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Essas dívidas serão pagas?

Deve ser liberada hoje a primeira parcela da dívida de R$ 250 mil que a Fundarpe tem com o Janeiro de Grandes Espetáculos deste ano. Na semana passada, numa das matérias da série Dívida Cultural, publicada no Viver (Diario de Pernambuco) do dia 15 ao dia 19, a produtora Paula de Renor dizia que ainda não tinha recebido a quantia e comentava as dificuldades de honrar os pagamentos com os artistas que participaram do festival.

Produtora Paula de Renor, do Janeiro de Grandes Espetáculos, aguarda pagamento

Quando questionada, a assessoria de imprensa da Fundarpe enviou um e-mail à redação afirmando que R$ 100 mil já haviam sido pagos no início do ano. A informação não era correta. Na última quinta-feira, a Fundarpe admitiu que não tinha feito o pagamento e se comprometeu a quitar a primeira parcela em, no máximo, dois dias úteis; ou seja, hoje.

Outras dívidas mostradas na série, como o Prêmio de Fomento às Artes Cênicas (da esfera municipal), que teve o resultado divulgado em março de 2010, ainda não foram pagas. “Tentei entrar em contato, mas as pessoas estavam em reunião”, afirmou, na última sexta-feira, Tatto Medinni, contemplado com R$ 20 mil. De acordo com a prefeitura, o prêmio será pago até o fim do mês.

Além de apontar as dívidas financeiras que órgãos como a Secretaria de Cultura do Recife e a Fundarpe têm com artistas, festivais e produtores, a série discutiu também as políticas (ou a ausência delas) na área cultural e ouviu gestores e secretários.

Na web – Nas redes sociais (e aqui no Satisfeita, Yolanda?), muitos artistas se pronunciaram. Giordano Castro, do grupo Magiluth, comentou: “Para tudo há sempre uma resposta por parte do poder público… falta agora atitude!”.

O diretor do grupo teatral Totem, Fred Nascimento, afirmou que “o desrespeito do poder público para com a classe é muito pior (vai além das dívidas financeiras). Os grupos sabem o que é conseguir uma pauta nos teatros municipais, espaço para ensaios, então, nem se fala. Não existe democracia, muito menos transparência de critérios. Só resta o poder”.

O artista Diogo Todé lembrou que existem dívidas também no setor de artes plásticas e, neste caso, com a população, que pagou para que artistas realizassem trabalhos para o 47º Salão de Artes Plásticas de 2008, que nunca foi realizado. “O Salão de Pernambuco distribuiu bolsas de pesquisa e não houve exibição destes trabalhos. Então a primeira gestão do atual governador sequer concluiu um único salão”.

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