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Heróis – O caminho do vento em imagens

Ficha técnica:
Heróis – O caminho do vento (Grupo Cena/DF)
Texto: Gérald Sibleyras
Tradução: Carmem Moretzsohn
Direção: Guilherme Reis
Elenco: William Ferreira, João Antônio e Chico Sant’Anna
Iluminação: Dalton Camargos
Trilha sonora: Dalton Camargos e Pablo Patrick
Figurinos: Maíra Carvalho
Cenário: Guilherme Reis e Dalton Camargos

Serviço:
Heróis – O caminho do vento, do Grupo Cena (DF)
Quando: nesta terça-feira, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 10 (preço único)

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Teatro nacional em destaque

As três velhas abre a programação do Janeiro de Grandes Espetáculos

O festival Janeiro de Grandes Espetáculos atinge a maioridade no próximo ano com uma programação nacional muito mais extensa. Em janeiro deste ano, apenas quatro grupos vindos de outras partes do país participaram da programação. Na próxima edição, serão nove. “Isso é fruto de uma parceria com outros festivais, que levaram as nossas peças e agora queremos conhecer melhor a produção desses lugares”, conta uma das produtoras do Janeiro, Paula de Renor, que divide a tarefa com Carla Valença e Paulo de Castro.

No total, só de artes cênicas serão mais de 90 atrações nesta 18ª edição da mostra, que vai do dia 11 a 29 de janeiro. Ontem, saiu a lista dos espetáculos nacionais – e aí a confirmação da montagem que abre o festival, no Teatro de Santa Isabel: As três velhas, que traz de volta ao palco a atriz Maria Alice Vergueiro, também diretora. Ela divide a cena com Luciano Chirolli e Danilo Grangheia (ele substituiu Pascoal da Conceição). A peça do chileno Alejandro Jodorowsky recebeu três indicações ao Prêmio Shell e levou o de melhor ator com Luciano Chirolli.

O festival terá também montagens como R&J de Shakespeare – Juventude interrompida, com direção de João Fonseca, Metamorfose Leminski – Reflexões de um herói que não quer virar pedra, do grupo Delírio Cia. de Teatro (que apresentou este ano aqui no estado, dentro da programação do Palco Giratório, a peça O evangelho segundo São Mateus) e Heróis – O caminho do vento, do grupo Cena, de Brasília, com direção de Guilherme Reis. Essa última, mostra três ex-combatentes de guerra hoje vivendo no asilo; e tem elenco afiado: Chico Sant’Anna, João Antônio e William Ferreira.

R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida. Foto: Sérgio Baia

Até o fim dessa semana devem ser divulgados os espetáculos internacionais que vão compor a programação. O Janeiro foi, aliás, contemplado pelo Programa Iberescena, que fomenta intercâmbio entre países iberoamericanos. “Somente o Janeiro e o Cena Contemporânea, de Brasília, ganharam”, confirma Paula. No início do ano, o evento entrou para o Núcleo de festivais internacionais do Brasil, formado por São José do Rio Preto, Londrina, Bahia, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília.

A mostra ainda terá shows, projetos sociais, seminários, palestras e vai acontecer também em Olinda e Caruaru. O maior objetivo do Janeiro de Grandes Espetáculos é dar visibilidade à produção cênica local. Tanto que a programação dos espetáculos locais foi divulgada no último dia 6. Entre os adultos, Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro; e O canto de Gregório, do grupo Magiluth.

Programação de teatro e dança nacional

Teatro de Santa Isabel
(Praça da República, s/n, Santo Antônio. Tel. 3355-3322)

ABERTURA
Dias 11 e 12 de janeiro (quarta e quinta), às 20h, R$ 10
As Três Velhas (Teatro Pândega – São Paulo/SP)

Dias 17 e 18 de janeiro (terça e quarta), às 20h30, R$ 10
R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida (Turbilhão de Ideias, Cultura e Entretenimento – Rio de Janeiro/RJ)

Dia 24 de janeiro (terça), às 20h, R$ 10
Dolores (Ronaldo Negromonte Produções – Natal/RN)
Direção: Diana Fontes. Com trilha sonora ao vivo.

