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A tradição desencantada
Crítica: Paixão de Cristo do Recife

Primeira noite da Paixão de Cristo do Recife, no Marco Zero. Foto:: TFN

Jesus, mulheres e crianças. Foto: TFN

Paixão de Cristo do Recife é apresentada ao ar livre, na Praça do Marco Zero. Foto: TFN

Desde que comecei a acompanhar a Paixão de Cristo do Recife, exibida primeiramente no Estádio do Arruda e, nos últimos anos, na Praça do Marco Zero, no centro do Recife, sempre me tocou a valentia desse conjunto de artistas pernambucanos em realizar essa montagem, enfrentando desafios financeiros, estruturais e de toda ordem. É uma persistência coletiva que mantém o espetáculo vivo.

Quando soube que a montagem de 2025 traria aspectos mais contemporâneos tanto no conceito quanto na encenação, minha curiosidade foi aguçada. Fui à estreia na sexta-feira (18). Ao final da sessão, senti uma espécie de pesar e perplexidade, como se a experiência provocasse um lamento pelo resultado alcançado, evidenciando a dificuldade em discernir, de imediato, o sentido das inovações propostas.

Antes do início da apresentação, o produtor Paulo de Castro deu seu recado, destacando que o espetáculo reaviva o lema “Paixão do Povo”. Castro agradeceu ao apoio de patrocinadores, dos recursos da Lei Rouanet e de diversas instituições, como a Prefeitura do Recife, a Secretaria de Cultura, a Fundação de Cultura Cidade do Recife, o Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros – Suape e a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).

A 27ª edição da Paixão de Cristo do Recife vai até segunda-feira, 21 de abril, sempre às 18h, no Marco Zero. Apresentada pela Roda Cultural e com direção e roteiro de Carlos Carvalho, a encenação reúne um elenco composto por 50 atores e 60 figurantes. Entre os protagonistas estão Asaías Rodrigues (Zaza), no papel de Jesus, e Brenda Ligia, interpretando Maria. Além deles, Carlos Lira encarna Pilatos; Albemar Araújo, Herodes; Clau Barros, Madalena; Gil Paz, João Batista; Ivo Barreto, Judas; e Paula de Tássia, o Diabo.

A cena da Santa Ceia. Foto: TFN

Milhares de pessoas acompanham a Paixão de Cristo do Recife, um espetáculo ao ar livre, em uma praça às margens do rio Capibaribe. A produção utiliza vozes pré-gravadas, com os atores dublando a si próprios ou a outros — como no caso do personagem Judas, interpretado por Ivo Barreto, mas com a voz de Júnior Aguiar.

Nesse tipo de encenação, a abundância de teatralidade visual almeja conectar o público aos valores do cristianismo, ao sofrimento e posterior triunfo de Cristo. É necessário envolver o espectador numa experiência coletiva marcante, criar um ambiente que transporte a plateia para a história que está sendo contada. 

Nesta edição da Paixão de Cristo do Recife o encanto que esses elementos da encenação poderiam ter despertado na plateia não aconteceu. Os recursos técnicos mostraram-se insuficientes para engendrar a energia e a magnitude esperada para uma produção de tamanha relevância. A iluminação teve falhas técnicas que se mostraram evidentes ao público, como momentos de sombras que prejudicaram algumas cenas, enquanto a cenografia, mesmo sendo indicativa, se restringiu a uma apresentação simplória, sem realçar adequadamente os momentos dramáticos.

O que realmente se destacava era o descompasso entre a rica tradição histórica da narrativa e a tentativa de tradução contemporânea, marcada por uma execução aquém do ideal.

Um dos primeiros aspectos que chamam a atenção é o figurino, assinado por Álcio Lins, que mistura referências históricas com elementos contemporâneos. Na maior parte da montagem, os personagens vestem roupas comuns, como calças jeans e camisetas coloridas, numa tentativa de aproximá-los do público atual — incluindo Asaías Rodrigues (Zaza), intérprete de Jesus. Em contraponto, alguns integrantes da corte de Herodes e sacerdotes do Sinédrio utilizam vestimentas que rememoram, ainda que de forma muito distante, a indumentária da época de Jesus, criando um hibridismo visual que causa estranheza ao espectador.

Embora a proposta de desconstrução — trazer a narrativa para o presente — seja conceitualmente interessante ao sugerir que Cristo enfrentaria a crucificação mesmo nos dias de hoje, essa opção acabou comprometendo a força poética do espetáculo.

Esse cenário revela a complexidade e o desafio de manter vivas e relevantes as tradições, equilibrando respeito à narrativa histórica e experimentação contemporânea — sempre com o objetivo de tocar o público profundamente, tanto no âmbito espiritual quanto artístico.

