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O perfeccionismo no palco

Bob Wilson em cena em Krapp's last tape. Fotos: Ivana Moura

Quando estava escrevendo sobre o festival de Porto Alegre para esse post sobre as principais mostras do país, lembrei que não compartilhei aqui uma das melhores coisas de 2011: a oportunidade de ver um espetáculo com Bob Wilson em cena (Krapp’s last tape) e ainda entrevistá-lo.

Foi quase uma maratona! Primeiro porque, perfeccionista como ele só, decidiu cancelar a primeira apresentação no festival; lembro que, depois de muito insistir, Ivana sacar a sua máquina para tirar fotos, conseguimos assistir ao ensaio da montagem, no outro dia, à tarde; à noite, vimos o espetáculo. No dia seguinte, depois do almoço, o Theatro São Pedro ainda estava fechado quando chegamos, eu, Ivana e Daniel Schenker para garimpar a nossa entrevista! E deu certo! Ele conversou uns quarenta minutos conosco e, ao final, a repórter/blogueira (em momento tiete – juro que ‘quase’ nunca faço iso) ainda pediu para tirar foto! Depois do imbróglio, vamos à entrevista.

Entrevista // Bob Wilson

Como foi a criação de Krapp´s Last Tape?
Cada produção é diferente. Esta, felizmente, fui capaz de desenhar o cenário no teatro onde eu iria apresentar. Então, construí o cenário já na medida do que eu teria mesmo, exatamente. Muito rapidamente procurei uma mesa, o gravador na internet, achei caixas para guardar livros. E depois eu tinha a proporção do cenário, para que se eu estivesse noutro teatro, mais largo, pudesse adicionar, ter outra janela. Então num período curto de tempo, eu tinha o cenário acertado. Depois eu fiz a luz. Fiz diferentes efeitos de luz para o quarto. Depois fui para o palco. Fiz um tipo de coreografia, antes de fazer o texto. Depois eu tinha alguém no palco, maquiado, para que pudesse ver como era ter alguém naquele quarto. Aí comecei a colocar o som. Comecei com a chuva, os trovões. Ou eu estava no palco, ou eu tinha alguém fazendo o que eu tinha feito, para que eu pudesse ver. Fiz o áudio. E aí tinha o texto, os efeitos sonoros e tudo mais. E depois eu tive que aprender tudo, para ficar livre. O mais importante no meu trabalho é o tempo. Quanto tempo eu espero antes de fazer isso (pegando o copo). Algo realmente rápido ou algo devagar, movimentos suaves ou não… