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Antônio Abujamra, o eterno provocador

Antônio Abujamra é festejado com debates, show, espetáculo e leitura no Itaú Cultural

Ator e diretor paulista Antônio Abujamra (1932-2015) deixou marcas de irreverência nos palcos e nas telas; na história do teatro brasileiro. O Itaú Cultural inicia suas atividades cênicas de 2021 com uma homenagem a esse homem do teatro com Antônio Abujamra – A Voz do Provocador. A programação online ocorre de 18 a 21 e de 25 a 28 de fevereiro, de quinta-feira a domingo, com conversas, encenações inéditas e música. O legado de Abujamra é celebrado no ano em que se comemora três décadas de fundação da Cia Os Fodidos Privilegiados, criada pelo ator e diretor no Rio de Janeiro.

Abu, de Cabo a Rabo é a mesa que abre a programação – no dia 18 (quinta-feira), às 20h, e conta com a participação do crítico teatral e professor Edélcio Mostaço para distinguir a trajetória desse artista influenciado pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), de inteligência brilhante, sensível, de humor ácido e que não renunciava à autoironia. A conversa será mediada pela diretora, roteirista e produtora de teatro e eventos Márcia Abujamra, sobrinha do ator, que idealizou essa mostra junto com o Itaú Cultural.

Cia Os Fodidos Privilegiados – Exorbitâncias e O Casamento, a Renovação do grupo é o tema da segunda mesa (sexta-feira, 19, também às 20h), com as atrizes Filomena Mancuzzo, Guta Stresser e Paula Sandroni, e o diretor João Fonseca. Eles apresentam histórias e gravação de cenas de espetáculos.

Fundada em 1991, no Rio de Janeiro, a Cia Os Fodidos Privilegiados montou três peças naquele ano: Um Certo Hamlet, A Serpente e Phaedra. Em 1995, juntou 60 atores em cena no espetáculo Exorbitâncias. Em 1997, o grupo estreou O Casamento, de Nelson Rodrigues.

O Casamento, montagem de 1997. Foto Chico Lima / Divulgação

Coroa para o povo

O Veneno do Teatro, espetáculo criado Antônio Abujamra e interpretado por ele por mais de 10 anos, ganha nova versão, interpretado pelo ator Elias Andreato e com roteiro e direção de Marcia Abujamra, nos dias 20 e 21 (sábado e domingo), às 20h. A encenação junta trechos de histórias biográficas da encenação original com trecho de vídeos de espetáculos que Abujamra dirigiu e depoimentos de arquivo de alguns artistas, a exemplo de Antunes Filho, Alcides Nogueira e Felipe Hirsch.

Crítico teatral e professor Edélcio Mostaço e diretor e dramaturgo Sérgio de Carvalho. Fotos: Reprodução do Facebook

A mesa Antônio Abujamra e o teatro épico no Brasil ocorre na quinta-feira, dia 25, às 20h, conduzida pelo dramaturgo e encenador Sérgio de Carvalho, fundador da Companhia do Latão. Carvalho vai focar na importância do trabalho de Antônio Abujamra em diálogo com o movimento de renovação da cena brasileira.

A leitura online de Um outro Hamlet, com companhia Os Fodidos Privilegiados, avança para a montagem do espetáculo Hamleto – que o grupo prepara para 2021, para celebrar seus 30 anos de fundação – dá prosseguimento ao programa Antônio Abujamra – A Voz do Provocador, na sexta-feira e no sábado, dias 26 e 27, às 20h.

Com direção de João Fonseca e de Johayne Ildefonso, Hamleto se baseia no texto escrito em 1972 pelo italiano Giovanni Testori (1923-1993), com adaptação de Antônio Abujamra, que dá novos rumos à história de Hamlet, de Shakespeare, com ingredientes políticos e de deboche. Sugere uma relação homossexual entre Hamlet e Horácio, e permite que o protagonista ceda as riquezas da coroa para o povo no ato de sua morte.

O Teatro Dissonante de Antônio Abujamra: A Temporada Carioca é o título do último debate, no sábado, 27, às 17h, com participação do professor André Dias.

