?v=486051222141281&extid=WVqJlnhsbJHN2JKC

 

POLAROIDES SECRETAS – O amor e outros equívocos

O espetáculo teatral online Polaroides Secretas se joga na arte pop. Inspirado na obra do artista norte-americano Andy Warhol (1928-1987), em especial na série cliques registrados com câmeras polaroides. Os solos perfilam figuras que revisam suas vidas na busca de um sentido. A dramaturgia da peça foi criada coletivamente a partir de temas recorrentes na obra de Andy Warhol, como consumismo, alienação, identidade e temporaneidade. Outra referência foram textos do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989). Com direção de Renato Andrade e trilha sonora de sucessos dos anos 1980, a montagem reúne personagens solitárias em uma sociedade líquida e midiática, que compartilham suas angústias e o vazio de uma existência que anseia por alguns minutinhos de fama.
Ficha técnica
Elenco: Leo Marcondes, Marília Viana, Nina Marqueti e Roberta Azevedo
Dramaturgia: Criação coletiva a partir de textos de Samuel Beckett e da obra de Andy Warhol
Direção: Renato Andrade
Assistência de Direção: Drica Czech
Figurinos: Criação Coletiva
Cenário e Trilha sonora: Drica Czech e Renato Andrade
Design e Instagram: Drica Czech, Maíra Machado, Marília Viana, Renato Andrade, Roberta Figueira e Stephanie Degreas,
Vídeos: TV Cutícula, Stephanie Degreas e Guilherme Barcelos Realização: Cutícula Produções
SERVIÇO
Quando: Sábados, às 20h, até 3 de outubro. NÃO É POSSÍVEL ENTRAR NA SALA APÓS O INÍCIO DA SESSÃO!
Onde: Videoconferência via Sympla Streaming (Beta)
Contribuição: “pague quanto puder” R$ 0,00 a R$ 30,00 (+ R$ 3,00 taxa), https://www.sympla.com.br/polaroides
Duração: 36min.
Classificação Indicativa: 12 anos

 

Alice, Retrato de Mulher que Cozinha Ao Fundo – Gratuito

A companheira de Gertrude Stein, Alice B. Toklas está em primeiro plano neste solo de Nicole Cordery.

Na efervescente Paris dos anos de 1920 e 1930, Gertrude Stein recebia aos sábados em sua casa na 27 Rue de Fleurus os escritores Ernest Hemingway, Guillaume Apollinaire e James Joyce, os pintores Pablo Picasso, Georges Braque e Henri Matisse, enfim a nata intelectual europeia da época. Na peça Alice, Retrato de Mulher que Cozinha Ao Fundo, a relação de amor entre a poeta Gertrude Stein (1874-1946) e a cozinheira e escritora Alice B. Toklas (1877-1967) é contada na perspectiva da figura menos famosa do casal.

Alice B. Toklas preparava a comida e distraia as esposas dos convidados para que Gertrude pudesse brilhar no universo masculino criativo. Toklas mantinha tudo nos eixos dos bastidores. Com a morte de Gertrude, em 1946, Alice fica sem nada. Os bens materiais que pertenciam a Gertrude (quadros, dinheiro, casa, ações) vão para o sobrinho de Stein, que era o herdeiro legal. Mesmo assim, Alice dedicou os últimos 21 anos de sua vida à divulgação da obra de sua companheira.

Com uma dramaturgia fragmentada, o solo peregrina por vários tempos e espaços da vida delas, narrados por Alice a partir de trechos de cartas, poesias e receitas culinárias.
As principais referências da montagem são os livros The Alice B. Toklas Cookbook, em que Alice conta quais receitas eram servidas na casa da Rue de Fleurus e histórias fascinantes sobre a época; e A autobiografia de Alice B. Toklas, de Stein.

Ficha Técnica
Dramaturgia: Marina Corazza
Direção: Malú Bazán
Atuação: Nicole Cordery
SERVIÇO
Teatro Vivo – Transmitido via Zoom – Gratuito
Acesse o site www.teatrovivoonline.com.br ou o link do perfil no Instagram;@vivo.cultura e preencha as informações solicitadas; O link será enviado para o e-mail cadastrado no momento do resgate do ingresso e via WhatsApp
Quando: Sábado 5 de setembro às 20h
ÚNICA APRESENTAÇÃO!
Classificação: 14 anos

 

Dois (Mundos)

Documentário cênico Dois mundos Créditos: Complexo Duplo

Inspirado em canções da banda Legião Urbana, do álbum Dois, o dramaturgo Felipe Vidal criou o documentário cênico Dois (Mundos), concebido em seis episódios independentes. Na trama, os impasses de 2020 são lançados para o ano 2054, numa proposta de cápsula do tempo. Essa distância temporal lança luzes sobre os desdobramentos da COVID-19.

