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Dois portos: reflexões sobre diversidade, disparidade e deslocamentos*

Projeto Conexões Norte Sul reuniu espetáculos e ações de Porto Velho e Porto Alegre. Na foto, Trivial – Um espetáculo de B-boys, de Porto Alegre.  Foto: Nando Espinosa

A Cabeça de Tereza foi criado no âmbito da Universidade Federal de Rondônia. Foto: Agência Ophélia

Quando se trabalha com arte no Brasil e, especificamente, com as artes da cena, partindo de lugares que não aqueles considerados “eixo”, ou seja, São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste do país, o que se há de fazer é não se deixar enquadrar. Mover-se por dentro e por fora para instaurar as nossas próprias realidades. O Brasil é muito grande para caber num eixo só. Imaginar – e percorrer – os caminhos que podem ser traçados se mostra uma tarefa de liberdade e de resistência. E essa não é uma afirmação romântica ou que idealiza desigualdades e precariedades. Falo de uma operação cotidiana, repetitiva, trabalhosa, por vezes exaustiva, mas imprescindível quando lidamos não só com sobrevivência, mas com o que nos move. A vista nem alcança os caminhos reais e simbólicos que podem ser forjados, quais mapas desenhamos quando as miradas são ampliadas. 

Fazendo perguntas que promovem esses deslocamentos de imaginários, o projeto Conexões Norte Sul, idealizado pelo Itaú Cultural em parceria com o Sesc Rio Grande do Sul, e curadoria de Jane Schoninger, coordenadora de Artes Cênicas, Visuais e Arte Educação da instituição (Porto Alegre/RS), e Andressa Batista (Porto Velho/RO), artista, gestora e produtora cultural, partilhou espetáculos, conversas com espectadores e debates entre 6 e 16 de março. Quais conexões entre dois Portos, um no Norte e outro no Sul do país, podemos alinhavar? Porto Velho, em Rondônia, estado criado oficialmente em 1982, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, estado devastado por enchentes que mataram 183 pessoas e deixaram 27 desaparecidos no primeiro semestre do ano passado? A distância entre as duas cidades, localizadas cada uma num extremo, reforça o quanto o Brasil é enorme e as dificuldades implicadas nessa obviedade. 

Se a arte precisa circular, alcançar públicos diversos, ser colocada em fricção a partir do encontro com outras realidades, gerar relações, isso fica muito mais difícil quando levamos em consideração, por exemplo, o custo amazônico, que são as despesas relacionadas à transporte e logística na região. Quando os investimentos já anunciados e provisionados por meio de políticas públicas atrasam meses ou mesmo nem chegam. Quando os orçamentos para a cultura no país são cortados pela inaptidão política em reconhecer a economia criativa como um motor de desenvolvimento para as diversas regiões do país. Quando produtores e artistas não encontram parceiros na iniciativa privada interessados em deslocar os seus investimentos do “eixo” que supostamente gera visibilidade. São muitos os “quandos”. Questões como essas foram abordadas na mesa “Modos de produção e seus operários”, com a participação das produtoras Luka Ibarra e Cynthia Margareth, a primeira de Porto Alegre e a segunda de Limeira (SP), residente em São Paulo, e do ator Chicão Santos, de Porto Velho, com mediação do crítico Kil Abreu, de Belém do Pará, residente em São Paulo. 

Na segunda mesa do evento, a discussão teve como tema “Curadorias, circulações”, com as curadoras Galiana Brasil, recifense que reside em São Paulo, e Jane Schoninger, de Porto Alegre, e Kil Abreu. A conversa propôs questionamentos que perpassam o poder que as curadorias exercem num país desigual e diverso como o Brasil. Quem são as pessoas que possuem o poder de decidir quais artistas, grupos e trabalhos vão circular? Por quais lugares do país esses curadores se movem e estabelecem relações? E, mesmo que sejam curadores de lugares fora do “eixo”, quando levam trabalhos aos seus territórios, quais as referências? Qual o lugar do pensamento e da crítica na construção de uma cena que possa, de fato, ser chamada de brasileira? Quais as repercussões dos festivais e das circulações para os artistas de uma cidade? Até que ponto as curadorias desenhadas no país, seja por curadores de instituições públicas ou privadas e por curadores independentes, podem ser consideradas instrumentos que questionam uma estrutura colonialista de pensamento e ação?

