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Seu Rei mandou ferver a imaginação

Luciano Pontes e Gustavo Villar. Foto: Sheila Oliveira

Luciano Pontes e Gustavo Villar. Foto: Sheila Oliveira

O dom de fabular é uma das características do humano. Uns tem mais jeito (ou mais treino) do que outros. É um deleite conferir narrativas da tradição oral. O trabalho do ator, diretor e escritor Luciano Pontes é um habilidoso incentivo à imaginação da criançada e à ampliação do repertório cultural do público mirim. Com o espetáculo Seu Rei Mandou, a Cia Meias Palavras joga as sementes para ajudar no desenvolvimento cognitivo. O mote vem do universo fabuloso dos reis, a partir de releituras cômicas e poéticas e sempre lúdicas,

Seu Rei Mandou inicia nova temporada neste sábado (16) até o dia 28 de maio, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro. As sessões são aos sábados e domingos, sempre às 16h e os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

A montagem investe no diálogo entre a narrativa, a música e o teatro de formas animadas, para descortinar um mundo imenso de conflitos, impasses e saídas. Os contos encenados exploram trajetória de tirania, coragem, astúcia e bonanças de três reis: A Lavadeira RealO Rato que roeu a Roupa do Rei de Roma e O Rei chinês Reinaldo Reis.

Seu Rei Mandou reconquista o prazer em ouvir histórias populares e através das vivências dos personagens é possível vivenciar emoções e estimular o potencial crítico da criança.  A peça é resultado da ampla pesquisa que Luciano Pontes desenvolve há anos sobre tradição oral, narração e contação histórias e está há quatro ano no repertório da companhia. A montagem tem texto, direção, figurinos e atuação de Luciano Pontes, acompanhado no palco pelo músico Gustavo Vilar.

Nessa temporada, que tem o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o texto da peça está disponível para a venda, por R$ 20. Lançado em outubro do ano passado, livro Seu Rei Mandou marca a estreia do selo editorial Edições Meias Palavras, com texto e ilustrações de Luciano Pontes e projeto gráfico da designer Hana Luzia.

O livro da peça está à venda no teatro. Foto Lana Pinho

O livro da peça está à venda no teatro. Foto Lana Pinho

Antes de cada sessão, a Cia Meias Palavras instala um espaço para leitura partilhada de livros que serviram de inspiração dos espetáculos no foyer do teatro. São 27 títulos sobre histórias de reis, pesquisadas para Seu Rei Mandou.  E mais de 30 sobre oralidade, causos, cordéis e contos populares, que serviram de base para outra montagem do grupo, a peça As Travessuras de Mané Gostoso.

Confira também a crítica de Ivana Moura sobre o espetáculo.

Ficha técnica Seu Rei Mandou:
 Criação, adaptação e concepção: Luciano Pontes
Intérprete: Luciano Pontes
Músico: Gustavo Vilar
Pesquisa musical, composição e arranjos: Gustavo Vilar e Luciano Pontes
Figurinos: Luciano Pontes
Iluminação: Luciana Raposo
Produção: Cia Meias Palavras

Serviço:
 Seu Rei Mandou
Quando:De 16 de abril a 28 de maio, aos sábados e domingos, às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti – SESC Santo Amaro (Rua Treze de Maio, 455,Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (81) 3216-1728

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Vem brincar com o Mané Gostoso

Arilson Lopes e Luciano Pontes, e o músico Samuel Lira no centro, na peça As Travessuras de Mané Gostoso. Foto: Divulgação

Arilson Lopes, Samuel Lira e Luciano Pontes em As Travessuras de Mané Gostoso.

Luciano Pontes e Arilson Lopes são dois atores criativos e luminosos. Ambos participam dos Doutores da Alegria (Recife). E agora estão juntos também no espetáculo As Travessuras de Mané Gostoso, da Cia Meias Palavras. A peça estreia hoje e fica em cartaz aos sábados e domingos de agosto, às 16h30, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc de Santo Amaro.

A encenação é de Fernando Escrich e leva ao palco o famoso brinquedo popular e mistura com outras histórias como a mocinha Anarina, o forasteiro e vilão Bibiu, a fofoqueira Comadre Zuzinha e o cabo Zé Firmino. O texto é de Luciano Pontes. Samuel Lira executa a trilha sonora ao vivo.

Os bonecos utilizados na peça foram idealizados por Rai Bento, integrante do grupo mineiro Giramundo, e confeccionados pelo mestre Tonho de Pombos, Bila e Genilda Felix, e o próprio Rai Bento. Os figurinos de Joana Gatis remetem à xilogravura.

A brincadeira inicia antes do espetáculo começar, quando a plateia pode escolher quem vai interpretar Mané Gostoso, Luciano Pontes ou Arilson Lopes.

