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Conselho de classe chega ao Recife

Conselho de Classe faz curta temporada na Caixa Cultural Recife. Foto: Dalton Valerio

Conselho de Classe faz curta temporada na Caixa Cultural Recife. Foto: Dalton Valerio

Quem não está envolto na bolha plutocrática sabe dos problemas do ensino público. São complexos e atravessados por uma série de fatores, inclusive o interesse de alguns em postergar soluções. No campo do real, temos relatos de professores sobre sucateamento de escolas, inclusive universidades, a precariedade material e financeira que atravancam o ensino. E também a ocupação de alunos mais conscientes de que a luta é imprescindível para evitar o pior. O espetáculo Conselho de Classe, da Cia dos Atores, com texto de Jô Bilac, inunda o palco com perguntas inadiáveis. Quem deseja trabalhar em uma escola pública? No hospital público? Se o professor é mal remunerado e trabalha sob condições difíceis, que tipo de sociedade está sendo construída?

A comédia política Conselho de Classe faz curta temporada na CAIXA Cultural Recife, de 28 a 30 de abril e de 5 a 7 de maio. A montagem da carioca Cia. dos Atores tem direção de Bel Garcia, falecida precocemente ano passado, e Susana Ribeiro. As apresentações ocorrem às 20h nas quintas e sextas-feiras (28, 29/04, 5 e 6/05) e às 17h e 20h aos sábados (30/04 e 7/05). Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia) e serão vendidos a partir das 10h do dia anterior a cada final de semana: 27 e 4, respectivamente.

Conselho de Classe estreou em 2014, em comemoração aos 25 anos da Cia dos Atores, e desde então foi vista por mais de 25 mil espectadores. Já circulou por vários festivais do país, como o Festival de Curitiba e o Cena Contemporânea, mas como o Recife desde então está longe desse circuito, por conta do movimento de desmonte de alguns festivais da cidade, só agora, com o edital da própria Caixa Cultural, o grupo consegue chegar a Pernambuco.

No elenco estão os atores Cesar Augusto, Leonardo Netto, Marcelo Olinto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux, que interpretam papeis femininos de professoras, com personalidades distintas e dilemas profundos.

A reunião dos professores é feita numa tarde de sábado, na quadra esportiva da escola (cenografia de Aurora dos Campos), sob um calor insuportável. A antiga diretora deixou o colégio depois de ter sido agredida por um aluno. Em seu lugar, chega um novo diretor, que desestabiliza o grupo. Alguns professores preferem se omitir e repassam as deliberações aos colegas. Quatro de 11 professores, além do diretor substituto, participam do conselho. E formam um leque heterogêneo de posições, desde os que reconhecem os pleitos dos alunos até posturas mais autoritárias.

Conselho de Classe trabalha com metáforas para expor a falta de pluralidade da assembleia, os embates ideológicos e o descaso da educação nacional. Com a urgência e dialética que o tema merece.

Oficina – Uma oficina gratuita é oferecida pela Cia. dos Atores nos dias 6 e 7 de maio, destinada a atores em formação profissionalizante ou universitária. O grupo vai explorar ferramentas corporais e verbais para a elaboração de uma gramática cênica autoral. As aulas estão marcadas para o horário das 10h às 13h  e as inscrições podem ser feitas pelo email: ciadosatores@nevaxca.com.br até o dia 2 de maio. Os interessados devem mandar currículo com foto para seleção pela Cia. São 30 vagas.

Ficha técnica
Texto: Jô Bilac
Direção: Bel Garcia e Susana Ribeiro
Assistência de Direção: Raquel André
Elenco: Cesar Augusto, Leonardo Netto, Marcelo Olinto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux
Voz Off Vivian: Drica Moraes
Cenário: Aurora dos Campos
Figurinos: Rô Nascimento e Ticiana Passos
Iluminação: Maneco Quinderé
Trilha Original: Felipe Storino
Consultoria Pedagógica: Cléa Ferreira
Direção de Palco: Wallace Lima
Operação de Luz: Genilson Barbosa
Operação de Som: Diogo Magalhães e Robson Mello
Fotografia: Dalton Valério (cena) e Vicente de Mello (locação)
Projeto Gráfico: Radiográfico
Direção de Produção: Tárik Puggina
Produção Executiva: Luísa Barros
Administração Financeira: Amanda Cezarina
Realização: Cia. dos Atores e Nevaxca Produções

Serviço
Conselho de Classe
Onde: CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE)
Quando: 28 a 30 de abril e de 5 a 7 de maio de 2016; quintas e sextas (28, 29/04, 5 e 7/05) às 20h; sábados (30 e 7) às 17h e 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Bilheteria: vendas a partir das 10h do dia 27/04 (para os dias 28 a 30) e do dia 05 (para os dias 5 a 7)
Informações: (81) 3425-1900
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 70 minutos

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Um beijo para Wilde

Marco Nanini encabeça elenco de peça de Jô Bilac. Foto: Cabéra

Marco Nanini encabeça elenco de peça de Jô Bilac. Foto: Cabéra

Estava na estreia de Beije Minha Lápide, com Marco Nanini e elenco, no Teatro Ducina, no Rio de Janeiro, no ano passado. Foi lá que avistei pela última vez a crítica teatral Barbara Heliodora. Altiva, como sempre. Um ano depois o espetáculo circula pelo Nordeste com apoio do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, o que possibilita ingressos a preços populares [R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia)]. Beije Minha Lápide faz duas sessões no Recife, hoje e amanhã, às 20h30, no Teatro RioMar. Os ingressos estão esgotados.