Participantes da mesa Modos de produção e seus operários. Foto: Pollyanna Diniz

Jane Schoninger, Galiana Brasil e Kil Abreu compartilharam suas experiências na mesa Curadorias, circulações. Foto: Agência Ophélia

Artistas, curadores e críticos participaram da mesa Curadoria, circulações. Foto: Agência Ophélia

Espetáculos como metáforas

São, de fato, muitas perguntas. Parece que giramos em círculos quando falamos, por exemplo, sobre política cultural no Brasil. Nessa espiral, o que me interessa é imaginar outras possibilidades, tanto de questionamentos quanto de respostas. E os espetáculos que perpassam essa conexão Porto Velho – Porto Alegre são meios de estabelecer diálogo, dissenso, provocação, encantamento. De modo diverso, enxergo que cada um deles carrega metáforas que podem ser relacionadas às discussões que o projeto Conexões Norte Sul propõe.

Novos Velhos Corpos 50+ traz veteranos da dança em Porto Alegre. Foto: Adriana Marchiori

No espetáculo Novos Velhos Corpos 50+, de Porto Alegre, estão em cena artistas da dança com trajetórias relevantes, todos com mais de 50, 60, 70 anos: Eduardo Severino, Eva Schul, Robson Lima Duarte, Monica Dantas e Suzi Weber. Essa última assina a direção geral do espetáculo. Os bailarinos estão acompanhados por músicos que fazem a trilha sonora ao vivo: Dora Avila, Flavio Flu, Marcelo Fornazier e Vasco Piva. 

A mais direta das metáforas entre o espetáculo e o Conexões Norte Sul diz respeito a permanecer criando arte ao longo do tempo, das décadas que se sucedem, a despeito das circunstâncias que possam se interpor nesse caminho. Continuidade, persistência, resistência. Na dança ocidental, os bailarinos carregavam em seus corpos, seus instrumentos de trabalho, um prazo de validade. De algum tempo para cá, brechas estão sendo abertas nesse cenário. Por que não permanecer em cena? Por que ser destituída do direito de criar com o próprio corpo? E aqui falo no feminino porque, como mulher, entendo que essa discussão, quando cruza o gênero, adquire contornos muito cruéis. E se agregarmos classe, a questão fica ainda mais complexa, porque somos matéria-prima moída por uma indústria. São as mulheres aquelas cobradas a se enquadrarem em padrões estéticos irreais e que mudam o tempo inteiro no mundo capitalista do consumo. Somos nós, mulheres, que há pouco tempo perdíamos espaço radicalmente por conta da idade: desde o teatro e as produções audiovisuais, nas quais as mulheres mais velhas tinham papéis socialmente muito determinados, até o mercado de trabalho tradicional. 

Meu Amigo Inglês traz ao palco um artista que lida com as consequências do mal de Parkinson. Foto: Eliane Viana

O corpo velho também está em cena em Meu amigo inglês, espetáculo de Rondônia, com Chicão Santos e Flávia Diniz, texto e direção de Mário Zumba. Neste caso, o corpo de um homem, que lida com as consequências do mal de Parkinson. A temática é aderente por conta da sua amplitude e da sua humanidade, dos impactos sociais que a doença acarreta, no âmbito pessoal e na família.

A dramaturgia e a encenação esbarram, no entanto, na armadilha da reprodução do machismo, do sexismo e de violências simbólicas na relação que se estabelece entre os personagens, marido e mulher, ela muito mais nova do que ele. Num país tão plural como o Brasil, mas desigual, violento e misógino, as problematizações da nossa realidade e as revoluções de pensamento e atitude precisam acontecer desde o espaço da criação e da fruição artística, em cada canto do Brasil. 

O espaço universitário pode ser propulsor dessas revoluções. É o que nos lembra A cabeça de Tereza, também de Rondônia, que tem dramaturgia e atuação de Jam Soares e direção do professor Luiz Lerro, e foi concebido no âmbito do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Rondônia, instituição criada em 1982. A universidade tem papel fundamental no questionamento de conceitos e na elaboração e imaginação de novos saberes. Perguntas “antigas” precisam de respostas contínuas: como definimos, por exemplo, o que é centro e o que é periferia quando olhamos para o Brasil? Como determinamos o que é arte regional e o que é arte nacional? Como imaginar projetos que contemplem os nossos lugares de partida e os nossos desejos? Jam Soares, mulher jovem afro amazônida, criou um espetáculo que é um manifesto pela memória de mulheres invisibilizadas na nossa história a partir da personagem ficcional Tereza Sankofa, uma homenagem a Tereza de Benguela que, por cerca de 20 anos, foi líder do maior quilombo no território que hoje é o Mato Grosso. 

Ensaio geral faz homenagem a Selma Bustamante. Foto: Agência Ophélia

Ensaio geral, espetáculo de teatro de rua de Klindson Cruz, manauara residente em Porto Velho, também é uma homenagem a uma mulher. Protagonizado pelo palhaço Pingo, o trabalho celebra a vida e a trajetória de Selma Bustamante, atriz do grupo Ventoforte, em São Paulo, falecida em 2019, que morou por bastante tempo no Amazonas. Embora artifícios dramatúrgicos e de encenação se desgastem ao longo das cenas, como a procura repetitiva por objetos em malas, e o artista perca possibilidades interessantes a partir da interação com os espectadores, o palhaço meio mal-humorado captura a atenção e a curiosidade do público. E o mote é tão importante para o espetáculo quanto para o projeto Conexões Norte Sul: o processo artístico, o ensaio, a transmissão de saberes entre os artistas, a celebração aos que vieram antes de nós.

