Coletiva de imprensa do Festival Recife do Teatro Nacional. Foto: Luciano Ferreira/divulgação
“Começou nesta sexta-feira (22) mais uma edição do Festival Recife do Teatro Nacional”. Talvez essa não seja a frase mais apropriada para iniciar esse texto. Talvez não seja só “mais uma edição”. Depois de 15 anos, é a primeira vez em que o festival sofreu realmente uma alteração no seu perfil. Se quando foi criado e ao longo de todos esses anos, a mostra serviu para trazer ao Recife espetáculos de grupos que estivessem se destacando no cenário nacional, fosse pela excelência artística, pelas novas proposições à cena, pelas experimentações de linguagem (além de congregar os espetáculos locais, mas nunca como foco principal), desta vez, esses não foram elementos norteadores.
Como explicou o gerente do Centro Apolo-Hermilo e coordenador do festival, Carlos Carvalho, durante a coletiva de imprensa do lançamento do FRTN, realizada no Teatro Apolo, “o que se apresenta para este presente e para o futuro é que aqui agora não vão estar só os grandes. Os grandes neste sentido daqueles que têm os melhores patrocínios, os melhores esteticamente, etc. Vai (sic) estar os grandes, os pequenos que fazem o melhor naquele lugar, etc, etc. A gente não está negando o passado. A gente está tentando encontrar um caminho novo”.
Para que a grade do festival fosse montada – com apenas dois espetáculos de grupos de fora de projeção realmente nacional – o Galpão e a Armazém Cia de Teatro, um edital foi colocado na praça para que os grupos se inscrevessem. De acordo com o coordenador do festival, 150 inscrições foram recebidas.
“O recorte é o teatro do possível do Brasil. Isso é lindo. Isso é lindo. Com todo o respeito, eu não sei qual seria o curador que iria a Taboão da Serra ou iria a uma tribo indígena. Mas a tribo indígena poderia dizer: olha, eu estou fazendo um teatro aqui na minha taba. E por isso ele não é moderno, ele não é contemporâneo, ele não é bom? Ele é bom no possível dele para o Brasil. Essa diversidade nos interessa neste momento. Eu acho que não tem nenhuma questão de ser contra ou a favor. É questão de opção política”, explica Carlos.
Uma comissão formada pela atriz, diretora e gestora cultural Maria Clara Camarotti, pelo ator e representante do Conselho Municipal de Política Cultural do Recife Paulo Maffe, e o ator, diretor e gestor Williams Sant’Anna escolheu os 18 espetáculos que serão apresentados no festival deste ano.
Segundo Gustavo Catalano, gerente Geral de Ações Culturais da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, a participação da comissão retirada no Fórum de Artes Cênicas realizado em agosto, no Mamam, foi “efetiva” na construção da mostra.
Além de Carlos Carvalho e Gustavo Catalano, a secretária de Cultura Leda Alves também participou da coletiva de imprensa.
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Questões que talvez devessem fazer parte de uma discussão com a classe:
– É importante para a cidade que o perfil do Festival Recife do Teatro Nacional (assim como o Janeiro de Grandes Espetáculos e o Palco Giratório têm os seus perfis) seja mantido?
– O FRTN precisa ser repensado. Mas esse é o melhor caminho de o festival fazer diferença para a cidade?
– Os grupos de maior projeção no país, que não necessariamente são ricos e têm patrocínio (na maioria das vezes não tem, como sabemos!), vão realmente se inscrever em editais para virem ao Recife?
– Como deve ser a valorização da classe artística na política cultural da Prefeitura do Recife? Garantindo, por cota e norma, que 50% das vagas do festival são dos pernambucanos?
– E as condições dos teatros no Recife?
– E o SIC?
– E o fomento municipal?
– E a formação?
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Usando as palavras de Ivana Moura durante a coletiva de imprensa, nossa posição aqui no Satisfeita, Yolanda? sempre foi e será o questionamento.
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Uma das perguntas de Ivana Moura durante a coletiva foi sobre o gerente de teatro, já que estamos em novembro e a equipe de gestão relacionada às artes cênicas ainda não estava completa:
Ivana Moura: O nosso gerente de teatro já existe?