Dois (mundos) arma o desafio de um possível diálogo com canções do disco icônico da Legião Urbana com as experiências e histórias pessoais dos oito integrantes do elenco. A peça-espelho conversa com Cabeça (um documentário cênico). Enquanto o primeiro parte de um importante disco de rock dos Titãs, traçando uma ponte entre o ano de lançamento até 2016, olhando para trás, Dois (mundos) parte de outro álbum fundamental de 1986 – Dois, para olhar para frente. O modo de comunicação com as próximas gerações são as cápsulas do tempo, onde são colocados registros do atual momento pandêmico da humanidade.

Ficha Técnica
Dramaturgia e direção: Felipe Vidal
Colaboração dramatúrgica: Leonardo Corajo (textos construídos com a participação do elenco)
Elenco (em ordem alfabética): Felipe Antello, Felipe Vidal, Guilherme Miranda, Gui Stutz, Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira, Sergio Medeiros + convidadas
Direção musical e arranjos: Luciano Moreira e Felipe Vidal
Mixagem: Gui Stutz
Edição de vídeos de música: Guilherme Miranda
Edição de vídeos: Felipe Vidal
Concepção de iluminação: Felipe Antello
Videografismo: Eduardo Souza – Pavê
Interlocução crítica: Daniele Avila Small
Produção: Luísa Barros
Redes sociais: Lucas Gouvêa
Assessoria de imprensa: JSPontes – João Pontes e Stella Stephany
Realização: Complexo Duplo
SERVIÇO
Episódio Eduardo e Mônica.
Quando: sábado, dia 05/09; e na sexta e sábado dias 11 e 12/09, às 21:30 no Zoom
Ingressos a venda pelo SYMPLA: www.sympla.com.br/complexoduplo, a partir de R$ 10 (+ taxa de R$ 2,50)
O episódio 1 (Daniel na cova dos leões) está disponível no canal do Complexo Duplo no YouTube:
www.youtube.com/complexoduplo
Outros episódios
Episódio 5 : 18, 19, 25 e 26 de setembro (sextas e sábados), às 21h30
Episódio 6 : 02, 03, 09 e 10 de outubro (sextas e sábados), às 21h30

 

Todas as histórias possíveis – Grátis

Experimento sensorial do Grupo Magiluth. Reservas na terça-feira. os ingressos acabam rapidinho

Em Todas as Histórias Possíveis a estrutura dramatúrgica percorre múltiplas plataformas digitais. Há algo que resgata resquícios do experimento anterior, Tudo que coube numa VHS. Fragmentos de memória ganham novos trechos, que preenchem lacunas e abrem outras. A criação artística é matéria dessa investigação.

“Isto é ficção. Obras ficcionais podem ser parcialmente baseadas em fatos. E por que criamos ficção? Porque a realidade é insustentável. A distração de um motorista por dois segundos em um veículo a 60 km/h faz com que o carro percorra um trajeto de 37 metros às cegas. Estamos suspensos. Ninguém morre. Ninguém nasce. Não andamos. E partir de agora eu começo a reconfigurar histórias reais, já que todas as histórias são possíveis. Esta é a sua primeira viagem no tempo”.

A temporada vai até 13/9, com sessões gratuitas, de quinta a domingo, agendadas previamente. As inscrições são abertas todas as terças, a partir das 14h, que se esgotam rapidinho.

A experiência dura 30 minutos, executada em plataformas como Whatsapp, Instagram, e-mail, YouTube, Spotify ou Deezer e contato telefônico.

Assim como Tudo que coube numa VHS, a dramaturgia é assinada por por Giordano Castro, e narra uma história de amor, que ocorre num dia específico de um acidente.