A peça mostra a história de um fã de Oscar Wilde (1854-1900), que quebra a barreira de vidro que isola o túmulo do escritor no cemitério Père Lachaise, em Paris. E é preso por isso. O admirador exaltado (Bala) é interpretado por Nanini. O protagonista está encarcerado em uma cela de vidro. Foi numa prisão que Wilde escreveu De Profundis, que traduz a conturbada relação de amor e ódio que manteve com Lord Alfred Douglas.

Beije Minha Lápide tem texto de Jô Bilac (autor de Cachorro!, Rebu e Cucaracha), que se inspirou nas mudanças de sentimentos e temperatura da criação wildeana, no fato de existir uma proteção real da sepultura do escritor irlandês para controlar os fãs ardorosos, e nos desvaneios do autor quando estava confinado.

A direção é de Bel Garcia e a produção é assinada por Fernando Libonati (Pequena Central). Além de Nanini, estão no elenco Julia Lund (advogada de Bala), Júlia Marini (filha do prisioneiro) e Paulo Verlings (carcereiro).

Serviço

Beije Minha Lápide
Quando: Dia 30 de setembro (quarta) e 1º de outubro (quinta), às 20h30
Onde: Teatro RioMar: 4º piso do RioMar Shopping – Av. República do Líbano, 251, Pina, Recife
Informações: (81) 4003.1212
Ingressos: R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia)
À venda na bilheteria do teatro, lojas Reserva dos shoppings Recife e Plaza, Livraria Jaqueira e site Ingresso Rápido.
* Meia-entrada válida para maiores de 60 anos, professores, estudantes e assinantes do Jornal do Commercio. Sócios do Náutico têm 20% de desconto sobre o valor da inteira na bilheteria do teatro.
Classificação: 16 anos
Duração: 80 minutos

FICHA TÉCNICA

Texto: Jô Bilac
Direção: Bel Garcia
Com: Marco Nanini, Julia Lund, Julia Marini, Paulo Verlings
Produzido por Fernando Libonati
Idealização: Marco Nanini e Felipe Hirsch
Figurino: Antônio Guedes
Iluminação: Beto Bruel
Cenografia: Daniela Thomas
Concepção e Direção de Vídeo: Julio Parente e Raquel André
Videografismo: Júlio Parente
Trilha Sonora: Rafael Rocha
Design Gráfico: Felipe Braga
Fotografia: Cabéra
Visagismo: Ricardo Moreno
Visagismo Marco Nanini: Graça Torres
Assistente de Direção: Raquel André
Equipe de Produção:
Coordenação e Gestão de Projetos: Carolina Tavares
Direção de Produção: Leila Maria Moreno
Produção: Pequena Central
Produção Local: Art Rec Produções

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Uma cunhada osso duro

Rebú tem texto do carioca Jô Bilac. Foto: Paula Kossatz

A visita de uma cunhada inconveniente, que acha tudo ruim e ainda troca o seu nome de propósito. Nem todo mundo teria o “estômago” de Bianca para aguentar Vladine, irmã do seu marido, Matias. Pelo menos até certo ponto. Porque Bianca tanto faz que acaba conseguindo virar o jogo. A montagem Rebú, uma tragicomédia da companhia Teatro Independente (RJ), que esteve na cidade no último Festival Recife do Teatro Nacional (nós até já escrevemos sobre a peça), volta para duas apresentações: hoje, às 20h; e amanhã, às 19h (sessão com audiodescrição), no Teatro Capiba, no Sesc Casa Amarela. O texto é do carioca Jô Bilac e a direção de Vinícius Arneiro. Em cena estão Carolina Pismel, Diego Becker, Júlia Marini e Paulo Verlings. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

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Resumo da ópera deste fim de semana

Caetana abre Palco Giratório às 19h30. Foto: Roberta Guimarães

O Palco Giratório começa hoje. Decidi então postar um resumo das opções “giratórias” para este fim de semana. A abertura da maratona é com a rezadeira Benta, que encomendou muitas almas aos santos, mas não estava preparada para encarar a própria morte. Essa é a sinopse da peça Caetana, que será encenada pelas atrizes Lívia Falcão e Fabiana Pirro. A apresentação única e gratuita será hoje, às 19h30, no recém-inaugurado Teatro Luiz Mendonça, que fica no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. A sessão contará com o recurso da audiodescrição, para pessoas com deficiência visual.

Depois de Caetana e da pré-estreia de Essa febre que não passa, no Hermilo (off Palco),vamos conferir a Cena bacante, no Espaço Muda. Lá, as meninas da Cia Animé apresentam As levianas. Tem ainda as comidinhas da Cena Gastrô e vinho Rio Sol.

