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Cartas do livro “Querido Lula”
apostam que o futuro é agora

Zelia Ducan cantou os versos “O sol há de brilhar mais uma vez / A luz há de chegar aos corações / O mal será queimada a semente / O amor será eterno novamente)”. Fotos Ivana Moura

Zélia Ducan lendo uma das mensagens do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão,

À certa altura da noite ontem, 31 de maio de 2022, no palco do Tuca (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), em Perdizes, São Paulo, Zélia Duncan confirmou: “vamos falar só de amor hoje”. Era a resposta a um “eu te amo” de alguém da plateia, que estava lotada para acompanhar o lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, da editora Boitempo.

O evento contou com a leitura de algumas das cartas remetidas ao presidente Lula no período em que esteve preso em Curitiba, espetáculo que foi chamado de Querido Lula: cartas do povo brasileiro. Zélia Duncan leu a mensagem da professora de língua portuguesa, Ana Beatriz Arena, do Rio de Janeiro, que começava com “Querido presidente (nada de ex !) Lula”, ressaltando que os programas dos dois governos lulistas mantidos pela presidenta Dilma, “devolveram (ou desenvolveram) aos ‘meus meninos’ da periferia a vontade de estudar e se tornar ‘doutor'”.

Sabemos que o que pulsa e impulsiona o humano começa pelo desejo – essa motivação de ir além – que quando encontra oportunidades pode fazer a revolução ou alguma insurreição.

Depois de interpretar a canção Juízo Final, de Nelson Cavaquinho (O sol há de brilhar mais uma vez / A luz há de chegar aos corações / O mal será queimada a semente / O amor será eterno novamente), Ducan passou o bastão para outro convidado. Querido Lula: cartas do povo brasileiro estava carregado desse teor:  muitos elos para formar uma grande corrente que se expande para além do palco do Tuca.

A apresentação, dirigida pelo brasileiro Márcio Abreu e pelo francês Thomas Quillardet, teve participação de artistas da música e do teatro, como Ducan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Cleo, Celso Fratesch, Grace Passô, Debora Duboc, Leandro Santos, Cida Moreira, Tulipa Ruiz, Cássia Damasceno, a ativista Preta Ferreira, a vereadora Erica Hilton e alguns autores das correspondências na presença do destinatário.

Ivana Jinkings, da editora Boitempo

Historiadora francesa Maud Chirio, organizadora do livro 

A editora-chefe da Boitempo, Ivana Jinkings, abriu os trabalhos lembrando que sua firma lançou em 2018 A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenam, obra que ela chamou de premonitória. A publicação traz uma longa entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva concedida aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à própria Jinkings.

Querido Lula: cartas a um presidente na prisão traz uma seleção de 46 das 25 mil cartas recebidas pelo Instituto Lula ao longo dos 580 dias da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

A pesquisadora francesa Maud Chirio, – professora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano -, organizadora do livro no Brasil ressaltou o feito como uma história extraordinária. Chirio avaliou que não existe  nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala. O movimento de correspondência e o volume de mensagens enviadas ao politico impressionaram a historiadora, que trabalhou com uma equipe para catalogar e digitalizar o material, para garantir sua preservação.

Denise Fraga 

Coube a Denise Fraga fazer as honras de mestra de cerimônia e chamar os convidados mais ilustres ao palco, já ocupado por artistas e missivistas: convocou Fernando e Ana Haddad, Dilma Rousseff, Lula e Janja. O clima era de emoção e, em muitos momentos, cada um de nós lacrimejou.

Fraga apresentou a primeira carta, do pedreiro Francisco Aparecido Malheiros, “que trabalha os dias que tem serviço”, mas mesmo com pouco gostaria de contribuir para contratar mais advogados para defender Lula, pois escreve, “queremos nosso artilheiro em campo”.