Participação do Bacnaré é um dos melhores momentos do espetáculo. Foto: TFN

Na encenação, o diabo é uma personagem feminina. Foto: TFN

A encenação oscila entre momentos de lampejos e outros de completa falta de energia. Por exemplo, as cenas dos carrascos que condenaram Jesus inicialmente ganhavam força, mas logo perdiam o ritmo, resultando em ações desequilibradas, mesmo contando com um elenco de atores experientes.

A cena do bacanal, protagonizada pelo grupo Bacnaré de dança e música, conseguiu criar um ambiente dinâmico e cativante em sua participação. No entanto, não havia unidade, nem ao menos estética na cena: ao mesmo tempo em que o Bacnaré brilhava no centro do palco, o lado direito do palco, sugeria um cabaré popular precário. Um espectador chegou a gritar: “Tira essa galega daí”, alegando desconforto com as roupas transparentes de uma figurante em razão da presença de crianças.

Outra questão diz respeito à proposta de transformar o diabo em uma personagem feminina, interpretada por Paula de Tássia. Embora existam encenações que adotam essa estratégia, a abordagem utilizada em “A Paixão do Recife” provocou em mim reflexões. Sob uma suposta perspectiva feminista, a escolha parecia visar romper paradigmas e oferecer novas leituras sobre poder e a subversão dos papéis tradicionais. Contudo, por que, novamente, atribuir à mulher o papel de tentação, mantendo uma lógica maniqueísta entre o bem e o mal, enfatizando a figura do mal e, ainda, aludindo ao arquétipo da pombagira — não como exaltação do feminino, mas como demonstração da demonização da mulher? Em cena, vemos um Filho de Deus que se sacrifica pela humanidade, enquanto o diabo assume uma forma feminina. Embora a cena seja bem conduzida e a performance de Paula de Tássia seja desenvolta e convincente, questiono as camadas desta narrativa, que parecem reafirmar uma posição patriarcal.

A dramaturgia buscou um caminho direto para dialogar com as sequelas atuais. Em determinadas falas, como as de Maria, procurou relacionar o sofrimento das mães com o peso da violência policial, aproximando a figura da Mãe de Deus do sofrimento dos oprimidos contemporâneos. Contudo, essa estratégia se apresentou como uma solução fácil — um discurso social que não explora a profundidade que esses temas exigem.

Figurinos de época e estilo casual são utilizados no espetáculo. Foto: TFN

Quase um aparte, ou desvio, ou…

No quadro atual, considero cada vez mais problemático analisar os trabalhos das artes cênicas de Pernambuco, visivelmente pressionados pela falta de apoio, de editais, de políticas robustas e de espaços para o desenvolvimento das ideias, desde o processo até o resultado final com dignidade. A precarização está presente em praticamente todos os âmbitos da feitura das artes cênicas pernambucanas. Mas o que fazer diante disso? Ser sempre conivente na análise por conta dessa situação? Ou cobrar para que se chegue a resultados que apresentem mais qualidade, independente do estilo do trabalho?

Esse é um assunto complexo, que merece ser discutido com mais fôlego. No entanto, na maior parte do tempo atribuo essa carência aos limites impostos pelo capitalismo e à falta de recursos, à precarização progressiva das artes cênicas. Mas será que essa é a única explicação? Penso nas montagens das décadas de 1980 e 1990 dirigidas em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, por Vital Santos e outros artistas, que, embora marcadas pela carência de recursos, transbordavam inquietação e uma estética inovadora. Mas era outro contexto, dirão alguns. Sempre é outro contexto.

A verdade é que o teatro pernambucano precisa ser respeitado e, para isso, deve contar com investimentos, editais e condições para se realizar plenamente. Não adianta ser “meia-boca”, sabe? Não basta só o Funcultura, que patrocina dois projetos por ano para montagens novas, uma ou outra para manutenção e poucas outras coisas.

O fato é que o teatro pernambucano está em condições extremamente precárias. As casas de espetáculos estão caindo aos pedaços; as que estão em boas condições — como o Santa Isabel e o Parque, casas maiores — são ocupadas com a circulação do teatro nacional, que também é importante. Os artistas do Recife reclamam, mas parece que os órgãos públicos não respondem. Enquanto milhões são investidos em turismo, o teatro fica diante de uma carência crônica. Pode parecer que estou desviando o assunto, mas tudo está entrelaçado. E são questões complexas, é verdade, mas profundamente conectadas.

Cena de Pilatos. Foto: TFN

Reconheço a importância e a experiência do diretor e encenador Carlos Carvalho, que tem uma trajetória respeitável. No entanto, como colaboração honesta, é preciso apontar as fragilidades da montagem, como a falta de coesão do conjunto cênico.