Dias 28 e 29 de janeiro (sábado e domingo), respectivamente às 21h e 19h
A Mulher Sem Pecado (Cia. Arlecchino de Teatro – Belo Horizonte/MG)

Teatro Hermilo Borba Filho
(Av Martin Luther King, Bairro do Recife. Fones: 3355-3319)

Dias 16 e 17 de janeiro (segunda e terça), às 19h, R$ 10
Metamorfose Leminski – Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra (Grupo Delírio Cia. de Teatro – Curitiba/PR)

Dias 23 e 24 de janeiro (segunda e terça), às 19h, R$ 10
Heróis – O Caminho do Vento (Grupo Cena – Brasília/DF)

Teatro Marco Camarotti
Sesc de Santo Amaro
(Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro. Tel. 3216-1728)

Dias 12 e 13 de janeiro (quinta e sexta), às 19h, R$ 10
9 Mentiras Sobre a Verdade (Cia. Teatro Líquido – Porto Alegre/RS)

Teatro Barreto Júnior
(Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina. Tel. 3355-6398)
Dia 26 de janeiro (quinta), às 20h30, R$ 10
Continue Reto, Sempre em Linha Reta! E Vai com Deus… (Grupo Camaleão – Belo Horizonte/MG)

Dias 28 e 29 de janeiro (sábado e domingo), às 20h30, R$ 10
Diálogos Sobre Nijinsky (Virtual Companhia de Dança – São José do Rio/SP)

Diálogos Sobre Nijinsky. Foto: Marcelo Zamora)

Teatro Luiz Mendonça
(Parque Dona Lindu – Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem. Tel. 3355 9821)

Dias 13, 14 e 15 de janeiro (sexta a domingo), respectivamente às 21h, 21h e 20h, R$ 10 (preço único promocional)
Tango, Bolero e Cha Cha Cha (Brainstorming Entretenimento – Rio de Janeiro/RJ)

Programação de Rua em OlindaGratuito

Dia 21 de janeiro (sábado), em horário e local a confirmar

Flor de Macambira (Grupo Ser Tão Teatro – João Pessoa/PB)

Dias 28 e 29 de janeiro (sábado e domingo), às 16h, em local a confirmar
Horas Possíveis… Enquanto Seu Lobo Não Vem (Camaleão Grupo de Dança – Belo Horizonte/MG)

Heróis - O caminho do vento

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Velhos amigos de guerra

Montagem do grupo Cena traz três ex-combatentes que hoje vivem no asilo. Foto: João Rocha

Mesmo que o tempo seja implacável, que a memória falhe ou o corpo não corresponda, se os amigos estiverem por perto…ah, com eles as guerras podem ser enfrentadas. Sejam lutas imaginárias ou não. Gustavo (João Antônio), René (Chico Sant’Anna) e Fernando (William Ferreira) são três ex-combatentes vencidos pelos anos. Hoje, vivem num asilo e se encontram todos os dias no quintal para conversas interrompidas somente pelos desmaios de Fernando – cada vez mais frequentes -, que tem estilhaços de foguete na cabeça. Vi o espetáculo Heróis, do grupo Cena, no festival Cena Contemporânea, em Brasília.

É uma montagem que combina atores competentes, com trabalhos consolidados, e um texto que tem humor, ironia e só um pouco (sim, só um pouquinho) de melancolia para falar não só de velhice, mas principalmente de amizade. O texto é de Gérald Sibleyras, autor que nunca tinha sido montado no Brasil. Na Europa, ele é bastante conhecido – foi indicado diversas vezes ao Prêmio Molière, na França, recebeu o prêmio em 2010 pela adaptação que fez de 39 Degraus e venceu o Lawrence Olivier Awards de Melhor Comédia, na Grã-Bretanha, pela montagem de Heroes, traduzido para o inglês por Tom Stoppard e protagonizado por John Hurt. Aqui no Brasil, a adaptação foi feita por Carmen Moretzsohn.