No domingo, 28, às 20h, o encerramento da programação Antônio Abujamra – A Voz do Provocador é com o show online Abujamra Presente, com o músico André Abujamra, filho caçula do diretor. Cantor, compositor, guitarrista, percussionista, pianista, produtor musical com mais de 70 trilhas feitas para cinema, onde também tem trabalhos como ator e diretor, André Abujamra apresenta um repertório sacado de seus quatro discos – Mafaro, Homem Bruxa, Omindá e Emidoinã.

Antônio Abujamra – A Voz do Provocador acontece pela plataforma Zoom e os ingressos podem ser reservados via Sympla. Informações pelo site www.itaucultural.org.br.

Serviço:

Antônio Abujamra, a Voz do Provocador
Quando: De 18 a 21 e de 25 a 28 de fevereiro (quinta-feira a domingo)
Onde: No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br  

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Cássia Eller quase bem-comportada

Sessão com Jana Figarella. Foto: divulgação

Sessão com Jana Figarella no papel título, no Teatro RioMar, no Recife

O espetáculo Cássia Eller, o musical é caudaloso. Duas horas e meia de duração em que passeia pelas principais canções que a intérprete gravou/cantou em sua breve carreira. Com uma cozinha competente, instigada, as músicas ganham texturas dos arranjos de Lan Lan. A banda – Maurício Braga (bateria), Felipe Caneca (piano), Pedro Coelho (baixo), Diogo Viola (guitarra) e Fernando Caneca (violão) – se garante e dá a sustentação sonora ao espetáculo. A encenação faz parte de uma safra de musicais biográficos. E é muito bom que os motivos sejam os artistas brasileiros.

A sessão das 17h do sábado foi com Jana Figarella no papel da Cássia. Uma plateia totalmente pró, da família, amigos, antigos colegas do curso de Teatro da UFPE, admiradores de carreira de Jana. Ela morou dos 15 aos 32 anos no Recife, onde cantou em bares e cursou Teatro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O público estava nessa sintonia de torcida por alguém da cidade que conseguiu um lugar de destaque.

Se a parte musical está garantida, a atuação e outros elementos também precisam estar em acordo. Mas a dramaturgia romantiza o percurso da homenageada. Ganha destaque sua timidez, sua dependência emocional. O roteiro, no entanto, passa por cima dos conflitos da artista, que até parece que teve as negociações para se tornar Cássia Eller muito facilitadas. É uma simplificação do trajeto que não condiz com a biografia da cantora.

Dirigido por João Fonseca (dos musicais Tim Maia – Vale Tudo e Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz) e Vinícius Arneiro e escrito por Patrícia Andrade (Elis, a Musical), a peça opta por uma abordagem doce e intimista. Parece um show, com uma lista de músicas, das boas, encadeadas uma às outras.

Por Enquanto (Renato Russo), Malandragem(Cazuza/Frejat) e Com Você Meu Mundo Ficaria Completo (Nando Reis), Eleanor Rigby, dos Beatles, são algumas das canções apresentadas com competência. A protagonista também faz dueto com outros atores, como em Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, quando divide a música com Evelyn Castro (mãe da cantora); ou Relicário, com Emerson Espínola.

Com exceção da protagonista, os outros intérpretes se revezam em vários papéis, desde o pai da cantora (o militar Altair Eller) até o cantor e compositor Nando Reis, passando por Eugênia, companheira de Cássia e Lan Lan. Eline Porto, Mario Hermeto e Thainá Gallo são os outros atores do elenco.

A protagonista tem poucas falas. Falta acento para mostrar a explosão da trajetória artística da cantora, que morreu em 2001 aos 39 anos. Cássia Eller era bem mais heavy metal do que aparece na dramaturgia de Patrícia Andrade. Em 2001 ela estava exausta, física e emocionalmente. Além do estresse da turnê (na peça a protagonista fala em 80 shows, pode ter sido mais), sabe-se que ela estava em tratamento para se livrar da cocaína: a pressão da fama era imensa, as entrevistas apavoravam, o filho crescendo, o assédio dos fãs. Pouco disso entra no espetáculo como nervo que vibra.

Apesar dos palavrões, dos seios à mostra, o musical se apresenta muito bem comportado para o vulcão que era Cássia Eller no palco. Era algo sem esforço. Uma rebeldia que transpirava. No palco, cantando ou comentando algo. Seu gestual andrógino também tinha um preço. Há 14 anos, sua postura homossexual era uma posição política que recebeu seus ataques.