Essa 27ª edição da Paixão de Cristo do Recife se caracteriza por ser um espetáculo morno. Conta com muitos atores e atrizes talentosos e dedicados. Porém, um espetáculo dessa envergadura ganha pontos e convence o público pela composição cênica, pelo ritmo, pela harmonia da visualidade em combinação com a sonorização, a perfeita dublagem e os gestos largos.

A atuação de Asaías, que faz de Jesus uma figura próxima do povo, é admirável, mas o personagem de Cristo demanda que o elenco funcione como guindaste simbólico para sua liderança e apoio. A presença das atrizes é marcante para além dos papéis de Maria, de Lígia, e Madalena, de Clau, mesmo que pontuais.

Judas, interpretado por Ivo Barreto, suscita uma reação da plateia e existe uma boa solução para o seu enforcamento. Albemar cria um Herodes carregado de ironia. Além disso, outros atores, como Carlos Lira, que interpreta um Pilatos consistente, entram no redemoinho de cenas que perdem força, mesmo com a participação de um time experiente.

O que me parece, inclusive pela reação ao final da sessão, é que a Paixão de Cristo do Recife não conseguiu envolver o público como noutras edições de sua própria trajetória. Uma produção que falha em criar conexões mais intensas ou que não apresenta elementos visuais inovadores, surpreendentes ou emocionalmente marcantes pode ter dificuldades para manter a plateia engajada. Nesse contexto, são a apatia e o desencanto que surgem, como consequência direta ao espetáculo.

 

O Satisfeita, Yolanda? faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica,  apoiado pela produtora Corpo Rastreado, junto às seguintes casas : CENA ABERTA, Guia OFF, Farofa Crítica, Horizonte da Cena, Ruína Acesa e Tudo menos uma crítica

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Haja Paixão
Pernambuco encena a trajetória de Cristo

Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, com José Loreto no papel principal. Foto: Divulgação

Paixão de Cristo do Recife, em imagem da encenação de 2024. Foto: Hans von-Manteuffel / Divulgação

Se existe uma devoção que pulsa intensamente no coração e na cultura de Pernambuco, é a arte de encenar a Paixão de Cristo. Mais que tradição, o fenômeno se tornou um verdadeiro encantamento coletivo, uma energia que a cada ano renova cidades inteiras, transforma ruas, praças e palcos em territórios sagrados onde o drama de Jesus é vivido entre lágrimas, aplausos, emoção, filmagens com smartphone e muita self. O fervor pernambucano ultrapassa o rito: é devoção que se faz teatro, identidade que se constrói na partilha e na coletividade. Da monumental Nova Jerusalém, reconhecida como o maior teatro ao ar livre do mundo, às montagens de bairros, igrejas e povoados, milhões de espectadores participam dessa experiência única, que mistura fé, espetáculo, arte popular e memória afetiva. Não importa o tamanho ou formato: cada montagem é um mergulho intenso da comunidade em sua história, suas esperanças e seus sonhos. Em Pernambuco, a encenação da Paixão é tanto um ato de religiosidade quanto um gesto de afirmação cultural, revelando a impressionante capacidade criativa de produtores, artistas, comunidades, e do povo de reinventar, ano após ano, a maior história de amor e redenção do mundo cristão.

Leopoldo Pacheco vive Pilatos em Nova Jerusalém. Foto: Divulgação

O mais tradicional espetáculo da Semana Santa em Pernambuco ocorre nos cenários monumentais de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus. A temporada 2025 da Paixão de Cristo vai até 20 de abril, trazendo como grande novidade o encerramento no domingo de Páscoa — algo inédito desde 1998, planejado especialmente para aproveitar o feriado do dia 21 de abril e atrair ainda mais visitantes. Com mais de 100 mil metros quadrados de extensão e imponentes muralhas de quatro metros de altura, o teatro a céu aberto replica ambientes emblemáticos da Jerusalém dos tempos de Jesus, transportando o público por lagos, jardins, palácios, o Templo e os arruados da antiga cidade sagrada. O projeto da cidade-teatro foi inaugurado em 1968 e é considerado um dos maiores do mundo em seu gênero, atraindo anualmente dezenas de milhares de espectadores de todo o Brasil.

Neste ano, o elenco principal ostenta nomes de grande expressão nacional e novos rostos no papel de figuras bíblicas marcantes. José Loreto assume o papel de Jesus, Letícia Sabatella interpreta Maria, Leopoldo Pacheco vive Pilatos, enquanto Werner Schünemann dá vida a Herodes. Além deles, Luana Cavalcante interpreta Herodíades, prometendo mais dramaticidade às cenas do palácio. Uma novidade para 2025 é o retorno da personagem Verônica, ausente desde 1993 — quando Letícia Sabatella a encarnou pela última vez e que agora é vivida pela atriz pernambucana Angélica Zenith.

