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Duas peças simultâneas da Cia. da Memória:
As Três Irmãs e A semente da Romã

Lucia Bronstein no papel de Irina e Walter Breda como Tchebutíkinem em As Três Irmãs. Foto: Ale Catan 

Ondina Clais e Luiz Carlos Vasconcelos em As Três Irmãs. Foto: Ale Catan 

Antonio Petrin (Ferapont), Walderez de Barros (Anfissa) e Ondina Clais em As Três Irmãs. Foto: Ale Catan 

A semente da romã. Foto: Ale Catan / divulgação

A arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) iria gostar, creio, desse jogo de simultaneidade da Cia da Memória, instaurado no Sesc Pompeia, teatro que Lina idealizou. De um lado do palco o clássico As Três Irmãs (1901), do russo Anton Tchekhov (1860-1904). Do outro A Semente da Romã, do dramaturgo brasileiro contemporâneo Luís Alberto de Abreu. Mesmo com a sincronia da ação cênica, as peças só podem ser apreciadas uma por vez. O diretor Ruy Cortez, que assina a encenação junto com Marina Nogaeva Tenório, defende que os dois espetáculos traçam um diálogo entre si.

Se As Três Irmãs reflete sobre os sonhos de uma classe na sociedade russa do início do século 20; A Semente da Romã investiga o papel do teatro no Brasil de hoje. Nesse período em que a arte no país atua como defensora dos direitos de todas as ordens, inclusive o de existir, esse díptico reflete sobre o lugar da criação de um sonho partilhado, da memória para as vozes silenciadas e do futuro comum desejado. 

A situação política e cultural do país atravessa as duas peças nos cruzamentos entre memória e utopia.

Sufocadas no ambiente em que vivem, Irina, Macha e Olga idealizam Moscou como o lugar onde podem voltar a ser felizes, como foram na infância, um projeto sempre adiado em As Três Irmãs.

Durante a apresentação da peça As Três Irmãs, seis atores coadjuvantes vivem nos bastidores conflitos pessoais, profissionais e existenciais enquanto esperam a entrada em cena. A Semente da Romã discute o que é ser artista de teatro no Brasil, o trabalho exaustivo, a frustração e o sacrifício como também o terreno fértil para a imaginação e a utopia.

A PENTALOGIA DO FEMININO

A Companhia da Memória dedicou-se, em suas três obras iniciais, ao estudo da linhagem patriarcal. Seja como força fugidia em Rosa de Vidro (2007), como força castradora em Nomes do Pai (2010) e interrompida através do ato parricida nos três espetáculos que compunham a obra Karamázov (2014).

O projeto artístico Pentalogia do Feminino é iniciado em 2016 interessado na investigação da linhagem matriarcal e dos arquétipos femininos a partir de cinco obras com temas autônomos.
As Três Irmãs e A Semente da Romã integram a Pentalogia. Antes foram montados o monólogo Katierina Ivânovna – K.I. (2017), baseado na personagem do romance Crime e Castigo; a peça Punk Rock (2018), do dramaturgo inglês Simon Stephens; e Réquiem para o Desejo (2018), uma recriação da obra Um Bonde Chamado Desejo de Tennessee Williams, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra.

Miriam Rinaldi( Masha), Ondina Clais (Olga), Lucia Bronstein (Irina) e Luciano Gatti: Andrei em As três Irmãs

Serviço:
De quinta a domingo, às 20h e às 18h (domingos e feriados)
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Ingressos: De R$ 12,00 a R$ 40,00
à venda em sescsp.org.br/pompeia

As Três Irmãs
Com a Cia. da Memória
Duração: 180 minutos, com intervalo de 10 minutos
Livre

A Semente Da Romã
Com Cia. da Memória
Duração: 180 minutos, com intervalo de 10 minutos
14 anos

FICHA TÉCNICA
Texto As Três Irmãs: Anton Tchekhov
Texto A Semente da Romã: Luís Alberto de Abreu
Tradução de As Três Irmãs: Marina Nogaeva Tenório e Ruy Cortez
atuação As Três Irmãs
Antonio Petrin: Ferapont
Walderez de Barros: Anfissa
Walter Breda: Tchebutíkin
Ondina Clais: Olga
Luiz Carlos Vasconcelos: Verchínin
Miriam Rinaldi: Masha
Eduardo Estrela: Kuliguin
Lucia Bronstein: Irina
Marcos Suchara: Tusenbach
Maria Manoella: Natasha
Luciano Gatti: Andrei
Rodrigo Fidelis: Soliôni
João Vasconcellos: Fedótik
Conrado Costa: Rodê

atuação A Semente da Romã
Sérgio Mamberti: Guilherme (participação especial em vídeo)
Walderez de Barros: Ariela
Antonio Petrin: Raul
Ondina Clais: Katia
João Vasconcellos: Díon
Maria Manoella: Tônia
Eduardo Estrela: Augusto
Direção: Marina Nogaeva Tenório e Ruy Cortez
Cenografia: André Cortez
Figurino: Fábio Namatame
Iluminação: Nicolas Caratori
Composição original: Thomas Roher
Sonoplastia: Aline Meyer
Design Sonoro: André Omote
Vídeo Arte: Manoela Rabinovitch
Mapping: Fernando Timba
Pesquisa videográfica (A Semente da Romã): Álvaro Machado
Identidade visual e design: Beatriz Dorea e João Marcos de Almeida
Fotografia: Ale Catan
Registros Audiovisuais: Renata Pegorer e Yghor Boy
Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro
Mídias Sociais: Ofício das Letras
Assistente de direção: Conrado Costa
Assistente de Produção: Júlia Tavares
Assistente de cenografia: Stéphanie Frentin
Assistente de Iluminação: Marcel Rodrigues
Assistente de Figurinos: André Von Schimonsky
Diretor de palco: Ronaldo Dias
Contrarregragem: Júlia Tavares e Conrado Costa
Programador e 1º operador de Luz: Diego Rocha
2º operador de Luz: Olivia Munhoz e Cynthia Monteiro
Operador de aúdio 1: Anderson Franco
Operador de áudio 2: Kleber Marques
Operador de Vídeo 1: Aline Almeida
Operador de vídeo 2: Fagner Lourenço
Modelista: Juliano Lopes
Costura: Fernando Reinert e Maria José de Castro
Cesta de Flores (As Três Irmãs): Mira Haar
Colagens (As Três Irmãs) Sheila Kruger
Direção de produção: Gabi Gonçalves
Produção executiva: Carol Buček
Idealização: Companhia da Memória (João Vasconcellos, Marina Nogaeva Tenório, Ondina Clais e Ruy Cortez)
Produção: Companhia da Memória e Núcleo Corpo Rastreado

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