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Derivas erótico-sociológicas de Túlio Carella

Orgía Ou De Como Os Corpos Podem Substituir As Ideias, do Teatro Kunyn

Orgía Ou De Como Os Corpos Podem Substituir As Ideias, do Teatro Kunyn

Foi nos anos 1960, na cidade do Recife, que um discreto professor universitário deixou emergir seus secretos desejos homoeróticos e mergulhou na prática homossexual registrada em detalhes no seu caderno. Essas memórias são descritas no livro Orgia, Os Diários de Tulio Carella. A publicação inspirou o Teatro Kunyn, dirigido por Luiz Fernando Marques, a montar a peça itinerante Orgia ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias, que estreou em 2015. A encenação integra a programação do Trema! Festival de Teatro e faz três apresentações na cidade, de hoje a sexta-feira. A peça começa no Espaço Pasárgada e o público segue para um apartamento, onde será encenado o primeiro ato.

Nessa primeira parte, Carella (interpretado por Ronaldo Serruya, Paulo Arcuri e Luiz Gustavo Jahjah), está de malas prontas para viajar ao Brasil. Contratado pela Universidade Federal de Pernambuco, ele deixa a mulher em Buenos Aires e se encanta com os corpos de homens, do cais do porto e de outros pontos da cidade.O público participa dessa festa de despedida. De lá, segue até o Parque 13 de Maio, munido de aparelhos de MP3 para ouvir as falas sobre as descobertas do dramaturgo argentino.

Serruya, Arcuri e Jahjah circulam e contracenam com os 12 atores pernambucanos selecionados para a oficina Deriva. O espetáculo OrgÍa discute a homoafetividade na esfera pública e vasculha a reação da cidade diante da multiplicidade de desejos.

FICHA TÉCNICA
Criação: Teatro Kunyn (Luiz Fernando Marques, Luiz Gustavo Jahjah, Paulo Arcuri e Ronaldo Serruya)
Direção: Luiz Fernando Marques
Atuação: Luiz Gustavo Jahjah, Paulo Arcuri E Ronaldo Serruya
Dramaturgia Ato I e Ato Ii: Teatro Kunyn
Dramaturgia Ato Iii: Alexandre Dal Farra
Direção De Arte: Yumi Sakate
Iluminação: Wagner Antônio
Assistente De Iluminação: Robson Lima
Desenho De Som: Alessa
Produção: Fernando Gimenes
Realização: Teatro Kunyn E Lei De Fomento Ao Teatro Para A Cidade De São Paulo

SERVIÇO
Orgia Ou De Como Os Corpos Podem Substituir As Ideias
Teatro Kunyn (SP)
Quando: 10, 11 e 12 de maio, às 14h30
Onde: Espaço Pasárgada
Quanto: R$ 20 e R$ 10
Duração: 120 minutos
Recomendação: 18 anos

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Oficinas gratuitas no Trema! Festival de Teatro

Daniele Ávila Small ministra ofcina sobre teatro documentário. Foto: FTC

Daniele Avila Small ministra oficina sobre teatro documentário. Foto: FTC

Teatro Documentário Contemporâneo Ibero-Americano, com Daniele Avila Small (RJ); Deriva + participação no espetáculo Orgía, com o Teatro Kunyn (SP) e O Corpo Expressivo – Masterclass de movimento, com André Braga (Portugal) são as três oficinas gratuitas oferecidas pelo Trema! Festival de Teatro, no início de maio. Boas oportunidades de diálogos e vivências para os artistas da cena pernambucana. As inscrições estão abertas até o dia 28 de abril, sexta-feira próxima no link: https://www.tremafestival.com.br/oficinas-e-debates .

No teatro-documentário, as montagens se valem de documentos (escritos, orais, audiovisuais), mas não descartam a invenção. É um campo amplo que inclui muitas possibilidades cênicas, da peça-palestra, a peça-processo, o biodrama, a performance autobiográfica, o teatro-tribunal entre outras. – que tem potencializado o teatro no mundo inteiro.

