Arquivo da tag: Maria Ribeiro

Cartas do livro “Querido Lula”
apostam que o futuro é agora

Zelia Ducan cantou os versos “O sol há de brilhar mais uma vez / A luz há de chegar aos corações / O mal será queimada a semente / O amor será eterno novamente)”. Fotos Ivana Moura

Zélia Ducan lendo uma das mensagens do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão,

À certa altura da noite ontem, 31 de maio de 2022, no palco do Tuca (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), em Perdizes, São Paulo, Zélia Duncan confirmou: “vamos falar só de amor hoje”. Era a resposta a um “eu te amo” de alguém da plateia, que estava lotada para acompanhar o lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, da editora Boitempo.

O evento contou com a leitura de algumas das cartas remetidas ao presidente Lula no período em que esteve preso em Curitiba, espetáculo que foi chamado de Querido Lula: cartas do povo brasileiro. Zélia Duncan leu a mensagem da professora de língua portuguesa, Ana Beatriz Arena, do Rio de Janeiro, que começava com “Querido presidente (nada de ex !) Lula”, ressaltando que os programas dos dois governos lulistas mantidos pela presidenta Dilma, “devolveram (ou desenvolveram) aos ‘meus meninos’ da periferia a vontade de estudar e se tornar ‘doutor'”.

Sabemos que o que pulsa e impulsiona o humano começa pelo desejo – essa motivação de ir além – que quando encontra oportunidades pode fazer a revolução ou alguma insurreição.

Depois de interpretar a canção Juízo Final, de Nelson Cavaquinho (O sol há de brilhar mais uma vez / A luz há de chegar aos corações / O mal será queimada a semente / O amor será eterno novamente), Ducan passou o bastão para outro convidado. Querido Lula: cartas do povo brasileiro estava carregado desse teor:  muitos elos para formar uma grande corrente que se expande para além do palco do Tuca.

A apresentação, dirigida pelo brasileiro Márcio Abreu e pelo francês Thomas Quillardet, teve participação de artistas da música e do teatro, como Ducan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Cleo, Celso Fratesch, Grace Passô, Debora Duboc, Leandro Santos, Cida Moreira, Tulipa Ruiz, Cássia Damasceno, a ativista Preta Ferreira, a vereadora Erica Hilton e alguns autores das correspondências na presença do destinatário.

Ivana Jinkings, da editora Boitempo

Historiadora francesa Maud Chirio, organizadora do livro 

A editora-chefe da Boitempo, Ivana Jinkings, abriu os trabalhos lembrando que sua firma lançou em 2018 A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenam, obra que ela chamou de premonitória. A publicação traz uma longa entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva concedida aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à própria Jinkings.

Querido Lula: cartas a um presidente na prisão traz uma seleção de 46 das 25 mil cartas recebidas pelo Instituto Lula ao longo dos 580 dias da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

A pesquisadora francesa Maud Chirio, – professora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano -, organizadora do livro no Brasil ressaltou o feito como uma história extraordinária. Chirio avaliou que não existe  nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala. O movimento de correspondência e o volume de mensagens enviadas ao politico impressionaram a historiadora, que trabalhou com uma equipe para catalogar e digitalizar o material, para garantir sua preservação.

Denise Fraga 

Coube a Denise Fraga fazer as honras de mestra de cerimônia e chamar os convidados mais ilustres ao palco, já ocupado por artistas e missivistas: convocou Fernando e Ana Haddad, Dilma Rousseff, Lula e Janja. O clima era de emoção e, em muitos momentos, cada um de nós lacrimejou.

Fraga apresentou a primeira carta, do pedreiro Francisco Aparecido Malheiros, “que trabalha os dias que tem serviço”, mas mesmo com pouco gostaria de contribuir para contratar mais advogados para defender Lula, pois escreve, “queremos nosso artilheiro em campo”.

Douglas leu sua própria carta endereçada ao presidente

Depois, Douglas William Dias leu a própria carta, em que conta como foram determinantes as ações dos governos petistas para ele cursar pós-graduação em Saúde da Família. Mais adiante, Fatima Lima, de Natal (RN), lembrou na sua escrita que a dor de Lula preso doía em nós. “E uma dor diferente por que não é uma dor pessoal só. E uma dor coletiva por uma ferida coletiva”.

Para aquelas pessoas que escreveram cartas, Lula é um estadista, no mais alto grau do termo, mas também uma pessoa muito próxima, quase da família. Suas mensagens expõem desejos de que ele, Lula, se mantenha firme, pois é um dos nossos. Passa por aí um tratamento carinhoso, quase íntimo, de uma mãe que incentiva, mas pode dar bronca no filho; do irmão que se orgulha do mais velho, de algum parente ou amigo que tem certeza que Lula é o cara.

E são expostas as confidências de mudanças de vida proporcionadas, motivadas por políticas públicas dos governos petistas, dos espaços conquistados contra a discriminação de quem é negro ou mulher, com vontade de que acabe esse inferno que se tornou o Brasil nos últimos anos do atual governo, com desemprego, perdas de direitos trabalhistas, perseguição à arte e a cultura.

Na carta lida por Grace Passô e Debora Duboc há mais um dado interessante que demonstra uma lucidez, uma sabedoria em avaliar a situação que vai além de um apoio idólatra (como apontam alguns) ao melhor presidente que esse país já teve. Na mensagem de Jorge Luiz Zaluski, ele relembra das políticas públicas que criaram oportunidades de superação da pobreza. Historiador e sociólogo atualmente com doutorado, ele traça paralelos entre seu percurso familiar e trajetória de Lula. Mas adverte “Nossos tempos sombrios não garantem nada, principalmente quando a democracia está em jogo”.

São muitos exercícios de esperançar. De apostar e trabalhar para que a vida seja diferente da que vivemos hoje, porque já provamos e isso é possível.