Douglas leu sua própria carta endereçada ao presidente

Depois, Douglas William Dias leu a própria carta, em que conta como foram determinantes as ações dos governos petistas para ele cursar pós-graduação em Saúde da Família. Mais adiante, Fatima Lima, de Natal (RN), lembrou na sua escrita que a dor de Lula preso doía em nós. “E uma dor diferente por que não é uma dor pessoal só. E uma dor coletiva por uma ferida coletiva”.

Para aquelas pessoas que escreveram cartas, Lula é um estadista, no mais alto grau do termo, mas também uma pessoa muito próxima, quase da família. Suas mensagens expõem desejos de que ele, Lula, se mantenha firme, pois é um dos nossos. Passa por aí um tratamento carinhoso, quase íntimo, de uma mãe que incentiva, mas pode dar bronca no filho; do irmão que se orgulha do mais velho, de algum parente ou amigo que tem certeza que Lula é o cara.

E são expostas as confidências de mudanças de vida proporcionadas, motivadas por políticas públicas dos governos petistas, dos espaços conquistados contra a discriminação de quem é negro ou mulher, com vontade de que acabe esse inferno que se tornou o Brasil nos últimos anos do atual governo, com desemprego, perdas de direitos trabalhistas, perseguição à arte e a cultura.

Na carta lida por Grace Passô e Debora Duboc há mais um dado interessante que demonstra uma lucidez, uma sabedoria em avaliar a situação que vai além de um apoio idólatra (como apontam alguns) ao melhor presidente que esse país já teve. Na mensagem de Jorge Luiz Zaluski, ele relembra das políticas públicas que criaram oportunidades de superação da pobreza. Historiador e sociólogo atualmente com doutorado, ele traça paralelos entre seu percurso familiar e trajetória de Lula. Mas adverte “Nossos tempos sombrios não garantem nada, principalmente quando a democracia está em jogo”.

São muitos exercícios de esperançar. De apostar e trabalhar para que a vida seja diferente da que vivemos hoje, porque já provamos e isso é possível.

Leandro Santos, Grace Passô, Camila Pitanga, Cássia Damasceno e a vereadora Erica Hilton

Fernando Haddad

emoção de lula

A emoção de Lula

Dilma lendo uma carta

Fernando Haddad leu a carta de Jean Willys, ex-deputado que precisou deixar o Brasil para garantir sua própria vida, que estava sob ameaça, depois que esse grupo político que governa ascendeu ao poder. A presidenta Dilma leu o depoimento da garota Juliana Freitas, que disse que virou petista aos 12 anos, em 1989 ao ver – por indicação do pai – a propaganda eleitoral pela televisão e ficou hipnotizada com as falas de Lula. Janja leu duas cartas que ela mesma escreveu ainda no começo do namoro.

Ficou por último a fala do presidente que salientou que vive o melhor momento de sua vida, apaixonado e casado com a socióloga Janja, renovado e agradecido por todo apoio que recebeu durante os 580 dias que passou injustamente preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.

Seu discurso foi contundente para falar da atual situação do Brasil, que voltou a níveis de pobreza extrema. A inflação que esmaga o salário e a postura fascista do Bozo também pontos do seu discurso. Lula estava no seu campo e se deu ao direito de fazer embaixadinha, dar chapéu, fazer gol de bicicleta. Com sua habilidade de oratória, eletrizou e emocionou a plateia ao falar das mortes, desde as que foram ocasionadas pela pandemia, passando pelas tragédias em decorrência da intervenção irresponsável do ser humano na natureza até as que são ocasionadas pelo braço do Estado. Lula ressaltou a educação como caminho para tirar o Brasil da situação em que se encontra e afirmou que a “ignorância gera Bolsonaro”.

