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Duas vezes leitura

Lívia Falcão e Fabiana Pirro realizam hoje e amanhã, no Centro Cultural Correios, no Bairro do Recife, mais uma edição do programa de leituras Que Comédia!. O projeto está promovendo leituras dramáticas de textos que marcaram a Commedia Dell´Arte.

Nesta edição, o texto escolhido foi O marido, do italiano Flamínio Scala. A peça é um canovaccio – “um tipo de roteiro sobre o qual se desenvolvia um espetáculo cômico” -, explicam as atrizes. A direção da leitura é do ator e produtor Ésio Magalhães, um dos fundadores do Barracão Teatro, de Campinas. A adaptação do texto é de Tiche Vianna, com quem Ésio fundou sua companhia.

No elenco, além de Lívia e Fabiana, Anderson Machado, Cláudio Ferrario, Eduardo Rios, Luíza Fontes, Márcio Carneiro, Marina Duarte, Odília Nunes e Olga Ferrario. A entrada é gratuita, mas limitada à lotação do auditório. As duas sessões serão realizadas às 20h.

Odília Nunes, Lívia Falcão e Fabiana Pirro estão no elenco da leitura nos Correios. Foto: Ivana Moura

Mais leitura – Nesta terça, também vai acontecer mais uma edição do Leia-se: terça!, no Espaço Muda, em Santo Amaro. O texto será Fando & Lis, de Fernando Arrabal. Na história, Fando empurra a cadeira de rodas de Lis, mas oscila entre acessos de violência e amor. Eles dois encontram três personagens: Mitaro, Namur e Toso. A leitura do texto de Arrabal será feita em parceria pelo grupo Anjos de Teatro e Cia de Teatro Enlassos. A direção é de Jorge Féo e o elenco será formado por Mayara Millane, Elilson Duarte, Márcio Fecher, Charles Pierre e Marcela Mariz. O Leia-se: Terça! será às 20h e não é cobrado ingresso, só uma contribuição espontânea.

Texto de Fernando Arrabal será lido no Muda. Foto: Nilton Leal

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Uma década de companhia

Cênicas realiza nova leitura de Mamãe não pode saber

A Cênicas Cia. de Repertório faz dez anos no dia 12 de junho. Para comemorar (até porque não é todo dia que um coletivo teatral completa uma década!), o grupo montou uma programação especial que começa hoje, no Espaço Muda. A companhia decidiu repetir a leitura de Mamãe não pode saber, realizada no dia 26 de abril. O texto é de João Falcão, foi montado na capital pernambucana na década de 1990, e tinha no elenco nomes como Aramis Trindade, Lívia Falcão e Magdale Alves.

Na leitura da Cênicas, o elenco é formado por Alexandre Guimarães, Ana Souza, Antônio Rodrigues, Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Vinícius Vieira, com direção de Antônio Rodrigues. É um jogo divertido que consiste basicamente na interpretação de mais de um personagem por ator. Além disso, a história é cheia de personagem querendo se dar bem! Bruna Castiel se destaca. A jovem atriz tem uma voz forte e talento de sobra para ser lapidado. Uma grande aposta do nosso teatro nos próximos anos! A leitura será às 20h, com contribuição espontânea.

A programação continua no dia 11, também no Muda, às 21h, com ingressos a R$ 10. O grupo apresenta Que muito amou, uma adaptação do livro Os dragões não conhecem o paraíso, de Caio Fernando Abreu. A peça estreou em 2004. Nesse mesmo dia, a partir das 23h, será realizada a festa de dez anos e o lançamento Jornal Virtual – Cênicas Acontece, um informativo sobre as atividades do grupo. A festa é gratuita e outros artistas podem participar com performances.

No dia 18, o grupo reapresenta Que muito amou, às 21h. E no dia 22, às 20h, com contribuição espontânea, Bruna Castiel apresenta Natureza morta, com direção de Antônio Rodrigues. É o lançamento do projeto Cênicas Em Cena, solos construídos a partir das improvisações dos atores do grupo. Esse é ainda um experimento do que será um espetáculo com estréia prevista para agosto.