Leandro Santos, Grace Passô, Camila Pitanga, Cássia Damasceno e a vereadora Erica Hilton

Fernando Haddad

emoção de lula

A emoção de Lula

Dilma lendo uma carta

Fernando Haddad leu a carta de Jean Willys, ex-deputado que precisou deixar o Brasil para garantir sua própria vida, que estava sob ameaça, depois que esse grupo político que governa ascendeu ao poder. A presidenta Dilma leu o depoimento da garota Juliana Freitas, que disse que virou petista aos 12 anos, em 1989 ao ver – por indicação do pai – a propaganda eleitoral pela televisão e ficou hipnotizada com as falas de Lula. Janja leu duas cartas que ela mesma escreveu ainda no começo do namoro.

Ficou por último a fala do presidente que salientou que vive o melhor momento de sua vida, apaixonado e casado com a socióloga Janja, renovado e agradecido por todo apoio que recebeu durante os 580 dias que passou injustamente preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.

Seu discurso foi contundente para falar da atual situação do Brasil, que voltou a níveis de pobreza extrema. A inflação que esmaga o salário e a postura fascista do Bozo também pontos do seu discurso. Lula estava no seu campo e se deu ao direito de fazer embaixadinha, dar chapéu, fazer gol de bicicleta. Com sua habilidade de oratória, eletrizou e emocionou a plateia ao falar das mortes, desde as que foram ocasionadas pela pandemia, passando pelas tragédias em decorrência da intervenção irresponsável do ser humano na natureza até as que são ocasionadas pelo braço do Estado. Lula ressaltou a educação como caminho para tirar o Brasil da situação em que se encontra e afirmou que a “ignorância gera Bolsonaro”.

Postado com as tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Lula vai ao teatro

Artistas intepretram as cartas escritas ao ex-presidente quando ele estava preso em Curitiba. Capa do livro da Boitempo

Zélia Duncan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Preta Ferreira, Cleo Pires, Maria Ribeiro, Monica Iozzi, Celso Frateschi, Grace Passô, Erika Hilton, Deborah Duboc, Leandro Santos, Cida Moreira, Tulipa Ruiz e Cassia Damasceno são alguns artistas que dão voz às correspondências enviadas ao ex-presidente no ano e meio em que esteve detido. O espetáculo Querido Lula: cartas do povo brasileiro marca o lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão (Boitempo), que também vai contar com a participação de missivistas vindos de todo o país para ler suas próprias cartas. O livro é uma seleção de 46 das mais de 25 mil cartas que foram mandadas ao político no período de sua detenção em Curitiba.

A peça é apresenta no dia do lançamento do livro, no palco do Tuca, em São Paulo, nesta terça-feira, 31/05. O trabalho cênico é dirigido pelo brasileiro Márcio Abreu e pelo francês Thomas Quillardet, realizado pela Boitempo em parceria com a PUC-SP e com apoio da Universidade Gustave Eiffel, Fundação Friedrich Ebert e Instituto Lula.

A presença de Lula está confirmada e isso faz subir a temperatura do evento. São esperados alguns políticos ligados a Lula, como o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad. Os ingressos para o espetáculo estão esgotados.

Durante os 580 dias que ficou preso arbitrariamente na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PF) – de 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, o ex-presidente Lula recebeu muitas manifestações de apoio, de carinho e solidariedade.

A vigília Lula Livre – um acampamento em frente à prisão – deu uma sustentação psicológica. As cartas enviadas do Brasil e exterior – na maioria por gente pobre agradecida por todas as mudanças que os governo petistas proporcionaram – renovaram de esperança o espírito do presidente.

 O material publicado foi selecionado pela historiadora Maud Chirio e procura representar a diversidade contida nas cartas, contemplando autores de diferentes origens sociais e regiões do país, em suas histórias de vida, tons e abordagens. A edição tem prefácio do rapper Emicida e orelha da escritora Conceição Evaristo. A obra também apresenta um caderno de imagens com fotos de diferentes objetos enviados ao ex-presidente.

“A partir de 2003, comecei a ver seu poder de transformação. Paulatinamente, vi a miséria no meu Estado regredir, vi diminuir o número de pedintes nas ruas, vi o pobre ter acesso a curso superior, vi gente comemorando a chegada de energia elétrica em sua casa, vi o pobre descortinar seus horizontes, pegando um avião e descobrindo que o mundo a ele também pertencia. Vi direitos assegurados a nossas domésticas, que de nossas casas tiveram a feliz oportunidade de sair com seus diplomas em mãos. E vi que pra isso tudo, minha vida não tinha piorado. Pelo contrário, só melhorou. Daí que ainda não consigo compreender a raiva que a maioria das pessoas pertencentes a minha classe sente por conta de tais conquistas”. 
– Ana Carolina, Teresina, 13 de abril de 2018.

“Não há, até onde sabemos, nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala”, avalia a organizadora do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, a historiadora e brasilianista francesa Maud Chirio, que é professora e pesquisadora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano.

Para a pesquisadora, as cartas têm valor histórico “excepcional” por expressarem vozes que não costumam ser ouvidas. Por isso, em 2018, da França, Maud Chirio voluntariou-se para ajudar a catalogar e digitalizar as cartas. Montou uma equipe de sete profissionais, seis deles historiadores e historiadoras.

O livro é o quarto projeto liderado por Maud para fazer ecoar essas vozes. A professora e a equipe organizaram uma exposição virtual multilíngue, disponível em www.linhasdeluta.org. Em 2019, promoveram uma apresentação teatral, Abril / Abril, dirigida por Thomas Quillardet, que reuniu mais de 500 pessoas em um teatro de Paris, com presenças de artistas como Chico Buarque e a atriz portuguesa Maria de Medeiros. E criaram uma série de podcasts veiculada pela emissora de rádio Universidade Nacional General Sarmiento (Argentina).

Serviço
Lançamento-espetáculo

Espetáculo Querido Lula: cartas do povo brasileiro
Livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão
Dia 31 de maio, das 19h às 21h
Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo SP)
Os ingressos estão esgotados

Apoiam este evento:
Universidade Gustave Eiffel
PUC-SP
Fundação Friedrich Ebert
Instituto Lula

Postado com as tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Pós-feminismo de Fernanda Young no Recife

Maria Ribeiro em Pós-F. Foto: Maringas Maciel / Divulgação

Fernanda Young nunca foi uma unanimidade. Gracias!!!. Foi até apontada como uma feminista controversa. Pós-F: para além do masculino e do feminino – livro publicado pela Editora Leya em 2018, e vencedor do Prêmio Jabuti (póstumo) – apresenta opiniões sinceras de uma mulher que experimentou como quis a palavra liberdade. Em sua primeira obra de não ficção, Young levantou o seu debate do que significa ser homem e ser mulher atualmente, em muitas referências autobiográficas. Um forte sentimento de inadequação serviu como bússola para constantes deslocamentos.