O espetáculo Teatro dos seres imaginários, da Cia Seres Imaginários, de Porto Alegre, que também foi apresentado na rua, mas com uma estrutura bastante específica, provoca encantamento no espectador, nos lembrando que teatro é exercício político de imaginação e criatividade. O Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero, é a inspiração para um espetáculo com bonecos que saem da cabeça do autor – um boneco – para dividir o espaço cênico com as cabeças dos espectadores, fazendo as pessoas se moverem em volta de si mesmas na busca por acompanhar aquelas criaturas intrigantes, assustadoras, curiosas. O público, de apenas 18 pessoas, coloca as cabeças numa espécie de caixa de tecido suspensa a 1,5 metro do chão, e o espetáculo de bonecos, que tem direção de arte e música primorosas, se desenrola dentro daquele espaço. A manipulação é feita pelos artistas Cacá Sena, Charles Kray, Elaine Regina e Silvia Regina Ferrare e a música é de Sérgio Olive.

De volta ao palco, Trivial – Um Espetáculo de B-boys, com direção e coreografia de Driko Oliveira, de Porto Alegre, traz a cultura break como motor para um espetáculo que tem na dança sua força física e na palavra a exposição da vulnerabilidade que pode ser transformadora. Estão em cena os Bboys Daniel Carvalheiro, T2, Deaf, Julinho RC e César RC e a B-girl Naju. Com os seus corpos, eles nos mostram o quanto a arte no Brasil é diversa e não aceita caixinhas. O break é da rua, é do palco, é do esporte, é de qualquer lugar. Mas quando expõem por meio de relatos pessoais demandas de suas realidades, como a disparidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, a invisibilidade de jovens negros, as violências a que são submetidos, o espetáculo toma fôlego de mudança, de ruptura. 

É esse fôlego, de artistas que se colocam em suas inteirezas e fragilidades, que precisamos tomar para continuar lidando com o cotidiano de diversidades e disparidades, aqui especificamente nas artes da cena no Brasil. E para lembrar que não lutamos somente por nós, seja qual for a nossa circunstância. As reflexões e provocações do projeto Conexões Norte Sul nos levam ao entendimento de que a briga precisa ser coletiva e deve abarcar todas as realidades: desde os artistas que têm fome, aqueles que andam de metrô ou de avião, os que estão começando, estão na universidade, que possuem trajetórias consolidadas, que já conseguem circular pelo país por meios próprios, que sonham em ver o que criaram extrapolar  limites. Artistas que, independentemente de suas situações específicas, se inquietam e desejam colocar na roda possibilidades coletivas de construir novas realidades. 

*Texto escrito como uma das ações do Projeto Conexões Norte Sul, a convite do Itaú Cultural e Sesc RS. Além de Pollyanna Diniz, do Satisfeita, Yolanda?, participaram do acompanhamento crítico do evento Valmir Santos, do Teatrojornal, e Kil Abreu, do Cena Aberta.

Teatro dos Seres Imaginários se inspira em livro de Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero. Foto: Rique Barbo

 

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Teatro de reflexão e resistência. Vem aí a MITsp!

Espetáculo belga abre a 4ª MITsp. Foto: Phile Deprez

Espetáculo belga abre a 4ª MITsp. Foto: Phile Deprez

Que estamos vivendo uma crise econômica, política, social, não há nisso novidade. Um golpe arquitetado por homens brancos, ricos, corruptos e vestindo ternos tirou do poder a presidenta Dilma Rouseff. Depois disso, diariamente, nos deparamos com notícias e declarações que nos fazem quase perder a fé de que ainda há alguma possibilidade neste país. Mas qual o papel dos artistas diante disso? E de um festival de teatro? A quarta edição da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, que começa na próxima terça-feira (14) e dura uma semana (21), decidiu ao menos (um grande intento) tentar refletir sobre o momento que estamos atravessando. O texto curatorial, praticamente um manifesto, assinado por Antônio Araújo, diretor artístico da MITsp, e Guilherme Marques, diretor geral de produção, fala sobre resistência. “Não apenas resistência de sobrevida para um festival ainda novo, mas de fortalecimento da imaginação, de recusa ao cinismo, de superação da apatia e, principalmente, de continuar acreditando na nossa capacidade de ação e de transformação. Recusamos, em igual medida, tanto o estado de coisas a que chegou este país, quanto o estado de ‘coisa’ que insistem em nos imputar”.

