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Galpão abre Festival Recife do Teatro Nacional

Os gigantes da montanha participou do FIG. Foto: Pollyanna Diniz

Os gigantes da montanha participou do FIG. Foto: Pollyanna Diniz

A 16ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional será aberta com Os gigantes da montanha, do Grupo Galpão. O grupo confirmou a informação ao blog no último fim de semana, durante a realização do festival Cenas Curtas do Galpão Cine Horto. A peça, que estreou no primeiro semestre deste ano na Praça do Papa, em Belo Horizonte, foi apresentada no Festival de Inverno de Garanhuns, em julho. Já naquela ocasião, a secretária de Cultura Leda Alves disse que havia a intenção de trazê-los ao festival.

Leia a crítica que escrevemos sobre Os gigantes da montanha.

A última vez que o Galpão participou do Festival Recife do Teatro Nacional foi em 2009, com Till, a saga de um herói torto. A curadoria era de Kil Abreu e as apresentações foram na Praça do Arsenal.

O resultado do edital nacional do Festival Recife deve sair nos próximos dias. Grupos como o Armazém, do Rio de Janeiro, e o Teatro Invertido, de Minas, disseram ao blog que estão participando da seleção.

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Aldeia Yapoatan movimenta Jaboatão

Aldeia Yapoatan começou com cortejo cultural. Foto: Jefferson Figueirêdo

Aldeia Yapoatan começou com cortejo cultural. Foto: Jefferson Figueirêdo

Começou nesta sexta-feira o projeto Aldeia Yapoatan – II Mostra de Artes em Jaboatão dos Guararapes, realizado pelo Sesc Piedade. A abertura foi com um cortejo que saiu da Igreja de Santo Amaro e reuniu grupos de teatro, dança, circo, música e cultura popular. Foi só uma amostra do que virá durante o festival, que acontece até o dia 22 de setembro, com 13 polos e cerca de 60 grupos envolvidos.

Fazem parte da programação, por exemplo, o Grupo Teatro VentoForte, idealizado por Ilo Krugli, com três montagens: As 4 Chaves (dia 14, às 15h, no Sesc Piedade), História de lenços e ventos (dia 15, às 15h, no Sesc Piedade) e Ladeira da memória ou Labirinto da cidade (dia 16, às 15h, no Espaço Criança Esperança de Jaboatão).

Mas a maior parte da grade é mesmo composta por grupos pernambucanos. Só para citar alguns espetáculos de teatro há, por exemplo, Luiz Lua Gonzaga (dia 14, às 16h, no Parque Dona Lindu), O beijo no asfalto (dia 17, às 20h, no Teatro Luiz Mendonça), As confrarias (dia 18, às 20h, no Teatro Luiz Mendonça) e ainda Algodão doce (dia 14, às 16h, no Espaço Criança Esperança), O menino da gaiola (dia 20, às 15h, no Espaço Criança Esperança de Jaboatão) e Pluft, o fantasminha (dia 21, às 16h, no Espaço Criança Esperança).

Apenas os espetáculos que acontecem no Teatro Luiz Mendonça são pagos. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

As confrarias será apresentada dia 18, no Luiz Mendonça. Foto: Pollyanna Diniz

As confrarias será apresentada dia 18, no Luiz Mendonça. Foto: Pollyanna Diniz

O menino da gaiola terá sessão no dia 20, às 15h, no Espaço Criança Esperança de Jaboatão. Foto: Divulgação

O menino da gaiola terá sessão no dia 20, às 15h, no Espaço Criança Esperança de Jaboatão. Foto: Divulgação

Confira a programação completa do Aldeia Yapoatan.

Entrevista // Daniela Travassos, supervisora de Cultura do Sesc Piedade

Como foi pensada a programação do Aldeia Yapoatan?
A programação foi pensada a partir da ideia de Aldeias Culturais, implantada pela Gerência de Cultura do SESC Nacional, cujo interesse é descentralizar ações culturais nas diversas linguagens artísticas, possibilitando que comunidades mais distantes dos grandes centros recebam ações culturais gratuitas. Dessa forma, montamos a programação contemplando teatro, dança, cinema, circo, cultura popular, artesanato, literatura e música, distribuídos em cerca de 10 bairros da cidade de Jaboatão.

Qual a importância do festival para os diversos polos que recebem a programação?
A importância está justamente na oportunidade do acesso à cultura, que é um direito de toda a população e que estamos dando a diversas comunidades da cidade. Muitas delas estão recebendo pela primeira vez espetáculos artísticos. É comum percebermos que o Projeto Aldeia é o primeiro contato que algumas crianças e adultos têm com a arte. E poder discutir e saber deles a impressão e o encantamento que isso traz à comunidade, transformando-a, levando saber e formação, é de importância ímpar.