Com um jeito personalíssimo de falar sobre assuntos diversos, ela construiu uma marcante carreira como escritora, apresentadora roteirista e atriz. Os títulos de seus livros são bem reveladores de alguns posicionamentos: Posso Pedir Perdão, Só Não Posso Deixar de Pecar,  A Mão Esquerda de Vênus, A Louca Debaixo do Branco, O Pau, Vergonha dos Pés, Dores do Amor Romântico. Fernanda morreu em 25 de agosto de 2019, aos 49 anos, devido a uma parada respiratória provocada por uma crise de asma. Ela deixou o marido Alexandre Machado e quatro filhos, Cecília Maddona, Estela May, Catarina Lakshimi e John Gopala.

O espetáculo Pós-F, com Maria Ribeiro e direção de Mika Lins, foi adaptado do livro Pós-F, para além do masculino e do feminino. Construído em versão on-line, estreou de forma presencial e segue em turnê nacional. Neste fim de semana faz apresentações no Teatro de Santa Isabel, no Recife, com sessões neste sábado às 20h e domingo às 18h (19 e 20/3).

A diretora Mika Lins buscou na encenação levar ao palco as experiências pessoais da autora. “Buscamos transformar o que é expresso na teoria em ação, na experiência pessoal dela. É quase como se a Fernanda estivesse em cena exposta como pessoa e contasse suas memórias e vivências.”, explica.

Pós-F é uma peça provocativa que expõe com bom-humor as ideias de um pós-feminismo e pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas, que rejeita convenção conservadoras e que aposta força do desejo e no respeito ao outro.

Pos-F. Foto: Bob Wolfenson / Divulgação

Ficha técnica – Pós F
 
Texto: Fernanda Young
Com: Maria Ribeiro
Direção e cenografia: Mika Lins
Adaptação: Caetano Vilela, Maria Ribeiro e Mika Lins
Iluminação: Caetano Vilela
Figurino: David Pollack
Trilha Sonora: Estela May, Maria Ribeiro, Mika Lins e Caetano Vilela
Ilustração: Fernanda Young, Estela May e Mika Lins
Cenotecnia e Direção de Palco: Alejandro Huerta
Fotos: Bob Wolfenson
Coordenação de Comunicação: Vanessa Cardoso
Assessoria de imprensa: Factoria Comunicação
Designer: Luciano Angelotti
Assistência, programação e operação de luz: Nicolas Caratori
Coordenação técnica: Helio Schiavon Jr.
Operação de Luz: Marcel Rodrigues
Operação de Som: Hayeska Somerlatte
Captação de imagens e edição: Paula Mercedes
Visagismo: Marcos Padilha
Assistente de Produção: Rafaella Blat
Produção executiva: Camila Scheffer
Produção: Dani Angelotti
Realização: Cubo Produções
Patrocínio: Porto Seguro

Postado com as tags: , , , , ,

Paradas teatrais no virtual

Sidney Santiago Kuanza, Felipe Vidal, Maitê Proença, Karin Rodrigues e Chris Couto, Chica Carelli, Marcelo Drummond, Luiz Machado, Abílio Tavares, Patrícia Selonk, Nena Inoue , e Maria Ribeiro

É tanta coisa para ver que só mesmo multiplicando o tempo. Não dá para assistir a tudo, mas… é bom saber o que está rolando nessa parada virtual. Selecionamos algumas opções para este sábado e dias seguintes. Algumas peças estão estreando como PÓS F, com a atriz Maria Ribeiro, a partir dos escritos de Fernanda Young ou a apresentação do trabalho poético político Numa Terra Estranha – 12 Respirações, de Sidney Santiago Kuanza, sobre a dimensão do ser negro no Brasil do século 21. Neste sábado tem ainda a estreia online de Nefelibato, que mira as consequências catastróficas do confisco do Plano Collor.

Na quarta-feira a atriz Maitê Proença apresenta o monólogo O pior de mim, sobre sua trajetória e o mergulho interior que empreendeu para dissipar as mágoas do coração.

O Grupo TAPA faz neste sábado, a última sessão de O encontro no Bar, um texto escrito na década de 1970, sobre os encontros clandestinos no meio da tarde. Karin Rodrigues, Chris Couto e Claudio Curi contam o reencontro entre mãe e filha no espetáculo Para Duas

Um mundo tão distópico quanto atual é o que mostra o Teatro Vila Velha, de Salvador, em Fragmentos de um teatro decomposto, com textos de Matéi Visniec e direção de Marcio Meirelles,

O ator Abílio Tavares dá corpo e voz à professora que exerce seu autoritarismo na releitura do clássico nacional de Roberto Athayde em Todo Mundo quer ser Dona Margarida (?)

Para quem não conhece a poesia transgressora e experimental de Roberto Piva um bom caminho é a live Paranoia, do ator Marcelo Drummond, do Teatro Oficina. Quem já conhece, sabe o quanto é preciso voltar a Piva.

Nena Inoue leva ao palco a voz de mulheres latino-americanas que se insurgiram contra qualquer tipo de opressão no solo Para não morrer. Enquanto a arte pop de Andy Warhol dá os motivos para o jogo de Polaroides Secretas.

É extremamente tocante o documentário cênico Dois (Mundos), do Complexo Duplo, dirigido por Felipe Vidal, que se apoia nas canções da banda Legião Urbana, na vivência dos atores e no jogo bem engendrado de cápsulas do tempo. Perde não!

A temporada de Todas as Histórias Possíveis, do Grupo Magiluth, termina neste domingo. Mas não deu pra quem quis. Talvez fosse o caso de o Sesc Avenida Paulista, que bancou essas sessões, investir em mais apresentações.