Aliás, o Grupo Cena, criado em 2005, é especialista em montar textos de autores pouco conhecidos em terras brasileiras. Começaram se dedicando à dramaturgos latinoamericanos. Vieram Dinossauros e Fronteiras, de Santiago Serrano (em breve posto uma entrevista que fiz com ele) e Varsóvia, de Patrícia Suárez. Depois, em 2007, montaram uma adaptação do romance Os Demônios, de Fiodor Dostoievski, com direção de Antonio Abujamra e Hugo Rodas. As três primeiras montagens têm a assinatura do diretor Guilherme Reis, que em Heróis usou de delicadeza e humor para fugir de qualquer tom mais pesado que o tema velhice pudesse carregar em si mesmo.

Claro que a peça também é sobre limitações, sobre o poder – que se agora não é mais militar, é da irmã Madalena -, sobre impossibilidades. Mas há a esperança do amor, mesmo que de forma inocente, a tentativa de fuga, ainda que seja só para fazer um piquenique. Dos três, Gustavo é o mais ranzinza. Sempre tem resposta pra tudo. Fernando sofre com os desmaios e com a possibilidade de que o asilo abrigue outro idoso que nasceu na mesma data que ele, já que ele acredita que Dona Madalena não permite dois aniversários numa só data. E René é o mais romântico e mais lúcido. Os três atores têm uma interação muito fluida e as interpretações mantêm o mesmo nível, mas é impossível não destacar o trabalho de corpo de William Ferreira, que se transforma realmente num velho e cai o tempo inteiro.

A montagem fez temporada em Brasília e participou do festival. Por aqui, uma ótima oportunidade de trazê-los seria no Janeiro de Grandes Espetáculos (que tal, Paula de Renor?!). Este ano, o festival trouxe Dinossauros, com Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi no elenco.

Heróis tem direção de Guilherme Reis. Foto: Leo Moreira

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Ex-combatentes em Brasília

Grupo Cena

O grupo Cena apresenta sua nova montagem nesta terça-feira, no próprio Espaço Cena, em Brasília. São três atores no palco: Chico Sant´Anna, João Antônio e William Ferreira, sob a direção de Guilherme Reis. Heróis, o caminho do vento (Le Vent dans Le peuplier, no original), traz três ex-combatentes, que agora estão numa casa geriátrica e desfiam lembranças, divagações e ironias. O texto é de Gerald Sibleyras.

Durante o Janeiro de Grandes Espetáculos, o Grupo Cena esteve no Recife para apresentar, pela segunda vez, um dos espetáculos do seu repertório: Dinossauros. Por essa experiência, fiquei muito curiosa para conferir esta nova empreitada. Em Dinossauros, os atores Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi se encontram numa madrugada no banco de uma estação. Aos pouquinhos, a gente vai se apaixonando pelo texto (que é do dramaturgo, diretor e psicólogo Santiago Serrano), pela encenação delicada, cheia de nuances – desde o medo inicial da personagem Silvina, até a aproximação dos dois personagens.

Um espetáculo curto – acho que tem menos de uma hora-, mas que deixa a sensação de que não é mesmo preciso muito para que uma experiência teatral seja plena, tanto para os atores como para o público. A direção também era de Guilherme Reis, um dos criadores do Festival Cena Contemporânea.

Heróis, o caminho do vento fica em cartaz até 26 de março. Na semana de estreia, as sessões serão de terça a domingo; depois, de quinta a domingo. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 61 3349-3937 ou pelo facebook do Cena Contemporânea de Brasília.

Espero que a peça venha logo por aqui! Atenção, produtores!!! Missão para vocês!

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