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Sesc Piedade amplia Dia do Teatro

Em Angelicus Prostituto, Douglas Duan interpreta o Demônio. Foto: André Nery

Em Angelicus Prostitutus, Douglas Duan interpreta o Demônio. Foto: André Nery

Criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI), quando da fundação do Teatro das Nações, em Paris, o dia mundial do teatro é comemorado anualmente em 27 de março. Desde 80.000 anos a.C. essa arte muito antiga vem se transformando, assinalada por rituais e muitas histórias; e atravessada por questionamentos de todas as ordens no contemporâneo. A fogueira é outra daquelas épocas primitivas, mas o fogo prossegue a arder e incendiar espíritos criativos.

O Sesc Piedade (PE) resolver ampliar as celebrações do Dia Mundial do Teatro e o Dia Nacional do Circo. Desde domingo realiza a Semana do Teatro, com nove apresentações de espetáculos. A programação segue até o dia 19 de março, no Teatro Samuel Campelo, no Colégio Divino Mestre, na própria unidade do Serviço Social do Comércio e na Praça do Viaduto de Prazeres , todos em Jaboatão dos Guararapes, com acesso gratuito.

Rapha Santacruz interpreta o pupilo, aperfeiçoar os seus dons ilusionistas

Rapha Santacruz interpreta o pupilo, aperfeiçoar os seus dons ilusionistas

As pessoas querem ser reconhecidas. Não é diferente para um jovem mágico, que busca os elogios de seu mestre. Na peça Haru – a primavera do aprendiz o espaço-tempo busca ativar a imaginação do espectador. A história ocorre numa tenda de feira livre, onde mora um mestre aparentemente oriental. O pupilo Haru – nome em japonês para “primavera” -, é defendido pelo ilusionista Raphael SantaCruz.

Os dois personagens inventam um universo paralelo, quando o do tempo que não se mede com os ponteiros do relógio. Nesse lugar, o ilusionismo revela segredos ocultos e transforma a realidade. Em Haru são apresentados vários truques mágicos . A peça é dirigida por Marcondes Lima, com iluminação de Eron Vilar e trilha sonora de Marcelo Sena.

Fruto de pesquisa sobre o teatro medieval e renascentista, o espetáculo Angelicus Prostitutus, com direção de Rudimar Constâncio e elenco do Grupo Matraca de Teatro, formado no Sesc de Piedade, faz uma apresentação amanhã. O tema da prostituição é explorado nas mais variadas facetas. A sexual é a mais conhecida, mas há outras, como aponta o texto, a partir de aparelhos ideológicos, como igreja, estado e família.

Com o espírito dos autos medievais, a peça explora as interferências divinas e punições. A dramaturgia é assinada por Hamilton Saraiva (1934-2005), dramaturgo, ator, diretor e pesquisador fluminense. A comédia expõe uma humanidade corrompida. Arquétipo do homem comum, Angelicus assassina, envenena, mente e rouba. O personagem é julgado por Nossa Senhora e pelo Demônio, após a morte.

O elenco é composto por 12 atores, que também cantam, tocam instrumentos e executam números circenses. Entre os veteranos estão Marcelino Dias, Carlos Lira e Célia Regina.

Ainda estão previstas as apresentações de Caliban, Bote a mão que ainda tá quentinha, Homenagem ao Malandro, Luzia no Caminho das Águas, As Travessuras de Mané Gostoso. O encerramento é com a montagem Sebastiana e Severina, do Teatro Kamikaze, que mostra duas rendeiras que sonham em encontrar um príncipe encantado para casar. A distribuição de senhas de acesso é realizada uma hora antes do início de cada peça .