Os personagens de Shakespeare prosseguem com a peça-jogo on-line da Armazém Companhia de Teatro em Parece Loucura Mas Há Método. Já a Cia. Os Satyros utiliza os sentimentos desse momento de pandemia em A Arte de Encarar o Medo.

Há muita peça boa espalhada por esse mundo virtual. Hoje conseguimos chegar até aqui. Mas vale muito dar uma pesquisada pelas redes e linhas.

 

PÓS F – Estreia 

Pos F., com Maria Ribeiro. Foto: Bob Wolfenson / Divulgação

Fernanda Young (1970-2019) sempre foi uma provocadora. Escritora, roteirista e apresentadora, ela cutucava a moral careta e os bons costumes retrógrados nos textos e na postura. Morreu na beirada de completar 50 anos, em agosto do ano passado.
Entre outras atividades, ela estava envolvida nos peça Ainda Nada de Novo, de Carlos Canhameiro, com direção de José Roberto Jardim, em que atuaria ao lado de Fernanda Nobre. E na adaptação do livro Pós-F, para além do masculino e do feminino para texto dramatúrgico, junto com a diretora Mika Lins e a atriz Maria Ribeiro.
Pós-F, para além do masculino e do feminino agrupa textos autobiográficos e ilustrações da própria Fernanda que excitam o debate sobre o que constitui ser um homem e uma mulher nos dias que correm.
Inspirada nessa primeira obra de não-ficção de Young, que ganhou o Prêmio Jabuti 2019, a atriz Maria Ribeiro, sob direção de Mika Lins, apresenta o espetáculo-relato Pós-F. O solo investe nas experiências pessoais que forjaram a autora artista, a criadora corajosa para desafiar convenções, livre para viver e amar sem rótulos, mas que carregava um sentimento essencial de inadequação.

“… se me contradigo em alguns momentos desta jornada, não é por fraqueza, mas porque a vida é inexata e segue me espantando.”
Fernanda Young. Pós-F: para além do feminino e masculino

De Fernanda Young
Com Maria Ribeiro
Direção Mika Lins
SERVIÇO
Gênero: Drama
formato: espetáculo teatral online
Onde: direto do palco do Teatro Porto Seguro, transmitido online para todo o Brasil.
Duração: 50 minutos
Classificação Etária: 16 anos
Quando: Sábados, 20h, Domingos, 20h; de 12 de setembro a 04 de outubro
Ingressos: R$20,00; R$40,00; R$50,00; R$80,00; R$100,00,

https://checkout.tudus.com.br/teatro-porto-seguro-pos-f-/selecione-seus-ingressos

Os ingressos são colaborativos, a partir de R$20,00 e parte do valor arrecadado será destinado à campanhas que auxiliam profissionais das artes cênicas, que estão sem trabalho neste período.
Cliente Porto Seguro na compra de um ingresso antecipado (até um dia antes) receberá um link extra de acesso para convidar alguém.
Haverá um bate-papo conduzido pela atriz maria ribeiro às 21h, aos sábados e domingos (durante a temporada), sempre com um convidado especial.

 

Numa Terra Estranha – 12 Respirações – Grátis

Com atuação, dramaturgia e direção de Sidney Santiago Kuanza. No Teatro Vivo em Casa. Foto: Pedro Jackson.

O ator Sidney Santiago Kuanza ambiciona dar uma dimensão do ser negro na sociedade brasileira, neste século 21, no exercício ‘poético político’ Numa Terra Estranha – 12 Respirações. A partir de uma coletânea de 12 textos afro brasileiros o artista faz um mergulho na poesia negra e de protesto contemporânea. Poetas como Cruz e Souza, Solano Trindade, Oswaldo de Camargo, Cristiane Sobral, Abdias Nascimento, Marcelino Freire, entre outros, constroem a teia dessa narrativa, que não renuncia à ternura para falar de liberdade.
A peça convida o público a entrar em um barraco e acompanhar a história de um carteiro, uma passista de escola de samba, um peixeiro e uma empregada doméstica. Essas figuras reivindicam a palavra para falar em primeira pessoa e em legítima defesa.
Numa terra estranha – 12 Respirações, propõe uma reflexão sobre o protagonismo de personagens normalmente subalternizados na sociedade. A produção é a segunda montagem do Selo Homem de Cor, coletivo dedicado a pesquisar masculinidade, luta antirracismo, arte negra e a interação social. Com atuação, dramaturgia e direção de Sidney Santiago Kuanza. Dentro da programação do Teatro Vivo em Casa.
A abertura musical será com a artista Verônica Ferriani.
Ficha técnica
Realização: Selo Homens de Cor
Produção: Sidney Santiago Kuanza e Rafael Ferro,
Concepção, direção e interpretação: Sidney Santiago Kuanza,
Dramaturgia de imagens: Edu Luz,
Direção de movimento: Kenia Dias
Trilha sonora: Dani Nega.
Classificação indicativa: 14 anos.
Serviço
Numa terra estranha – 12 Respirações
Quando: 12/9. Sábado, 20h.
Ingressos e transmissão no Instagram: @vivo.cultura.
Quanto: Grátis. é preciso se inscrever na plataforma @vivo.cultura, pelo Instagram.
www.teatrovivoonline.com.
Onde: Zoom instalado. Entrar na sala com 15 minutos de antecedência.

 

Nefelibato – Estreia online

Nefelibato, com o ator Luiz Machado. Foto Lenise Pinheiro

Na década de 1990, uma decisão da equipe econômica do governo federal quebrou muita gente. Financeira e psicologicamente. Arruinou vidas. O Plano Collor confiscou parte da caderneta de poupança da população, o que levou milhares de brasileiros ao desespero e à bancarrota. Muitos enlouqueceram. Foi o caso de Anderson, personagem do solo Nefelibato, que se tornou morador de rua.
Perambulando pelas ruas, o protagonista oscila entre a lucidez e a loucura. Outrora bem-sucedido, ele perdeu sua empresa, todas as economias, o amor da sua vida e a avó. Interpretada pelo ator Luiz Machado, o solo escrito por Regiana Antonini, dirigido por Fernando Philbert e com supervisão artística de Amir Haddad, está há quatro anos percorrendo os palcos do país.
Dialoga muito com o Brasil de hoje.
Ficha Técnica
Texto: Regiana Antonini.
Supervisão artística: Amir Haddad.
Direção: Fernando Philbert.
Interpretação: Luiz Machado.
Serviço
Nefelibato, a partir de material pré-filmado
Temporada: 12, 19 e 26 de setembro, às 21h.
Ingressos: R$ 20,00.
Onde comprar e assistir: IClubbe (www.iclubbe.com/nefelibato).
Classificação: 14 anos.