Qual a atuação do Sesc Piedade, não só na unidade, mas nesses polos? E como isso pode ser incrementado a partir do festival?
Não queremos que a realização do Aldeia seja uma ação pontual, efêmera. Queremos que essa ideia de formação e fruição perpasse toda a programação de cultura da Unidade ao longo do ano. Tanto que estamos sempre mantendo cursos dentro e fora do SESC e realizando ações artísticas nos bairros. Além disso, mantemos nossa Escola de Teatro profissionalizante, realizamos Seminário de Arte-Educação, lançamento de livros que seguem gratuitos para bibliotecas de diversos bairros. Enfim, o nosso trabalho segue no intuito de levar para a cidade de Jaboatão a oportunidade não só da apreciação artística, mas principalmente da formação e do debate. Essa é a orientação do Programa de Cultura do SESC Pernambuco, através da gerência de Cultura de José Manoel e da gerência do SESC Piedade, que é de Rudimar Constâncio.

Sabemos que são muitas atrações na programação, mas quais destaques você faria?
Na verdade, tenho muita dificuldade de destacar alguém da programação porque é uma programação muito consistente no que diz respeito à qualidade dos grupos em suas diversas linguagens. Mas posso arriscar um destaque: as ações que estamos realizando dentro das escolas públicas de Jaboatão, com cursos e apresentações, além do polo circo, que não conseguimos realizar na primeira edição e este ano volta com uma programação também com oficinas e espetáculos circenses.

*O Satisfeita, Yolanda? e o Sesc Piedade fizeram uma parceria para a publicação de duas edições do Jornal Aldeia Yapoatan e para a apreciação crítica de alguns espetáculos. Continuem acompanhando a cobertura da mostra aqui no blog.

Algodão doce será encenada neste sábado (14), às 16h, no Espaço Criança Esperança. Foto: Ivana Moura

Algodão doce será encenada neste sábado (14), às 16h, no Espaço Criança Esperança. Foto: Ivana Moura

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Janeiro de Grandes Espetáculos inscreve até o dia 16

A coordenação do Janeiro de Grandes Espetáculos decidiu, como acontece em várias mostras do país, se organizar e adiantar os prazos para os grupos que desejam se inscrever no festival. Na prática, a ideia é que, até o final da primeira quinzena de setembro do ano anterior ao festival, a lista com os espetáculos locais que irão participar da mostra seja divulgada. É uma medida que tem a ver com planejamento e deve repercutir de várias formas, como na divulgação da mostra para o público e, quem sabe, nos próximos anos, na instalação, por exemplo, de uma bilheteria virtual.

Por conta disso, para a edição 2014, só podem se inscrever no festival espetáculos inéditos de teatro e dança de Pernambuco que estrearam este ano até o dia 1 de agosto de 2013. Há a possibilidade de estrear dentro do festival – período que vai de 9 a 25 de janeiro. Nos dois casos, é preciso se inscrever até o dia 16 de agosto.

A ficha de inscrição está disponível no site www.janeirodegrandesespetaculos.com e o material deve ser entregue pessoalmente na Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) ou pelos Correios.

Confira aqui o regulamento e a ficha de inscrição para o Janeiro de Grandes Espetáculos.

O festival deve ter ainda na sua programação espetáculos de Pernambuco que já se apresentaram no festival noutras edições e voltam como convidados da coordenação; e montagens de outros estados e países, também a convite da produção do Janeiro.

Dívida – A propósito, a Prefeitura de Olinda ainda não quitou suas dívidas com o Janeiro de Grandes Espetáculos. É uma verba de apenas R$ 35 mil. “É uma pena, porque o festival foi lindamente realizado lá e não temos previsão de quando esse dinheiro será pago. Mas temos fornecedores que dependem desse pagamento”, explica a produtora Paula de Renor.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Olinda, que ficou de nos enviar uma nota até amanhã. Assim que chegar, publicamos aqui no blog.

Carla Valença, Paulo de Castro e Paula de Renor, produtores do Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Pollyanna Diniz

Carla Valença, Paulo de Castro e Paula de Renor, produtores do Janeiro de Grandes Espetáculos

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A “culpa” é da modernidade

Dormir pode virar um desejo... Fotos: Ivana Moura

Dormir pode virar um desejo… Fotos: Ivana Moura

Montagem do Grupo Z de Teatro, do Espírito Santo

Insone, montagem do Grupo Z de Teatro, do Espírito Santo

Satisfeita, Yolanda? no Palco Giratório

Acelera. Ordenou a modernidade aos passos lentos, tranquilos e orgânicos da humanidade. Ela obedeceu e quis vencer limites. Mas aumentar a velocidade tem consequências. A tecnologia criou um novo mundo que desafia as mentes mais criativas. Garantiu o conforto que todos conhecem. Mas ao mesmo tempo, as criaturas passaram a carregar uma carga cada vez mais pesada. Milhões de informações disputam os sentidos dessa gente que corre atrás de dinheiro, amor (que pode nem ser verdadeiro) e poder. São exigências desse mundo – de ser veloz, eficiente, feliz; e de preferência o MAIS competente, o MAIS sensual, o MAIS desejado, enfim, o fodão. Mas essas cobranças de ter mais e ser o que pode mais criou um nível de disputa sem precedentes.

