Eu aprendi a contar histórias com palavras velhas ainda cedo. Acho que ainda me lembro de todas as palavras e silêncios. Era assim… Ou não era. Era quente. Então era verão. Dias amarelecidos. Crianças brincavam no parque. Brincavam de carrossel. Era um carrossel encantado. Brinquedo esquisito. Brinquedo que levava as crianças para os lugares felizes e as traziam antes de anoitecer. E tudo sempre estava no começo. Havia sorrisos. Brincadeiras. Todos viajavam e voltavam. Viajavam e voltavam. Ainda havia brinquedos e sorrisos naquela época.
(Mariano, irmão meu)
O ator, diretor e dramaturgo Alexsandro Souto Maior lança nesta sexta-feira (8), às 19h, o livro Mariano, irmão meu. Será na SBS Livraria Internacional, que fica no térreo do Bloco A da Unicap. É um texto poético e triste; Damião cria o irmão mais novo Mariano. Só que Damião não conta o que aconteceu com a mãe dos dois. “A dramaturgia segue um percurso de experimentação da linguagem, inspirada no pensamento poético de Guimarães Rosa, autor mineiro que nos impulsionou a pensar o nosso fazer teatral buscando ressignificar a linguagem cênica”, explica o autor.
O texto será levado ao palco em breve, com o próprio Alexsandro e Tatto Medinni. Os ensaios já começaram, sob a direção de Eron Villar. Será o quinto espetáculo do Engenho de Teatro, criado em 1999. Desde então o grupo já montou O terceiro dia (2002), Nero (2004), Luzia no caminho das águas (2006) e Meninas de engenho (2009). Desses, apenas um não é texto de Alexsandro: Meninas de engenho, que tem a assinatura de Eron Villar.
Mariano, irmão meu ganhou em 2011 o Prêmio Literário Cidade de Manaus e a encenação foi viabilizada graças ao Myriam Muniz. No lançamento do livro haverá um bate-papo com Alexsandro e Eron Villar sobre a dramaturgia no grupo Engenho de Teatro.