Leda Alves: Você está desinformada?
Ivana Moura: Estou perguntando. É porque devo estar, né? (risos)
Leda Alves: Há quase um mês que é Romildo.
Ivana Moura: Romildo é das artes cênicas, não?
Leda Alves: Das artes cênicas.
Ivana Moura: E o de teatro?
Leda Alves: Que teatro?
Gustavo Catalano: O gerente de teatro já está com nome, estamos só para publicá-lo. Ainda não podemos falar.
Leda Alves: Dos equipamentos, né?
Gustavo Catalano: Exato. Na realidade, na Fundação de Cultura existem o gerente de artes cênicas e mais três gerentes: circo, dança e teatro. Nomeamos o gerente de circo, de dança, o de artes cênicas e o de teatro já estamos com nome, já foi discutido com dona Leda e estamos só aguardando a autorização para publicação. E acreditamos que até o final do mês deve ser publicado.
Bom, ontem à noite tivemos a informação de que o novo gerente de teatro foi finalmente escolhido: Jorge Clésio.
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Coletiva de imprensa contou com as presenças de Leda Alves, Gustavo Catalano e Carlos Carvalho
Trechos da coletiva de imprensa do Festival Recife do Teatro Nacional
Como foi a seleção dos espetáculos para o festival através de edital?
Carlos Carvalho: Tenho certeza que, para o (próximo) ano, consolidado o processo público de seleção, a gente terá com certeza a participação de mais espetáculos de diversas partes do Brasil. No entanto, tivemos 150 projetos inscritos. É um número significativo para um primeiro ano de edital. Desses 150 projetos inscritos, 36 projetos foram selecionados por uma comissão que selecionou esses projetos composta por um represente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, um representante da Secretaria de Cultura, e teríamos a participação de um representante da Universidade Federal de Pernambuco. No entanto, nós recebemos uma comunicação do Centro (Departamento) de Teoria da Arte, que não era possível enviar um professor, uma vez que eles estavam com muitos problemas de reposição de aulas. Então nós tivemos que indicar outra pessoa para ocupar esse espaço que seria da Universidade Federal de Pernambuco. Mas isso em nenhum momento diminuiu a grandeza e a qualidade do processo de seleção. Então, desses 36 projetos que a comissão indicou, nós fizemos contatos, e aí começa um processo difícil que é de adequação daqueles projetos aos nossos espaços, adequação de espaços físicos, adequação de possibilidades técnicas, e adequação orçamentária. Então depois de passado esse processo de adequações e também de agenda dos grupos – uma vez que o grupo quando manda, ele diz que quer vir, mas do dia em que ele se inscreve até o dia em que ele é comunicado que está selecionado, a vida continua, então, muitas vezes, aparecem problemas de agenda e a gente não teria aquele grupo naquele dia, etc, etc, etc. Bom, então desses projetos indicados pela comissão, nós tiramos 18. A outra seleção se deu porque o edital previa, que também é novo isso, a garantia de que 50% da programação de espetáculos seria de espetáculos locais. Então a gente garantia, estamos garantindo, dentro dessa vitrine do festival, que na verdade o festival é uma vitrine de difusão, a participação da produção local, com 50% da grade de programação. E o edital também previa 30% de convites. A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura ainda teriam a possibilidade de fazer 30% de convites da grade. Mas só convidamos um grupo, que foi o grupo Galpão, de Minas Gerais, que está abrindo o festival, no Sítio da Trindade, no dia 22 de novembro, às 20h, e também fará uma récita no dia 23, também lá, no Sítio da Trindade.
Agradecimentos à equipe
Carlos Carvalho: Gostaria aqui de registrar o meu agradecimento a três pessoas, fora o pessoal aqui do teatro, que tem trabalhado incansavelmente. A Ivo Barreto, a Eron Villar e a Margot. Que tem dado sangue, suor, lágrimas e risos, de manhã, de tarde e de noite para que a gente pudesse estar hoje aqui fazendo essa coletiva. E também a Catalano e a toda a sua equipe e também a todo o pessoal de comunicação da prefeitura, que é muito gentil, e também o pessoal da gerência de literatura….
