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MITsp lança convocatória para espetáculos nacionais

Altíssimo integrou MITbr este ano. Espetáculo foi apresentado com legendas em inglês. Foto: Nereu Jr

Sessenta e oito programadores e curadores internacionais de artes cênicas (Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Polônia, Portugal, Reino, Unido, Rússia, Suíça, Uruguai) e 17 brasileiros de vários festivais (incluindo Paula de Renor, do RESIDE.FIT/PE) acompanharam os dois primeiros anos da programação da MITbr – Plataforma Brasil, eixo da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, uma andada com perspectiva na circulação e visibilidade do teatro brasileiro.

Representantes de festivais grandiloquentes, como O Edinburgh Fringe e O FITB – Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá, na Colômbia, famosos pelos números que ostentam vieram conferir as peças produzidas por aqui. Especialistas em estratégias criativas e conexões para circulação e turnês de artes cênicas, como Iva Horvat, do Art Republic, da Espanha, também lançaram suas lupas sobre a produção brasileira. Grande parte busca projetos artísticos originais, inovadores e relevantes.

O NYT Skirball Center for the Performing Arts, dos Estados Unidos, por exemplo, se interessa por produções nada ortodoxas e artistas pioneiros e proclamam “orgulhosamente abraçar artistas renegados, acadêmicos e líderes do pensamento que sejam corajosos, ultrajantes e surpreendentes”.

O time de “olheiros profissionais” pode dar um impulso na carreira de um espetáculo ou de um grupo para se inserir no mapa nacional ou internacional.

A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo talvez seja atualmente o programa brasileiro mais instigante no tocante ao teatro contemporâneo mundial, com “produções que enveredam pela experimentação de linguagens, mas também possuem uma postura crítica ao seu tempo”, afirmam os seus materiais de divulgação. Em 2020, chega à sétima edição e vai ocorrer entre 5 a 15 de março de 2020, na capital paulista. A MITbr – Plataforma Brasil – que vai ao terceiro ano – recebe projetos de todo o país para a seleção. A convocatória fica aberta de 1º a 27 de agosto de 2019. O resultado do chamamento será anunciado em 14 de novembro no site mitsp.org.

A MIT-br vem aperfeiçoando sua breve trajetória para ser um canal de potencialização das montagens nacionais. Nas duas edições, recebeu 477 propostas de 19 estados brasileiros (AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS e SC). Trinta e quatro deles foram escolhidos e apresentados, além de seis aberturas de processo. De Pernambuco, o espetáculo Dinamarca , do Grupo Magiluth, esteve na programação de 2018. Altíssimo, de Pedro Vilela, foi exibido este ano.

Para a próxima edição, os artistas Alejandro Ahmed, Francis Wilker e Grace Passô compõe a equipe de seleção. Na primeira e segunda edições, o grupo curatorial foi formado por Christine Greiner (2018), Felipe de Assis, Sonia Sobral (2019) e Welington Andrade.

A MITsp é um festival amplo, que abarca programações, os chamados eixos, diversos. Atualmente, há a Mostra de Espetáculos (formada prioritariamente por espetáculos internacionais), a MITbr – Plataforma Brasil, o eixo Olhares Críticos, voltado à reflexão sobre questões estéticas e políticas; e o eixo Ações Pedagógicas, com residências, oficinas, intercâmbios e atividades que mobilizam corpos para pensar poéticas, práticas e políticas.

Inscrições:
Quando: De 1º a 27 de agosto de 2019, pelo site mitsp.org
Resultado: 14 de novembro de 2019, no site mitsp.org

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Um por todos, todos por um?

Centro Apolo-Hermilo

A Prefeitura do Recife abraçou a convocatória sobre os destinos do Centro Apolo-Hermilo, articulada pelos rapazes do espetáculo Ilusionistas e por outros artistas. O encontro foi realizado ontem, no Teatro Hermilo Borba Filho, e contou com as presenças da secretária de Cultura, Simone Figueiredo; do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, André Brasileiro; de coordenadores do setor de teatro (Clara Camarotti e Roberto Lúcio), Jorge Clésio, Júnior Afro. Tinha até um funcionário das finanças para explicar que a PCR só pode agir dentro da lei. Of course.

Tinha muita gente. E quem quis se pronunciar o fez. Ao final da reunião, foi criada uma comissão, formada por Claudio Malaquias, Carlos Ferrera, José W. Junior, Duda Freyre, Nara Menezes, João Lima, Maíra Bruce, Mica (Conselho de Cultura), André Brasileiro, Jorge Clésio e Clara Camarotti. Esse grupo vai entregar um documento na próxima quarta-feira, 22 de agosto, às 18h30, na Sala de Dança do Teatro de Santa Isabel, com as propostas e sugestões retiradas das ideias surgidas durante a audiência pública.

Existia uma tensão no ar, mas tudo transcorreu com civilidade. Liana Gesteira deu as boas-vindas e apresentou o formato do ato público. A ordem dos trabalhos estava calcada em cinco pontos: 1. Leitura de partes do Regimento do Centro de Formação e Pesquisa das artes Cênicas Apolo-Hermilo; 2. Ponto de situação (identificação das dificuldades, problemas e virtudes do Centro Apolo-Hermilo); 3. Espaço de fala para Gestão e/ou representantes da Prefeitura do Recife; 4. Sugestões para o melhor funcionamento do Centro Apolo-Hermilo; 5. Formas de atuação; 6. Redação de carta, a apresentar na prefeitura.

Duda Freyre leu um documento de 2000, que resume o projeto do Centro Apolo Hermilo. Criação, fomento, formação, programação de espetáculos de qualidade, lugar de referência, biblioteca e videoteca especializada, espaço de exposição, formador de plateias adulta e juvenil e de redes de programação.

“Falta de equipamentos técnicos para execução dos espetáculos tais como refletores e sistema de som. Decadência aponta para a falta de manutenção. A equipe técnica é insuficiente e deficiente. Administração do centro não cumpre os acordos com os seus usuários (artistas). Mal funcionamento do centro de documentação (…). Contrato não deveria ser de sessão de pauta e sim uma parceria”. Esses pontos foram apresentados por Carlos Ferrera, a partir da leitura de um documento.

A questão do orçamento específico e da transparência no uso dos recursos foi lembrada pelo bailarino José W Junior. “Já tive o privilégio de trabalhar no Apolo-Hermilo e trouxe documentos da época em que atuei aqui”. Os documentos que ele apresentou mostram que existia um previsão para o Centro dentro do planejamento anual da Prefeitura, para ser executada no ano seguinte. Ele perguntou onde foram parar esses recursos. E disse que está ocorrendo uma ingerência dos espaços.

O ator e bialarino João Lima, um dos articuladores do movimento, disse que o Hermilo é uma joia rara. “Em termos de qualidade, de acústica, de chão, é uma joia rara que precisa ser cuidada”. E apresentou os problemas enfrentados por seu grupo durante a temporada de Ilusionistas. Três ensaios foram cancelados por indisponibilidade da equipe administrativa. Ele também garantiu que gastou R$4.000 para montar refletores. “Um teatro dessa dimensão tem três refletores e 45 carcaças jogadas lá atrás”. Ele também reclamou do sistema de limpeza do teatro: “Acho uma pena voltar para o Recife e ver esses dois espaços muito piores do que há oito anos, sobretudo em relação à falta de compromisso. A falta de trabalho e vontade política é inadmissível. A gente não está exigindo nada demais”.

Representantes da Prefeitura e artistas discutiram o Centro Apolo-Hermilo

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