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Brincadeiras de Natal

Espetáculo junta várias manifestações populares. Foto: Inaldo Menezes/PCR

Todo Natal tinha aquela alegria na praça: os folguedos populares. O auto marítimo desse ciclo chamado fandango com seus marujos de roupas branquinhas fazia a imaginação voar para longe, em busca de terras desconhecidas.

Conta-se que o Fandango original já fez parte de peças teatrais da marujada, e da nau catarineta. O termo suscita versões controversas. Há pesquisadores para explicar a origem árabe da manifestação e outros que garantem que ela vem da Península Ibérica. Existem outras vertentes.

O fandango sobrevive em Alagoas. E um dos grupos de lá, do Pontal da Barra, do mestre Vavá, participa da montagem Brincadeiras de Natal. O elenco veste as roupas branquinhas e bem passadas que lembram outras trupes que olhos mais verdes viram no passado.

A futura secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, estava lá, sentada na primeira fileira, acompanhando ontem o espetáculo Brincadeiras de Natal, na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife. A encenação reúne o Reisado da Boa Vista (Garanhuns), Fandango do Pontal Barra das Alagoas, Guerreiro do Sol Nascente (Água Fria, Olinda), Pastoril Estrela Brilhante (Água Fria, Olinda) e Boi Estrela (Prazeres, Jaboatão dos Guararapes).

Neste domingo haverá mais uma sessão, às 18h. O cantor Geraldo Maia interpreta as jornadas dos vários folguedos e o ator Júnior Aguiar é uma espécie de mestre de cerimônias, que anuncia os brincantes. A direção é de Marcondes Lima e a direção musical de Dinara Pessoa.

SERVIÇO

Brincadeiras de Natal
Quando: hoje (23), a partir das 18h
Onde: Praça do Arsenal, Bairro do Recife
Quanto: Gratuito

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Do exercício de se desnudar

Performance Sereia no escuro abriu a VI Mostra Capiba. Foto: Pollyanna Diniz

O poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti, um dos precursores da performance, lá no início do século 20, queria mesmo ‘causar’. Aplauso? “Era uma coisa medíocre, enfadonha, vomitada ou excessivamente bem digerida”. No livro A arte da performance – Do futurismo ao presente, RoseLee Goldberg conta que Marinetti inclusive sugeria artifícios para que os performers pudessem deixar o público com raiva – ensinava a passar cola nas cadeiras ou vender o mesmo ingresso para duas pessoas. Fiquei pensando nisso quando terminou a performance Sereia no escuro, apresentada pelo ator, diretor, figurinista, cenógrafo e professor Marcondes Lima na abertura da VI Mostra Capiba de Teatro, na última sexta-feira. Não…Marcondes não foi vaiado. De forma alguma. Não era o caso e, mesmo que fosse, o nosso público hoje parece muito mais socialmente engessado.

É por que no debate, que geralmente é realizado depois da sessão, Marcondes trouxe o questionamento: como a plateia receberia aquela performance? Um espetáculo fragmentado, baseado no improviso, que não explica exatamente onde quer chegar. Alguém disse que era como acompanhar um sonho. Sem amarras ou definições pré-concebidas sobre o que vamos encontrar. Um personagem, uma dramaturgia, um cenário, um figurino. Que bom que existiram as vanguardas artísticas. Que bom que o mundo mudou. Que bom que Marcondes Lima é turrão e não desistiu quando alguém disse que ele nunca seria um ator. Não com aquela voz.

Quem pode conhecer os nossos próprios limites senão nós mesmos? E palco nem é divã, lembra Marcondes Lima durante a performance. Mas lá cabem todos os sentimentos do mundo. Respostas e dúvidas. Geralmente mais as últimas. Se fosse pra tirar uma lição – que não, mais uma vez, não é o caso – talvez: ‘sê inteiro’. Vai lá, se joga, se lasca de trabalhar, se mata, ama, vive. O palco não aceita meio termo. Lembro de Fernanda Montenegro numa das suas milhares de entrevistas dizendo algo do tipo – esqueça a ideia de ser ator…vá fazer outra coisa. Mas se essa ausência começar a doer, a cortar, a não te deixar respirar, volte.

Um homem de teatro: Marcondes Lima é ator, diretor, figurinista, cenógrafo, professor

Marcondes Lima transpira teatro e mostra isso de forma muito significativa no palco. Se alguém deu a sentença de que o problema estava na voz, tantos anos depois ele exercita a técnica e mostra o que é capaz de fazer; exibe as suas potencialidades e, porque não, as suas deficiências? Da mesma forma que brinca com a voz, constrói imagens plasticamente belas e que emocionam: como na cena em que veste uma saia cheia de pérolas – e vai puxando as pérolas, uma a uma, elas caem, seguras por fitas vermelhas.