O cenário, de Nello Marrese e Natália Lana, parece uma caverna escura, que cansa devido à neutralidade, onde são utilizadas cadeiras e instrumentos musicais. O figurino é modificado com o acréscimo de alguns adereços.

É verdade que há momentos engraçados, como o telefonema para Caetano Veloso, para agradecer pela música Gatas Extraordinárias, que ele compôs para Eller. É verdade que há muitos momentos emocionantes. E que o gestual faz lembrar de Cássia.

Destaque para Evelyn Castro (Mãe/Ana), Thainá Gallo (Moema/Lan Lan) e Emerson Espíndola (Marcelo Saback/Executivo/Nando Reis). Além da própria Jana, que interpreta bem o repertório, além de ter composto com talento o papel criado pela dramaturgia/direção, seja na timidez, no olhar, no caminhar.

Mas, também é verdade, ainda falta muito de Cássia nesse musical.

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Um furacão chamado Cássia

Peça traça trajetória da cantora carioca morta em 2001. Foto: Divulgação

Peça traça trajetória da cantora carioca morta em 2001. Foto: Divulgação

Intensa e curta foi a carreira da cantora Cassia Eller. Gravou cerca de dez álbuns próprios em 12 anos de carreira. Um vulcão no palco, mas se dizia tímida fora dele. Essa moça, filha de um sargento paraquedista do Exército e de uma dona-de-casa, deixou sua marca na constelação da música brasileira. Com sua voz grave, Eller sacou de rock nacional, sambas, MPB, pop, inclassificáveis, rap, rock clássicos. Deu um trato em canções de Cazuza e Renato Russo, Caetano Veloso e Chico Buarque, Nando Reis, rapper Xis, Arrigo Barnabé, Wally Salomão, Rita Lee, Riachão, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Beatles, Nirvana e tantos outros com uma interpretação só sua.

Cássia Eller morreu aos 39 anos em 29 de dezembro de 2001, no auge da carreira. Suspeitou-se de overdose de drogas, o que foi descartado pelos laudos periciais.

Naquele 2001, nos últimos sete meses do ano ela fez mais de cem shows. No Recife a intérprete apresentou o espetáculo Acústico MTV em 15 de setembro, no Classic Hall, com a participação da banda Nação Zumbi. Incendiou quando cantou Quando a Maré Encher, composta pelo trio Fábio Trummer, Roger Man e Bernardo Chopinho.

Ela foi sepultada no dia 30 de dezembro, no Rio. Eu escrevi na época para o Diario de Pernambuco (edição do dia 31 de dezembro de 2001):
“Sua performance era inigualável. Esbanjava energia no palco e foi ampliando seu público com sua postura rebelde, um vozeirão grave e potente, interpretações viscerais. Debochada, homossexual assumida e com absoluta personalidade, Cássia não perdia oportunidade para provocar os padrões comportadinhos. No show recifense, exibiu os seios e lançou uma onda elétrica para plateia com seu comportamento andrógino. Não haverá segundo sol (como anuncia a música Segundo Sol, de Nando Reis) em 2002 para Eller, que sabia misturar como ninguém suas influências do rock e da MPB”.

Tacy de Campos se reveza no papel-título com Jana Figarella. Foto: Divulgação

Tacy de Campos se reveza no papel-título com Jana Figarella. Foto: Divulgação

Cássia Eller – O Musical retraça a vida e executa a obra da cantora carioca (1962-2001). O espetáculo tem direção de João Fonseca e Vinicius Arneiro, texto de Patrícia Andrade, idealização de Gustavo Nunes e produção da Turbilhão de Ideias Entretenimento, sob o patrocínio do Banco do Brasil Seguridade.

Virou um fenômeno da cena teatral em 2014 e já foi visto por mais de 60 mil pessoas. A encenação estreou no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, passou por Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Brasília e, novamente, Rio de Janeiro, e agora chega ao Recife para uma curta temporada.

Cássia Eller – O Musical fica em cartaz desta quinta-feira até domingo, 13 a 16 de agosto, no Teatro RioMar, com ingressos que vão de R$ 25 a R$ 120. Serão cinco sessões. As atrizes Tacy de Campos e Jana Figarella dividem papel principal, revezando-se nas apresentações. Tacy, atriz e cantora de Curitiba, foi escolhida entre mais de mil candidatas que se inscreveram para as audições. Jana Figarella, a outra Cássia, morou dos 15 aos 32 anos no Recife, onde cantou em bares e cursou teatro pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A banda toca ao vivo mais de 35 canções e é formada por Felipe Caneca (pianista), Pedro Coelho (baixista), Diogo Viola (guitarrista), Mauricio Braga (baterista) e Fernando Caneca (violonista).