Serviço
Peça As Travessuras de Mané Gostoso
Quando: Sábados e domingos de agosto, às 16h30
Onde: Teatro Marco Camarotti – Sesc Santo Amaro, Recife
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

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Seu rei mandou ir ao teatro!

Seu Rei Mandou...faz única sessão no Marco Camarotti dia 7

Seu Rei Mandou…faz única sessão no Marco Camarotti dia

Seu rei mandou agradecer a Luciano Pontes e Cia Meias Palavras. Pela criação, adaptação, concepção, figurinos, produção executiva, atuação, diversão, jeito de mandão e delícia de humor na montagem Seu Rei Mandou…. Neste caso, a realeza – as crianças – são críticas mais competentes e eficientes do que qualquer um de nós cheios de quiprocós ou teorias tentando problematizar o simples. E elas se divertem, participam, riem, se deixam levar pelas histórias de um mundo mágico. São coautoras efetivas na construção desse espetáculo. O que dizer do garoto que paticipou da sessão que vi no Janeiro de Grandes Espetáculos, no Teatro Marco Camarotti?

Luciano Pontes conta três histórias – A lavadeira real, O rato que roeu a roupa do rei, e O rei chinês Reinaldo Reis. É um trabalho baseado na pesquisa do ator na contação de histórias e traz a carga da sua experiência como palhaço nos Doutores da Alegria.

Às vezes a gente esquece (vivo dizendo isso por aqui!) – vamos mesmo ao teatro para ouvir uma história. E isso para quem se dedica a escrever, para o ator, para o diretor, não é uma tarefa nada fácil. Mas quando essa história é bem contada, quando há uma organicidade, uma energia, uma vitalidade. Ah…é mágico. Um prazer para quem tem a oportunidade de estar do outro lado.

Em Seu Rei Mandou… os artifícios são todos bastante simples. O ator-narrador usa pequenos tapetes, uns leques. Como alguém que viveu muito em meio aos tecidos, graças a mãe, como ele mesmo gosta de dizer, Luciano idealizou e, mais ainda, conseguiu executar lindos figurinos. É alguém que se preocupa com o detalhe e isso mostra a compreensão e a responsabilidade que esse ator sabe ter ao subir ao palco.

A música agrega imensamente ao trabalho – fato que Luciano não é um cantor; mas aqui não há problemas nisso. O parceiro de cena e flauta é Gustavo Vilar. É tudo muito bem costurado, poético, leve, sedutor no ótimo sentido da palavra.

Uma questão que acho que Luciano Pontes ainda vai trabalhar muito é a dramaturgia. Porque, claro, teatro é processo. Sei que não é necessário compreender tudo; mas às vezes, em alguns momentos do texto, como no último quadro, acho que essa comunicação poderia ser facilitada; talvez com algumas pequenas alterações na linguagem mesmo.

Impossível não se divertir com as sacadas nas respostas rápidas com as crianças, ao ver o ator chamando a mãe que realmente estava na plateia, o domínio de cena no jogo com o espectador, com a criança. Ao final da montagem, até o mais carrancudo dos seres, terá um sorriso de canto a canto da boca. A professora sentada no chão comenta – “incrível, né? Ah, se os professores soubessem contar histórias assim e se tivessem esse domínio todo com as crianças.”

No Janeiro de Grandes Espetáculos a montagem ganhou o Prêmio Apacepe de melhor diretor, figurino e iluminação. A próxima oportunidade de ver a peça por aqui é na Mostra Marco Camarotti de Teatro para a Infância e Juventude, no dia 7 de março, às 10h. O Teatro Marco Camarotti fica no Sesc Santo Amaro.

Este ano, a mostra dá destaque ao Mão Molenga, com quatro espetáculos do grupo. Em breve, a programação completa aqui no Yolanda!

— Nós já tínhamos falado sobre Seu Rei…aqui no Yolanda.
Confira a crítica de Ivana Moura sobre o espetáculo.

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Premiados Apacepe – Teatro Infantil

Tam Tam e Baju dividiram prêmio de melhor atriz. As outras ficaram com ciumes!

Tam Tam e Baju dividiram prêmio de melhor atriz. As outras ficaram com ciumes!

Melhor Espetáculo Pela Comissão Julgadora:
Indicados:
As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças (Cia. Animée)
Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona (Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança)
Seu Rei Mandou… (Cia. Meias Palavras)
Vencedor: As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças (Cia. Animée)

Melhor Espetáculo Pelo Júri Popular: Seu Rei Mandou… (Cia. Meias Palavras)

Melhor Diretor:
Indicados:
Alexsandro Silva (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Luciano Pontes (Seu Rei Mandou…)
Vencedor: Luciano Pontes (Seu Rei Mandou…)

Mary Enn toda assanhada agarrando Luciano Pontes. Foto: Pollyanna Diniz

Mary En toda assanhada agarrando Luciano Pontes. Foto: Pollyanna Diniz

Melhor Ator:
Indicados:
Alexsandro Silva (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Luciano Pontes (Seu Rei Mandou…)
Vencedor: Alexsandro Silva (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)