SERVIÇO
Semana do Teatro – Sesc Piedade
De 13 a 19 de março
Locais: Sesc Piedade, Teatro Samuel Campelo e o Colégio Divino Mestre
Entrada gratuita

Programação

Dia 13/03 (domingo), 16h.
Aboio – Toada Ligeira para Surubim – Grupo Proscênio
Onde: Praça do Viaduto de Prazeres

Dia 14/03 (segunda), 19h30
Curral Grande – Grupo do Curso de Interpretação para Teatro – Sesc Piedade
Onde:: Sesc Piedade

Dia 15/03 (terça),16h
Haru – A Primavera do aprendiz
Onde:: Teatro Samuel Campelo

Dia 15/03 (terça), 19h30
Caliban – Companhia Fiandeiros de Teatro
Onde:: Sesc Piedade

Dia 16/03 (quarta), 19h30
Angelicus Prostitutus – Grupo Matraca
Onde:: Teatro Samuel Campelo

Dia 17/03 (quinta), 15h
Bote a mão que ainda tá quentinha – Grupo Teatral o Tempo Não Para
Onde:: Sesc Piedade

Dia 17/03 (quinta), 19h30
Homenagem ao Malandro – Grupo do Curso de Interpretação para Teatro – Sesc Piedade
Onde:: Teatro Samuel Campelo

Dia 18/03 (sexta), 16h
Luzia no Caminho das Águas – Grupo Engenho de Teatro
Onde:: Teatro Colégio Divino Mestre

Dia 18/03 (sexta), 16h
As Travessuras de Mané Gostoso – Cia Meias Palavras. Recife-PE
Onde:: Teatro Samuel Campelo

Dia 19/03 (sábado), 16h
Sebastiana e Severina -Teatro Kamikaze. Recife-PE
Onde:: Teatro Samuel Campelo

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Dois irmãos e uma companhia na trilha de Guimarães Rosa

Eu aprendi a contar histórias com palavras velhas ainda cedo. Acho que ainda me lembro de todas as palavras e silêncios. Era assim… Ou não era. Era quente. Então era verão. Dias amarelecidos. Crianças brincavam no parque. Brincavam de carrossel. Era um carrossel encantado. Brinquedo esquisito. Brinquedo que levava as crianças para os lugares felizes e as traziam antes de anoitecer. E tudo sempre estava no começo. Havia sorrisos. Brincadeiras. Todos viajavam e voltavam. Viajavam e voltavam. Ainda havia brinquedos e sorrisos naquela época.
(Mariano, irmão meu)

O ator, diretor e dramaturgo Alexsandro Souto Maior lança nesta sexta-feira (8), às 19h, o livro Mariano, irmão meu. Será na SBS Livraria Internacional, que fica no térreo do Bloco A da Unicap. É um texto poético e triste; Damião cria o irmão mais novo Mariano. Só que Damião não conta o que aconteceu com a mãe dos dois. “A dramaturgia segue um percurso de experimentação da linguagem, inspirada no pensamento poético de Guimarães Rosa, autor mineiro que nos impulsionou a pensar o nosso fazer teatral buscando ressignificar a linguagem cênica”, explica o autor.

O texto será levado ao palco em breve, com o próprio Alexsandro e Tatto Medinni. Os ensaios já começaram, sob a direção de Eron Villar. Será o quinto espetáculo do Engenho de Teatro, criado em 1999. Desde então o grupo já montou O terceiro dia (2002), Nero (2004), Luzia no caminho das águas (2006) e Meninas de engenho (2009). Desses, apenas um não é texto de Alexsandro: Meninas de engenho, que tem a assinatura de Eron Villar.

Mariano, irmão meu ganhou em 2011 o Prêmio Literário Cidade de Manaus e a encenação foi viabilizada graças ao Myriam Muniz. No lançamento do livro haverá um bate-papo com Alexsandro e Eron Villar sobre a dramaturgia no grupo Engenho de Teatro.

O terceiro dia foi o primeiro espetáculo do Engenho de Teatro. Foto: Engenho/Divulgação

O terceiro dia foi o primeiro espetáculo do Engenho de Teatro. Foto: Engenho/Divulgação

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