 

O Pior De Mim

Maitê Proença se apresenta às quartas-feiras de setembro, no Teatro PetraGold (RJ) com transmissão online 

No monólogo O pior de mim, Maitê Proença relata lembranças escondidas, tragédias familiares e analisa como esses fatos repercutiram na vida pessoal e na carreira.
Em 1970, o pai, o procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo, matou por ciúmes, a facadas, a mãe, a professora Margot Proença Gallo, em Campinas (SP). Maitê tinha 12 anos. Em 1989, seu pai se suicidou, seguido do seu irmão adotivo.
Depois da morte da mãe, passou um tempo num pensionato luterano, estudou em Paris e viajou pela Europa e pela Ásia, de carona, junto com o primeiro namorado. Em 1979, estreou na TV.
Apesar das tragédias, Maitê não assume o papel de vítima. O espetáculo fala da mulher de 60 anos no Brasil, de machismo, misoginia, dos preconceitos enfrentados.

Mais do que nunca estamos de olho na vida do outro. Neste voyerismo desenfreado, nos comparamos para melhor compreender a nós mesmos. Não é assim? Venha espiar, eu deixo.” (Maitê Proença)

O Pior De Mim
Quando: Às Quartas (Dias 16, 23 e 30 De Setembro), às 17h
Ingressos: De 10 a 100 (+ taxas) via Sympla
Onde: Teatro PetraGold, por videoconferência
Ficha Técnica
Com Maitê Proença
Texto: Maitê Proença
Direção: Rodrigo Portella

 

O encontro no Bar – Grátis

Grupo TAPA

Os encontros amorosos clandestinos ocorrem durante o dia. Nessas horas, a infidelidade chama menos a atenção. O Encontro no Bar, espetáculo escrito pelo dramaturgo paulistano Bráulio Pedroso (1931-1990) em 1973.
Transmitido do palco do Teatro João Caetano, em São Paulo, pelo canal oficial do grupo no Youtube

Quando: Sábado 12 de setembro, às 21h.
Onde: Do Teatro João Caetano pelo canal do TAPA no Youtube .
Quanto: Gratuito.
Direção: Eduardo Tolentino de Araujo
Elenco: Clara Carvalho, Guilherme Sant’Anna e Brian Penido Ross.

Fragmentos de Um Teatro Decomposto

Atriz Chica Carelli, em peça do Teatro Vila Velha, da Bahia. Foto: Ananda Brasileiro

A Companhia Teatro dos Novos, do Teatro Vila Velha de Salvador, apresenta ao vivo o trabalho Fragmentos de um teatro decomposto – com textos de Matéi Visniec e direção de Marcio Meirelles –, que revela um mundo tão distópico quanto atual.
Mulheres que relatam pragas, homens que se enclausuram em círculos para se proteger e isolar do mundo, pessoas que despejam lixo num homem, uma poeta que conserta uma máquina de enterrar cadáveres, um homem que acorda numa cidade onde todos os habitantes sumiram. a banalidade do cotidiano aniquilada por acontecimentos sem explicação. Encenado para web teatro, onde cada atriz e cada ator está em seu cenário/casa, os monólogos são costurados pelo sentimento de estranhamento e desolação, mas também de busca por saídas, alternativas que nos levem a um mundo novo e diferente do que conhecemos.

Ficha Técnica
Textos: Matéi Visniec, Do Livro Teatro Decomposto Ou O Homem Lata De Lixo
Tradução: Alexandre David
Revisão De Tradução: Chica Carelli
Inserção De Fragmentos De Andando Pela Paris Deserta Ou O Mundo De Chirico: Matéi Visniec
Tradução: Tanti Ungureanu
Revisão Da Tradução: Chica Carelli
Concepção . Roteiro . Dramaturgia . Encenação: Marcio Meirelles
Assistência De Direção: Clara Romariz
Direção De Produção: Clara Torres
Música: Ramon Gonçalves [Concerto Grosso In G Menor . Para A Noite De Natal . Op.6 . No.8 . Orpheus Chamber Orchestra . Deutsche Grammophon: Arcangelo Corelli
Canção Do Distribuidor Automático (Criada Para O Projeto Matéi – 2015): Lázaro Reinaldo . Matei Visniec]
Vídeo: Rafael Grilo
Operação De Transmissão: Ruy Soledade
Assistência De Transmissão: Lucas Lima
Divulgação: Núcleo De Comunicação Do Teatro Vila Velha: Gil Maciel . Jordan Dafné. Ramon Gonçalves . Rodrigo Lelis
Identidade Visual . Material Gráfico: Ramon Gonçalves
Elenco:
A Louca Tranquila – Clara Romariz
A Louca Febril – Loiá Fernandes
A Louca Lúcida – Chica Carelli
O Homem Do Círculo – Rodrigo Lelis
O Homem_Lata De Lixo – Vick Nefertiti
O Morador De Rua – Miguel Campelo
A Corredora – Ananda Brasileiro
Mulher_Barata – Clara Torres
A Assistente Mecânica – Meniky Marla
Mulher_Cavalo – Anne Cardoso
Realização: Companhia Teatro Dos Novos. Teatro Vila Velha
Serviço
Fragmentos de Um Teatro Decomposto
Quando: 12 e 13 de setembro, sempre às 20h.
Onde: Youtube do Vila Velha https://bit.ly/3hwVqW6. (Teatro Vila Velha – Salvador, BA
Ingressos: R$ 10 (+ R$ 2,50 taxa) a R$ 50 (+ R$ 5,00 taxa), à venda no Sympla
As vendas encerram sempre as 19:20h no dia da apresentação.
Para outras formas de pagamento (depósito, transferência bancária e demais) entre em contato conosco por email: coordenacaotvv@gmail.com
Classificação: 18 anos

