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Abertura do Festival Recife do Teatro Nacional

Marco Nanini e elenco da peça Traidor. Foto: Divulgação

A presença do ator Marco Nanini na programação foi o chamariz perfeito para esse segundo ano de retomada do Festival Recife do Teatro Nacional. Homenageado desta 23ª edição (ao lado da atriz pernambucana Ivonete Melo, in memoriam), Nanini apresentou o espetáculo Traidor. A cerimônia oficial de abertura ocorreu na quinta-feira (21/11), no Teatro do Parque lotado. O evento segue até o dia 1º de dezembro e reúne 31 espetáculos na mostra principal – 13 nacionais e 18 locais – além de trabalhos artísticos em processo, rodas de conversas, debates, performances e outras intervenções na mostra OffREC.

Os discursos de abertura foram breves, mas carregados do ethos pernambucano. O prefeito João Campos destacou que um festival de Teatro que celebra a produção pernambucana, mas que dialoga e abraça a produção cênica do Brasil é uma marca da nossa cidade. E arrematou afirmando que “a gente é tão amostrado que ele (Nanini) é filho do Recife”.

A secretária de Cultura do Recife, Milu Megale, distribuiu agradecimentos ao prefeito por “nos deixar sonhar e executar”, aos fazedores de cultura, aos parceiros e ao Conselho de Cultura. Ressaltou a importância do festival para a cidade, principalmente para os artistas do teatro, que têm a oportunidade de se reciclar. Também destacou a realização, pela primeira vez, do OffREC.

O presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Marcelo Canuto, enfatizou a importância do festival para o cenário cultural recifense e brasileiro. Na sua avaliação, houve um avanço de 2023 para este ano, com a ampliação da programação.

Que este espírito entusiástico pelo teatro perdure e se materialize em outras ações concretas ao longo de todo o ano, pois o Recife possui talentos inegáveis na área das artes cênicas.

Público lota teatro do Parque. Foto: Divulgação

Seguindo a tradição estabelecida na edição anterior, o Festival mantém a prática solidária na distribuição de ingressos. Os espectadores podem adquirir suas entradas através da doação de 1kg de alimento não perecível nas bilheterias dos teatros, antes do início das sessões. Cada pessoa tem direito a retirar até dois ingressos. Esta iniciativa é fruto de uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas do Recife, reforçando o compromisso social do evento.

A programação completa do Festival Recife do Teatro Nacional está disponível em nossa publicação anterior. 11 dias de festival 

Prefeito João Campos cumprimenta Nanini. Foto: Divulgação

O festival destaca a importância de duas figuras pernambucanas do teatro. Marco Nanini, filho ilustre do Recife, é reconhecido mundialmente por sua carreira versátil como ator, autor, produtor teatral e dramaturgo. Com uma trajetória que se estende por seis décadas, Nanini personifica a dedicação e a excelência no palco, no audiovisual e na televisão.

Ivonete Melo, lembrada com carinho e respeito, iniciou sua trajetória como bailarina e se consolidou como uma atriz de destaque no grupo Vivencial de Olinda e em outras produções do Recife. Além de sua atuação artística, Ivonete foi uma defensora fervorosa dos direitos da classe artística, presidindo o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão no Estado de Pernambuco (Sated-PE) por mais de duas décadas, deixando um legado de luta e paixão pela arte. Em um momento tocante, a filha de Ivonete, Andrezza, recebeu as honras em nome de sua mãe. Visivelmente emocionada, Andrezza optou pelo silêncio eloquente, permitindo que a grandeza das realizações de Ivonete falasse por si, em um tributo que ressoa profundamente na comunidade artística pernambucana.

Logo após a apresentação do espetáculo Traidor, Nanini foi agraciado com distinções, recebendo uma placa e flores das mãos do prefeito João Campos. Este espetáculo ainda conta com mais duas sessões durante o festival, que ocorrem nesta sexta-feira e sábado.

O coordenador do FRTN, André Brasileiro, embora não tenha subido ao palco ou falado publicamente, foi citado pela secretária de cultura como o cérebro do festival e o trabalhador incansável para a realização do evento.

O clima no teatro durante a abertura era festivo e de confraternização. Alguns fãs de Nanini foram cumprimentá-lo no camarim, onde ele os recebeu com atenção e carinho. Para um grupo de estudantes que pediu conselhos para seguir na profissão de artista, Nanini sugeriu que tivessem o amor como guia: “Amem o ofício de ator, mas também as pessoas e os animais. O amor é que faz a diferença”.

 

O Satisfeita, Yolanda? faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica,  apoiado pela produtora Corpo Rastreado, junto às seguintes casas : CENA ABERTA, Guia OFF, Farofa Crítica, Horizonte da Cena, Ruína Acesa e Tudo menos uma crítica

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