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Nos territórios da delicadeza

Alaíde Costa e Gonzaga Leal no show Porcelana, dirigido por Ceronha Pontes. Foto: Geórgia Branco

Alaíde Costa e Gonzaga Leal no show Porcelana, dirigido por Ceronha Pontes. Foto: Geórgia Branco

Há mais de uma década a parceria entre a carioca Alaíde Costa e o pernambucano Gonzaga Leal é nutrida em encontros anuais, em shows e resultou no CD Porcelana, um presente de aniversário de Gonzaga Leal a Alaíde Costa Silveira Mondin Gomide, quando ela fez 80 anos (a moça nasceu em 8 de dezembro de 1935). O encontro musical entre os dois começou em 2006, quando a cantora foi convidada para participar do álbum E o Nosso Mínimo é Prazer. Desde então, ela dá brilho à carreira dele e ele alavanca a dela.

O repertório de Porcelana, marcado para esta quarta-feira no Teatro de Santa Isabel, é formado por pepitas garimpadas por Leal para celebrar o bom da MPB. Capiba, Zé Miguel Wisnik, Caetano Veloso, Alceu Valença, Consuelo de Paula, Socorro Lira, João Cavalcanti, entre outros.

Alaíde passeia há 60 anos por uma trilha musical eclética. João Gilberto a convidou para a patota da bossa nova quando a ouviu no estúdio, gravando seu segundo 78 rotações. Negra, suburbana da Zona Norte, Alaíde Costa destoava do perfil dominante dos bossanovistas brancos, abastados da Zona Sul carioca . Mas compôs em parceria com Tom Jobim Você é amor, e Amigo Amado, com Vinicius de Moraes, entre outros. Também foi acolhida na seleta confraria predominantemente mineira do Clube da Esquina, e fez um antológico dueto com Milton Nascimento em Me Deixe em Paz, gravação no álbum Clube da Esquina, de 1972.

Com sua sensibilidade, Leal sabe identificar e explorar preciosidades musicais como poucos. Em Porcelena, os dois sacam Quando Um Amor Vai Embora, de Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba; Divinamente Nua, a Lua, parceria de Caetano Veloso com Orlando Morais. Também exibem outra versão de Solidão, de Alceu Valença; Delicado, da paraibana Socorro Lira; Água Doce, de Consuelo de Paula; Fim do ano, de Zé Miguel Wisnik e Swami Jr. e incorporam o sotaque português de Zeca Afonso com O Meu Menino É D’oiro.

O time de músicos – Maurício Cesar (piano), Cláudio Moura (violão), Alexandre Rodrigues (clarinete e sax), Adilson Bandeira (clarinete), Aristide Rosa (viola nordestina), Fabiano Menezes (violoncelo), Júlio César Mendes (acordeon), Marcos FM (contrabaixo), Tomás Melo e George Rocha (percussão) – garante que a voz suave e sussurrada de Alaíde Costa flutue. E sublinha o melhor do canto de Gonzaga.

Ficha Técnica
Repertório e intérpretes: Alaíde Costa e Gonzaga Leal
Direção cênica, roteiro, cenografia e figurino dos artistas e músicos (estilo): Gonzaga Leal
Assistente de direção cênica: Ceronha Pontes
Direção musical e regência: Cláudio Moura
Arranjos: Maurício César, Adilson Bandeira e Marcos FM
Criação de luz e operação: Cleison Ramos
Vídeo: Ítalo Lima
Técnico de som: Júnior Evangelista
Roadie: Josué Silva
Produção geral: Jorge Féo
Músicos: Maurício Cesar (piano), Cláudio Moura (violão), Alexandre Rodrigues (clarinete e sax), Adilson Bandeira (clarinete), Aristide Rosa (viola nordestina), Fabiano Menezes (violoncelo), Júlio César Mendes (acordeon), Marcos FM (contrabaixo), Tomás Melo e George Rocha (percussão)

SERVIÇO
Porcelana – Alaíde Costa e Gonzaga Leal
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quando: 18 de janeiro, às 20h
Quanto: R$: 40,00 (Inteira) | 20,00 (Meia)

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