Em Sereia no escuro Marcondes se apropria não só do teatro, mas da dança e do canto. São fragmentos, como já foi dito – ele começa lendo as várias definições de sereia; mostra a imagem da cidade pequena em que nasceu e explica que lá já se sentia uma sereia – um ser híbrido, inadequado, em constante mutação. E o que poderia ser apenas uma aula-espetáculo (o que certamente já seria muito pertinente, diante da experiência que esse homem de teatro possui) se transforma numa performance plena de significados, mas que deixa muitas lacunas por serem preenchidas – ainda bem.

A mesma performance foi apresentada anos atrás. Marcondes tinha vivido a morte de um amigo, estava com a cabeça fervilhando por causa do mestrado e decidiu que precisava movimentar o corpo. O convite de Breno Fittipaldi, curador da Mostra Capiba, trouxe de volta aquela pulsação. Se há hoje uma consciência muito maior no palco, das limitações, das opções estéticas, da missão, Marcondes Lima não perdeu a vontade de arriscar, de se desnudar, de se desmanchar, de vencer os medos. Ah, se existissem mais Marcondes Lima no teatro! O público talvez se prendesse menos na obrigação social de aplaudir – ocupados que estaríamos vivendo um momento juntos. Como deveria ser sempre.

Performance mistura teatro, dança e canto

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Coletivo Angu de Teatro reestreia Essa febre no Rio

Hermila Guedes em Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

“(…) Hoje fico pensando se não foi um atraso de vida, essa minha vocação para gostar do longe. Tudo, quanto mais distante daquela nossa realidade pobrezinha, mais eu gostava. Imagina, numa ponta de rua do mundo, uma criatura crescendo completamente em desacordo! Tânia, Fátima, Goreti, todas elas sonhavam com altares, maridos, filhos, um emprego no Banco do Brasil, talvez. Você lembra? E eu não tinha com quem falar sobre como foi bonito o começo, o meio e o fim de Dolores Duran.”

Cinco contos embebidos em sensibilidade, amor, perda, força, ternura. Essa febre que não passa, montagem do Coletivo Angu de Teatro a partir do livro homônimo da jornalista Luce Pereira, transpira tudo isso. Com algumas especificidades e primeiras vezes: o elenco é todo feminino e André Brasileiro estreia na direção, sob o olhar sempre atento de Marcondes Lima, diretor das três montagens anteriores do grupo: Angu de sangue, Ópera e Rasif – Mar que arrebenta.

No palco, Ceronha Pontes, Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim, Nínive Caldas e também Hermila Guedes ou Lili Rocha. Desde o ano passado, quando Hermila precisou gravar novela que Lili divide o papel com ela; e agora como o filme Era ma vez eu, Verônica terá pré-estreia em alguns lugares, Lili entra em cena novamente.

Ceronha Pontes e Nínive Caldas

A peça é formada por vários quadros; esses personagens são ligados de forma muito sutil; existem de forma independente. Uma mulher que perdeu o grande amor e ouve My way no último dia do ano; outra que fez concessões e achou que um gato poderia restaurar laços rompidos; uma tia que nunca viu o mar. É uma peça entrecortada por sensibilidade, em que o voal do cenário mostra e esconde; vai sendo aberto aos pouquinhos; as memórias vão aparecendo, seja em fotos, palavras, gestos. A música é feita ao vivo, com direito até a tango.

Essa febre que não passa reestreia hoje no Rio de Janeiro dentro do projeto Visões Coletivas, no Teatro Glauce Rocha.

Serviço:
Essa febre que não passa
Quando: De quinta a domingo, até 16 de dezembro, às 19h
Onde: Teatro Glauce Rocha (Avenida Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (21) 2220-0259

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Vou aproveitar para postar um texto que escrevi para a revista Continente de novembro sobre o projeto Visões Coletivas, que está levando Essa febre ao Rio:

Seis meses em cena carioca
Grupos nordestinos mostrarão produção recente dentro do projeto Visões coletivas

Texto // Pollyanna Diniz

Há três anos, o Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro, reabria as portas. A programação que dava as boas vindas ao público tinha sotaque pernambucano: eram montagens do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, de Caruaru e de Arcoverde. O Coletivo Angu de Teatro estava nessa seara apresentando Angu de sangue, texto de Marcelino Freire.

A companhia pernambucana que completa dez anos em 2013 voltou ao Glauce Rocha no último mês de março para uma curta temporada que provocou muita fila na porta do teatro – a apresentação de Essa febre que não passa, texto da jornalista Luce Pereira. Depois dessas duas experiências, o Angu agora ocupa a casa de espetáculos carioca por um tempo mais prolongado. Serão seis meses de peças de grupos nordestinos dentro de um projeto proposto pela companhia, intitulado Visões coletivas – Nordeste contemporâneo.