Desde a primeira edição da MITsp, não só a curadoria dos espetáculos faz com que a mostra tenha se tornado a mais significativa do país para o teatro de pesquisa, mas a ideia fundamental de que teatro e reflexão andam juntos. Se os espetáculos conseguem, em sua grande maioria, nos tirar do eixo pela experimentação artística, pelas temáticas, pelas abordagens, pelo hibridismo de linguagem, a discussão criada em torno desses espetáculos e do próprio teatro sempre foi um dos pilares da mostra. Este ano, a curadoria do eixo denominado Olhares Críticos, responsável por pensar todas essas conexões em torno da reflexão que a mostra pode gerar, foi assinada pelos jornalistas e críticos Kil Abreu e Luciana Romagnolli. As ações pedagógicas continuam sob a responsabilidade da jornalista Maria Fernanda Vomero. Há ainda o seminário internacional Discursos sobre o Não Dito: racismo e a descolonização do pensamento, cuja curadoria é de Eugênio Lima e Majoí Gongora.

A mostra começa oficialmente (algumas atividades pedagógicas já iniciaram) no Theatro Municipal de São Paulo, dia 14, com o espetáculo belga Avante, Marche!, direção de Alain Platel, Frank Van Laecke e Steven Prengels. Uma banda de música, que pode servir como retrato da nossa sociedade, e a situação de saúde de um músico nos colocam diante da resistência e da finitude. O espetáculo vai contar com músicos brasileiros, sob a regência do maestro Carlos Eduardo Moreno. Para quem for na segunda sessão, no dia 15, um presente: Tom Zé vai comentar o espetáculo ao final da apresentação, na ação intitulada Diálogos Transversais.

Artista libanês Rabih Mroué apresenta três trabalhos. Foto: Houssam Mchiemech

Artista libanês Rabih Mroué apresenta três trabalhos. Foto: Houssam Mchiemech

Ainda no dia 14, começam as sessões da Mostra Rabih Mroué. O artista visual, dramaturgo, diretor e performer libanês apresenta três espetáculos: Tão Pouco Tempo, Revolução em Pixels e Cavalgando Nuvens. Na coletiva de imprensa da mostra, Antônio Araújo revelou que tenta trazer o artista à MITsp há alguns anos. O trabalho de Rabih Mroué condiz com um dos principais eixos da mostra este ano: o teatro documentário, produções que utilizam fatos reais, documentos, história. No caso do libanês, o contexto de guerra do seu país é levado ao palco, como em Revolução em Pixels, quando ele discute como os sírios estavam documentando a guerra e a própria morte; ou em Cavalgando Nuvens, que tem como performer seu irmão, vítima de um tiro durante a guerra civil libanesa. A ação Pensamento-em-processo, uma conversa com Rabih Mroué, sua esposa (que também é performer em Tão Pouco Tempo) Lina Majdalanie, e seu irmão Yasser, será mediada no dia 16, às 10h, no Itaú Cultural, por Pollyanna Diniz, uma das editoras do Satisfeita, Yolanda?.

Por que o Sr. R, Enlouqueceu? Foto: Ju Ostkreuz

Por que o Sr. R, Enlouqueceu? Foto: Ju Ostkreuz

Outros três espetáculos internacionais compõem a MITsp: o alemão Por que o Sr. R. Enlouqueceu?, com direção de Susanne Kennedy para a Münchner Kammerspiele, uma montagem que faz a adaptação do filme homônimo de Rainer Werner Fassbinder; Mateluna, continuação de Escola, vista na primeira MITsp, do chileno Guillermo Calderón; e Black Off, de Ntando Cele, diretora e performer da África do Sul. Esse último trabalho compõe outro eixo significativo na MITsp: a discussão sobre racismo, empoderamento negro, branquitude e opressão. Tanto que dois dos três espetáculos brasileiros que integram a mostra, A Missão em Fragmentos: 12 cenas de descolonização em legítima defesa, com direção de Eugênio Lima, e Branco: o cheiro do lírio e do formol, de Alexandre Dal Farra e Janaina Leite, enveredam por esse caminho, mas por diferentes vias. O terceiro espetáculo brasileiro da mostra é Para que o céu não caia, da Lia Rodrigues Companhia de Danças. Os ingressos já estão esgotados, mas quem teve a sorte de comprar para a sessão do dia 18 de Para que o céu não caia, no Sesc Belenzinho, vai ter a chance de ouvir o xamã yanomami Davi Kopenawa, cujo livro inspirou o espetáculo, ao fim da apresentação, nos Diálogos Transversais.