O espetáculo Insone, do Grupo Z de Teatro do Espírito Santo, toca em muitos desses pontos que incomodam e literalmente tiram o sono do homem contemporâneo. Na peça, quatro intérpretes mostram o desespero de quem não consegue dormir ou dorme mal e, no dia seguinte, sem o devido descanso, precisa enfrentar mais uma jornada, ou poderíams dizer, quase uma guerra.

Com figurinos brancos (camiseta e short) os atores desenvolvem suas ações em um colchão branco que serve como único cenário. Em determinados momentos, alguns travesseiros entram em cena. Essa paisagem insuportavelmente clara, monocromática, incomoda os sentidos, principalmente a visão. Pela proposta do grupo é bom que a montagem provoque essas sensações desagradáveis.

Um bom jogo de claro escuro

Um bom jogo de claro escuro

Essa trupe de insones movimenta-se em atos de repetição, buscando conforto para o corpo numa enervante e frenética troca de posições. Nesse processo, os personagens irrompem em preocupações com o emprego, com a viagem, com o filhinho que chora ou outras pequenas coisas da vida prosaica. Repetem palavras, frases soltas. O quarteto se atormenta com o sono reduzido a pouco, insuficiente para o merecido descanso.

A sonoplastia e a iluminação se encarregam de reforçar a atmosfera tensa com sons de engarrafamento e a luz que se altera entre o profundo branco e a penumbra do quase escuro, que inclusive produz desenhos que parecem significativas grades.

A montagem de dança-teatro exibe um turma de autômatos. Às vezes sonâmbulos, às vezes perseguindo a multidão que faz do consumir, divertir, ficar ligado uma obrigação. Nesse ritmo frenético, o repouso é negligenciado ou forçado a ficar em um plano secundário, para o jogador permanecer no jogo.

Parece uma trupe de autômatos

Parece uma trupe de autômatos

Sem uma narrativa linear, Insone expõe o sono perturbado e a vigília comprometida pela falta de repouso adequado. Impedidos de ter sonhos, a vida se torna um pesadelo num mundo dominado pela velocidade.

Criado em 1996 no intuito de realizar um trabalho contínuo de pesquisa de linguagem, o Grupo Z investe em três linhas de propostas: o trabalho em espaços diversos; o corpo como ponto de partida para a criação e o desenvolvimento de dramaturgia própria.

A dramaturgia me pareceu o aspecto mais fragilizado da encenação. Entre “dormidas”, rolamentos, saltos, pequenas correrias, brigas e acolhimento entre eles a proposta  fica reduzida. A temática que possibilita interfaces com outras questões contemporâneas não borra fronteiras, não invade outros pontos.

A sensação que fica é a de que a duração do espetáculo poderia ser até menor, porque o repertório se mostra limitado e limitante e as repetições acrescentam pouco, não ampliam em significados. Ficam ali imersos no colchão coletivo e na impotência do sono. No desejo não realizado de dormir.

Grupo criado em 1996 realiza trabalho contínuo de pesquisa de linguagem

Grupo criado em 1996 realiza trabalho contínuo de pesquisa de linguagem

Ficha Técnica

Insone, do Grupo Z de Teatro (Espírito Santo)

Dramaturgia: Fernando Marques
Direção: Fernando Marques e Carla van den Bergen
Coreografia: Carla van den Bergen
Elenco: Alexsandra Bertoli, Daniel Boone, Ivna Messina, Luciano Rios (substituído aqui no Recife por Carla van den Bergen)
Direção de produção: Carla van den Bergen
Figurino e cenário: Francina Flores
Iluminação: Carla van den Bergen

*Texto extensivo ao projeto editorial do jornal Ponte Giratória, que circula impresso durante o 7º Festival Palco Giratório Recife, organizado pelo SESC PE. Outras informações no hotsite do festival.

 

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Festival de Londrina recebe inscrições

Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, participou do Filo ano passado. Foto: Ivana Moura

Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, participou do Filo ano passado. Foto: Ivana Moura

O Festival Internacional de Londrina (Filo) comemora 45 anos em 2013. Os grupos interessados em participar da mostra têm que se apressar. As inscrições já terminam no dia 25 e podem ser feitas pelos Correios.

Há uma mudança principal este ano: o festival, que sempre acontecia em junho, agora terá três etapas. De 7 a 9 de junho deve ser lançada a programação, com duas companhias convidadas. A mostra mesmo só será de 23 de agosto a 7 de setembro, com uma média de 40 grupos. E em outubro, de 4 a 6, haverá um encerramento com mais duas companhias. A alteração no mês do festival é por conta da Copa das Confederações; e deve acontecer ano que vem também, por conta da Copa do Mundo.

As informações sobre as incrições no Filo estão disponíveis no www.filo.art.br . Ano passado, a edição do festival discutiu o tema memória. Foram 23 dias de programação, 10 espetáculos internacionais, 54 companhias, oito países e sete estados brasileiros. O representante da produção pernambucana foi Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro.

Paulo Braz, da organização do Filo, como todos os anos, esteve por aqui no Janeiro de Grandes Espetáculos para conferir as montagens pernambucanas. (A assessoria do Filo nos lembrou que Luiz Bertipaglia, coordenador do festival, também veio ao Janeiro)

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