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Todos os meses deveriam ser Janeiro

E lá estávamos, numa noite de quarta-feira, trancados num pequeno teatro (o Arraial), para discutir. O assunto? Uma avaliação do Janeiro de Grandes Espetáculos que, em sua décima-sétima edição, teve recorde de público. Como a gente já tinha comentado aqui, foram 20 mil pessoas acompanhando o festival e brigando nas portas dos teatros por ingresso. A venda de entradas, aliás, foi uma das questões. Pra quê um grupo que já fez temporada precisa de ingressos para família, namorada, irmão? Ficou acertado ou, ao menos, mais claro, que a preferência no Janeiro é para o público comum, que possivelmente seria atraído e continuaria indo às salas de espetáculo o ano todo.

Se nesse ponto quase não há polêmica, foi só colocar em discussão a necessidade ou não de se ter um prêmio no Janeiro para ouvir opiniões diversas. Isso porque muitos acham que não deveria existir competitividade, que arte não é pra isso, que a categoria deve estar cada vez mais unida; outros pensam que é só mais uma chancela para os espetáculos, que é preciso bom senso para não se deixar levar por picuinhas. E, no fim, o que parece é que todo mundo gosta de ser reconhecido e quer o seu nome na plaquinha do prêmio.

O reconhecimento, aliás, independente dos prêmios, deve levar os espetáculos pernambucanos a circular por muitos festivais espalhados pelo país. Só falta agora articulação para conseguir as passagens dos grupos. Bem que existe uma promessa do secretário Renato L de retomar o Recife Palco Brasil…É uma obrigação do governo! O nosso teatro está divulgando a cultura pernambucana. E só um adendo: seria um bom começo para essa retomada pagar os R$ 30 mil atrasados da edição de 2009. Os prejuízos foram divididos, porque os grupos não deixaram de viajar, independente da burocracia e lentidão do poder público: R$ 20 mil para a Apacepe e R$ 10 mil para o grupo Magiluth, que à época estava circulando com o espetáculo Ato.

Ah..só pra não deixar de dar o crédito – a equipe do Sesc em Caruaru e a aceitação da cidade ao festival foram super elogiados pelos artistas. E aí esse desejo de se espalhar vai ganhando força. Como boa sertaneja petrolinense (não é Leidson Ferraz?!) acho que o festival poderia ir ao Sertão. Já passou da hora de Petrolina dar mais espaço ao teatro. Ainda hoje, a cidade só conta mesmo com o Teatro do Sesc, com todas as suas especificidades. Eita..que agora a origem falou mais alto! Bom, são só provocações! E que este Janeiro possa se alongar por muitos meses deste ano!

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