De 5 a 7 de maio, a crítica, diretora e dramaturga Daniele Avila Small traça um arcabouço teórico para dissecar obras na oficina Teatro Documentário Contemporâneo Ibero-Americano, no Sesc Santa Rita, das 10h às 13h. Estão na pauta de discussão o conceito de historiografia de artista, o testemunho na primeira pessoa e o corpo como documento, a descolonização do saber no teatro documentário e a relação do teatro documentário com os estudos de história pública. Tudo numa perspectiva crítica.

Daniele Avila Small é a encenadora do “documentário de ficção” Há Mais Futuro Que Passado, uma dramaturgia criada coletivamente por ela, Clarisse Zarvos e Mariana Barcelos, que se dedica a refletir sobre o lugar da mulher latino-americana na história da arte.

Doutoranda em Artes Cênicas pela UniRio, idealizadora e editora da revista eletrônica Questão de Crítica e autora do livro O crítico ignorante – uma negociação teórica meio complicada, publicado pela Editora 7Letras, ela lembra que a oficina pode interessar também ao pessoal de cinema e de história.

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Oficina Deriva vai selecionar 12 atores para integrar peça Orgía ou de Como os corpos podem substituir as ideias

Doze atores do sexo masculino, maiores de 18 anos, serão selecionados para a oficina Deriva, para atuarem junto com o Teatro Kunyn na recriarão o segundo ato do espetáculo OrgÍa ou de como os corpos podem substituir as ideias no Recife, com sessões nos dias 10, 11 e 12 de maio, a partir do Espaço Pasárgada, às 15h. O espetáculo OrgÍa discute a homoafetividade na esfera pública e vasculha a reação da cidade diante da multiplicidade de desejos.

As digressões erótico-sociológicas do então professor de teatro na Universidade Federal de Pernambuco Túlio Carella, ancoradas nas ruas da Recife dos anos 1960, estão na base do espetáculo Orgía Ou De como os corpos podem substituir as ideias. Livremente inspirado nos diários íntimos, em que o heterônimo de Carella, Lúcio Ginarte, registra suas aventuras sexuais com anônimos populares e seus diálogos com intelectuais.

Para participarem de Deriva, os atores devem ter disponibilidade integral durante os seis dias de oficina (de 07 a 12 de maio) . O grupo já avisa que faltas ou atrasos eliminarão os atores da atividade.

A peça vai começar num espaço fechado, onde público conhece melhor o personagem principal, interpretado pelos atores Ronaldo Serruya, Paulo Arcuri e Luiz Gustavo Jahjah. E depois segue em uma jornada sensorial pelas ruas do Recife, utilizando aparelhos de MP3. A peça conta com direção de Luiz Fernando Marques (Grupo XIX de Teatro).

André Braga coordena trabalho criativo para performance

André Braga coordena trabalho criativo para profissionais e estudantes de artes performativas

O Corpo Expressivo Masterclass de movimento será desenvolvida pelo português André Braga, no dia 4 de maio, no Teatro Barreto Júnior, das 15h às 17h. Com exercício físicos e propostas de improvisação, o professor sinaliza pistas de criação. O programa está dirigido para profissionais ou estudantes de artes performativas.

SERVIÇO

OFICINA 1
TEATRO DOCUMENTÁRIO CONTEMPORÂNEO IBERO-AMERICANO

com Daniele Avila Small (RJ)
Dias 05, 06 e 07 de maio | Sesc Santa Rita | 10h às 13h
Gratuita. Inscrição via formulário até o dia 28 de abril de 2017 no https://www.tremafestival.com.br/oficinas-e-debates.

OFICINA 2
DERIVA + participação no espetáculo ORGÍA

com o Teatro Kunyn (SP)
Dias 07 a 12 de maio, no Espaço Pasárgada
dia 08 e 09 de maio – 15h30 às 18h30 (domingo)
dia 07 de maio – 13h30 às 18h30 (segunda e terça)
dia 10, 11 e 12 de maio – 13h30 às 18h30 (apresentações do ORGÍA)
Atenção: É necessário que os atores selecionados tenham disponibilidade integral nos horários mencionados durante os 06 dias de oficina. Faltas ou atrasos implicarão na não participação dos atores na atividade.
ATENÇÃO 2: Faz-Se Necessário Anexar 2 Fotos do Candidato.
Perfil do público: Atores do sexo masculino maiores de 18 anos.
Número de vagas: 12 vagas.
Recomendações aos participantes: Os participantes devem levar protetor solar, roupas leves, aparelho celular com bluetooth e fone de ouvido. Atividade realizada ao ar livre.
Gratuita. Inscrição via formulário até o dia 28 de abril de 2017 https://www.tremafestival.com.br/oficinas-e-debates.