O espetáculo também investe em inovações técnicas e visuais para impactar ainda mais quem assiste. A edição deste ano conta com novos efeitos especiais em cenas icônicas como o Sermão da Montanha e a Tentação de Jesus no Horto, buscando desperta mais emoção das passagens bíblicas. 

A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém segue em grandiosidade, elenco estrelado e enorme participação do público, que marca presença em todas as edições. Só na noite de estreia deste ano (12/04), mais de 10 mil pessoas compareceram, superando as expectativas da organização e os números do ano anterior — reafirmando o status do evento como uma das maiores manifestações culturais e religiosas do país.

O espetáculo dialoga de forma surpreendente com temas da atualidade, como se viu quando, durante uma sessão, na clássica cena em que Pilatos indaga a multidão sobre libertar Barrabás ou Jesus, alguém na plateia gritou: “Solta os dois e prende Bolsonaro”, mostrando como, mesmo recriando uma história milenar, a Paixão de Nova Jerusalém permanece próxima dos debates e sentimentos do presente.

Os ingressos para a temporada 2025 variam de R$ 80 (meia) a R$ 220 (inteira), conforme o dia do espetáculo. 

Asaías Rodrigues – Zaza (Jesus) e Carlos Lira (Pilatos) na Paixão de Cristo do Recife. Foto: Hans von-Manteuffel

Em sua 27ª edição, a Paixão de Cristo do Recife vem em 2025 com uma proposta ainda mais  próxima do público. Realizado pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), o espetáculo se destaca este ano por estender sua temporada: são quatro sessões gratuitas e a céu aberto, na Praça do Marco Zero, entre os dias 18 e 21 de abril, sempre às 18h, aproveitando tanto o feriado de Tiradentes quanto o contexto da Semana Santa. A encenação, que reafirma no próprio nome o compromisso popular ao se apresentar como Paixão do Povo, aproveita uma nova configuração de palco com passarela e praticáveis móveis, permitindo que cenas como a entrada de Jesus no templo e a Via Crúcis se aproximem ainda mais da plateia, na perspectiva de tornar a experiência mais dinâmica e envolvente.

O elenco conta com Asaías Rodrigues (Zaza) interpretando Jesus e Brenda Ligia no papel de Maria, além de Jr. Aguiar (Judas), Carlos Lira (Pilatos), Albemar Araújo (Herodes), Clau Barros (Madalena), Gil Paz (João Batista) e Paula de Tássia (Diabo), totalizando 50 atores e 60 figurantes. A direção e o texto são assinados por Carlos Carvalho, que traz para a cena uma leitura atenta dos discursos político e religioso de Jesus e Maria. Os temas da montagem — amor, solidariedade e liberdade — são tratados como valores sagrados, essenciais à humanidade e ao futuro, e discutem questões contemporâneas, como racismo e violência urbana, sob a luz dos ensinamentos amorosos de Cristo. Os figurinos criados por Álcio Lins dialogam com diferentes épocas e contextos, misturando tecidos e referências históricas a modelagens atuais.

A trilha sonora harmoniza o tradicional com o contemporâneo, incluindo composições de Milton Nascimento e de Erasmo e Roberto Carlos. Destaque para a participação do grupo musical e de dança Bacnaré (Balé da Cultura Negra do Recife), recentemente reconhecido como Patrimônio Vivo do Recife. 

Paixão de Cristo em Triunfo. Foto: Divulgação

No Sertão do Pajeú, a Paixão de Cristo de Triunfo chega à sua 50ª edição como uma das mais antigas encenações do gênero em Pernambuco e celebra este marco com novidades no roteiro e na produção. A apresentação deste ano, encenada pelo Grupo de Teatro Nós em Cena no Parque Iaiá Medeiros Gastão — conhecido como Via Verde, o primeiro teatro ao ar livre do Sertão — ganha novos contornos com a inclusão de personagens e cenas inéditas, como Adão e Eva no paraíso, a profecia de Abraão, a trajetória de Maria Madalena antes do encontro com Jesus e a ressurreição de Lázaro, além de outros milagres marcantes da vida de Cristo. O elenco ampliado, com 90 integrantes entre atores e figurantes, promete uma experiência ainda mais envolvente nas apresentações gratuitas marcadas para os dias 17 e 18 de abril, às 19h, confirmando o evento como referência de fé, arte e memória cultural do povo sertanejo.