Melhor Ator Coadjuvante:
Indicados:
Arnaldo Rodrigues (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Ewerson Luiz (Cantarim de Cantará)
Flávio Santana (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Sóstenes Vidal (Cantarim de Cantará)
Vencedor: Arnaldo Rodrigues (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)

Melhor Atriz:
Indicados:
Enne Marx, Juliana de Almeida, Nara Menezes e Tâmara Floriano ( todas de As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Vencedores: Juliana de Almeida empatada com Tâmara Floriano (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)

Melhor Maquiagem:
Indicados:
Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Vencedor: Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)

Arnaldo Rodrigues e Alexsandro Silva, de Palhaçadas - Histórias de um circo sem lona

Arnaldo Rodrigues e Alexsandro Silva, de Palhaçadas – Histórias de um circo sem lona

Melhor Figurino:
Indicados:
Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Eri Moreira (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Luciano Pontes (Seu Rei Mandou…)
Sérgio Ricardo (Cantarim de Cantará)
Vencedor: Luciano Pontes (Seu Rei Mandou…)

Melhor Cenografia:
Indicados:
Alexsandro Silva e Arnaldo Rodrigues (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Vencedor: Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)

Melhor Trilha Sonora:
Indicados:
Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Flávio Santana e Deivson Wesley (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Luciano Pontes e Gustavo Silvestre (Seu Rei Mandou…)
Vencedor: Cia. Animée (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)

Melhor Iluminação:
Indicados:
Cindy Fragoso (Palhaçadas – História de Um Circo Sem Lona)
Luciana Raposo (Seu Rei Mandou…)
Saulo Uchôa (As Levianinhas em Pocket Show Para Crianças)
Vencedor: Luciana Raposo (Seu Rei Mandou…)

Não houve indicação para as categorias de: Ator e Atriz Revelação e Melhor Atriz Coadjuvante.

Comissão Julgadora Dança: Cláudio Lacerda, Íris Campos, Marisa Queiroga, Míriam Asfóra e Paulo Henrique Ferreira

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Histórias bem contadas da realeza

Cena do espetáculo Seu Rei Mandou…, da Cia. Meias Palavras. Foto: Ivana Moura

O menino coisa linda gosta de teatro, mas naquele domingo estava abusado. Mesmo com tantas crianças sentadas no chão ele preferiu o colo da avó, que tem uma paciência de Jó e um amor infindo. Fez seu showzinho particular ao derrubar os meus óculos e insistiu em voltar para casa. Mas o encanto estava tão perto de começar que a avó aguentou a rara chatice daquele pequeno, que vai completar três anos mês que vem, e apresentava sinais de sono.

Entra em cena o ator, palhaço, bonequeiro e contador de histórias Luciano Pontes para narrar a trajetória de três reis. Ele é acompanhado pela flauta e tambor do músico Gustavo Vilar no espetáculo Seu Rei Mandou…, da Cia. Meias Palavras. E o domador de ferinhas hipnotiza a plateia do Teatro Marco Camarotti, no Sesc de Santo Amaro.

Luciano Pontes interage com o público

Tudo é muito simples na encenação. Palco limpo, com poucos objetos de cena, como uns paninhos que servem de tapetes e outras coisinhas, leques e umas pernas de bailarina. Mas repleto de poesia e humor. As três histórias vêm da tradição oral: A lavadeira real, O rato que roeu a roupa do rei e O rei chinês Reinaldo Reis. E são recontadas de forma deliciosa e magnética. A habilidade de Luciano em lidar com crianças é admirável.

Equaliza fluxos, destaca palavras, tira proveito de repetições de falas e movimentos e passeia com propriedade por vários personagens. Ainda sabe dar bronca em criança com tanta delicadeza que parece brincadeira.

Graça e leveza em montagem para encantar crianças e adultos

E esse ator com graça de palhaço conduz com sua voz e manobras do corpo e das mãos os miúdos e grandinhos por terras encantadas. É possível se compadecer da solidão do monarca sem herdeiros, com o destino trágico da princesa ou a felicidade óbvia que as pessoas só reconhecem depois de muitas reviravoltas.

Há punhados de inveja e tirania, bravura e bondade, astúcia e final feliz. É um exercício maravilhoso de ator, que faz rir e pensar e embala nosso coração nas cores de um mundo mais definido. É uma montagem leve e fácil de levar para qualquer lugar. Para alegrar adultos e crianças.

Durante a apresentação, o lindo de viver Rocco Wicks deixou a choradeira de lado. O sono deu lugar ao interesse. Do interesse ao envolvimento no espetáculo foi um pulo. Riu de gargalhar, repetiu palavras, interagiu e no final aplaudiu com entusiasmo. Conclusão: o bom teatro faz bem para o humor e afasta o pantim dos meninos. Recomendo sem moderação.

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