OFICINA 3
O CORPO EXPRESSIVO Masterclass de movimento

com André Braga (PORTUGAL)
Dias 04 de maio | Teatro Barreto Júnior | 15h às 17h
Duração: 2 horas Público alvo: profissionais ou estudantes de artes performativas.
Número de vagas: 20 vagas.
Gratuita. Inscrição via formulário abaixo até o dia 28 de abril de 2017
https://www.tremafestival.com.br/oficinas-e-debates.

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Geração Y

Magiluthianos. Foto: Mariana Rusu

O Magiluth é geração Y. Querem viver tudo, intensamente, rápido. Não esperam acontecer. Vão lá e fazem.
São articulados, constróem redes, se jogam. Agora, eles concretizaram mais um projeto: o Trema! Festival de Teatro de Grupo do Recife, que começou na última segunda e segue até o dia 14 na capital pernambucana. O Trema! é fruto das andanças do grupo pelo país, do convívio com outros coletivos, da vontade de sair da mesmice. O Satisfeita, Yolanda? adorou a ideia e virou parceiro do festival. Vamos tentar aqui estabelecer um diálogo sobre as montagens e sobre o que é fazer teatro para esta geração. Começamos com uma entrevista com Pedro Vilela, ator e diretor do Magiluth.

ENTREVISTA // PEDRO VILELA – ATOR E DIRETOR DO GRUPO MAGILUTH

Recife já tem muitos festivais! Porque fazer mais um?
O Trema! é pensando não para ser mais um evento que agrega produções distintas na cidade. Ele é pensado com um recorte de pensamento e com uma linha de atuação bastante específica. Antes de ser um evento, é a possibilidade de congregarmos pesquisas e pensamento perante o teatro de grupo. Cada vez mais, os grupos teatrais no país vêm buscando a criação de redes internas de circulação e compartilhamento e não possuímos em nossa cidade nada parecido.

Qual foi o critério que vocês usaram para escolher as montagens?
Esta primeira edição do Trema! esta muito pautada no desejo do encontro. Como unir numa cidade como Recife, sem nenhum edital aprovado, todos estes coletivos? Ativamos uma rede de encontros que só foi possível porque encontramos parceiros desejosos. São grupos que encontramos em nossas circulações e que por afinidades estéticas e de modo de produção resolvemos unir para compreendermos melhor e aprofundarmos estas relações. Também está pautada na possibilidade de oferecer ao público do estado trabalhos que não se encontram nas grandes rotas do teatro. Esteticamente dialogam muito por abordarem questões que passam pela política e pelo existencial. Assim como no Aquilo (nosso espetáculo escolhido), os espetáculos também lidam com questionamentos sobre os limites entre realidade e ficção; sobre a relação entre memória e história; e sobre os conflitos entre o universo particular e o coletivo.

Quando a gente pensa em festival, lembra logo de grana; com que grana vocês vão fazer o festival?
Nosso festival não possui incentivo financeiro de nenhum órgão federal, municipal ou estadual. As parcerias criadas são com instituições e empresas privadas. Recebemos o apoio fundamental de duas instituições: o SESC, que possibilitou a hospedagem para todos os coletivos; e o Programa Rumos Itaú, que nos ofereceu oficinas e o documentário. Os grupo que estão aportando no Recife possuem projetos de circulação aprovados e solicitaram aos órgãos responsáveis para mudarem a rota e virem a Recife. Ou seja, não estamos visando lucros. Estamos todos trabalhando, sem recursos, inclusive colocando dinheiro do Magiluth na produção para ativarmos esta rede de encontro e compartilhamento.