Leda Alves: Desculpe interromper, mas eu não me referi e é uma exigência dentro de mim, que eu não posso adiar. A presença de Catalano nas nossas equipes. (….) E aqui a gente faz realmente o trabalho colegiado, todo trabalho aqui é de baixo pra cima. Ele tem contribuído muito e a gente tem aprendido também com ele. Então o projeto não é só da Secretaria. É da Secretaria e da Fundação de Cultura.
Homenageado do festival
Carlos Carvalho: Nesse processo de criação, a gente chega a quem homenagear? Durante os 15 anos de festival, sempre se homenageou alguma personalidade, um teatrólogo, um ator, etc, que contribuiu no teatro brasileiro e no teatro pernambucano. E chegamos então a Samuel Campelo e não por acaso. Quando a gente diz que depois do debut, a gente precisava repensar, depois de 15 anos, repensar e retomar outro caminho, nada melhor do que ter sido Samuel. Parece que foi escrito. Porque Samuel é a pessoa que começa no estado de Pernambuco e um dos primeiros no Brasil, a tornar possível um teatro brasileiro. Depois de Samuel, depois do grupo Gente Nossa, vem o Teatro de Amadores de Pernambuco e aí sucede-se uma série de realizadores, o Teatro do Estudante de Pernambuco, o TPN, e aí todas as outras experiências já nos anos 70, 80, e por aí vai. Então Samuel é importantíssimo. Samuel está no mesmo quilate de um Arthur de Azevedo, Samuel está no mesmo quilate de um Martins Pena. Ele funda a possibilidade de um teatro pernambucano e brasileiro com temática brasileira. E ele advogava também que, naquela época, como todos os teatros naquela época eram ocupados os seus tablados pelas operetas e burlescas francesas, que o teatro pernambucano e brasileiro precisaria, assim como Martins Pena fez, trazer o tema brasileiro, a problemática brasileira, e partindo da diversão. O que, de alguma forma, vem de encontro quando Hermilo – e é a minha frase predileta – que Hermilo Borba Filho diz que “ninguém se diverte na missa”. Então esse lugar sagrado que você não vai para se divertir, você vai para se religar, você vai para ter foco, no caso de Samuel, ele dizia que naquela época o teatro precisava tirar o foco do cotidiano e fazer diversão para fazer plateia. E ele foi um dos primeiros, digamos assim, grandes diretores do Teatro de Santa Isabel, do qual dona Leda foi uma grande diretora e eu tive o prazer de trabalhar com ela. (…)
Gustavo Catalano: Carlos, eu queria só fazer uma observação. Carlos falou sobre os 50% de artistas pernambucanos. Isso é uma determinação tanto da secretaria quanto do nosso prefeito Geraldo Júlio, da valorização dos artistas pernambucanos. Por consequência, isso transfere a nós uma responsabilidade de fazer com que isso aconteça e o edital nos ajudou muito a isso, não é verdade, Carlos? A gente sentiu que os grupos pernambucanos se interessaram, entraram mais dentro do processo, quando a gente colocou o edital na rua. Então acho que ele foi muito importante também neste sentido, no sentido de integrar os artistas pernambucanos nesse processo, e nesses novos festivais, para que a gente conseguisse executar as diretrizes da nossa secretária e do prefeito Geraldo Júlio na valorização dos artistas pernambucanos.
(…)
Perguntas dos jornalistas:
Ivana Moura: Quais grandes festivais vocês usaram como modelo para montar a programação do Festival Recife do Teatro Nacional através de edital?