O roteiro, de Patrícia Andrade, traça o fluxo artístico dos primeiros passos, como por exemplo com a criação autoral Flor do Sol, até interpretações definitivas como Malandragem (Cazuza/ Frejat), Socorro (Arnaldo Antunes/ Alice Ruiz) e Por Enquanto (Renato Russo). O amigo Nando Reis é personagem do espetáculo, e entra com composições no repertório, como All Star, O Segundo Sol, Relicário, Luz dos Olhos e E.C.T.

A peça também dá conta de questões mais pessoas, como os amores da cantora, em especial Maria Eugênia, companheira com quem criou o filho, Chicão. A direção musical é de Lan Lanh, que tocou anos com Cássia.


Músicas
Do Lado do Avesso (Cássia Eller)
Lanterna dos Afogados (Herbert Vianna)
Eu Queria Ser Cássia Eller (Péricles Cavalcante)
Come Together (Lennon/Mc Cartney)
Vinheta: Noturno (Graco/Caio Sílvio)
Que País é Este (Renato Russo)
Flor do Sol (Cássia Eller/Simone Saback)
Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
Mercedez-Benz (Janis Joplin with the posts Michael McClure and Bob Neuwirt)
Pra Longe do Paranoá (Oswaldo Montenegro)
Ne Me Quitte Pas (Jacques Brel)
Vinheta: Eu Queria Ser Cássia Eller
Eleanor Rigby (Lennon/Mc Cartney)
Socorro (Arnaldo Antunes/Alice Ruiz)
Vinheta: Stairway to Heaven (Page/Plant)
Juventude Transviada (Luis Melodia)
Rubens (Mario Manga)
De Esquina (Xis)
Palavras ao Vento (Moraes Moreira/Marisa Monte)
Top Top (Mutantes/Arnolpho Lima)
Um Branco, Um Xis e Um Zero (Marisa/Pepeu/Arnaldo)
Vinheta: Infernal (Nando Reis)
Por Enquanto (Renato Russo)
Vinheta: Partido Alto (Chico Buarque)
Com Você Meu Mundo Ficaria Completo (Nando Reis)
Coroné Antonio Bento (João do Valle/Luiz Wanderley)
Cocorocó (Marcio Mello)
1º de Julho (Renato Russo)
Todo Amor que Houver Nessa Vida (Cazuza/Frejat)
Malandragem (Cazuza/Frejat)
E.C.T. (Nando Reis/Carlinhos Brown/Marisa Monte)
Luz dos Olhos (Nando Reis)
Nós (Tião Carvalho)
Soy Gitano (J. Monje/José Fernandes Torres/Vicente Amigo)
Relicário (Nando Reis)
All Star (Nando Reis)
Smells Like Teen Spirit (Nirvana)
Non, Je Ne Regrette Rien (Michel Vaucaire/Charles Dumont)
O Segundo Sol (Nando Reis)

Elenco e Personagens
Tacy de Campos (Cássia Eller)
Jana Figarella (Cássia Eller/Rúbia/Dora)
Eline Porto (Cláudia/Eugênia)
Emerson Espíndola (Ronaldo/Marcelo Saback/Elder/Executivo/Nando Reis)
Evelyn Castro (Nanci Eller/Ana)
Jandir Ferrari (Altair Eller/Oswaldo Montenegro/Violonista/Empresário/Guto/Fernando Nunes)
Thainá Gallo (Moema/Lan Lan)
Juliane Bodini (Stand by de Evelyn Castro)
* As atrizes Tacy de Campos e Jana Figarella revezam-se na personagem de Cássia Eller sem aviso prévio.