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Lula vai ao teatro

Artistas intepretram as cartas escritas ao ex-presidente quando ele estava preso em Curitiba. Capa do livro da Boitempo

Zélia Duncan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Preta Ferreira, Cleo Pires, Maria Ribeiro, Monica Iozzi, Celso Frateschi, Grace Passô, Erika Hilton, Deborah Duboc, Leandro Santos, Cida Moreira, Tulipa Ruiz e Cassia Damasceno são alguns artistas que dão voz às correspondências enviadas ao ex-presidente no ano e meio em que esteve detido. O espetáculo Querido Lula: cartas do povo brasileiro marca o lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão (Boitempo), que também vai contar com a participação de missivistas vindos de todo o país para ler suas próprias cartas. O livro é uma seleção de 46 das mais de 25 mil cartas que foram mandadas ao político no período de sua detenção em Curitiba.

A peça é apresenta no dia do lançamento do livro, no palco do Tuca, em São Paulo, nesta terça-feira, 31/05. O trabalho cênico é dirigido pelo brasileiro Márcio Abreu e pelo francês Thomas Quillardet, realizado pela Boitempo em parceria com a PUC-SP e com apoio da Universidade Gustave Eiffel, Fundação Friedrich Ebert e Instituto Lula.

A presença de Lula está confirmada e isso faz subir a temperatura do evento. São esperados alguns políticos ligados a Lula, como o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad. Os ingressos para o espetáculo estão esgotados.

Durante os 580 dias que ficou preso arbitrariamente na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PF) – de 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, o ex-presidente Lula recebeu muitas manifestações de apoio, de carinho e solidariedade.

A vigília Lula Livre – um acampamento em frente à prisão – deu uma sustentação psicológica. As cartas enviadas do Brasil e exterior – na maioria por gente pobre agradecida por todas as mudanças que os governo petistas proporcionaram – renovaram de esperança o espírito do presidente.

 O material publicado foi selecionado pela historiadora Maud Chirio e procura representar a diversidade contida nas cartas, contemplando autores de diferentes origens sociais e regiões do país, em suas histórias de vida, tons e abordagens. A edição tem prefácio do rapper Emicida e orelha da escritora Conceição Evaristo. A obra também apresenta um caderno de imagens com fotos de diferentes objetos enviados ao ex-presidente.

“A partir de 2003, comecei a ver seu poder de transformação. Paulatinamente, vi a miséria no meu Estado regredir, vi diminuir o número de pedintes nas ruas, vi o pobre ter acesso a curso superior, vi gente comemorando a chegada de energia elétrica em sua casa, vi o pobre descortinar seus horizontes, pegando um avião e descobrindo que o mundo a ele também pertencia. Vi direitos assegurados a nossas domésticas, que de nossas casas tiveram a feliz oportunidade de sair com seus diplomas em mãos. E vi que pra isso tudo, minha vida não tinha piorado. Pelo contrário, só melhorou. Daí que ainda não consigo compreender a raiva que a maioria das pessoas pertencentes a minha classe sente por conta de tais conquistas”. 
– Ana Carolina, Teresina, 13 de abril de 2018.

“Não há, até onde sabemos, nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala”, avalia a organizadora do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, a historiadora e brasilianista francesa Maud Chirio, que é professora e pesquisadora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano.

Para a pesquisadora, as cartas têm valor histórico “excepcional” por expressarem vozes que não costumam ser ouvidas. Por isso, em 2018, da França, Maud Chirio voluntariou-se para ajudar a catalogar e digitalizar as cartas. Montou uma equipe de sete profissionais, seis deles historiadores e historiadoras.

O livro é o quarto projeto liderado por Maud para fazer ecoar essas vozes. A professora e a equipe organizaram uma exposição virtual multilíngue, disponível em www.linhasdeluta.org. Em 2019, promoveram uma apresentação teatral, Abril / Abril, dirigida por Thomas Quillardet, que reuniu mais de 500 pessoas em um teatro de Paris, com presenças de artistas como Chico Buarque e a atriz portuguesa Maria de Medeiros. E criaram uma série de podcasts veiculada pela emissora de rádio Universidade Nacional General Sarmiento (Argentina).