Branco: o cheiro do lírio e do formol. Foto: André Cherri

Branco: o cheiro do lírio e do formol. Foto: André Cherri

Dentro dos Olhares Críticos, alguns destaques: o seminário Dimensões públicas da crise e formas de resistência, que contará com quatro mesas e convidados como Heloisa Buarque de Hollanda, Marcio Abreu, Vladimir Safatle, Suely Rolnik e Marcelo Freixo; uma discussão sobre teatro na Palestina, com o diretor Ihab Zahdeh, a atriz Andrea Giadach e Maria Fernanda Vomero; uma entrevista pública com Guillermo Calderón; o lançamento da nona edição da Trema! Revista de Teatro, do Recife; e a mesa Crítica e engajamento, uma proposta da DocumentaCena – Plataforma de Crítica (que reúne Satisfeita, Yolanda?, Questão de Crítica e Horizonte da Cena), que será mediada por Ivana Moura, editora do Satisfeita, Yolanda?.

O Satisfeita, Yolanda?, aliás, acompanha a MITsp desde a sua primeira edição. Este ano, participamos novamente da mostra escrevendo críticas que serão distribuídas nos teatros e publicadas aqui no blog e no site da MITsp.

Confira a programação completa da MITsp no site da mostra.

Mateluna. Foto: Felipe Fredes

Mateluna. Foto: Felipe Fredes

Para Que o Céu Não Caia. Foto: Sammi Landweer

Para Que o Céu Não Caia. Foto: Sammi Landweer

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De janeiro a janeiro, tem festival!

Essa febre que não passa (foto) e Aquilo que meu olhar guardou para você estarão no Festival de Curitiba. Foto: Ivana Moura

Duas montagens pernambucanas – Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, e Aquilo que meu olhar guardou para você, do grupo Magiluth – estão na programação da mostra oficial do Festival de Teatro de Curitiba. Depois do Janeiro de Grandes Espetáculos e do hiato no mundo das artes – para tudo que não é música e folia carnavalesca, claro – é Curitiba quem abre o calendário de festivais de teatro no país.

De janeiro a janeiro, tem festival em vários lugares do Brasil, com enfoques e objetivos diferentes, mas sempre proporcionando a circulação dos espetáculos e, geralmente, o acesso do público a montagens que dificilmente conseguiriam ser vistas sem o suporte de um festival – já que não há patrocínio para todas as peças e bilheteria definitivamente não garante a possibilidade dos grupos viajarem.

Conversamos com diretores e curadores dos principais festivais do país – Festival de Curitiba, Porto Alegre em Cena, Londrina, Festival de São José do Rio Preto, Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac), Cena Contemporânea e Tempo_Festival. Procuramos saber quais as propostas para este ano e, mais ainda, tentamos revelar os méritos de cada um deles para, de alguma forma, contribuir para que os nossos próprios festivais (ao menos os três maiores) – Janeiro de Grandes Espetáculos, Palco Giratório e Festival Recife do Teatro Nacional (esses também foram ouvidos, obviamente) – consigam avançar (ou também servir de espelho) em diversos aspectos.

Curitiba, por exemplo, recebe muitas críticas de que prioriza e incentiva na cidade a proliferação do teatro comercial. Apesar disso, o festival que já vai para a 21ª edição é, indiscutivelmente, um dos mais bem-sucedidos do Brasil. Consegue reunir produções de qualidade na cena nacional, inclusive muitas estreias acontecem lá, e ainda fomentar o experimentalismo, graças à mostra paralela intitulada Fringe, que foi inspirada no Festival Internacional de Edimburgo, na Escócia. Este ano, o Fringe deve ter 368 espetáculos. O grupo Magiluth, que nunca participou do festival, além de estar na mostra oficial, apresenta outros dois espetáculos: 1 Torto e O canto de Gregório, numa mostra dentro do Fringe organizada pela Companhia Brasileira de Teatro, que será realizada no Teatro HSBC.

Los pájaros muertos abre festival no Paraná

A mostra oficial do festival, que acontece entre 27 de março e 8 de abril, terá 29 espetáculos de seis estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco -, além de dois internacionais – da Espanha e da Inglaterra. “Apesar dessas atrações, não queremos ser um festival internacional. O nosso grande mote é a produção nacional e mantemos esse foco”, explica Leandro Knopfholz, um dos criadores e diretor geral do evento.

A abertura da mostra será com a peça espanhola Los pájaros muertos; mas o festival tem ainda duas remontagens da companhia carioca Os Fodidos Privilegiados – O casamento e Escravas do amor -, as duas textos de Nelson Rodrigues; a estreia de Eclipse, do grupo Galpão; e de Licht & Licht, da Cia de Ópera Seca; e ainda montagens como Gargólios, de Gerald Thomas; O idiota, de Cibele Forjaz; e O libertino, de Jô Soares.