Lucas e Maria Oliveira no elenco da Paixão de Cristo dos Bonecos. Foto: Divulgação

Entre as alternativas diferentes está a Paixão de Cristo dos Bonecos, apresentada pela Associação Pernambucana de Teatro de Bonecos (APTB). Este espetáculo acontece em 17 e 18 de abril, às 16h30, no Teatro Apolo, bairro do Recife, com entrada gratuita (retirada antecipada de ingressos na bilheteria).

A peça, adaptada por Jorge Costa e dirigida por Izabel Concessa, utiliza bonecos de vara e títeres, com irreverência e humor. Segue a cronologia tradicional (da entrada em Jerusalém à ressurreição), mas inserindo personagens como anjos, a Morte e os Reis Magos, reinterpretando episódios marcantes e derramando leveza mesmo no drama. O elenco é formado por Fábio Caio, Antero Assis, Álcio Lins, Lu Jordani, Jurubeba, Sílvia Mariz, Lucas e Maria Oliveira, Ana Rocha, Leila Gibson, Lello Vasques e Pompeia Cavalcante, além de alunos de Artes Cênicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Conta com Libras e audiodescrição).

Paixão de Cristo de Camaragibe, em foto da montagem de 2022. Reprodução do Facebook

A Paixão de Cristo de Camaragibe, a Paixão dos Camarás, transforma a Praça de Eventos da Vila da Fábrica, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, em grande palco nos dias 18, 19 e 20 de abril. Dirigido por Anderson Henry e apresentado por elencos da Companhia de Teatro Popular de Camaragibe, Grupo Teatral Risadinha e outros, a montagem tem Gustavo Veiga (Jesus), Patrícia Assunção (Maria) e Mano Casado (Herodes) nos papéis principais. Com coreografia de Micael Júlio, a peça contra com tradução em Libras. O evento é gratuito, inclusivo e referência cultural do município.

PAIXÃO DE GAIBU

A Praia de Gaibu é cenário, no dia 18 de abril , às 19h, da 12ª edição da tradicional Paixão de Gaibu. O espetáculo conta com mais de 100 atores e figurantes, encenando 13 cenas inspiradas em pontos turísticos do Cabo de Santo Agostinho sob as estrelas e ao som das ondas. Com entrada gratuita, a peça valoriza a cultura local, transforma Gaibu em um grande palco, misturando fé, arte e emoção, e representa um dos momentos mais aguardados da Páscoa para moradores e visitantes.

PAIXÃO DE LAGOA GRANDE (NA REGIÃO DE PETROLINA)

Em Lagoa Grande, Sertão de Pernambuco, o grupo JUNAC apresenta o drama sacro Paixão de Cristo, o Nazareno” nos dias 18 e 20 de abril, sempre às 18h30, no estacionamento da Enoteca Francesco Luigi Pérsico, distrito de Vermelhos. O espetáculo, gratuito, reúne jovens católicos e amigos de toda a região, mobilizando mais de 60 pessoas numa narrativa emocionante que retrata personagens centrais da literatura cristã. Um ônibus especial transporta a comunidade e moradores de Izacolândia, saindo da Igreja Matriz, às 17h30, facilitando o acesso do público local.

Paixão de Cristo de Serra Talhada. Foto: Divulgação

O espetáculo Jesus Sertanejo – A Paixão de Cristo ocorre nos dias 17 e 18 de abril, no Sítio Passagem das Pedras, em Serra Talhada, Pernambuco. A montagem conta com texto e direção de Anildomá Wilians e produção da Fundação Cabras de Lampião. Mais de 30 atores e atrizes participam da apresentação, com a caatinga como cenário. A peça reforça elementos da cultura sertaneja e busca transmitir a mensagem central da história de Jesus Cristo, destacando a fé, a esperança e o amor, a partir de referências do sertão. O papel de Maria é interpretado por Laisa Magalhães e Jesus será vivido por Karl Marx. Esse projeto foi selecionado pelo 16º Pernambuco de Todas as Paixões e conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura de Pernambuco.

 

SERVIÇO

🎭 Paixão de Cristo do Recife: A Paixão do Povo
📍 Local: Marco Zero – Recife Antigo
📅 Datas: 18, 19, 20 e 21 de abril de 2025
⏰ Horário: 18h
🎟️ Entrada: Gratuita

🎭Paixão de Cristo de Nova Jerusalém
📍 Local: Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus
📅 Datas: 12 a 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 18h
🎟️ Ingressos: De R$ 80 (meia) a R$ 220 (inteira) – conforme o dia
🔗 Oficial: www.novajerusalem.com.br

🎭 Paixão de Cristo dos Bonecos
📍 Local: Teatro Apolo, Recife
📅 Datas: 17 e 18 de abril de 2025
⏰ Horário: 16h30
🎟️ Entrada: Gratuita (retirada de ingressos na bilheteria)