“Já pensávamos em fazer um projeto semelhante desde 2008. Mas não tinha ainda um formato ideal. Isso só veio com o edital de ocupação do teatro, lançado pela Funarte”, explica Tadeu Gondim, idealizador do projeto e produtor do Coletivo Angu de Teatro. Na grade de espetáculos, montagens do Recife, de Fortaleza, de Natal, de João Pessoa e ainda de Salvador. “Assim como no resto do país, o teatro de grupo também está fervilhando no Nordeste. E claro que existe a curiosidade do público do Sudeste sobre o que é feito no Nordeste. Ainda há uma visão, para quem não conhece, de que teatro nordestino é cordel e fala de seca”, avalia Gondim.

Do Recife, a programação inclui três montagens do Angu – Angu de sangue (novembro), Essa febre que não passa (dezembro) e Ópera (janeiro) – e o espetáculo O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas (novembro), da Trupe Ensaia Aqui e Acolá. Já se apresentaram, na abertura do projeto mês passado, os grupos Mão Molenga Teatro de Bonecos, com O fio mágico, e a Cia. Enlassos, com Assim me contaram, assim vou contando…

Grupo Bagaceira de Teatro apresenta repertório em fevereiro. Na foto, A mão na face, que estreou no Recife. Foto: Pollyanna Diniz

No caso de algumas companhias, o público poderá ter uma visão mais ampla da produção, com a apresentação de mais de um espetáculo do repertório. O grupo Bagaceira de Teatro, por exemplo, do Ceará, participa do projeto com quatro montagens: Tá namorando! Tá namorando!, Meire Love, A mão na face e Lesados. Da Paraíba, está na programação Deus da fortuna, do Coletivo Alfenin de teatro; do Rio Grande do Norte, A mar aberto, do Coletivo Atores a Deriva. E ainda Ricardo Guilherme (CE), com Bravíssimo e A comédia de Dante e Moacir; Fábio Vidal (BA) com o espetáculo Sebastião; Felícia de Castro (BA) com Rosário; e Ceronha Pontes (CE) com Camille Claudel. A única exceção na programação é o francês Maurice Durozier, ator do Théâtre du Soleil que mantém uma relação próxima com o Nordeste brasileiro.

“O nosso mote é discutir o teatro contemporâneo feito no Nordeste. E talvez a gente perceba que as questões contemporâneas são muito parecidas, sejam elas tratadas por espetáculos do Nordeste ou do Sudeste. Nos nossos espetáculos, por exemplo, as referências nordestinas estão sempre muito presentes. Mas se dão de outra forma – não necessariamente no tema, na estética. O discurso é contemporâneo”, finaliza Tadeu Gondim.

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Ópera de Albéniz é apresentada pela 1ª vez na América Latina

José Renato Accioly é o diretor musical e regente de Pepita Jiménez. Fotos: Festival Debussy/Albéniz

O Teatro de Santa Isabel recebe hoje e amanhã, às 20h, a ópera Pepita Jiménez. É uma comédia lírica em dois atos, composta pelo espanhol Isaac Albéniz, a partir da novela homônima do político, diplomata e escritor argentino Juan Valera. “É uma comédia lírica, mais popular. Conta a história de uma viúva que se apaixona por um seminarista, mas está prometida ao pai dele”, explica a pianista Elyanna Caldas, diretora artística do festival Debussy-Albéniz, que foi realizado durante todo o mês de setembro e será encerrado com a ópera.

Esta é a primeira vez que essa ópera é apresentada na América Latina. “O argumento de Pepita Jiménez gira em torno do despertar do amor do jovem seminarista Luis de Vargas, que antes de pronunciar seus votos regressa a seu povoado para passar o verão. Ali conhecerá a jovem viúva, Pepita, pela qual se enamora e com a qual o seu pai pretende se casar. A luta entre o amor e a vocação – tema que vai aparecer também em La Dolores, de Tomás Breton –, e a figura paterna, em quem Don Luis vê um rival, atormentam o jovem futuro sacerdote, que trata de se distanciar de sua amada e do povoado. Mas quando Pepita ameaça suicídio, caso ele vá para longe dela, se impõe um final feliz e os enamorados terminam juntos”, antecipa Maria Luz González Peña, diretora do Centro de Documentação e Arquivo da Sociedade Geral de Autores e Editores de Madri, no programa do festival Debussy-Albéniz.