FICHA TÉCNICA
Direção e Dramaturgia: Giordano Castro
Performers: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres, Mário Sergio Cabral e Pedro Wagner
Design de Som: Kiko Santana
Vídeo: Juliana Piesco
SERVIÇO
Todas as histórias possíveis
Quando: Quinta-feira a domingo, a partir das 18h, pela internet
Quanto: Gratuito
Informações e retirada de ingressos: www.sescsp.org.br/avenidapaulista
Indicação etária: 16 anos

 

Parece Loucura Mas Há Método

crédito: Armazém Companhia de Teatro

Parece Loucura Mas Há Método é uma peça-jogo on-line da Armazém Companhia de Teatro , apresentada pelo Zoom, dirigida por Paulo de Moraes. Dez atores transformam o espaço virtual num campo de duelos. No tablado digital, nove personalidades shakespearianas se enfrentam numa arena de ideias, com um Mestre de Cerimônias regendo as intervenções. Ele sorteia os personagens que devem expor suas historias. O trabalho explora a essência da internet, a interação e o público é instigado a eliminar um dos jogadores. A trama rejeitada fica fora da narrativa. Então o público vai definindo a sequência dos duelos e e encadeamento da fábula. Também movimenta o jogo a busca por descobrir de onde vem cada figura que aparece na tela. Podem passear por lá Ricardo II, Henrique V, Iago e muitos outros personagens shakespearianos

Ficha Técnica:
a partir de personagens da obra de William Shakespeare
Roteiro: Paulo de Moraes e Jopa Moraes
Direção: Paulo de Moraes
Elenco: Charles Fricks, Isabel Pacheco, Jopa Moraes, Kelzy Ecard, Liliana de Castro, Luis Lobianco, Marcos Martins, Patrícia Selonk, Sérgio Machado, Vilma Melo
Música: Ricco Viana
Design Gráfico: Jopa Moraes e Paulo de Moraes
Colaborações artísticas: Carol Lobato e Lúcio Zandonadi
Assistente de Produção: Malu Selonk
Produção: Armazém Companhia de Teatro
Assessoria de Imprensa: Ney Motta

 

A Arte de Encarar o Medo

Cia Os Satyros. Foto: André Stefano

O modo como estamos vivendo e como ficam os laços afetivos nesta época de pandemia de Covid-19 são vasculhados no espetáculo online A Arte de Encarar o Medo, da Cia. Os Satyros. Dirigida por Rodolfo García Vázquez, que divide o roteiro com Ivam Cabral, a peça ocorre num futuro ainda mais distópico, quando os terráqueos buscam regatar histórias de um tempo anterior à pandemia. Isolados há 5.555 dias, antigos camaradas desejam se conectar à internet para retomar suas relações.

Entre os nomes chamados para esse reencontro, estão os atores da peça e alguns amigos do grupo que morreram e são convocados para o encontro, como o jornalista Gilberto Dimenstein, que partiu no dia 29 maio; a atriz Maria Alice Vergueiro, que faleceu no dia 3 de junho; o cenógrafo Carlos Colabone, que morreu no dia 27 de maio; e o jornalista e dramaturgo Alberto Guzik, que integrou a companhia e faleceu em 2010.

Os desafios de manter a saúde mental no isolamento e os questionamentos políticos ao atual contexto brasileiro como a necropolítica, o autoritarismo, a violência governamental, também estão na pauta dos assuntos abordados.

Os atores se apresentam de diferentes cidades brasileiras – de onde passam a quarentena – e até da Suécia, onde mora a atriz Ulrika Malmgren, que já participou de outros trabalhos da companhia.

Ficha Técnica
Roteiro: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Direção: Rodolfo García Vázquez
Elenco: Ivam Cabral, Eduardo Chagas, Nicole Puzzi, Ulrika Malmgren, Diego Ribeiro, Dominique Brand, Fabio Penna, Gustavo Ferreira, Henrique Mello, Julia Bobrow, Ju Alonso, Marcelo Thomaz, Marcia Dailyn, Mariana França, Sabrina Denobile e Silvio Eduardo
Ator convidado: César Siqueira
Atores mirins convidados: Nina Denobile Rodrigues e Pedro Lucas Alonso
Orientação visual: Adriana Vaz e Rogério Romualdo
Fotos: Andre Stefano
Produção: Os Satyros
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
SERVIÇO
Quando: sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 16h.
Plataforma Zoom
Ingresso Sympla
: a partir de R$ 10 (+ taxa de 2,50)

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