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Palco em capítulos

As atrizes Fabiana Pirro e Lívia Falcão

Foi quase um mês de programação teatral. O Palco Giratório deste ano no Recife lotou teatros e articulou conversas entre criadores e o público. Promoveu oficinas. Ganhou reforço da Cena Bacante (no Espaço Muda) e da Cena Gastrô (em vários restaurantes). E encerrou sábado com o Over 12, no Sesc de Casa Amarela, com 12 horas de programações artísticas (teatro, artes plásticas, cinema, lançamento de livro e mais). Vamos começar a postar sobre alguns espetáculos que ainda não comentamos. Aos pouquinhos, como que em pequenos capítulos.

Caetana

A montagem Caetana, do grupo Duas Companhias, abriu o programa no Teatro Luis Mendonça (no Parque Dona Lindu), no dia 6 de maio. Lotado. A peça já percorreu uma longa estrada de sete anos e esse tempo de experiência e convivência entre as atrizes Lívia Falcão e Fabiana Pirro azeitou a peça.

A Caetana do título vai buscar inspiração armorialista, da figura utilizada pelo dramaturgo Ariano Suassuna em suas obras e poemas, como identidade da morte. Na peça dirigida pelo espanhol Moncho Rodriguez, com texto de Rodriguez e do poeta Weydson Barros Leal, Benta (Lívia Falcão) é uma rezadeira, que ganha dinheiro encomendando as almas paraseu destino. Mas Caetana aparece para cobrar a sua parte. Para buscar Benta.

O jogo que se segue é divertido e se mostra herdeiro de uma tradição ibérica. Benta tenta engabelar a morte. Enquanto Lívia puxa para o lado mais cômico, Fabiana envereda pelo imagens sombrias dessa figura que amedronta os humanos.

Caetana tem direção de Moncho Rodriguez, com texto de Rodriguez e do poeta Weydson Barros Leal

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Resumo da ópera deste fim de semana

Caetana abre Palco Giratório às 19h30. Foto: Roberta Guimarães

O Palco Giratório começa hoje. Decidi então postar um resumo das opções “giratórias” para este fim de semana. A abertura da maratona é com a rezadeira Benta, que encomendou muitas almas aos santos, mas não estava preparada para encarar a própria morte. Essa é a sinopse da peça Caetana, que será encenada pelas atrizes Lívia Falcão e Fabiana Pirro. A apresentação única e gratuita será hoje, às 19h30, no recém-inaugurado Teatro Luiz Mendonça, que fica no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. A sessão contará com o recurso da audiodescrição, para pessoas com deficiência visual.

Depois de Caetana e da pré-estreia de Essa febre que não passa, no Hermilo (off Palco),vamos conferir a Cena bacante, no Espaço Muda. Lá, as meninas da Cia Animé apresentam As levianas. Tem ainda as comidinhas da Cena Gastrô e vinho Rio Sol.

Ceronha Pontes e Hermila Guedes em Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

Já no sábado, o Palco começa a sua programação com a Cia Polichinello, de São Paulo, que apresenta Frankenstein no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, reduto do teatro infantil neste festival, às 16h30. A peça será reapresentada no domingo, no mesmo horário. O grupo, que pesquisa o teatro de bonecos, traz a história do cientista Victor Frankenstein, que abandona a sua criação.

Frankenstein faz duas apresentações no Marco Camarotti

À noite, às 20h, no Hermilo Borba Filho, o Coletivo Angu de Teatro estreia o seu quarto espetáculo: Essa febre que não passa (a gente vê hoje e conta tudo por aqui amanhã. Ivana Moura esteve no ensaio ontem para tirar fotos!), baseado em contos do livro homônimo da jornalista e escritora Luce Pereira. Também no sábado, no Teatro Capiba, às 20h, no Sesc Casa Amarela, o grupo Teatro Independente apresenta Rebú. O texto de Jô Bilac mostra o sufoco de Bianca, obrigada a receber em casa a problemática cunhada Vladine e ainda um “protegido” dela. No domingo, a montagem será reapresentada às 20h, com os recursos da audiodescrição. Também no domingo, mas em São Lourenço da Mata, na Praça Senador Carlos Wilson, o grupo Grial de Dança apresenta gratuitamente o espetáculo A barca, às 17h.