Cantores, músicos e atores se dedicam desde março para que a obra possa sair do plano das ideias. A direção de cena é assinada por Marcelo Gama, paulista que mora há 20 anos na Europa e assina o segundo trabalho deste porte no Brasil (o primeiro foi Dido e Eneas em São Paulo, em 2009). A direção musical e regência são de José Renato Accioly: ele vai reger a Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório. Quem fará Pepita é Anita Ramalho, que já participou de quatro óperas; o elenco tem entusiastas da ópera no Recife, como a mezzosoprano e professora Virgínia Cavalcanti.

As duas apresentações são gratuitas. Os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria do teatro. A produção solicita que o público leve um quilo de alimento não-perecível, que será doado a instituições carentes.

Ficha técnica:

Pepita Jiménez (Comédia Lírica em dois atos)
Libreto de Francis B. Money-Coutts com tradução para o castelhano de José Soler

Virgínia Cavalcanti está no elenco da ópera

Anita Ramalho – soprano (Pepita)
Virginia Cavalcanti – mezzo soprano (Antoñona)
Jadiel Gomes – tenor (Don Luis)
Charles Santos – baixo (O Vigário)
Eudes Naziazeno – tenor (Don Pedro)
Hedielson Rodrigues – tenor (O Conde)
Daniel Francisco – tenor (1º Oficial)
Amaury Veras – tenor (2º Oficial)
Marcelo di Paula – bailarino

Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música
José Renato Acioly – regente

Coro lírico
Sopranos I: Clara Natureza | Florisbela Campos | Josiane Emmanuele | Natália Duarte | Kellyta Martins | Tarcyla Perboire
Sopranos II: Ângela Barbosa | Amanda Coelho | Amanda Mangueira | Mariane Mariz | Norma Lopes
Contraltos e Mezzo-Sopranos: Débora Barros | Rafaela Almeida | Vanessa Santana | Waldcelma Silveira | Surama Ramos
Tenores: Amaury Veras (2º Oficial) | Daniel Francisco (1º Oficial) | Lucas Melo | Manoel Theophilo | Sealtiel Sergio
Baixos e Barítonos: Adriano Sampaio | Adriano Soares | Alysson Dinoá | André Arruda | Ricardo Alves | Riva Gervásio

Equipe artística
Diretor musical e regente: José Renato Accioly
Diretor de cena: Marcelo Gama
Direção do balé: Lucia Helena Gondra e Ruth Rosenbaum
Preparadora do balé: Jane Dickie
Preparadores do coro: Armindo Ferreira e Virginia Cavalcanti
Pianistas correpetidores: Rachel Casado e Glauco César
Bailarinas: Alunas do Stúdio de Danças
Cenografia e figurino: Marcondes Lima
Iluminação: Luciana Raposo Recebemos a informação de que a iluminação foi, na realidade, de Cleison Ramos e Dado Sodi

SERVIÇO:
Pepita Jimenez
Quando: Sábado (1) e domingo (2), às 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Recife)
Quanto: Gratuito. Os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria do teatro
Informações: (81) 3355-3323

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Produção teatral pernambucana em Curitiba

O Canto de Gregório. Foto : Bruno Tetto / Divulgação

Hoje pela manhã, as equipes de dois espetáculos pernambucanos dão entrevistas aos jornalistas no Festival de Teatro de Curitiba. A montagem do Coletivo Angu de Teatro Esse febre que não passa, com texto da jornalista Luce Pereira e direção de André Brasileiro e Marcondes Lima, e Aquilo que meu olhar guardou para você, do grupo Magiluth, com dramaturgia coletiva e direção de Luis Fernando Marques, estão na mostra principal do FCT. Isso é muito bom para os grupos e para a produção pernambucana. Ambas as peças tem qualidades para estarem nessa vitrine.

O Magiluth também levou para o Fringe, a mostra paralela, as peças O canto de Gregório, e 1 Torto.

O fato pode encher de orgulho os que acreditam que as artes cênicas da terrinha possam ter um valor de referência semelhante à música e ao cinema produzidos por artistas pernambucanos.

Mas não custa lembrar que essa participação dos grupos vem em parte de uma política adotada pelo Janeiro de Grandes Espetáculos (coordenado por Paula de Renor, Carla Valença e Paulo de Castro) de trazer curadores e diretores de festivais para acompanhar uma parte da produção teatral feita em Pernambuco. O que já rendeu a ida de várias montagens para alguns festivais brasileiros.

Mas nesse momento em que se discute a saída do secretário de cultura, já num clima de campanha política para o próximo prefeito, seria bom que os artistas de teatro ficassem atentos. É preciso criar compromissos com os candidatos não apenas para a escolha de seus assessores como também para uma política que deve ser executada nos próximos anos.

Os investimentos na área de artes cênicas devem ser feitos para estruturar o segmento e dar a grandeza que os pernambucanos gostam tanto. É possível melhorar capacidades. E isso também passa pela seriedade de seus governantes.

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