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Breguetu em São Paulo

Henrique Celibi é homenageado pelo Experimental. Foto: Divulgação

Henrique Celibi (de noiva) é homenageado pelo Experimental. Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira, 24 de novembro, o ator e diretor Henrique Celibi completaria 54 anos. Esse artista inquieto e provocador nos deixou antes, em maio. Faz uma falta! O espetáculo Breguetu, do Grupo Experimental de Dança, do Recife, faz curtíssima temporada no Sesc Belenzinho, em São Paulo, e a sessão de hoje é dedicada a Celibi, que soube como poucos transformar materiais descartáveis em moda, em luxo. Celibi fazia uma participação especial e nas apresentações paulistanas Fabio Caio defende esses papeis.

Sabemos que cada ambiente cultiva o brega do seu jeito. A montagem do Experimental coreografa esse estilo de vida das periferias do Recife, nos movimentos, nas cenas tragicômicas, nos dramas do cotidiano de gente comum. Pintar o cabelo é das formas de se valorizar, acrescentar detalhes ao corpo e ter atitude são outras.

A música trata das paixões, dos dramas afetivos, das calamidades e sucessos da vida cotidiana. De abandonos, do homem da outra, da mulher cobiçada, de solidão e superação. Breguetu convida o público para ser cúmplice dessas intimidades nas ruas, nos bares, em lugares  intimistas.

Concebida pela diretora da companhia, Mônica Lira, a peça coreográfica encara o movimento brega em ampla análise, do contexto social às características que marcam a identidade como música, moda ou mesmo estilo de vida. “O brega, ritmo que definimos e defendemos aqui, vai muito além da música. Brega é estado de felicidade e modo de vida”, atesta a diretora Mônica Lira.

Em Breguetu, a vida é intensa, exagerada, sofrida; segue de mãos dadas entre a felicidade e o desespero. Mas com muita poesia no corpo, no rosto, na alma. A montagem estreou em 2015 e é fruto da pesquisa do Grupo A dança no corpo desse lugar, através da qual a equipe estudou, de forma teórica e prática, manifestações e movimentos culturais do Recife.

Paixão, movimento e sensualidade na peça coreográfica do grupo recifense. Foto: Paula Alencastro / Divulgação

Paixão, movimento e sensualidade na peça coreográfica do grupo recifense. Foto: Paula Alencastro / Divulgação

Olhar amoroso sobre o brega. Foto: Paula Alencastro / Divulgação

Olhar amoroso sobre o brega. Foto: Paula Alencastro / Divulgação

Serviço
Breguetu – Grupo Experimental de Dança
Quando: Sexta e sábado, 24 e 25 de novembro, às 20h, e no domingo, 26, às 17h.
Onde: Sesc Belenzinho – Sala de Espetáculos II (Rua Padre Adelino, 1000 Quarta Parada – Leste São Paulo – SP (11) 2076-9700)
Ingressos: R$ 20, R$ 10 (meia-entrada) e R$ 6 (credencial do Sesc)

Ficha técnica
Concepção e direção: Mônica Lira (Grupo Experimental)
Intérpretes-criadores: Jennyfer Caldas, Jorge Kildery, Rebeca Gondim, Rafaella Trindade, Gardênia Coleto e Ramon Milanez.
Ator convidado: Fabio Caio.
Projeto de iluminação: Beto Trindade
Trilha sonora: Marcelo Ferreira e João Paulo Oliveira
Sonoplastia: Adelmo do Vale
Figurino: Carol Moneiro
Design: Carlos Moura
Cabelo e maquiagem: Jennyfer Caldas
Produção: Emeline Soledade
Cenotécnico: Eduardo Autran
Assessoria de comunicação: Paula Caal
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 16 anos

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Zambo harmoniza quatro gerações

Remontagem de Zambo integra programação da 13ª Mostra Brasileira de Dança. Foto: Dudu Contreras

“Modernizar o passado é uma evolução musical…”, anunciava o líder do movimento Manguebeat Chico Science, nos anos 1990. Cultura de Pernambuco em estado de ebulição, contaminando outras artes. O Grupo Experimental de Dança também fincou sua antena na lama e captou ondas contemporâneas para levar ao palco. A leitura coreográfica do Manguebeat rendeu o espetáculo Zambo. Com o movimento do corpo em sincronia com a sonoridade percussiva da época. Fase de redescobertas de um Recife afetivo carregado de contradições. Dos choques de uma herança colonial, oligárquica e conservadora ao empoderamento da arte das periferias de várias magnitudes.

A encenação é uma baliza na história do Experimental. O registro acústico da percussão dos maracatus e outras manifestações da cultura popular pernambucana sintonizou aos elementos eletrônicos do rock e a outros ritmos. O caranguejo mostrava suas patas para o mundo.

Zambo faz referência ao personagem Charles Zambohead, inventado por Chico Science. Charles era, como entendia seu criador, “um cientista do groove”, que embaralhava danças negras à afrociberdelia, concepção da estética-mangue.  Inspirado no perfil de Zamboheade e na performance cênica de Chico, Zambo desliza nesse trânsito da tradição, mas impregnado por pulsação contemporânea.

Turnê internacional em 2009. Foto: Vincenzo Fratta

Turnê internacional em 2009. Foto: Vincenzo Fratta

A montagem original de Zambo ocorreu ainda sob o impacto da morte precoce de Chico Science, mas amparada pelo guarda-chuva de uma estética político-artística em construção. Para tratar desse Recife, das conexões com o mundo, desses corpos em transformação, as coreógrafas Sonaly Macedo e Mônica Lira ergueram o espetáculo. Jorge Du Peixe, que assumiu a liderança da Nação Zumbi após a morte de Chico, participou da montagem, criando e executando a música de abertura do projeto, ao vivo.