No domingo, outra opção de teatro adulto é a peça A galinha degolada, da Persona Cia de Teatro & Teatro em Trâmite, de Santa Catarina. A montagem conta a história de um casal que tem quatro filhos portadores de uma doença mental incurável; a rotina é alterada quando eles têm uma menina que não sofre do mesmo mal. A encenação será no Teatro Apolo, às 19h. Os ingressos para as peças custam R$ 10 e R$ 5.

A galinha degolada faz apresentação única no Apolo

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Espertezas de Arlequim

Arílson Lopes como Arlequim

Divertidíssima a primeira leitura dramática do projeto Que comédia!, promovida pela Duas Companhias, na noite desta segunda-feira, no Centro Cultural dos Correios, no bairro do Recife. A trupe quer explorar nesta temporada obras da Commedia Dell´Arte e o texto da noite foi Arlequim, servidor de dois patrões, do italiano Carlo Goldoni.

O pequeno auditório estava lotado para conferir o primeiro experimento dessa segunda edição do projeto, que começou ano passado com uma série de leituras do Teatro do Absurdo.

O autor de Arlequim, servidor de dois patrões, peça dividida em três atos, nasceu no vigor criativo do século XVIII, em Veneza, Itália, em 1707. É a partir desse lugar que ele vai falar.

Como se trata de uma leitura dramatizada, não tem cenário. O público tem que contribuir com sua imaginação. No pequeno tablado do espaço cultural, podemos projetar a casa do Pantaleão, o velho avarento.

Os jovens apaixonados preparam o noivado até que alguém bate à porta. Uma virada do clima de festa e celebração. Arlequim aparece com um estranho recado: o antigo noivo da moça, que todos acreditavam que estava morto, está de volta. A vida complicou.

Além das trapaças, artimanhas, espertezas, mentiras e paixões, Goldoni com seu Arlequim, utilizou a Commedia Dell’ Arte para criticar a sociedade italiana do seu tempo.

A Itália vivia comprimida pela guerra entre a Áustria e Espanha. Para respirar economicamente, ora recorria a um país ora a outro. O próprio dramaturgo foi convidado para organizar montagens teatrais tanto para espanhóis quanto para austríacos. Itália e Goldoni serviam a dois patrões para sobreviver. Essa crítica foi projetada na peça.

O saltitante Arlequim de Goldoni ganhou um chapéu de couro na leitura, com o talento de Arílson Lopes. Ele comanda essa exploração dos vícios e virtudes com sobressaltos e muita graça. Esse servo desajeitado cria as maiores confusões para ganhar uns trocados a mais. Fabiana Pirro apresenta Briguela e Tito França dá voz a um Criado.

Fabiana Pirro e Tito França

Claudio Ferrario e Odília Nunes

Jorge Clésio

Anderson Machado e Olga Ferrario

Livia Falcão usa sua criatividade na pele de uma criada astuta e charmosa, a Esmeraldina. Odília Nunes explora os cacoetes do Doutor Lombardi com sua retórica vazia. Olga Ferrario e Anderson Machado vivem os mal-entendidos do amor.

Claudio Ferrario explora um Pantaleão dos Bisonhos mais engraçado. Jorge Clésio nos lembra de todo seu talento (que estava totalmente a serviço do MinC) e nos diverte com Florindo Aretusi e Marina Duarte passeia como Beatriz Rasponi disfarçada de homem na maior parte do tempo.

Adelvane Neia dirigiu a leitura. Ela coordenou recentemente o projeto de formação de palhaças, com mulheres na Zona da Mata.

Tem mais uma sessão da leitura de Arlequim, servidor de dois patrões, hoje, às 20h, com entrada gratuita, no Centro Cultural Correios, no Recife Antigo.

Lívia Falcão e Arílson Lopes

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