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O canto de Gregório, nova empreitada do Magiluth

O grupo pernambucano Magiluth estreia hoje um espetáculo que define como “uma metralhadora racional”. Depois de 1 Torto, espetáculo que tinha um personagem sensitivo, intuitivo, emotivo, O canto de Gregório traz um homem que vai em busca de respostas. Quer saber, prioritariamente, o que é a bondade. Trilhando esse caminho, encontra com personagens como Jesus Cristo, Buda, Sócrates.

O texto é do paulista Paulo Santoro e já foi encenado pelo CPT, sob direção de Antunes Filho, em 2004. A Yolandinha Ivana Moura me disse que tanto a encenação quanto o texto eram ótimos.

Ao que parece, os meninos do Magiluth optaram por uma encenação “limpa”. Tão limpa que queriam uma “caixa branca” para fazer a encenação, pronta desde janeiro. Fizeram uma peregrinação por vários teatros e espaços da cidade, inclusive algumas galerias de arte, quando finalmente veio a confirmação de que apresentariam no Teatro Hermilo Borba Filho. A direção é de Pedro Vilela e no elenco estão Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres e Pedro Wagner.

Serviço:

O canto de Gregório, do grupo Magiluth
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Bairro do Recife)
Quando: estreia hoje e fica em cartaz sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h, só até 01 de maio
Quanto: R$ 16 e R$ 8 (meia)

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Do concreto ao mangue

Foto: Juliana Leitão

Escrever um texto teatral a partir de fotografias de uma cidade – que não é a sua. Para realizar essa tarefa, os integrantes do grupo Magiluth – que tem no repertório os espetáculos Corra, Ato e 1 Torto – criaram um jogo de improvisação. Deu tão certo que eles contam que voltaram à adolescência. Dividem as tardes entre o jogo, os ensaios para o novo espetáculo do grupo, que tem nome provisório de O canto de Gregório, e os trabalhos de produção.

Hoje, às 19h30, os garotos recebem o público no Teatro Joaquim Cardozo, no Centro Cultural Benfica, para apresentar a primeira cena resultante desse jogo; depois, debatem sobre o processo de criação. O jogo não é à toa – o Magiluth foi um dos contemplados pelo edital do Rumos Itaú Cultural – Teatro para realizar um intercâmbio com outra companhia brasileira, no caso, o Teatro do Concreto, de Brasília.

Durante seis meses, os dois grupos vão trocar experiências artísticas, estéticas e de criação, e também relativas à gestãodas companhias. A cada mês, cada uma das companhias tem a responsabilidade de enviar três fotos da sua cidade a outra; a partir daí, são criadas cenas curtas de, no máximo, 15 minutos. “A nossa maior dificuldade foi inventar essa metodologia de trabalho, depois de receber as imagens. Porque o Teatro do Concreto já tinha essa experiência de criar a partir de fotografias”, explica o ator Pedro Vilela.

Em junho, os pernambucanos recebem a visita dos brasilienses, sob a coordenação do diretor Luis Fernando Marques, do grupo XIX, de São Paulo, que tem experiência com investigações urbanas; depois, é o Magiluth quem vai a Brasília. Tanto aqui quanto lá, há a previsão de apresentações ao público, embora o projeto, intitulado Do concreto ao mangue – Aquilo que meu olhar guardou para você, não tenha necessariamente a intenção de montar um espetáculo único.

Pedro Vilela e Giordano Castro. Foto: Pollyanna Diniz

Teatro de pesquisa – Os integrantes do Magiluth se reuniram na Universidade Federal de Pernambuco em 2004. Talvez por isso, a pesquisa, o experimentalismo e a necessidade de se arriscar – às vezes com resultados positivos, outras nem tanto -, ao fazer teatro sejam tão presentes nos espetáculos do grupo. Os artistas do Magiluth e do Teatro do Concreto se conheceram em 2009, durante a reunião de um movimento de teatro de grupos, que visava compartilhar experiências e pesquisas. Ainda assim, ao vivo, eles nunca viram apresentações um do outro. “E mesmo assim percebemos que discutimos coisas semelhantes nos espetáculo. O grupo deles também é formado basicamente por estudantes, recém-formados, é ligado à questão da pesquisa, trabalha com dramaturgia própria”, diz o ator Giordano Castro. “Eles tem como referência o teatro da Vertigem”, complementa Pedro Wagner, também ator. No país, este edital do Itaú Cultural premiou 11 projetos, sendo 22 grupos participantes. No caso do Magiluth e Do concreto, cada grupo recebeu R$ 44 mil para viabilizar o projeto.

Serviço:

Do concreto ao mangue – Aquilo que meu olhar guardou para você
Onde: Teatro Joaquim Cardozo
Quando: hoje, às 19h30
Quanto: entrada gratuita

Pedro Vilela. Foto: Pollyanna Diniz

As experiências do intercâmbio estão registradas no blog http://doconcretoaomangue.blogspot.com/ .

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