Carlos Carvalho: Não conheço. Ou não tenho conhecimento assim geral de quais são os festivais que são por edital. Acho que a maioria é por curadoria. Mas isso também não quer dizer, assim, da gente mudar, que um é ruim e o outro é bom. É questão de opção. Quando é um curador, a opção é que alguém vai ter um recorte sobre uma vasta produção dentro de um tema. O tema é, sei lá, política. E o cara faz um recorte, mas o olhar é dele. No caso, ele vai procurar aqueles grupos, aquelas produções, que satisfazem aquela perspectiva que ele está fazendo um recorte. No caso do edital, é o inverso. Quando eu digo: eu procuro você, não é você quem me procura. Eu digo: olha, eu estou aqui. Você quer me ver? Então é diferente o olhar. Isso nem coloca pontos positivos nem para um, nem para outro, de dizer esse é melhor, esse é pior. É questão de opção. A opção que nós fizemos foi: se a gente se abre para o Brasil e os grupos do Brasil têm a possibilidade de dizer eu quero ir a Recife. Com isso você vai ter um olhar mais alargado. Nesse caso aqui, por exemplo, o festival deste ano não tem um recorte. O recorte é o teatro do possível do Brasil. Isso é lindo. Isso é lindo. Com todo o respeito, eu não sei qual seria o curador que iria a Taboão da Serra ou iria a uma tribo indígena. Mas a tribo indígena poderia dizer: olha, eu estou fazendo um teatro aqui na minha taba. E por isso ele não é moderno, ele não é contemporâneo, ele não é bom? Ele é bom no possível dele para o Brasil. Essa diversidade nos interessa neste momento. Eu acho que não tem nenhuma questão de ser contra ou a favor. É questão de opção política. É uma política de se abrir mais e essa eu acho que é a questão. Assim como também no carnaval, no são João, assim como foi no festival de inverno de Garanhuns, que não era por edital e nem por conta disso diminuiu a qualidade dos espetáculos, abriu-se para a diversidade. A gente não pautou nessa decisão “agora vamos romper com o passado”. De jeito nenhum. O que pautou foi nós vamos ter outro olhar para o futuro.
Leda Alves diz que edital é um instrumento da democracia
(….)
Leda Alves: O edital vai ser usado como um instrumento da democracia. A gente quer, que é uma das funções e missões da secretaria, criar ou abrir espaços para todas as pessoas que produzem cultura, que fazem a cultura, para todos os artistas, da capital e do interior. Você veja: o nosso São João foi alimentado por muita gente do interior. Como Carlos tinha passado sete anos trabalhando pelo interior com o Governo do Estado e estava disponível para vir para cá, ele integrou o meu grupo de trabalho e ele trazia informações de conhecer, de conviver, de testar, de saber que é bom. E foi uma coisa comentada pelas comunidades que conheceram grupos que nunca tinham conhecidos e ouvir deles a chance de virem ao Recife se apresentar, mostrar sua arte. É essa troca, esse angu que a gente quer que a cultura seja, dando acesso a todos. Segunda liberação para nós da democracia que o edital nos dá: sem injunção de pedidos. Uma das coisas mais difíceis pra gente: os amigos, os parentes, os políticos, a pedirem e a provarem que os seus candidatos são os melhores do mundo. E a gente tem essa grande arma de dizer: o edital está na praça. Se inscreveu? Não? Agora, inscreveu-se? Então fique tranquilo! Que a gente vai analisar cá e você entra. Então isso também facilita muito a democracia e dá credibilidade ao artista de que ele irá, de que é verdade o que ele assinou ali, e que nós realizaremos. Isso vem ao encontro, não é de encontro, ao encontro, a uma determinação do prefeito: a prioridade é o da terra.
(…)
Ivana Moura: O Festival Nacional ele foi pensado, inclusive você está no nascedouro desse pensamento, em busca de uma excelência artística, que ela estivesse espalhada pelo Brasil e que se pudesse buscar isso. Você acha que, com esse edital, foi possível conseguir essa excelência para este ano?
Carlos Carvalho: Sim. A excelência do possível.
Ivana Moura: Pode ser possível, mas pode não ser excelência. Daqui a pouco vamos começar a filosofar!
Carlos Carvalho: A excelência pra quem? O edital abriu as possibilidades, os grupos se inscreveram, uma comissão analisou os projetos e a gente adequou os projetos às condições. Eu não sou um curador do festival. Eu não sou um curador. O curador é o edital e a comissão.
Leda Alves: Então foi feito por uma equipe de especialistas. O objetivo dele é principalmente a troca de experiências, de aprendizados, daí haver várias oficinas. Agora, geralmente, a gente só pode avaliar a eficácia e o fruto desse edital, quando avaliar o festival. É um caminho novo. O edital a gente lançou, respondeu, a gente montou o festival, vamos ver. Essa pergunta você faz a gente quando acabar.