Serviço
Lançamento-espetáculo

Espetáculo Querido Lula: cartas do povo brasileiro
Livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão
Dia 31 de maio, das 19h às 21h
Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo SP)
Os ingressos estão esgotados

Apoiam este evento:
Universidade Gustave Eiffel
PUC-SP
Fundação Friedrich Ebert
Instituto Lula

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Artes cênicas no FIG

Os gigantes da montanha. Foto: Guto Muniz

Os gigantes da montanha. Foto: Guto Muniz

Com algum atraso, mas sempre importante registrar, publicamos aqui a programação completa (ou quase, porque há algumas apresentações de artes cênicas em outros polos, como o Polo Castainho, que terá, por exemplo, Eu vim da ilha, da Cia de Dança do Sesc Petrolina) do Festival de Inverno de Garanhuns deste ano.

Como já havíamos adiantado, para quem acompanha o circuito de artes cênicas, a maior expectativa deve ser mesmo Os gigantes da montanha, do Grupo Galpão, porque é um espetáculo que estreou muito recentemente, em maio, e ainda não circulou fora de Minas Gerais. Além disso, é mais uma parceria do Galpão com Gabriel Villela.

Há ainda Por Elise, primeira montagem do Grupo Espanca!, de Minas Gerais, e O filho eterno, da Cia Atores de Laura, monólogo que já foi apresentado no Recife em pelo menos duas ocasiões. Nos eventos especiais, show de Cida Moreira, sempre imperdível.

Entre os grupos pernambucanos, como tínhamos dito, duas montagens do Magiluth, inclusive Luiz Lua Gonzaga, que ainda foi pouco apresentada; e A filha do teatro, da Cênicas Cia de Repertório. Na programação infantil, vale a pena conferir Pindorama, caravela e malungo, do Quadro de Cena.

Um dos alvos de reclamação dos artistas, mais uma vez, é o apoio aos grupos locais de Garanhuns. “Garanhuns não tem nenhum espetáculo adulto na programação. Foi porque não houve inscrição? Não, porque a Troupe Azimute inscreveu espetáculo adulto e nem a segunda-feira, que era o dia oficial dos espetáculos de Garanhuns, nossa cidade conseguiu. Pra não dizer que não inseriram alguma coisa da Troupe Azimute no FIG 2013, colocaram o espetáculo de teatro de rua Tudo vira tudo no Palco de Cultura Popular, às 19h, ou seja, um belíssimo cala-a-boca”, escreveu a atriz Duvennie Pessôa.

E vocês? O que acharam da programação??? Comentem!

ARTES CÊNICAS

TEATRO ADULTO
Local: Teatro Luiz Souto Dourado
Horário: 19h

Sexta-feira, 19/07
Por Elise / Grupo Espanca! | Belo Horizonte-MG

Domingo, 21/07
Na Comédia de Edgar, Alan põe o Bico / Associação Teatral Cia. P’Atuá | Belo Horizonte-MG

Segunda-feira, 22/07
Uma de Duas – A Vida Comum de LucyLady / Christiane de Lavor e Ricardo Tabosa | Fortaleza-CE

O filho eterno. Foto: Pollyanna Diniz

O filho eterno. Foto: Pollyanna Diniz

Terça-feira, 23/07
O Filho Eterno / Cia. Atores de Laura | Rio de Janeiro-RJ

Quarta-feira, 24/07
A Filha do Teatro / Cênicas Cia. de Repertório | Recife-PE

A filha do teatro. Foto: Ivana Moura

A filha do teatro. Foto: Ivana Moura

Quinta-feira, 25/07
De Malas Prontas / Cia. Pé de Vento Teatro | Florianópolis-SC

Sexta-feira, 26/07
Como Nasce um Cabra da Peste / Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços da Paraíba | João Pessoa-PB