Aquilo que meu olhar guardou para você, na temporada do Teatro Joaquim Cardozo. Foto: Ivana Moura

Pensando que as relações são tão líquidas, como adoramos lembrar no teatro, porque você acha que o teatro de grupo ainda sobrevive?
Simplesmente porque é nele que reside nossa base de subsistência. Estar em Teatro de Grupo é acima de qualquer coisa um posicionamento político, e hoje cada vez mais temos medo de nos posicionarmos. Preferimos a liberdade de estar aqui hoje e amanhã em outro lugar. Tomamos esta decisão há oito anos: a de estarmos juntos em todos os lugares, lutando juntos. Este é o modo de produção que acreditamos e que a história nos mostra todo dia. Se olharmos para a história de nossa arte, tudo que aconteceu de interessante veio de grupos. Até mesmos os grandes encenadores e teóricos precisaram de grupos para colocar em prática seus pensamentos.

Qual o tipo de teatro que o Magiluth quer fazer hoje?
Temos a preocupação de realizar obras que dialoguem com nosso tempo, sem pudores ou limites de abordagens. Desejamos comunicar, sermos ouvidos, dialogar. Compreender também para onde nossa arte aponta e nosso estar no mundo enquanto artistas.

Sei que vocês estão maturando a ideia de ter uma sede que possa abrigar espetáculos; isso já está acontecendo com alguns grupos da cidade. Como está esse projeto?
Estamos em estudos para darmos este próximo passo. Todas as nossas ações, por estarmos em grupo, são pautadas a longo prazo. Não podemos dar passos maiores do que as pernas, pois hoje contamos com uma estrutura física-financeira grande que temos que dar conta. Trabalhamos com um núcleo de cinco atores com salários em dia, plano de saúde, sede alugada, 05 espetáculos em repertório, 05 profissionais colaboradores e atualmente obrigados a nos ausentar muito de nossa cidade. Mas a ideia é sim termos um espaço que abrigue nosso repertório e que principalmente abrigue novas produções da cidade. Queremos muito contactar os novos grupos, aqueles que passam hoje pelo que passamos no início. Mas o projeto da sede esta próxima. Assim desejamos. Quem sabe em 2013?

PROGRAMAÇÃO TREMA!

QUARTA-FEIRA / 10.out

14h às 17h
Oficina Meus delírios, meus delitos
Teatro Kunyn (SP)
Local: Espaço Magiluth – Recife Antigo

Proibido retornar. Foto: Juliana Palhares

19h
Proibido Retornar
Grupo Teatro Invertido (MG)
Local: Teatro Camarotti – Sesc Santo Amaro

20h
Lançamento do livro Cenas Invertidas – Dramaturgias em Processo
Grupo Teatro Invertido (MG)
Local: Teatro Camarotti – Sesc Santo Amaro

QUINTA-FEIRA / 11.out

19h
Proibido Retornar
Grupo Teatro Invertido (MG)
Local: Teatro Camarotti – Sesc Santo Amaro

21h
Aquilo que meu olhar guardou para você
Grupo Magiluth (PE)
Local: Teatro Apolo – Recife Antigo

SEXTA-FEIRA / 12.out

9h30 às 12h30 e das 14h às 17h
Oficina Rumos Teatro
Narrativas urbanas na terra sem lei
Núcleo Argonautas (SP) e Cia Senhas (PR)
Local: Espaço Magiluth – Recife Antigo

Dizer e não pedir segredo. Foto: Adalberto Lima

19h
Dizer e não pedir segredo
Teatro Kunyn (SP)
Local: Espaço Cênicas – Recife Antigo

SÁBADO / 13.out

9h30 às 12h30 e das 14h às 17h
Oficina Rumos Teatro
Narrativas urbanas na terra sem lei
Núcleo Argonautas (SP) e Cia Senhas (PR)
Local: Espaço Magiluth – Recife Antigo

19h
Dizer e não pedir segredo
Teatro Kunyn (SP)
Local: Espaço Cênicas – Recife Antigo

a partir das 22h
Festa de Encerramento do TREMA!
Restaurante Sétima Arte
Local: Rua Capitão Lima, 195, Santo Amaro

DOMINGO / 14.out

15h
Documentário Evoé! Retrato de um Antropofágico
Direção: Tadeu Jungle e Elaine Cesar
110 min/ Classificação: 16 anos
Local: Centro Cultural Correios – Recife Antigo

19h
Dizer e não pedir segredo
Teatro Kunyn (SP)
Local: Espaço Cênicas – Recife Antigo

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