Ceronha Pontes e Hermila Guedes em Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

Já no sábado, o Palco começa a sua programação com a Cia Polichinello, de São Paulo, que apresenta Frankenstein no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, reduto do teatro infantil neste festival, às 16h30. A peça será reapresentada no domingo, no mesmo horário. O grupo, que pesquisa o teatro de bonecos, traz a história do cientista Victor Frankenstein, que abandona a sua criação.

Frankenstein faz duas apresentações no Marco Camarotti

À noite, às 20h, no Hermilo Borba Filho, o Coletivo Angu de Teatro estreia o seu quarto espetáculo: Essa febre que não passa (a gente vê hoje e conta tudo por aqui amanhã. Ivana Moura esteve no ensaio ontem para tirar fotos!), baseado em contos do livro homônimo da jornalista e escritora Luce Pereira. Também no sábado, no Teatro Capiba, às 20h, no Sesc Casa Amarela, o grupo Teatro Independente apresenta Rebú. O texto de Jô Bilac mostra o sufoco de Bianca, obrigada a receber em casa a problemática cunhada Vladine e ainda um “protegido” dela. No domingo, a montagem será reapresentada às 20h, com os recursos da audiodescrição. Também no domingo, mas em São Lourenço da Mata, na Praça Senador Carlos Wilson, o grupo Grial de Dança apresenta gratuitamente o espetáculo A barca, às 17h.

No domingo, outra opção de teatro adulto é a peça A galinha degolada, da Persona Cia de Teatro & Teatro em Trâmite, de Santa Catarina. A montagem conta a história de um casal que tem quatro filhos portadores de uma doença mental incurável; a rotina é alterada quando eles têm uma menina que não sofre do mesmo mal. A encenação será no Teatro Apolo, às 19h. Os ingressos para as peças custam R$ 10 e R$ 5.

A galinha degolada faz apresentação única no Apolo

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Prêmio Shell do Rio de Janeiro

Premiados do Shell, Rio de Janeiro. Fotos: Marcos Issa/Argosfoto

Sem as provocações que marcaram a cerimônia de São Paulo, a entrega na 23ª edição do Prêmio Shell de Teatro, do Rio de Janeiro, realizada na noite de ontem, no Jockey Club da Gávea, consagrou o espetáculo Pterodátilos. A montagem arrebatou os troféus em todas as categorias em que concorreu: Marco Nanini e Mariana Lima por suas atuações e Daniela Thomas pelo cenário, formado por um palco móvel, que gira e se desmonta “como a família”. Pterodátilos é uma encenação que comemora os 45 anos de profissão de Nanini.

A comédia ácida, do norte americano Nicky Silver, critica a exarcebação do consumo e expõe a decadência familiar. Sob direção de Felipe Hirsch, Nanini interpreta dois personagens. Artur é presidente de um banco e chefe de uma família que está desmoronando e Ema, a filha desnorteada, carente de afeto e que se julga grávida. Já Mariana Lima faz Grace, a mãe alcoólatra e consumista.

A elegante Nathalia Timberg, homenageada da noite, foi aplaudida de pé em seu discurso: “Vida no teatro é um sonho vivido em estado de vigília. Hoje estou vivendo o sonho do reconhecimento pelos meus pares”. A atriz dedicou o prêmio, emocionada, ao amigo e produtor Marcos Montenegro.

Jô Bilac venceu a disputa na categoria melhor autor, por Savana glacial. Também estavam concorrendo o pernambucano Newton Moreno, com o texto Maria do Caritó, Pedro Brício por Comédia russa e Denise Crispun e Melanie Dimantas por A carpa. João Fonseca foi considerado o melhor diretor por Maria do Caritó.

O Shell criado em 1989 e que oferece uma premiação individual de R$ 8 mil, também foi destacado como importante para a classe. “O teatro precisa muito disso”, comentou Nanini, referindo-se à longevidade do prêmio.

Participaram do júri a atriz e bailarina Fabiana Valor, o diretor do grupo AfroReggae João Madeira, o iluminador Jorginho de Carvalho, o dramaturgo, diretor e ator Sergio Fonta e a pesquisadora e professora de História do Teatro Brasileiro Tânia Brandão.

Vencedores do 23º Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro

Música:
Marcelo Alonso Neves por As conchambranças de Quaderna

Iluminação:
Tomás Ribas por Rock Antygona

Figurino:
Marcelo Pies por Hair

Cenário:
Daniela Thomas por Pterodátilos

Categoria especial:
André Curti e Artur Ribeiro pela singular linguagem corporal aplicada no espetáculo Fragmentos do desejo

Direção:
João Fonseca por Maria do Caritó

Autor:
Jô Bilac por Savana glacial

Ator:
Marco Nanini por Pterodátilos

Atriz:
Mariana Lima por Pterodátilos

Homenagem:
Nathalia Timberg pela magnitude de sua carreira teatral, pródiga em desempenhos construídos com densidade, elegância e competência.

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