Em todo o mundo houve aumento de violência doméstica desde o início das medidas de isolamento social provocados pelo novo coronavírus. No Brasil, os números são alarmantes. Por dia, em 2020, pelo menos cinco mulheres foram assassinadas ou vítimas de violência, segundo dados da Rede de Observatório da Segurança. Os casos de feminicídio (quando as vítimas foram mortas por serem mulheres) aumentaram 2,2% em relação ao ano anterior.
A atriz Fabiana Pirro entra em cena a performance #MedusaMusaMulher
Porque somos constantemente assediadas, boicotadas, erotizadas, exploradas, mutiladas, desumanizadas, silenciadas, invisibilizadas, traficadas, estupradas e assassinadas— por homens. Ela diz basta!
Porque é uma injustiça culpabilizar a vítima em caso de estupro. Isso produz raiva e revolta, sentimentos que são combustíveis para a luta. Ela reage.
Porque a mulher não pode ser incriminada por ser bonita, desejável, por não corresponder às cobiças, por não se deixar enquadrar como objeto, pelo fato de ser mulher. Ela quer cura.
A artista levanta sua voz, avança com seu corpo para apontar os horrores e usa sua potência interpretativa para combater a violência de gênero. Pirro assume de forma furiosa uma posição de combate, pelo resgate da beleza, da força e da esperança.
#MedusaMusaMulher, é a versão escrita por Cida Pedrosa e dirigida por Breno Fittipaldi, que vem sacudindo as mentes e corações no protesto contra o feminicídio e todas as violações da integridade das mulheres.
A apresentação online de #MedusaMusaMulher tem o apoio da Lei Aldir Blanc de Pernambuco. A programação começa nesta segunda-feira (8 de Março) com o debate Medusa Agora. Do Mito À Mulher e se estende até 15 de Março, com a performance ao vivo pelo Instagram e Facebook @fabianapirro. As exibições são gratuitas.
O debate vai abordar o dia a dia do enfrentamento ao Feminicídio em Pernambuco, numa conversa entre a atriz Fabiana Pirro, o diretor Breno Fitipaldi e a promotora de Justiça, Henriqueta de Belli, que projetam a tragédia da Medusa para os dias atuais. A mediação é da jornalista Ana Nogueira.
A concepção de #MedusaMusaMulher tem como base o mito grego de Medusa, que narra que a sacerdotisa foi castigada por um crime que não cometeu. Por ser um mito, há várias versões. Em essência, os deuses gregos estavam embutidos de suas características divinas, mas pareciam com os humanos em desejos, defeitos e virtudes; tudo maximizado, sem limites.
Medusa, sacerdotisa do tempo da deusa Atena, cidade grega de Hélade, era cobiçada por muitos. Ela despertou o desejo de Posseidon, o deus dos mares. Medusa o recusou. Posseidon não admitiu a rejeição. Invadiu o templo, quando Medusa estava sozinha, e a estuprou.
Em cólera com a profanação de seu templo, Atena decidiu punir o culpado por tal injúria: Medusa. Parece quem tem alguma coisa errada aqui, não? Pois bem, a sacerdotisa foi culpabilizada por ter sido estuprada. Atena arrancou de Medusa toda a beleza e seus cabelos viraram um ninho de serpentes e ela foi condenada a rastejar. E quem a encarasse diretamente nos olhos seria subitamente petrificado. Medusa foi transfigurada em uma criatura monstruosa chamada Górgona. Em seu fim, Medusa teve sua cabeça decepada por um semideus, Perseu, filho de Zeus.
Medusa que se tornou o avatar perfeito na luta contra a violência sofrida pelas mulheres, seja física, sexual ou psicológico. #MedusaMusaMulher é uma batalha constante pelo humano e sua humanidade.
A estreia de #MedusaMusaMulher ocorreu em setembro de 2018 na programação do Festival Transborda do SESC Pernambuco, numa exibição a bordo do catamarã sobre as águas do rio Capibaribe. Seguiram-se apresentações na Mostra de Música Leão do Norte, do SESC Arcoverde, no I Festival Chama Violeta, na Ingazeira, ambos no Sertão pernambucano, e no Festival Ojuobá de Esporte e Cultura, em Icaraizinho de Amontada, no litoral do Ceará.
Em 2019, a performance percorreu vários palcos e eventos, levantando o debate sobre o feminicídio, destaque para a apresentação em comemoração aos 13 anos da Lei Maria da Pena, a convite da Comissão da Mulher Advogada (CMA) da OAB Pernambuco. Desde o início da pandemia, tem realizado apresentações on line, como no Festival Ocupa Maravilhas e na Mostra Marcos Freitas – Território das Artes, do SESC Garanhuns.
FICHA TÉCNICA
#MedusaMusaMulher
Direção e criação: Breno Fittipaldi
Performance e concepção: Fabiana Pirro
Texto: Cida Pedrosa
Trilha sonora: Cannibal Santos e Pierre Leite
Figurino: Eduardo Ferreira
Adereços: Maria Teresa Pontes (@terafeitoamao)
Sandália: Jailson Marcos
Maquiagem: Henrique Mello
Fotos: Renato Filho
Produção: Ellyne Peixoto e Fabiana Pirro
Assessoria de Imprensa: Ana Nogueira
SERVIÇO
8 de MARÇO (segunda-feira): MEDUSA AGORA. DO MITO À MULHER – debate com a
promotora de Justiça, Henriqueta de Belli, às 17h
15 de MARÇO (segunda-feira): apresentação da performance #MedusaMusaMulher, às
17h
Onde: INSTAGRAM e FACEBOOK @fabianapirro