 

Para duas – Grátis

Karin Rodrigues, Chris Couto e Claudio Curi. Foto Kim Lee Kyung

Após anos de separação, mãe e filha se reencontram para um acerto afetivo. Com Karin Rodrigues, Chris Couto e Claudio Curi, direção de Elias Andreato e dramaturgia de Ed Anderson, o espetáculo Para Duas destampa memórias da família e traça delicadas reflexões sobre escolhas e suas consequências, amor e recusa, solidão e presença, tensionando a fragilidade da culpa e do perdão.
A montagem mistura momentos de drama e humor nessa trama que se desenvolve durante um jantar improvisado servido com temperos distintos, degustado pelas duas mulheres sob a sombra de um pai não mais presente, O cenário é um espaço dividido em dois ambientes, o lado imaginário habitado pelo pai e a sala de jantar com o embate entre as duas mulheres.

Ficha Técnica
Texto: Ed Anderson.
Direção: Elias Andreato.
Assistente de Direção: Rodrigo Chueri.
Elenco: Chris Couto, Claudio Curi e Karin Rodrigues.
Cenário e Figurino: Fábio Namatame.
Serviço
Direto do Teatro Cacilda Becker
Temporada:12 e 19 de setembro,. Sábados, 21h.
Classificação:Livre.
Ingressos:Grátis.
Para Duas
Onde: Do Teatro Cacilda Becker, com transmissão on-line Pelos canais do YouTube, Facebook e Instagram do @nossocultural .
Quando: Aos sábados, às 21h, até 19 de setembro.
Quanto: Gratuito.
Quando: sábado, às 21h , até 19 de setembro
Ficha técnica
Direção: Elias Andreato
Dramaturgia: Ed Anderson.
Elenco Karin Rodrigues, Chris Couto e Claudio Curi.

 

Todo Mundo Quer Ser Dona Margarida (?) – Grátis

Todo Mundo quer ser Dona Margarida Foto Jeferson Vanzo (16)

Apareceu a Margarida é um clássico da dramaturgia nacional criado por Roberto Athayde e que completa 50 anos em 2021. A adaptação online de Abílio Tavares, com direção de Nicolas Iso mostra a personagem com as adequações para ensinar no formato virtual. Professora do quinto ano primário, ela continua arrogante e não dá folga para os alunos verbalizarem suas opiniões.
O ator Abílio Tavares, que já montou o texto em diversas ocasiões, capricha nas características centralizadora e altamente provocativa, dessa professora no online Todo Mundo Quer Ser Dona Margarida (?). E reforça que a alteração no nome foi para enfatizar que hoje há muitas Margaridas autoritárias protagonizando a cena nacional”, reforça.
Ficha Técnica
Direção e Ação Pedagógica: Nicolas Iso
Consultoria Pedagógica: Paula Zurawski
Pesquisa e Colaboração para Pesquisa Cênica: Ewerton Correia
Consultoria em Direção de Arte: Marco Lima
Visagismo: Carol Badra (Consultoria) e Jefferson Vanzo (Criação)
Preparação física: Mahal Araujo Personal
Consultoria Corporal: Juliana Monteiro
Direção de vídeo abertura: Kleber Goes
Música: Hino da Cruzada Alfabética
Compositor: Roberto Athayde
Voz: Abílio Tavares
Arranjo e Produção Musical: Rodolfo Schwenger
Edição de vídeo: Felipe Rolli – NoName Estúdio de Animação
Consultoria Jurídica: Grupo Prismma
Comunicação Digital: BMG Comunicação
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Assistentes de Assessoria de Imprensa: Daniele Valério e Diogo Locci
Produção: MoviCena Produções
Assistente de Produção: Luciana Venancio
Assistência de Coordenação Geral: Karina Cardoso
Concepção, Viabilização, Coordenação Geral do Projeto e Atuação: Abílio Tavares
Agradecimento especial: Instituto Vladimir Herzog
SERVIÇO
Todo Mundo Quer Ser Dona Margarida (?)
Releitura de Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde
Quando: sábados e domingos, às 20h, Até 27 de setembro
Onde: YouTube A Dona Margarida Oficial
* As sessões serão exibidas ao vivo e não ficam registradas no canal
Acesso gratuito
Duração: 50 min.
Classificação: 12 anos

 

Paranoia

Marcelo Drummond em Paranoia.

Paranoia, livro de Roberto Piva, é um clássico da poesia paulistana. Ele traça uma sucessão de pesadelos e alucinações de uma cidade erotizada, trazendo à tona o subterrâneo homoerótico de uma São Paulo mítica, a metrópole que não para. Esse ‘curandeiro das palavras’ fez da experiência transgressora o alicerce de sua poesia, mantendo-se fiel a este princípio. “Só acredito em poeta experimental que tenha vida experimental”, dizia.
Marcelo Drummond interpreta os poemas do livro de Roberto Piva, AO VIVO no Teatro Oficina, do quase-solo multimídia Paranoia. Desde 2011, o ator do Teatro Oficina Uzyna Uzona apresenta este espetáculo, sempre nos intervalos das produções da companhia. Paranoia foi criada com a estrutura de um show, com música executada ao vivo, luzes e projeções de imagens que acompanham os poemas na voz do ator.

