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Conto de fadas. Será mesmo?

De Íris ao arco-íris. Foto: Angélica Gouveia

De Íris ao arco-íris. Foto: Angélica Gouveia

Satisfeita, Yolanda? no Palco Giratório

Ah, se o mundo fosse um conto de fadas… Será que nem assim o final seria sempre feliz? Depende muito da lente que usamos para acompanhar o cotidiano, de como enxergamos o que nos acontece. De Íris ao arco-íris deve fazer com que, ao menos, possamos discutir com as crianças um tema que geralmente fazemos questão de banir das nossas vidas – em qualquer idade: a morte. A peça, encenação de Jorge de Paula, estreia hoje no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, às 16h, e tem nova sessão amanhã (19), no mesmo horário, dentro da programação do Palco Giratório.

O professor, ator e encenador Marco Camarotti (1947-2004) é, novamente, referência para o trabalho de Jorge de Paula. “Ele dizia que não há problema nenhum em tratar da morte ou de qualquer outro tema com as crianças. A morte faz parte da vida. Temos só que encontrar a melhor maneira de fazer isso”. Foi a partir de uma pergunta de Camarotti, aliás, que surgiu o texto, escrito por Jorge em 2000. “Fazíamos parte de um projeto de Camarotti, o Pátio da Fantasia, na UFPE. Esse grupo tinha como objetivo aprofundar os estudos sobre teatro para infância e juventude principalmente para crianças cegas, surdas ou com deficiência cognitiva. E fazia algumas perguntas, algumas provocações, para que, a partir daí, a gente pudesse criar. Lembro que ele perguntou sobre a razão de o arco-íris aparecer quando chove”, relembra.

Peça terá duas sessões no Marco Camarotti, dentro do Palco Giratório

Peça terá duas sessões no Marco Camarotti, dentro do Palco Giratório

Em 2006, o autor e a atriz Andrea Veruska tentaram levar o texto aos palcos, mas o projeto não foi aprovado. Agora, com o apoio do Funcultura e do Myriam Muniz, o texto saiu da gaveta e está servindo a vários desafios: além de tratar de um tema difícil, houve a opção pelo teatro de sombras, técnica de formas animadas. “Foi uma loucura aprender a manipular. Muitas vezes perdíamos a noção, já que manipulamos no retroprojetor e a imagem está em tamanho completamente diferente na tela”, explica a atriz Iara Campos, que faz questão de dizer que os atores não são manipuladores – estão realmente experimentando uma linguagem.

A peça lembra o cinema de animação; não tem falas e os atores usam um retroprojetor para contar uma história não necessariamente linear. “Tem soluções no texto que são non-sense mesmo. Queremos os olhares particulares de cada criança”, conta o diretor, que também está em cena.

No elenco, além de Jorge de Paula e Iara Campos, Andréa Veruska e Lucélia Albuquerque. Embora só essa última não seja da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, que daqui a pouco volta em cartaz com O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas, no Teatro Arraial, a montagem é uma produção independente. “Simplesmente porque a ideia dessa peça nasceu muito antes da Trupe e não se encaixava na pesquisa do grupo, nas questões estéticas que discutimos, no que queremos tratar em conjunto”, esclarece Jorge de Paula.

Em De Íris ao arco-íris, os desenhos e silhuetas dos personagens, que guardam uma proximidade com as histórias em quadrinhos, foram idealizados pelo artista gráfico pernambucano Luciano Félix e colocados em prática pelo ator, diretor e cenógrafo Henrique Celibi. Cenário e figurinos são de Marcondes Lima; luz de Erom Villar; trilha sonora de Júlio Morais; e produção de Karla Martins.

Serviço:
De Íris ao arco-íris
Quando: hoje (18) e amanhã (19), às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti
Quanto: R$ 12 e R$ 6 (meia-entrada)

Montagem tem direção de Jorge de Paula

Montagem tem direção de Jorge de Paula

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