A quarta versão do espetáculo Zambo, de 1997 foi articulada para a 13ª Mostra Brasileira de Dança, que homenageia nesta edição, a bailarina, coreógrafa e diretora do grupo Mônica Lira. A peça reúne quatro gerações de intérpretes – que fizeram parte da trajetória da equipe – , neste sábado (06/08), no Teatro Luiz Mendonça, às 20h.

Além de saudar o nascedouro do Grupo Experimental, a remontagem é um ato que reflete sobre a cultura de resistência e do respeito à arte no cotidiano de uma cidade e de um estado com poucas ações de política pública para o setor.

Serviço

Zambo
Onde: Teatro Luiz Mendonça, (Parque Dona Lindu – Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem)
Ingresso: R$30,15, 10 e R$5
Informações: (81) 3355-9821 / 3355-9823 / 9822
www.mostrabrasileiradedanca.com.br
Duração: 45 minutos
Indicação: Livre

Ficha Técnica  Zambo (por gerações)
Concepção/Coreografia: Mônica Lira e Sonaly Macedo
Figurino: Período Fértil
Iluminação: Beto Trindade
Concepção, Maquiagem e Penteados: Ivan Dantas
Cenário: Evêncio Vasconcelos
Músicas: Nusrat Fateh Ali Khan; Dj Spooky; Geoffrey Oryema; Antúlio Madureira; Jorge Du Peixe; Gilson Santana; Gustavo Oliveira.
Texto: Gardênia Coleto
Assessoria De Comuicação: Paula Caal
Design Gráfico: Carlos Moura
Produção: Emeline Soledade
Consultoria Técnica: Danilo Carias
Iluminação: Beto Trindade
Fotos: Ivan Dantas

Elenco 1ª Montagem (1997): Ana Emília Freire, Eduardo Góes, Ivan Dantas, Fernanda Lisboa, Gilson Santana (Mestre Meia-Noite), Gustavo Oliveira, Mônica Lira, Renata Lisboa, Sonaly Macedo, Jorge Du Peixe (músico convidado)

Elenco 2ª Montagem (2007): Anne Costa, Calixto Neto, Lilli Rocha, Kleber Candido, Gilson Santana (Mestre Meia Noite), Maria Agrelli, Renata Muniz, Silvio Barreto, Valéria Vicente, Tarcísio Resende (músico convidado)

Elenco 3ª Montagem (2012): Daniel Silva, Everton Gomes, Januária Finizola, Jennyfer Caldas, Lilli Rocha, Patrícia Pina, Rafaella Trindade, Ramon Milanez

Elenco 4ª Montagem (2016 – 13ª Mostra Brasileira de Dança): Gardênia Coleto, Jorge Kildery, Lilli Rocha, Márcio Filho, Rafaella Trindade, Rebeca Gondim

Artistas convidados: Ana Emília Freire, Eduardo Góes, Fernanda Lisboa, Mônica Lira, Renata Lisboa, Anne Costa, Maria Agrelli, Renata Muniz, Silvio Barreto, Everton Gomes, Januária Finizola, Jennyfer Caldas, Ramon Milanez

Músicos convidados: Tarcísio Resende, Paula Caal, Adriana Milet

Participação especial: Gilson Santana (Mestre Meia Noite), Orun Santana

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Dança contemporânea na festa da Conceição

Grupo Experimental faz duas sessões de Conceição. Foto: Sobrado 423

Grupo Experimental faz duas sessões de Conceição. Foto: Sobrado 423

Foi na festa de Nossa Senhora da Conceição, realizada no dia 8 de dezembro, que o Experimental – um dos principais grupos de dança contemporânea de Pernambuco – mergulhou para criar o espetáculo Conceição. A coreografia será apresentada em duas sessões, neste sábado e domingo, às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho (Bairro do Recife).

Mônica Lira e seu grupo tomaram como ponto de partida a religião e, principalmente, a fé do povo que acompanha a festa do Morro, no bairro de Casa Amarela, no Recife. Durante dois anos, os bailarinos acompanharam a celebração: viram de perto o que levava as pessoas a vestir azul e branco, subir a ladeira de joelhos e pagar as mais impensáveis promessas.

Relacionaram então fé, sincretismo, identidade e feminino para criar o espetáculo, estreado em 2007. Em 2010, o grupo foi selecionado pelo Palco Giratório e circulou o país inteiro – passaram por 42 cidades.

Depois dessas duas sessões no Recife, o grupo segue para uma nova empreitada. Desta vez, com o apoio do Funcultura, vão circular pela América do Sul – Bolívia, Argentina e Chile. Serão 11 apresentações e oito oficinas/workshops.

Ficha técnica:

Direção, concepção e coreografia: Mônica Lira
Bailarinos-criadores: Lili Rocha, Jaunária Finizola, Jennyfer Caldas, Mônica Lira, Patrícia Pina Cruz, Rafaella Trindade, Daniel Silva, Everton Gomes, Ramon Milanez
Trilha sonora original: Tomas Alves Souza
Criação e operação de iluminação: Alberto Trindade
Desenho de Cenografia: Marcondes Lima
Confecção de cenografia: Coletivo Pardieiro
Figurinos: Marcondes Lima e Maria Agrelli

Serviço:
Conceição (Grupo Experimental)
Quando: sábado (25) e domingo (26), às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

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