FICHA TÉCNICA
texto: Roberto Piva
direção e atuação: Marcelo Drummond
trilha sonora: Zé Pi
piano: Chicão
videoarte: Cecília Lucchesi e Igor Marotti
abertura: Kaëka Tchëka
luz: Luana Della Crist e Pedro Felizes
som: Camila Fonseca
contrarregragem: Victor Rosa
assessoria de imprensa: Brenda Amaral e Vanessa Fusco
realização: Teatro Oficina Uzyna Uzona e Sympla

 

Para Não Morrer – Gratuito

Solo da atriz Nena Inoue. Foto: Lidia Ueta.j

No livro Mulheres, de 1997, o escritor Eduardo Galeano, recupera a biografia de várias personagens históricas cujo valor e luta a mirada dominante reduziu, deturpou ou simplesmente ignorou. Inspirado na obra de Galeano, o espetáculo Para Não Morrer, da atriz e diretora Nena Inoue, investe em temáticas feministas e femininas atreladas a questões políticas. Sentada em uma poltrona, a atriz rememora os grandes feitos de perseverança contra a opressão. Com dramaturgia de Francisco Mallmann e parceria de criação de Babaya Morais, o monólogo celebra as mulheres – notáveis e anônimas – em especial da América Latina.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Francisco Mallmann, a partir da obra de Eduardo Galeano
Direção e Atuação: Nena Inoue
Direção de Texto: Babaya Morais
Iluminação: Beto Bruel
Figurino: Carmen Jorge
Cenário: Ruy Almeida
Gravação: Alan Raffo
Transmissão on-line: Lídia Ueta e Alan Raffo
Técnico Operador: Vinícius Sant
Tradutora Libras: Talita Sharon Simões
Espaço Teatral para transmissão: Ave Lola Espaço de Criação
SERVIÇO
Quando: 12/9, às 20h.
Inscrição online e gratuita via site: https://bit.ly/32tW6Wn
Também é possível assistir as exibições nas páginas:
12/9: Bicicletaria Cultural – https://www.facebook.com/bicicletariacultural/
As exibições GRATUITAS e fechadas para parceiros acontecerão nos dias: 12, 13, 14, 16, 18, 19/9.
https://www.facebook.com/watch/?v=486051222141281&extid=WVqJlnhsbJHN2JKC

 

POLAROIDES SECRETAS – O amor e outros equívocos

O espetáculo teatral online Polaroides Secretas se joga na arte pop. Inspirado na obra do artista norte-americano Andy Warhol (1928-1987), em especial na série cliques registrados com câmeras polaroides. Os solos perfilam figuras que revisam suas vidas na busca de um sentido. A dramaturgia da peça foi criada coletivamente a partir de temas recorrentes na obra de Andy Warhol, como consumismo, alienação, identidade e temporaneidade. Outra referência foram textos do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989). Com direção de Renato Andrade e trilha sonora de sucessos dos anos 1980, a montagem reúne personagens solitárias em uma sociedade líquida e midiática, que compartilham suas angústias e o vazio de uma existência que anseia por alguns minutinhos de fama.
Ficha técnica
Elenco: Leo Marcondes, Marília Viana, Nina Marqueti e Roberta Azevedo
Dramaturgia: Criação coletiva a partir de textos de Samuel Beckett e da obra de Andy Warhol
Direção: Renato Andrade
Assistência de Direção: Drica Czech
Figurinos: Criação Coletiva
Cenário e Trilha sonora: Drica Czech e Renato Andrade
Design e Instagram: Drica Czech, Maíra Machado, Marília Viana, Renato Andrade, Roberta Figueira e Stephanie Degreas,
Vídeos: TV Cutícula, Stephanie Degreas e Guilherme Barcelos Realização: Cutícula Produções
SERVIÇO
Quando: Sábados, às 20h, até 3 de outubro. NÃO É POSSÍVEL ENTRAR NA SALA APÓS O INÍCIO DA SESSÃO!
Onde: Videoconferência via Sympla Streaming (Beta)
Contribuição: “pague quanto puder” R$ 0,00 a R$ 30,00 (+ R$ 3,00 taxa), https://www.sympla.com.br/polaroides
Duração: 36min.
Classificação Indicativa: 12 anos

 

Dois (Mundos)

Documentário cênico Dois mundos Créditos: Complexo Duplo

Inspirado em canções da banda Legião Urbana, do álbum Dois, o dramaturgo Felipe Vidal criou o documentário cênico Dois (Mundos), concebido em seis episódios independentes. Na trama, os impasses de 2020 são lançados para o ano 2054, numa proposta de cápsula do tempo. Essa distância temporal lança luzes sobre os desdobramentos da COVID-19.

Dois (mundos) arma o desafio de um possível diálogo com canções do disco icônico da Legião Urbana com as experiências e histórias pessoais dos oito integrantes do elenco. A peça-espelho conversa com Cabeça (um documentário cênico). Enquanto o primeiro parte de um importante disco de rock dos Titãs, traçando uma ponte entre o ano de lançamento até 2016, olhando para trás, Dois (mundos) parte de outro álbum fundamental de 1986 – Dois, para olhar para frente. O modo de comunicação com as próximas gerações são as cápsulas do tempo, onde são colocados registros do atual momento pandêmico da humanidade.

Ficha Técnica
Dramaturgia e direção: Felipe Vidal
Colaboração dramatúrgica: Leonardo Corajo (textos construídos com a participação do elenco)
Elenco (em ordem alfabética): Felipe Antello, Felipe Vidal, Guilherme Miranda, Gui Stutz, Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira, Sergio Medeiros + convidadas
Direção musical e arranjos: Luciano Moreira e Felipe Vidal
Mixagem: Gui Stutz
Edição de vídeos de música: Guilherme Miranda
Edição de vídeos: Felipe Vidal
Concepção de iluminação: Felipe Antello
Videografismo: Eduardo Souza – Pavê
Interlocução crítica: Daniele Avila Small
Produção: Luísa Barros
Redes sociais: Lucas Gouvêa
Assessoria de imprensa: JSPontes – João Pontes e Stella Stephany
Realização: Complexo Duplo
SERVIÇO
Episódio Eduardo e Mônica.
Quando: sábado, dia 05/09; e na sexta e sábado dias 11 e 12/09, às 21:30 no Zoom
Ingressos a venda pelo SYMPLA: www.sympla.com.br/complexoduplo, a partir de R$ 10 (+ taxa de R$ 2,50)
O episódio 1 (Daniel na cova dos leões) está disponível no canal do Complexo Duplo no YouTube:
www.youtube.com/complexoduplo
Outros episódios
Episódio 5 : 18, 19, 25 e 26 de setembro (sextas e sábados), às 21h30
Episódio 6 : 02, 03, 09 e 10 de outubro (sextas e sábados), às 21h30

 

Todas as histórias possíveis – Grátis – Esgotado

Experimento sensorial do Grupo Magiluth. Reservas na terça-feira. os ingressos acabam rapidinho

Em Todas as Histórias Possíveis a estrutura dramatúrgica percorre múltiplas plataformas digitais. Há algo que resgata resquícios do experimento anterior, Tudo que coube numa VHS. Fragmentos de memória ganham novos trechos, que preenchem lacunas e abrem outras. A criação artística é matéria dessa investigação.