As cumplicidades da cantora com outros artistas são contempladas no espetáculo

As cumplicidades da cantora com outros artistas são contempladas no espetáculo

Ficha Técnica
Texto: Patrícia Andrade.
Direção: João Fonseca e Vinicius Arneiro.
Direção de Produção: Gustavo Nunes.
Direção Musical: Lan Lanh.
Codireção Musical: Fernando Nunes.
Elenco (ordem alfabética): Eline Porto (Claudia/Eugênia), Emerson Espíndola (Ronaldo/Marcelo Saback/Elder/Executivo/Nando Reis), Evelyn Castro/Juliane Bodini (Nanci (mãe)/Ana), Jana Figarella (Cássia Eller/Rúbia/Dora), Jandir Ferrari (Altair Eller/Oswaldo Montenegro/ Violonista/Empresário/Guto/Fernando Nunes), Tacy de Campos (Cássia Eller) e Thainá Gallo (Moema/Lan Lanh).
Banda – Pianista: Felipe Caneca. Baixista: Pedro Coelho. Guitarrista: Diogo Viola. Baterista: Mauricio Braga. Violonista: Fernando Caneca.
Direção de Movimento: Márcia Rubin.
Figurinista: Marília Carneiro e Lydia Quintaes.
Cenógrafo: Nello Marrese e Natália Lana. Visagismo: Beto Carramanhos.
Design de Luz: Maneco Quinderé.
Cenotécnico: André Salles e equipe.
Designer e Engenheiro de Som: Sound Designer.
Operação de Som: Lilla Stipp.
Preparador Elenco (Tacy de Campos): Ana Paula Bouzas.
Produtora de Elenco: Cibele Santa Cruz.
Pesquisadora: Barbara Duvivier.
Fotógrafo: Marcos Hermes.
Assistência de Direção: João Pedro Madureira.
Assistência de Direção de Movimento: Luar Maria.
Representante do Espólio da Família da Cássia Eller: Rodrigo Garcia.
Produção Executiva: Mariana Chew.
Equipe Musical/Preparação Vocal: Marco Dantonio.
Pianista Ensaiador: Felipe Caneca.
Idealização: Gustavo Nunes.
Produção: Turbilhão de Ideias Entretenimento.
Apoio Institucional: Centro Cultural Banco do Brasil
Patrocínio: Banco do Brasil Seguridade

SERVIÇO
Cássia Eller – O Musical
Onde: Teatro RioMar: 4º piso do RioMar Shopping – Av. República do Líbano, 251, Pina, Recife
Quando: 13 de agosto (quinta-feira), às 21h; 14 de agosto (sexta-feira), às 21h;  Dia 15 de agosto (sábado), às 17h e às 21h; Dia 16 de agosto (domingo), às 19h
Informações: (81) 4003.1212
Classificação: 14 anos
Duração: 135 minutos
Ingressos: À venda no site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br), bilheteria do teatro, lojas Reserva dos shoppings Recife e Plaza e Livraria Jaqueira. Meia-entrada para maiores de 60 anos, professores, estudantes e clientes do Banco do Brasil Seguridade
Quanto:
Plateia
Dia 13 de agosto, 21h: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)
Dia 14 de agosto, 21h: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Dia 15 de agosto, 17h: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Dia 15 de agosto, 21h: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Dia 16 de agosto, 19h: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Balcão:
Todas as sessões: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

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Vamos ao teatro… temos opções

Espetáculo Sistema 25 recebe apenas 25 espectadores. Foto Rogério Alves

Espetáculo Sistema 25 recebe apenas 25 espectadores. Foto Rogério Alves

Musical, comédia rasgada, reflexões e experimentos cênicos estão na ordem deste fim de semana nos palcos do Recife. Cazuza – pro Dia nascer feliz tem cinco sessões, sendo duas extras (sábado às 18h e domingo às 16h30) e leva para a cena a trajetória do cronista da juventude brasileira dos anos 1980, morto, aos 32 anos, em 1990, no auge da carreira.

Em Sistema 25, do diretor José Manoel Sobrinho, a cena está em pleno processo, dos atores, do lugar o espectador. Inútil canto e inútil pranto… , de Plínio Marcos, é a inspiração para trabalho, mas sem “nenhum compromisso com o real cromatismo proposto por sua dramaturgia”, como destaca o encenador.

Da primeira para a segunda temporada a montagem passou de 2h20, com 27 cenas e 5 músicas, para aproximadamente 3h, com 30 cenas e 7 músicas. Nessa investigação cênica, a equipe se joga ao desafio de abolir afirmações que enquadrem pessoas como “marginal”.  A busca é por algo maior. Nem vítima, nem vilão. A proposta é refletir que cada um tem sua prisão e uma visão particular da prisão.

