O Festival de Teatro de Curitiba programou três espetáculos internacionais para esta edição. O primeiro deles, o espetáculo belga Kiss & Cry, da companhia Charleroi Danses, foi cancelado. O segundo Pansori Brecht UKCHUK-GA, com a coreana JaRam LEE, foi a melhor peça da programação. E a dança In the Dust, da britânica 2faced Dance Company, formada apenas por homens, teve duas apresentações.
Composta por três coreografias, o grupo da diretora Tamsin Fitzgerald, exibe em In the Dust aquela força masculina, para mostrar estados de decadência e destruição, vitalidade e resistência, incerteza e agitação política.
As coreografias investem no atlético da dança contemporânea e juntam-se aos movimentos do break e da street dance. Testosterona para explorar os limites do corpo em desenhos desafiadores.
Mas as apresentações tiveram o problema da escolha do Teatro Marista. Mais para auditório do que para teatro, o local não se mostrou o mais apropriado para a exibição da companhia britânica. Quem não estava nas primeiras fileiras (as três primeiras) não conseguiu ver o todo, o quadro do conjunto, nem os detalhes do movimento dos bailarinos. Resultado: o desinteresse chega galopante.
Cerca de 20 pessoas foram embora no primeiro intervalo. Cerca de 50 no segundo. E a recepção do trabalho do grupo foi prejudicada.
Esse grupo não foi o único a sofrer com a escolha do teatro. Gonzagão, a lenda, que se apresentou no Grande auditório do Teatro Positivo, encantou e contagiou a plateia. Mas a peça foi desenvolvida mais ao fundo do palco, porque o local, segundo fui informada, não dispõe de varas de iluminação frontal. Com isso o público perdeu detalhes do belo figurino de Gonzagão e as expressões dos atores.
*A jornalista Ivana Moura viajou a convite do Festival de Curitiba