Recorte holandês no Rio de Janeiro

Qual o teatro feito na Holanda? Você já se fez essa pergunta? Os diretores e curadores Márcia Dias, Bia Junqueira e César Augusto, do Tempo_Festival das Artes – Festival Internacional de Artes Cênicas do Rio de Janeiro, já. Tanto que um recorte dessa cena teatral poderá ser visto entre 5 e 12 de outubro no chamado 2° Tempo do festival. “O festival é realizado em três tempos: o primeiro é dedicado ao pensamento – trazemos artistas internacionais para fazer residência, debates, encontros com filosófos, pessoas de outros segmentos. Já o segundo é aquele dedicado à programação artística propriamente dita. E há ainda o Tempo_Contínuo, que é o site, um suporte permanente”, conta Márcia.

Para quem duvida sobre o quanto o teatro na Holanda é profícuo, Márcia Dias responde: “Estou com material de mais de 60 espetáculos, entre teatro e dança, para que possamos fazer a curadoria”. Ano passado, o Tempo fez um recorte da cena argentina – inclusive co-produziu (com o Festival Internacional Santiago a Mil, o Festival d’Automne de Paris e a Maison des Arts et de la Culture de Créteil, na França), O vento num violino, do Teatro Timbre 4, que esteve pela primeira vez no Recife no último Janeiro de Grandes Espetáculos.

Espetáculo do grupo argentino Timbre 4 foi co-produzido por festival carioca

Londrina tem o festival de teatro mais antigo do Brasil

O festival de teatro mais antigo do Brasil é o Festival Internacional de Londrina – Filo. São 44 anos (a mostra só não foi realizada uma única vez e, por isso, o festival vai para a sua 43ª edição) e a programação inclui não só teatro, mas dança, circo, música. “Tentamos montar uma programação diversificada. E conseguimos uma média de 80, 90 e até 100 mil pessoas por edição”, conta o diretor da mostra, Luiz Bertipaglia.

A relação do Filo com a cidade, explica Bertipaglia, é bastante especial. “O festival tem 44 anos e a cidade 77. O festival foi crescendo com Londrina. As pessoas entendem que o festival faz parte da história da cidade”. Outra facilidade com relação à público é que Londrina não é tão grande – tem cerca de 600 mil habitantes e aí as ações conseguem ser mais efetivas junto ao espectador.

Segundo o diretor, a cena teatral londrinense foi impulsionada pelo Filo. “Muitas companhias foram criadas em função do festival. E acho que foi fundamental também para a criação, em 1998, do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual”.

Grupo belga vai encenar texto de Alejandro Jodorowsky no Filo

As inscrições para os grupos nacionais no Filo terminaram no dia 9 de fevereiro. A curadoria dos internacionais é feita pelo próprio Luiz Bertipaglia. Em primeira mão, o diretor nos confirmou a apresentação de The ventriloquist’s school, do grupo belga Poit Zero (um texto de Alejandro Jodorowsky), e Translunar paradise, montagem do grupo da Inglaterra Theatre Ad Infinitum (uma história sobre vida, morte e amor eterno que começa depois que a esposa de William morre e ele vai para uma ilha da fantasia, das suas memórias passadas). O festival será realizado entre 8 e 30 de junho.

Teatro africano no Distrito Federal

Geralmente o festival Cena Contemporânea, de Brasília, é realizado em agosto ou setembro. Esse ano, no entanto, será um pouco mais cedo: de 17 a 29 de julho. Guilherme Reis, coordenador do festival, diz que a mudança é por conta de um convite da Universidade de Brasília (UnB), que está completando 50 anos. “Vamos fazer uma edição especial, voltada para América Latina e África. Em 1987 e 1989, a UnB realizou o Festival Latino Americano. Por isso essa ação”, explica Reis que garante que terá liberdade para realizar suas escolhas, de forma independente da universidade.

El rumor del incendio, do México, estará no Cena Contemporânea

“Tenho uma oferta grande de espetáculos africanos e algumas co-produções que passam também por Portugal, Canadá e Espanha”. A grade de programação ainda não está fechada, mas o coordenador adianta que devem ser 12 ou 13 espetáculos internacionais, sendo seis ou sete latino-americanos e o restante de espetáculos africanos, além da produção nacional com a presença de montagens de diretores como Henrique Dias e Cibele Forjaz. Dos internacionais, estão confirmados The butcher brothers, da África do Sul, e El rumor del incendio, do México.

O Cena é um festival privado que nasceu em 1995, mas está indo para a 13ª edição. “Em alguns anos, não conseguimos realizar. Mas desde 2003 não paramos mais. Brasília tem uma situação atípica com relação a apoio. Pela primeira vez, ano passado, recebemos incentivo do Distrito Federal”, conta Reis. Um dos méritos do Cena é envolver a cidade – mesmo quem não vai ao teatro, não fica ileso ao Ponto de Encontro, um espaço montado na Praça do Museu Nacional da República, que abriga apresentações musicais.