Confira algumas sugestões:

Abraço investe na temática da amizade. Foto: Fernanda Acioly

Abraço investe na temática da amizade. Foto: Fernanda Acioly

ABRAÇO – NUNCA ESTAREMOS SÓS
Oito jovens têm uma paixão em comum: a música. É década de 1990 e eles resolvem montar um musical. Mas um desentendimento separa o grupo. Eles se reencontram 15 anos depois. E é sobre isso amizade e possibilidades de resgate que trata o musical Abraço – Nunca estaremos sós, com direção geral de Duda Martins e Lívia Lins, e direção musical do maestro Victor Bertonny e Leila Chaves.
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife).
Quando: De 6 a 28 de junho, nos sábados, às 19h e domingos, às 18h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda antecipadamente pelo telefone 9.9574-7657 ou 2h antes, na bilheteria do teatro.
Informações: 3355-3320.
Duração: 1h20

ACONTECE ENQUANTO VOCÊ NÃO QUER VER
Com Daniel Barros e Fábio Calamy. A encenação está dividida em dois atos: Bem guardado e Rua Garopaba, 410. O trabalho foi pensado para espaço alternativos e lança provocações sobre a moralidade vigente.
Onde: Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio).
Quando: 6, 13 e 20 de junho, sextas, às 20h. Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 9790-8251.

A RECEITA
A receita apresenta uma mulher que tempera sua vida de abandono e violência com comida. O solo é com a atriz Naná Sodré, do grupo O Poste Soluções Luminosas. O texto e a encenação são de Samuel Santos.
SERVIÇO
Espetáculo A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista).
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

BORDERLINE
Inspirado no conto O Cangaço e o Carcará Sanguinolento, o espetáculo Borderline investiga os estados emocionais da síndrome, ao mesmo tempo que questiona o comportamento da sociedade.
Onde: Teatro Apolo (Rua do Apólo, 121, Recife). Quando: Dias 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28 de junho. Sábados, às 20h e domingos, às 19h.
Ingresso: R$ 20. (vendas antecipadas e promocionais, com 50% de desconto no site http://www.eventick.com.br/borderline). Informações: 3355-3320.

Musical desfila sucessos de Cazuza. Foto: Leo Aversa

Musical desfila sucessos de Cazuza. Foto: Leo Aversa

CAZUZA – PRO DIA NASCER FELIZ
A breve e trepidante trajetória do músico é contada nos palcos, no musical com roteiro de Aloísio de Abreu e direção de João Fonseca. Cazuza é protagonizado por Emílio Dantas.
Onde: Teatro RioMar (Avenida República do Líbano, 251, Pina).
Quando: De sexta a domingo. Dia 5 de junho, às 21h; Dia 6 de junho, às 21h30; Dia 7 de junho, às 20h.
Sessões extras: Sábado, às 18h e domingo, às 16h30
Ingresso: Plateia R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia). Balcão R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).
À venda na bilheteria do teatro, loja Maria Filó (Shopping Recife), loja Reserva (Plaza Shopping) ewww.ingressorapido.com.br
Informações:3207-1144

COMÍCIO GARGALHADA – SEGUNDO TURNO
O ator e humorista Rodrigo Sant’anna volta ao Recife com o espetáculo Comício Gargalhada – segundo turno, em que satiriza candidados que defendem campanha. Ele traz na maleta a mendiga Adelaide, o sensitivo Vanderley das Almas, a cantora de axé Sara menininha, o frango de padaria Juarez, Homossexual Obeso, Adimilson e Valéria. A peça tem texto de Mariana Rebelo, Conrado Helt e do próprio Rodrigo, que também dirige a montagem.
Onde: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio).
Quando: Domingo, 7 de junho, às 20h.
Ingresso: R$ 80 e R$ 40 (meia).
Informações: 3355-3322.

h(EU)stória - o tempo em transe está em cartaz no Teatro Arraial

h(EU)stória – o tempo em transe está em cartaz no Teatro Arraial

H(EU)STÓRIA – O TEMPO EM TRANSE
A partir das cartas escritas para o poeta Jomard Muniz de Britto e o ex-governador Miguel Arraes foi erguido o espetáculo, que projeta as relações do cineasta baiano Glauber Rocha com o estado de Pernambuco.
SERVIÇO
Espetáculo H(Eu)stória – O Tempo em Transe
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados, às 20h (até o dia 20 de junho).
Ingresso: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

Lívia (Nilza Lisboa) e Marina (Simone Figueiredo) são ex-amigas e querem vingança. No Teatro Boa Vista.