Sábado, 27/07
Viúva, Porém Honesta / Grupo Magiluth | Recife-PE

Viúva, porém honesta. Foto: Pollyanna Diniz

Viúva, porém honesta. Foto: Pollyanna Diniz

EVENTO ESPECIAL
Local: Teatro Luiz Souto Dourado
Horário: 17h30

Sábado, 20/07
Cida Moreira – Show Dama Indigna | São Paulo-SP

TEATRO DE RUA

Sábado, 20/07
Os Gigantes da Montanha / Grupo Galpão | Belo Horizonte-MG
Local: Praça do Mosteiro de São Bento
Horário: 10h

Quinta-feira, 25/07
Tudo vira Tudo / Troupe Azimute | Garanhuns-PE
Local: Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular)
Horário: 19h

Sexta-feira, 26/07
Luiz Lua Gonzaga / Grupo Magiluth | Recife-PE
Local: Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular)
Horário: 19h

TEATRO PARA INFÂNCIA
Local: Pavilhão da Dança e do Teatro para Infância (Parque Euclides Dourado)
Horário: 16h30

Sábado, 20/07
Tá Namorando! Tá Namorando! / Grupo Bagaceira de Teatro | Fortaleza-CE

Segunda-feira, 22/07
Em Busca do Ingrediente Secreto / Cia. Chica e Olga Ateliê de Criações | São Paulo-SP

Quarta-feira, 24/07
Pindorama, Caravela e Malungo / Grupo Teatral Quadro de Cena | Recife-PE

Pindorama, caravela e malungo. Foto: Pollyanna Diniz

Pindorama, caravela e malungo. Foto: Pollyanna Diniz

DANÇA
Local: Pavilhão da Dança e do Teatro para Infância (Parque Euclides Dourado)
Horário: 16h30

Sexta-feira, 19/07
A Barca / Grupo Grial | Recife-PE

Domingo, 21/07
Amazônia / Espaço Bailarte | Garanhuns-PE

Trupecada / Geração Salu | Olinda-PE

Terça-feira, 23/07
Lady Jan e João / Rogério Alves | Recife-PE

Tu Sois de Onde? / Lineu Gabriel | Recife-PE

Quinta-feira, 25/07
Sonhos / Mangue Boys | Recife-PE

Sobre um Paroquiano / Compassos Cia. de Danças | Recife-PE

Sexta-feira, 26/07
As Canções que Você Dançou pra Mim /Focus Cia. de Dança | Rio de Janeiro-RJ

Sábado, 27/07
Compartilhados / Grupo Experimental | Recife-PE

PERFORMANCES DE DANÇA
Local: Galeria das Artes (Av. Dantas Barreto, 44 – Santo Antônio)

Domingo, 21/07 | 18h
Âmbar: Três Bailarinas de Degas / Gardência Coleto (PE)
Saída / Denilce Freitas (PB)
Ela sobre o silêncio / Helijane Rocha (PE)

Ela sobre o silêncio. Foto: Ivana Moura

Ela sobre o silêncio. Foto: Ivana Moura

CIRCO
Local: Av. Caruaru – Heliópolis (área próxima ao Terminal Rodoviário)

Sexta-feira, 19/07
16h – Acrobatas Aéreos / Circo Bambolê | PE

Sábado, 20/07
16h – Circo Arlequin / Trupe Arlequin | João Pessoa-PB

Domingo, 21/07
14h e 16h30 – O Mundo Mágico de Entretenimento do Circo Alakazam /Circo Mágico Alakazam | PE

Segunda-feira, 22/07
16h – A Tradição Centenária da Família Alves / Circo Itinerante Alves | PE

Terça-feira, 23/07
16h – Sonho de Circo / Trupe Circus | Recife-PE

Quarta-feira, 24/07
16h – Disney Circo – A Tradição da Família Vidal / Disney Circo | PE

Quinta-feira, 25/07
14h e 16h30 – No Pocket – Um Espetáculo para Todos os Bolsos / Coletivo Nopok | Rio de Janeiro-RJ