🎉 Paixão de Cristo de Camaragibe
📍 Local: Praça de Eventos Vila da Fábrica, Camaragibe
📅 Datas: 18 a 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h30
🎟️ Entrada: Gratuita

🌊 Paixão de Cristo de Gaibu
📍 Local: Praia de Gaibu, Cabo de Santo Agostinho
📅 Data: 18 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h
🎟️ Entrada: Gratuita
ℹ️ Detalhe: 12ª edição, mais de 100 atores em 13 cenas à beira-mar

🍇 Paixão de Cristo de Lagoa Grande (região de Petrolina)
📍 Local: Enoteca Francesco Luigi Pérsico, distrito de Vermelhos, Lagoa Grande
📅 Datas: 18 e 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 18h30
🎟️ Entrada: Gratuita
🚌 Transporte: Ônibus gratuito saindo da Igreja Matriz às 17h30
ℹ️ Grupo: JUNAC

🏠 Paixão de Cristo de Casa Amarela
📍 Local: Concha Acústica do Sítio Trindade, Recife
📅 Datas: 17 a 19 de abril de 2025
⏰ Horário: 20h
🎟️ Entrada: Gratuita

⛰️ Paixão dos Guararapes
📍 Local: Monte dos Guararapes, Jaboatão dos Guararapes
📅 Datas: 17 a 19 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h30
🎟️ Entrada: Gratuita

🎭 Paixão de Cristo de Triunfo – 50 anos!
📍 Local: Parque Iaiá Medeiros Gastão (Via Verde), Triunfo
📅 Datas: 17 e 18 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h
🎟️ Entrada: Gratuita
🎭 Grupo: Grupo de Teatro Nós em Cena

Paixão de Cristo do Paulista
📍 Local: Jardim Paulista Baixo, Paulista
📅 Datas: 18 a 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 20h
🎟️ Entrada: Gratuita

🍋 Paixão de Cristo de Limoeiro
📍 Local: Centro Cultural de Limoeiro
📅 Datas: 16 a 19 de abril de 2025
⏰ Horário: 20h
🎟️ Entrada: Gratuita

⛰️ Paixão de Cristo do Monte da Fé (Paudalho)
📍 Local: Vila Asa Branca, Paudalho
📅 Datas: 16 a 18 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h30
🎟️ Entrada: Gratuita

🌄 Paixão pela Serra (Bezerros)
📍 Local: Circuito das Estações, Bezerros
📅 Datas: 18 a 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h
🎟️ Entrada: Gratuita

🏛️ Paixão de Cristo de Igarassu
📍 Local: Sítio Histórico de Igarassu
📅 Datas: 19 e 20 de abril de 2025
⏰ Horário: 19h
🎟️ Entrada: Gratuita

✝️ Jesus Sertanejo – A Paixão de Cristo
📍 Local: Sítio Passagem das Pedras – Serra Talhada/PE
📅 Datas: 17 e 18 de abril de 2025 (Quinta e Sexta-feira da Semana Santa)
⏰ Horário: 20h
🎟️ Entrada: Gratuita

 

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Ópera-repente desafia os coronéis

Espetáculo leva ao palco a sonoridade da cantoria de viola do Nordeste brasileiro. Foto: Allan Oliveira

Espetáculo leva ao palco a sonoridade da cantoria de viola do Nordeste brasileiro. Foto: Allan Oliveira

A Ópera do Sol – Uma Odisséia Nordestina no Sertão Pernambucano – Ópera-repente, do dramaturgo Adriano Marcena, é um projeto ambicioso. Desde que foi publicado em livro, há quase 20 anos (Prefeitura da Cidade do Recife, Conselho Municipal de Cultura,1998). Escrito em mais de 18 gêneros ou modalidades da cantoria de viola, o famoso repente do Nordeste brasileiro, o texto prevê a condenação dos poderosos que tentaram ludibriar São José e a população pobre de agricultores do Sertão pernambucano. A peça chega à cena em adaptação do diretor Carlos Carvalho e estreia nesta sexta-feira (21/07), às 20h, no Teatro Apolo.

A temática envereda por assuntos irresolvíveis e que deixa esse Brasil bem fraturado: concentração latifundiária, violência e injustiças sociais. A trama é baseada em história já explorada por muitos artistas populares.

Para garantir uma boa safra, os donos da terra fazem um acordo com São José. O santo promete mandar chuva em abundância, mas em contrapartida, os poderosos devem dividir o excedente do plantio com a população. Os latifundiários viram as costas para o povo e para São José. O castigo divino chega com uma prolongada seca.

Os coronéis do lugar ameaçam os interlocutores do santo, tentam o suborno para evitar que o Sol chegue em toda sua fúria. Mas não há dinheiro que vença as forças da natureza. E os mandatários tentam se vingar de todo jeito e as mulheres são vítimas de violência. O povo se apega à religiosidade para enfrentar os desmandos políticos, econômicos e socioculturais.