Lívia (Nilza Lisboa) e Marina (Simone Figueiredo) são ex-amigas e querem vingança. No Teatro Boa Vista.

OBSESSÃO
A rivalidade entre duas ex-amigas chega às raias da desrazão. A vingança é o tema da comédia Obsessão, com texto de Carla Faour e direção de Henrique Tavares, em cartaz no Teatro Boa Vista. Com Simone Figueiredo, Nilza Lisboa, Silvio Pinto, Diógenes Lima e Tarcísio Vieira.
SERVIÇO
Espetáculo Obsessão
Onde: Teatro Boa Vista (Colégio Salesiano)
Quando: sábado (30), às 21h.
Ingressos: R$ 60, R$ 30 (meia) e R$ 20 (promocional, à venda na bilheteria do teatro até às 17h).
Informações: 2129-5961.

SISTEMA 25
Os atores-dramaturgos-narradores articularam a cena a partir do corpo e do tema da prisão para construir partituras de ação, inflamados pelo furor de Plínio Marcos. Estão na montagem Beto Nery, Breno Fittipaldi, Bruno Britto, Edinaldo Ribeiro, Eddie Monteiro, Emanuel David D’Lúcard, Geraldo Cosmo, Marcílio Moraes, Neemias Dinarte, Normando Roberto Santos, Robson Queiróz, Samuel Bennaton, Will Cruz, entre outros. Ao todo são 25 atores. E apenas 25 espectadores. Sistema 25 tem encenação de José Manoel Sobrinho, e rasga questões como disputa por poder e violência.
Onde: Teatro Marco Camarotti – Rua do Pombal, s/n, Sesc Santo Amaro).
Quando: 6, 7, 12, 13 e 14 de junho, às 15h e 19h.
Ingresso: R$ 40 e R$ 20 (meia), com reservas pelo blog do espetáculo: sistemavinteecinco.blogspot.com.
Informações: 3216-1728.

DANÇA
SHERAZADE E DOM QUIXOTE
Para quem gosta de clássico, a dica é apresentação do Balé Nacional da Rússia que traz, pela primeira vez ao Recife, duas obras em uma única sessão: Sheherazade e Don Quixote, com 40 solistas.
Onde: Teatro Guararapes (Centro de Convenções, s/n, Complexo de Salgadinho – Olinda).
Quando: 7 de junho, às 16h e 20h.
Ingresso: R$ 200 e 100 (meia) para o balcão, R$ 300 e 150 para a plateia A e R$ 240 e 120 para a plateia B.
Informações: 3182-8020.

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Musical Cazuza no Recife

Críticos dizem que Emílio Dantas interpreta um Cazuza de forma quase mediúnica. Fotos : Leo Aversa

Críticos dizem que Emílio Dantas interpreta um Cazuza de forma quase mediúnica. Fotos: Leo Aversa

O músico Cazuza era um facho de luz no universo rock’n’roll brasileiro dos anos 1980. Suas músicas irreverentes, sua rebeldia, sua poesia tocava nos nervos dos jovens da época e falavam de coisas importantes para o momento político brasileiro. Morreu jovem, no auge da carreira, exibindo sua dor e revolta, sua urgência de viver nos palcos. Esteve no Recife com o último show em que já definhava. Comovente.

Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, O Musical já foi aplaudido por mais de 200 mil pessoas, segundo a produção, e já circulou por 12 cidades brasileiras. O espetáculo tem direção de João Fonseca – que vem desenvolvendo uma cena musical brasileira mais despojada e teatral, que vai de Gota d’Água a Tim Maia – e texto de Aloisio de Abreu. A peça vai fazer três apresentações no Recife, de 5 a 7 de junho, no Teatro RioMar. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro, loja Maria Filó (Shopping Recife), loja Reserva (Plaza Shopping) e www.ingressorapido.com.br. Custam de R$ 25 a R$ 150.

Mesmo sem querer, o artista virou mito. Sua linguagem libertária, o temperamento explosivo, o talento e a morte prematura aos 32 anos em 1990 contribuíram para esse lugar de ícone.