Sexta-feira, 26/07
14h e 16h30 – Um Concerto em Ri Maior / Cia. dos Palhaços | Curitiba-PR

Sábado, 27/07
14h e 16h30 – Picadeiro Pernambuco – A Tradição Milenar / Centro Carcará | Cabo de Santo Agostinho-PE

AÇÕES ESPECIAIS

Teatro
Papo de Bar
Teatro Lambe Lambe | Jaraguá do Sul-SC
Domingo, 21/07 | 15h | Parque Euclides Dourado
Segunda-feira, 22/07 | 15h | Castainho
Terça-feira, 23/07 | 10h | Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular)

Circo
Palhaços na Feira, Saltimbancos em Brincadeira – Uma Intervenção de Palhaçaria
Cia. 2 em Cena de Teatro, Circo e Dança | Recife-PE
Sexta-feira, 26/07 | manhã | Mercado Público
Sábado, 27/07 | manhã | Feira Livre

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FIG muito além da música

Os gigantes da montanha, do Grupo Galpão. Foto: Guto Muniz/divulgação

Os gigantes da montanha, do Grupo Galpão. Foto: Guto Muniz/divulgação

A gente já sabe que o Festival de Inverno de Garanhuns este ano terá Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Zeca Baleiro, Arlindo Cruz. Mas nem só de música vive o FIG. E, pelo que andamos conversando com as pessoas, a programação de artes cênicas está incrementada.

Só para adiantar, os grupos Galpão (MG), Espanca! (MG) e Bagaceira (CE) estão na programação de teatro do festival, que vai de 18 a 27 de julho. O Galpão trará Os gigantes da montanha, montagem que estreou no dia 30 de Maio, na praça do Papa, em Belo Horizonte, mesmo local em que a companhia já tinha estreado a primeira e a segunda versões de Romeu e Julieta, Um Moliére imaginário e Till, a saga de um herói torto.

A peça, texto de Luigi Pirandello, é mais uma parceria do Galpão com o diretor Gabriel Villela, que dirigiu o grupo em Romeu e Julieta (1992) e A rua da amargura (1994). O texto conta a chegada de uma companhia teatral a uma vila mágica, governada por um mago.

Uma curiosidade é que Pirandello ditou o último ato da montagem (são três no total) ao filho, já no leito de morte. Ele faleceu em 1936, vítima de pneumonia. A dramaturgia, que respeita esse aspecto “inacabado” do texto de Pirandello é assinada por Eduardo Moreira e Gabriel Villela. A tradução foi de Beti Rabetti.

A coletiva de imprensa do Festival de Inverno é só amanhã, mas confira o que já estamos sabendo:

19/07: Os gigantes da montanha (Grupo Galpão / MG)
19/07: Por Elise (Grupo Espanca! / MG)
20/07: Tá namorando! Tá namorando! (Grupo Bagaceira de Teatro / CE)
20/07: Show Dama Indigna, com Cida Moreira (SP)
26/07: Luiz Lua Gonzaga (Magiluth / PE)
26/07: As canções que você dançou para mim (Focus Cia de Dança/ RJ)
27/07: Viúva, porém honesta (Magiluth / PE)

Por Elise, do Espanca!. Foto: Guto Muniz/divulgação

Por Elise, do Espanca!. Foto: Guto Muniz/divulgação

Tá namorando! Tá namorando!, do Bagaceira. Foto: Ivana Moura

Tá namorando! Tá namorando!, do Bagaceira. Foto: Ivana Moura

Luiz Lua Gonzaga, do Magiluth. Foto: Ivana Moura

Luiz Lua Gonzaga, do Magiluth. Foto: Ivana Moura

Viúva, porém honesta, do Magiluth. Foto: Pollyanna Diniz

Viúva, porém honesta, do Magiluth. Foto: Pollyanna Diniz

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Arte de Cida Moreira

Cida Moreira

Atuação de Cida Moreira encantou público. Fotos: Ernesto Vasconcelos

Quem gosta de Cida Moreira, adora. Não há meio termo. E foi para esses fãs calorosos que a diva fez duas apresentações do espetáculo A Música e a Cena, no Gairão, dentro do Festival de Curitiba. Com direção de Gilberto Gawronski, a montagem passeia por canções que fazem parte da história do teatro musical no Brasil.