“Isto é ficção. Obras ficcionais podem ser parcialmente baseadas em fatos. E por que criamos ficção? Porque a realidade é insustentável. A distração de um motorista por dois segundos em um veículo a 60 km/h faz com que o carro percorra um trajeto de 37 metros às cegas. Estamos suspensos. Ninguém morre. Ninguém nasce. Não andamos. E partir de agora eu começo a reconfigurar histórias reais, já que todas as histórias são possíveis. Esta é a sua primeira viagem no tempo”.

A temporada vai até 13/9, com sessões gratuitas, de quinta a domingo, agendadas previamente. As inscrições são abertas todas as terças, a partir das 14h, que se esgotam rapidinho.

A experiência dura 30 minutos, executada em plataformas como Whatsapp, Instagram, e-mail, YouTube, Spotify ou Deezer e contato telefônico.

Assim como Tudo que coube numa VHS, a dramaturgia é assinada por por Giordano Castro, e narra uma história de amor, que ocorre num dia específico de um acidente.

FICHA TÉCNICA
Direção e Dramaturgia: Giordano Castro
Performers: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres, Mário Sergio Cabral e Pedro Wagner
Design de Som: Kiko Santana
Vídeo: Juliana Piesco
SERVIÇO
Todas as histórias possíveis
Quando: Quinta-feira a domingo, a partir das 18h, pela internet
Quanto: Gratuito
Informações e retirada de ingressos: www.sescsp.org.br/avenidapaulista
Indicação etária: 16 anos

 

Parece Loucura Mas Há Método

crédito: Armazém Companhia de Teatro

Parece Loucura Mas Há Método é uma peça-jogo on-line da Armazém Companhia de Teatro , apresentada pelo Zoom, dirigida por Paulo de Moraes. Dez atores transformam o espaço virtual num campo de duelos. No tablado digital, nove personalidades shakespearianas se enfrentam numa arena de ideias, com um Mestre de Cerimônias regendo as intervenções. Ele sorteia os personagens que devem expor suas historias. O trabalho explora a essência da internet, a interação e o público é instigado a eliminar um dos jogadores. A trama rejeitada fica fora da narrativa. Então o público vai definindo a sequência dos duelos e e encadeamento da fábula. Também movimenta o jogo a busca por descobrir de onde vem cada figura que aparece na tela. Podem passear por lá Ricardo II, Henrique V, Iago e muitos outros personagens shakespearianos

Ficha Técnica:
a partir de personagens da obra de William Shakespeare
Roteiro: Paulo de Moraes e Jopa Moraes
Direção: Paulo de Moraes
Elenco: Charles Fricks, Isabel Pacheco, Jopa Moraes, Kelzy Ecard, Liliana de Castro, Luis Lobianco, Marcos Martins, Patrícia Selonk, Sérgio Machado, Vilma Melo
Música: Ricco Viana
Design Gráfico: Jopa Moraes e Paulo de Moraes
Colaborações artísticas: Carol Lobato e Lúcio Zandonadi
Assistente de Produção: Malu Selonk
Produção: Armazém Companhia de Teatro
Assessoria de Imprensa: Ney Motta

 

A Arte de Encarar o Medo

Cia Os Satyros. Foto: André Stefano

O modo como estamos vivendo e como ficam os laços afetivos nesta época de pandemia de Covid-19 são vasculhados no espetáculo online A Arte de Encarar o Medo, da Cia. Os Satyros. Dirigida por Rodolfo García Vázquez, que divide o roteiro com Ivam Cabral, a peça ocorre num futuro ainda mais distópico, quando os terráqueos buscam regatar histórias de um tempo anterior à pandemia. Isolados há 5.555 dias, antigos camaradas desejam se conectar à internet para retomar suas relações.
Entre os nomes chamados para esse reencontro, estão os atores da peça e alguns amigos do grupo que morreram e são convocados para o encontro, como o jornalista Gilberto Dimenstein, que partiu no dia 29 maio; a atriz Maria Alice Vergueiro, que faleceu no dia 3 de junho; o cenógrafo Carlos Colabone, que morreu no dia 27 de maio; e o jornalista e dramaturgo Alberto Guzik, que integrou a companhia e faleceu em 2010.
Os desafios de manter a saúde mental no isolamento e os questionamentos políticos ao atual contexto brasileiro como a necropolítica, o autoritarismo, a violência governamental, também estão na pauta dos assuntos abordados.
Os atores se apresentam de diferentes cidades brasileiras – de onde passam a quarentena – e até da Suécia, onde mora a atriz Ulrika Malmgren, que já participou de outros trabalhos da companhia.
Ficha Técnica
Roteiro: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Direção: Rodolfo García Vázquez
Elenco: Ivam Cabral, Eduardo Chagas, Nicole Puzzi, Ulrika Malmgren, Diego Ribeiro, Dominique Brand, Fabio Penna, Gustavo Ferreira, Henrique Mello, Julia Bobrow, Ju Alonso, Marcelo Thomaz, Marcia Dailyn, Mariana França, Sabrina Denobile e Silvio Eduardo
Ator convidado: César Siqueira
Atores mirins convidados: Nina Denobile Rodrigues e Pedro Lucas Alonso
Orientação visual: Adriana Vaz e Rogério Romualdo
Fotos: Andre Stefano
Produção: Os Satyros
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
SERVIÇO
Quando: sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 16h.
Plataforma Zoom
Ingresso Sympla
: a partir de R$ 10 (+ taxa de 2,50)

Postado com as tags: , , , ,