Teatro de dois em dois anos

O Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte (FitBH), em Minas Gerais, acontece de dois em dois anos. “Essa já era a proposta desde que ele foi criado, em 1994. Era para ter fôlego mesmo, para fazer sempre um grande festival”, explica Marcelo Bones, diretor do evento que, ao lado da diretora Yara de Novaes e da atriz Grace Passô, fará a curadoria da mostra. O evento está marcado para acontecer entre 12 e 24 de junho. A grade de programação ainda não está fechada, mas já há algumas definições. Bones adianta que devem ser 12 espetáculos internacionais, 15 nacionais e ainda 10 montagens de Belo Horizonte – que ocupam não só os palcos dos teatros, mas também as ruas.

“Vamos trabalhar a partir de três conceitos: o teatro e a cidade; o teatro e outras linguagens artísticas; e a cooperação e o intercâmbio entre criadores”, explica Marcelo Bones. O festival, que vai para a 11ª edição, é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte – responsável por 60% dos custos do evento. “Apesar de depender da agenda política, é um evento consolidado, importante para a cidade. Todas as pessoas sabem que o evento está acontecendo, gera movimentação”, diz o diretor.

Expandindo fronteiras

Where were you on January 8th? integrou programação do festival em São José do Rio Preto ano passado

O teatro contemporâneo é sempre o mote do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (Fit). Cerca de 40 companhias participam da programação que, este ano, vai de 4 a 14 de julho. Para se ter uma ideia, o festival recebeu 570 inscrições de grupos interessados em participar – desses, seis são pernambucanos. A curadoria é formada por Kil Abreu (que, durante quatro anos, foi curador do Festival Recife do Teatro Nacional), Sérgio Luis Venitt de Oliveira, Beth Lopes e Natália Noli Sasso. “Como festival internacional, estamos indo para a 12ª edição, mas o festival já tem 43 anos. Só na época da ditadura militar é que a programação não aconteceu uns dois ou três anos”, conta Marcelo Zamora, diretor do Fit.

“A gente achava que o festival precisava do recorte internacional”, complementa Zamora. O festival é realizado pela prefeitura, embora, o órgão seja responsável por apenas 10% do orçamento. “Somos um festival que vai atrás de propostas mais radicais, conceituais, com riscos maiores. E isso é sempre uma provocação para o nosso público”, diz o diretor. 60% da programação do festival em São José do Rio Preto, em São Paulo, é gratuita.

Relacionamento internacional

Em 18 anos, o festival Porto Alegre em Cena conseguiu estabelecer uma relação invejável com grupos internacionais. Muitas companhias vêm ao Brasil apenas para se apresentar lá. Ano passado, por exemplo, o diretor Bob Wilson só passou por Porto Alegre com A última gravação de Krapp, em que ele mesmo está em cena. “O trabalho sério e de respeito aos grupos ampliou muito os contatos do festival. É um meio onde as informações circulam. Então hoje conversamos com o mundo inteiro e, quando há um cenário propício, convidamos esses grupos”, diz Luciano Alabarse, que além de diretor é muito da alma do festival de Porto Alegre.

Bob Wilson era o diretor e o ator de A última gravação de Krapp, espetáculo apresentado no último POA em Cena. Foto: Mariano Czarnobai/Divulgação

Apesar de toda dedicação de Alabarse, a mostra não é privada, mas realizada pela Secretaria de Cultura da cidade. “A equação da qualidade é um grande desafio. Harmonizar a burocracia pública com a agilidade requerida por um festival internacional de grande porte é difícil. Há momentos em que penso em pegar em armas”, brinca Alabarse. “Importante é que não haja concessões artísticas. O festival não flerta com sucessos televisivos, celebridades duvidosas, peças de apelo comercial. O que está em jogo é a discussão cênica que faz diferença. Essa postura estabelece limites”, complementa.

Como um festival que já tem uma carreira consolidada, as negociações para que os grupos participem do POA em Cena podem durar anos. “Em 2012, o Berliner Ensemble vai visitar Porto Alegre pela primeira vez. O compositor inglês Michael Nyman, da mesma forma. E o Fuerza Bruta, sucesso mundial, vai aterrisar nos pampas. Essas são atrações já confirmadas”, adianta Luciano Alabarse.

O mais jovenzinho entre os festivais

O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac) só teve quatro edições e, ao que parece, um longo percurso pela frente. A data da próxima edição já está marcada: será de 28 de setembro a 6 de outubro. “Como nos anos anteriores, não direcionaremos a seleção em torno de um conceito pré-definido. Adotamos um caráter mais panorâmico, buscando alcançar uma mostra caracterizada pela diversidade e levando espetáculos que, de alguma forma consideramos, significativos, seja pela proposta de inovação na linguagem, aposta em um processo artístico ou experimentação, ou pelo ineditismo de grupos ou artistas importantes”, explica Ricardo Libório, coordenador do Fiac.