O diretor compôs um ambiente que liga palco e camarim. Ela começa no fundo do palco, nos bastidores, com uma música à capela: Bastidores, de Chico Buarque, que por sinal é muito bem citado no espetáculo. Nessa encenação, Cida está um tom a menos, com arranjos de Alexandre Brasolim e sem os descomedimentos de outras montagens. O espetáculo oscila entre a delicadeza e a lembrança das canções de combate da época da ditadura.

Cida Moreira foi atriz de espetáculos emblemáticos do teatro nacional, e atuou nas montagens originais de Ópera do malandro, de Chico Buarque, Teatro do Ornitorrinco canta Brecht e Weill, com Cacá Rosset, e Saltimbancos, substituindo Miúcha. Com o espetáculo Summertime (1980), dirigido por José Possi Neto, ela investe na carreira de cantora e lança seu primeiro disco.

Em A Música e a Cena, a artista, acompanhada por uma mini orquestra, desliza com desenvoltura por canções desse tipo de teatro. Vai de O Ébrio, de Vicente Celestino, que teve peça homônima na década de 1930 até Deus lhe pague, música de Chico, gravada na década de 1970 e que pegou emprestado o título de Joracy Camargo, texto que foi montado em 1933.

Foto: FotoErnesto Vasconcelos

A Música e a Cena tem direção de Gilberto Gawronski. Foto: Ernesto Vasconcelos

As projeções no fundo do palco, mesmo que não sejam novidades, funcionam como homenagens às figuras de Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Autran, Paulo Gracindo, Walmor Chagas. Ouvimos um trecho de Paulo Gracindo recitando Cântico negro, do poeta português José Régio, muito conhecido na voz de Maria Bethânia.

Também são executadas canções de um viés mais político, como das montagens Morte e vida Severina, Calabar e Arena conta Zumbi. E há também umas surpresas: interpreta Je ne t’aime pas, de 1934 , de Kurt Weill, parceiro de Brecht; e Back to Black, de Amy Winehouse, ao piano.

As músicas de Chico Buarque (sozinho ou com seus parceiros) marcaram presença. Como Beatriz, Suburbano Coração e Minha Canção.

Cida Moreira

Cantora lê trecho de Liberdade, Liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes

Cida também lê alguns textos. Repleto de humor ácido, um trecho de Liberdade, Liberdade de Flávio Rangel e Millôr Fernandes parecia ainda hoje uma vingança. Como se sabe a estátua da Liberdade foi um presente dos franceses aos norte-americanos. “Quando Bernard Shaw esteve nos Estados Unidos foi convidado a visitar a Liberdade, mas recusou-se afirmando que seu gosto pela ironia não ia tão longe”.

E prossegue: “A confecção da monumental efígie custou à França trezentos mil dólares. Quando a Liberdade chegou aos Estados Unidos, foi-lhe feito um pedestal que, sendo americano, custou muito mais do que o principal: quatrocentos e cinquenta mil dólares. Assim, a liberdade põe em cheque a afirmativa de alguns amigos nossos, que dizem de boca cheia a frase importada, que o “Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância”. Não é. Como acabamos de demonstrar, o preço da liberdade é de setecentos e cinquenta mil dólares”.

E deixa a marca de sua interpretação em Geni e o Zepelim . A execução dessa música já valia a noite. Imagine com todo esse repertório. Muito mais de emoção.

*A jornalista Ivana Moura viajou a convite do Festival de Curitiba

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