No elenco dessa peleja nordestina estão os atores Beto Nery, Douglas Duan, Hermínia Célia Regina Rodrigues, Katyuscia, Miguel Taveira, Thalita Gadêlha, Eduardo Japiassú e Angelis Nardeli Brito.

Serviço:
A Ópera do Sol
Estreia:21/07/2017 (sexta-feira), às 20h
Temporada:sexta-feira a domingo (até 30/07/2017), sempre às 20h
Local:Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Ingressos:R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia)
Classificação:12 anos

Elenco:
Beto Nery,
Douglas Duan,
Hermínia Mendes,
Célia Regina Rodrigues,
Katyuscia,
Miguel Taveira,
Thalita Gadêlha,
Eduardo Japiassú,
Angelis Nardeli,
Brito,

Texto: Adriano Marcena
Diretor: Carlos Carvalho
Assistente de Direção: Taveira Junior
Diretor Musical: Sandi Maia
Assistente de Direção Musical: Pita Cavalcanti
Gerência de Produção: Galharufas Produções (Taveira Belo Ltda.)
Produção Executiva: Taveira Junior
1º Assistente de Produção: José Antonio Taveira Belo
2º Assistente de Produção: Thalita Gadêlha
Preparador e Arranjador Vocal: Douglas Duan
Preparador Corporal: Raimundo Branco
Administração/ Elaboração do Projeto de Montagem: José Antonio Taveira Belo
Pesquisa Musical: Sandi Maia
Músicas: Adriano Marcena
Arranjos Musicais: Sandi Maia e Pita Cavalcanti
Músicos: Júnior Xanfer: Viola de 12 cordas; Samuel Lira: Flauta Transversal;Pedro Santana: Pandeiro e percussão; Pita Cavalcanti: Violão nylon; Sandi Maia: Piano, Violão nylon e Regência.
Plano de Iluminação: Jathyles Miranda
Figurinos e Adereços: Marcondes Lima
Cenários: Cláudio Lira
Gravuras: Carlos Carvalho
Assessoria de Imprensa: Gianfrancesco Mello
Programação Visual: Cláudio Lira
Execução de Iluminação: Jathyles Miranda
Gravação da Trilha Incidental – Coro e Vozes: Estúdio Via Brasil
Engenheiro de Som: Stephan Hitzelberqer
Execução de Sonoplastia: Danilo Augusto
Plano de Maquiagem: Carlos Carvalho
Execução de Figurinos: Maria Lima
Execução de iluminação: Jathyles Miranda
Execução de Sonoplastia: André Almeida
Execução de Cenários: Coletivo Caverna, Charles de Lima, Evandro de Mesquita eLuiz Manuel
Camareira: Beta Galdino
Contrarregra: Gaguinho
 

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Política no sangue de um sapateiro

 

Mario Miranda (de camisa vermelha) interpreta Zumba

A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem dente é uma peça política. Sobre sonhos que valem pouco, homens que valem muito, e manobras descaradas para sufocar a liberdade. “Na tortura toda carne se trai”, diz uma velha canção entoada por Zé Ramalho. Se trai? Cada vez mais frágil essa contextura humana. Mas o nosso Zumba, ou melhor o Zumba recriado por Carlos Carvalho das letras de Hermilo Borba Filho é um ser fincado num passado, nem tão esplendoroso assim.

Essa encenação diminui a voltagem política da trama. O encenador exagera nas alegorias, dialoga com a farsa e permite aos atores improvisações criativas. A peça encerra temporada nesta última terça-feira de agosto, às 19h30, no Teatro Hermilo Borba Filho, que fica no Bairro do Recife, com entrada franca ao público.

Baseada no texto O Traidor, de Hermilo expõe as escolhas do sapateiro bolchevista, candidato a prefeito na cidade de Palmares e que foi sequestrado e morto. A montagem tem adaptação também de Carlos Carvalho, e direção musical de Juliano Holanda. No elenco estão Mario Miranda, Andrezza Alves, Flávio Renovatto e Daniel Barros.

É a segunda versão de Carvalho sobre esse texto de HBF. A primeira leitura, de 2000, era mais pesada. Do elenco anterior, apenas Andrezza Alves permanece. Mario Miranda defende o personagem título e quem conhece a trajetória sabe que o ator sempre dá um jeitinho de colocar uma pilhéria, um gracejo, um caco.

A democracia é naquele palco uma senhora que precisa ser defendida. Mas seus algozes são cruéis. A encenação busca a simplicidade para contar essa história e no talento dos atores. Passa seu recado, em um ou outro momento pode suscitar aquele sentimento de revolta na plateia, quando os direitos de gente humilde são espezinhados, quando a manipulação cega a possibilidade de discernimento.