Um dos desafios do festival, aliás, não só dele, mas de praticamente todos no Brasil, é a formação de plateia. “Estamos amadurecendo algumas ações, que vão desde a ampliação do número de sessões por espetáculos, o fortalecimento de nossa coordenação de formação de platéias e a busca de parcerias estratégicas com a Secretaria de Educação, além de buscar modelos de promoção focada em grupos específicos que tenham potencial de ampliar o público ‘consumidor’ de teatro, para beneficiar não apenas o alcance do Festival em si, mas a atividade teatral em Salvador ao longo de todo o ano”, finaliza. A grade do festival ainda não foi definida.

OS PERNAMBUCANOS

Janeiro de Grandes Espetáculos faz escala em Portugal

O próximo Janeiro de Grandes Espetáculos pode ser aberto por uma montagem idealizada na ponte áerea Recife – Portugal. A ideia é que cinco atores daqui façam um intercâmbio com o Centro Póvoa de Lanhoso, que fica na vila de mesmo nome no distrito de Braga. O projeto é de Paulo de Castro, um dos produtores do festival, ao lado de Paula de Renor e Carla Valença. “Ainda estamos fechando os detalhes; porque devemos lançar uma seleção para essa escolha. Queremos proporcionar essa vivência com um centro internacional”, explica Paula de Renor.

Curadores do Janeiro pensam em estruturar intercâmbios e parcerias

Desde 2011, o Janeiro de Grandes Espetáculos é um dos integrantes do Núcleo de Festivais Internacionais do Brasil. “Aqui em Pernambuco, somos o único festival internacional. E o que queremos realizando parcerias é melhorar a programação e ainda trabalhar o público para essas montagens, porque as pessoas ainda têm receio da qualidade; talvez pela língua, embora as montagens tenham legenda sempre que preciso”, comenta Paula.

Realmente, não são todas as montagens internacionais que empolgam o público mesmo – ao contrário da programação das peças locais. É delas, independente de quantos meses ficaram em cartaz durante o ano anterior, o maior público do festival. “Esse é realmente o nosso foco. Dar visibilidade à produção local e possibilitar melhorias na cadeia do teatro para o resto do ano”, complementa Paula.

Além do intercâmbio com Portugal, provavelmente começam aqui as comemorações dos 20 anos da companhia Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, no Janeiro do próximo ano. “Queríamos fazer uma residência com atores daqui e talvez com outros grupos. O Teatro Timbre 4, por exemplo, da Argentina, quer voltar com outros dois espetáculos. Achamos que talvez o formato de vivência seja mais interessante do que a oficina”, diz a produtora.

Espetáculo de Petrolina abre o Palco Giratório em maio

É do Sesc o festival que proporciona a maior circulação de espetáculos no país – o Palco Giratório. Em Pernambuco, além de promover a exibição de montagens em vários locais do estado, em maio, Recife recebe uma edição especial do Palco Giratório. Será praticamente um mês inteiro de programação – incluindo os espetáculos que estão circulando nacionalmente e ainda montagens convidadas, entre elas espetáculos internacionais. Este ano, o Palco Giratório no Recife será aberto no dia 4 de maio, com o espetáculo Eu vim da Ilha, da Companhia de Dança do Sesc Petrolina, no Teatro Barreto Júnior, que ganhou o Prêmio Apacepe 2012 de melhor espetáculo de dança pelo júri oficial – por conta da apresentação no Janeiro de Grandes Espetáculos.

Dois motes especiais: 15 anos e Nelson Rodrigues

Este ano, o Festival Recife do Teatro Nacional vai comemorar 15 primaveras. Como “adolescente” está no momento de repensar o seu papel para a cidade. “Sou positivo, otimista. Espero um festival muito bom. Nas conversas internas, a ideia é que a gente proponha que o mote para o festival seja essa data: os 15 anos”, explica Vavá Schön-Paulino, coordenador da mostra, promovida pela Prefeitura do Recife. Um dos desafios é agregar público; fazer parte do calendário não só para os artistas, mas para a cidade.

Segundo Vavá, Nelson Rodrigues não será o homenageado do festival – porque já foi uma vez, mas os eventos especiais devem lembrar a efeméride dos 100 anos de nascimento do dramaturgo pernambucano. “Tudo ainda vai ser conversado, mas existe sim a possibilidade de termos algum espetáculo de Nelson na grade”, complementa. A data do festival ainda não está fechada, mas deve ser provavelmente entre 15 e 30 de novembro.

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