A encenação é protagonizada pelo músico e ator Emílio Dantas. Os outros intérpretes assumem figuras como Lucinha e João Araújo, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Frejat, Caetano Veloso, entre outros.

O autor Aloisio de Abreu fez uma pesquisa com pessoas próximas ao músico para compor a dramaturgia. Aloisio levou para a cena “um quê de crônica daqueles anos 1980 e comportamentos típicos dos jovens da época”. O dramaturgo imprime agilidade nessa história para traduzir a vida curta e intensa do artista.

A formação da banda Barão Vermelho tem destaque na peça

A formação da banda Barão Vermelho tem destaque na peça

As canções embalam os momentos na vida de Cazuza, a revelação do teatro, o Barão Vermelho, o estouro, as brigas, o estrelato solo, a descoberta da doença, a pressa poética dos últimos dias. E nesse percurso entram os maiores sucessos do artista, em bando ou sozinho, como Pro Dia Nascer Feliz, Codinome Beija-Flor. Bete Balanço, Ideologia, O Tempo Não Para, Exagerado, Brasil, Preciso Dizer Que Te Amo e Faz Parte do Meu Show. Além de canções que Cazuza nunca gravou, como Malandragem, Poema e Mais Feliz.

A cenografia de Nello Marrese é formada por seis praticáveis que representam palafitas. A areia do chão simboliza o Arpoador, um dos recantos preferidos de Cazuza. O elemento fixo é uma mesa multiuso, que se transforma em bar, quarto, hospital.

A nossa saudosa Barbara Heliodora escreveu sobre o espetáculo para O Globo: “O espetáculo é envolvente em todos os seus aspectos. A direção de João Fonseca é um total acerto, pois cria exatamente o clima sugerido pelo texto. Emilio Dantas é um excelente Cazuza, com grande segurança nas enormes variações de humor e emoção.”

SERVIÇO
Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, O Musical
Onde: Teatro RioMar: 4º piso do RioMar Shopping – Av. República do Líbano, 251, Pina, Recife
Quando:
Dia 5 de junho, às 21h
Dia 6 de junho, às 21h30
Dia 7 de junho, às 20h
Sessão extra dia 6 de junho, sábado, às 18h
Sessão extra dia 7 de junho, domingo, às 16h30
Ingressos:
Plateia: R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia)
Balcão promocional: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
À venda na bilheteria do teatro, loja Maria Filó (Shopping Recife), loja Reserva (Plaza Shopping) ewww.ingressorapido.com.br
* Meia-entrada válida para maiores de 60 anos, professores, estudantes até 12 anos e assinantes do Jornal do Commercio. Sócios do Náutico têm 20% de desconto sobre o valor da inteira na bilheteria do teatro.
Informações: (81) 3207-1144
Classificação: 14 anos
Duração:150 minutos

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FICHA TÉCNICA
Texto: Aloísio de Abreu
Direção Geral: João Fonseca
Produção Geral: Sandro Chaim
Direção Musical: Daniel Rocha
Supervisão Musical: Carlos Bauzys
Preparador Vocal: Felipe Habib
Coreografias: Alex Neoral
Cenário: Nello Marrese
Figurino: Carol Lobato
Visagismo: Juliana Mendes
Design de Luz: Daniela Sanches e Paulo Nenem
Design de Som: Gabriel D´Angelo
Apresentado pelo Ministério da Cultura
Realização: Miniatura 9, Chaim XYZ Produções
Produção Local: Art Rec Produções
Elenco:
Emílio Dantas ou Osmar Silveira (Cazuza), Stella Rodrigues (Lucinha Araújo), Marcelo Várzea (João Araújo), André Dias (Ezequiel Neves), Fabiano Medeiros (Ney Matogrosso), Brenda Nadler (Bebel Gilberto), Arthur Ienzura (Frejat), Igor Miranda (Maurício Barros e sub Cazuza), Oscar Fabião (Serginho e sub Frejat), André Vieri (Guto Goffi), Marcelo Ferrari (Dé Palmeira), Dezo Mota (Caetano Veloso), Carol Dezani (Yara Neiva / vizinha / médica/ feia / Swing feminino), Sheila Matos (Tereza / mãe / enfermeira / sub Lucinha), Philipe Carneiro (Zeca Camargo / traficante / repórter / swing masculino), João Fonseca (sub Ezequiel Neves) e Carlo Leça (swing masculino)

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