Atores utilizam poucos objetos cênicos

Atores utilizam poucos objetos cênicos

Com o palco nu, a montagem utiliza vídeos – com desenhos ou depoimentos reais – mas não contextualiza uma época. Justapõe ocasiões de barbárie contra figuras que lutaram por um mundo mais justo. E é inevitável fazer conexões com o Brasil atual.

O tempo é embaralhado. A viúva de Zumba dá um depoimento após o sumiço do sapateiro. Passa para a casa do protagonista que ensina a prática do esquerdismo para dois jovens pupilos. Como numa câmara de zoom e planos abertos, a encenação trabalha com esses movimentos. Do público e do privado.

Zumba quer ser candidato a prefeito. E quando começa sua estruturação para isso, a repressão chega sob forma de delegado, de polícia. Essa opção pela alegoria atenua a complexidade da situação.

O diretor simplifica com a utilização de mamulengos. E enriquece com os passos do cavalo-marinho, a ciranda, o frevo.

São emblemáticas as cenas da prisão de Zumba e a inocência que é associada ao analfabetismo. Lembra o famoso poema Confissão de Cabôco, de Zé da Luz, que cometeu um desatino porque não sabia ler. É uma cena síntese do espetáculo.

Andrezza Alves e Daniel

Andrezza Alves e Daniel Barros

Carvalho experimenta as ideias Hermilo e as questões que são caras ao escritor pernambucano, como justiça e liberdade no teatro. Já ergueu as montagens Mucurana, o Peixe, a partir do conto O Peixe, com Azaias Rodrigues (Zaza) e O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, elaborado com base em O Palhaço, com Gilberto Brito como protagonista.

Serviço
A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente
Quando: Nas terças-feiras de agosto, às 19h30
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho, Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife
Quando: Grátis
Informações: (81) 3355-3318

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A luta de Zumba-Dentão

A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem dente tem entrada franca ao público

A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem dente tem entrada franca ao público

“Pertenço a uma cultura de resistência e justamente porque a liberdade e a dignidade do homem estão em crise é que utilizo a única arma que tenho – minha ficção, para combater a intolerância sob qualquer aspecto em que se apresente”. Enquanto houver injustiça neste mundo, as palavras de Hermilo Borba Filho cintilam feito faca afiada.

A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente é uma dessas lâminas. O espetáculo está em cartaz às terças-feiras do mês de agosto, às 19h30, no teatro que leva o nome do escritor pernambucano, com entrada franca. Os ingressos para a encenação podem ser retirados na bilheteria do teatro, a partir das 18h.

Zumba é um personagem que aparece nas narrativas de Hermilo Borba Filho primeiro no conto A gravata, do livro O general está pintando. Vítima da repressão policial, com requintes de crueldade, ele carrega o sinal da tortura inclusive na alcunha de “Zumba-Dentão”. Chamado de bolchevista por anunciar mudanças ele é uma figura que atua como metáfora da resistência.

Baseada no texto O Traidor do escritor Hermilo Borba Filho, conta a história do sapateiro candidato a prefeito na cidade de Palmares e que aniquilado.

” Zumba-Dentão, assim chamado porque nas centenas de prisões por que passara arrancaram-lhe as unhas e todos os dentes menos o grandão da frente, jamais nada se provando porque coisa nenhuma existia, mas ele pagando por qualquer malfeito impune na cidade.”

A peça tem adaptação e direção de Carlos Carvalho. A direção musical, criada pelo instrumentista Juliano Holanda, é executada ao vivo durante a peça. No elenco estão Mario Miranda, Andrezza Alves, Flávio Renovatto e Daniel Barros.

Outra encenação de A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba-Sem-Dente, também com assinatura de Carlos Carvalho, foi erguida no início dos anos 2000. Contava com direção musical de André Freitas, que buscou inspiração no cavalo-marinho.

Na atual montagem, a tradição do teatro popular como o mamulengo, o cavalo-marinho, está conectada à temática da idealização de um mundo melhor, a luta pelo poder, a urgência da democracia durante o governo militar. E prossegue falando sobre as questões atuais.

Estudioso da obra de Hermilo, Carlos Carvalho já ergueu as montagens Mucurana, o Peixe, a partir do conto O Peixe, protagonizado por Azaias Rodrigues (Zaza) e O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, elaborado com base em O Palhaço, com Gilberto Brito no elenco.

Serviço
A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente
Quando: Nas terças-feiras de agosto, às 19h30
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho, Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife
Quanto: Grátis
Informações: (81) 3355-3318

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