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A encantada cantiga de trabalho

Ilumiara, de Minas Gerais, é formado por músicos-pesquisadores

Ilumiara, de Minas Gerais, é formado por músicos-pesquisadores

Cantos de trabalho traduzem o profundo pacto entre a arte e a vida. Essas canções estão espalhadas pelo mundo todo e acompanham atividades produtivas manuais agrícolas ou urbanas, coletivas ou individuais. Músicas que embalam a lida, diminuem o esforço físico e trazem alegria para as ações. Há canções de tudo que é tipo: de fiar, de quebrar pedra, de plantar e colher, de remar, de chamar o gado, de apregoar, e muitas outras. O Museu Cais do Sertão recebe, a partir de hoje, a Mostra Recife com o circuito Sonora Brasil 2015/2016, realizado pelo Sesc.

O tema desta 18ª edição é justamente Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalhos. Quatro grupos se apresentam até o dia 24 de agosto: Ilumiara (MG), Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valentes (BA), Quebradeiras de Coco do Babaçu (MA) e Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL).

O grupo Ilumiara, de Minas Gerais, abre o programa às 15h30, na Sala Sertão Mundo. O bando é composto pelos músicos e pesquisadores Alexandre Gloor, Carlinhos Ferreira, Leandro César, Letícia e Marcela Bertelli.

O repertório traz a contextualização histórico-social dos cantos do trabalho no país, com interpretações de vissungos, cantigas de ninar e cantos de lavadeiras, em arranjos elaborados a partir de uma visão contemporânea.

As Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valentes, da Bahia, mostram sua arte amanhã. Esse grupo de mulheres já se envolveram na produção de fibra, do plantio até a fabricação. Atualmente elas são artesãs. O coletivo é composto por Izabel, Alda, Ivamarcia, Carminha, Marisvalda e Cássia. Elas trazem cantigas falando de questões cotidianas, fazendo alusão a esse trabalho. Já os Aboiadores de Valentes, Ailton Aboiador e Ailton Jr., apresentam aboios e toadas. A dupla é reconhecida na cidade de Valente, a 240 quilômetros de Salvador, pelo repertório.

Quebradeiras de Coco do Babaçu,  do Maranhão,

Quebradeiras de Coco do Babaçu, do Maranhão,

As Quebradeiras de Coco do Babaçu, grupo criado em 2004, vem do Maranhão e se apresentam no domingo. Oito mulheres trazem a sonoridade relacionada à luta política, articulando temas voltados à valorização do trabalho, da mulher, dos direitos das minorias, da luta pelo acesso aos babaçuais localizados em grandes latifúndios. Elas trabalham desde a infância até hoje na quebra do coco babaçu.

As Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e o Mestre Nelson Rosa encerram a Mostra Recife na segunda-feira (24). O grupo composto por cinco mulheres da região de Sítio Fernandes, zona rural do agreste de Alagoas: Josefa Correia Lima dos Santos, Isabel Cipriano dos Santos, Regineide Rosa dos Santos, Rosália Gomes e Rosinalva Fárias, além de Nelson Rosa. O conjunto vai entoar cantigas de barreiro e tapagem de casa, rojões de entoados nas tarefas da roça, além de pagode. Os cantos têm como característica serem arrastados e sem acompanhamento instrumental.

Boa oportunidade para conhecer melhor esse Brasil e seus artistas.

Serviço
Mostra Recife
Quando: De 21 a 24 de agosto, às 15h30
Onde: Museu do Cais do Sertão, Recife Antigo
Entrada gratuita para o visitantes do museu

Programação

Recife

21/08 – Grupo Ilumiara (MG)
22/08 – Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valentes (BA)
23/08 – Quebradeiras de Coco do Babaçu (MA)
24/08 – Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL)

Garanhuns
22/08 – Grupo Ilumiara (MG)
23/08 – Cantadeiras do Sisal (BA)
24/08 – Quebradeiras de Coco do Babaçu (MA)
25/08 – Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL)

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