(…)
Ivana Moura: É porque nós temos 15 anos de edição de festival antes desse festival. 15 edições conhecidas e acompanhadas.
Leda Alves: E o que é que tem?
Ivana Moura: O que tem é que, durante esse tempo, os grandes grupos brasileiros estiveram presentes nesse festival. O que estou pontuando…
Leda Alves: Vamos acabar o festival para ver.
Carlos Carvalho: Eu concordo. Agora, o que se apresenta para este presente e para o futuro é que aqui agora não vão estar só os grandes. Os grandes neste sentido daqueles que têm os melhores patrocínios, os melhores esteticamente, etc. Vai estar os grandes, os pequenos que fazem o melhor naquele lugar, etc, etc. A gente não está negando o passado. A gente está tentando encontrar um caminho novo.
Ivana Moura: O que é um caminho novo?
Carlos Carvalho: O edital para os 15 anos é novo. É o caminho.
Ivana Moura: Edital é um caminho novo? É porque edital eu acho que é um caminho já pensado, exercitado noutras situações.
Leda Alves: Não estou dizendo a peça jurídica edital não. A utilização dele para o acesso ao festival, para a pessoa participar desse festival está sendo através deste instrumento legal chamado edital.
Carlos Carvalho: Deixa eu perguntar uma coisa. Quando você me pergunta isso você está me dizendo que você é contra o edital?
Ivana Moura: Eu não sou contra nada. Minha posição aqui é perguntar.
Carlos Carvalho: E eu estou perguntando a você também.
Leda Alves: A pergunta transparecia isso. Você tem direito de estranhar, até de desconfiar, é um direito que você tem.
Ivana Moura: Eu me preocupo com a qualidade da programação de um festival que eu acompanho desde o começo.
(…)
Carlos Carvalho: “Eu estou dizendo que é preciso a gente discutir, mas discutir com o coração aberto. Porque não é interessante a gente ter uma discussão que seja sempre sólida e todo mundo estar a favor. O que é bom é que a gente tenha os discursos diferentes para a gente encontrar um caminho. Assim como o Janeiro encontrou um caminho que eu, inclusive, acho que não é o melhor. Eu, particularmente, Carlos Alberto Carvalho Correia, não acho que é o melhor. Já discuti isso com Paula (de Renor). Mas é uma opção de três pessoas ou quatro, mas três que assinam o festival. Nós estamos agora olhando outro espaço, outra forma de conduzir. E a gente pode ter, inclusive, a humildade, se fosse o caso, de dizer: olha, não deu certo. Mas porque não deu certo? Tem que fazer primeiro.
(….)
Ivana Moura: Qual foi a efetiva participação no festival daquela comissão de artes cênicas que foi tirado lá no Mamam, no Fórum de Artes Cênicas?
Gustavo Catalano: Após uma reunião que fizemos com o fórum temático de artes cênicas foi tirada duas comissões: uma comissão para o festival de dança e outra para o festival de teatro. E essas comissões vieram para que, junto com os gerentes, nomeados para coordenar cada festival, montassem a estrutura deles. O que seriam eles? Se o edital seria o edital, se o edital seria uma curadoria. Naquele momento em que já estava muito próximo já dos festivais. E a gente apresentou o edital, discutiu esse edital, discutimos texto, discutimos tudo dentro desse contexto. E aí após essa aprovação, após essa discussão toda, foi que a gente lançou o edital. A gente não lançou oficialmente da nossa cabeça.
Ivana Moura: Então esse grupo teve uma participação efetiva na formulação dessa história? Que são os representantes da classe?
Gustavo Catalano: Efetiva.
Carlos Carvalho: Ele foi consultado.
Leda Alves: Não só isso.
Gustavo Catalano: Também. Uma participação efetiva. Várias reuniões. Vieram.
Carlos Carvalho: O grupo foi consultado. Todos os pontos foram elencados, a gente discutiu. Samuel (Santos), Rodrigo Dourado…é….
Gustavo Catalano: A gente não excluiu a sociedade civil do processo não. Muito pelo contrário. A intenção é incluir a sociedade civil na discussão dos festivais.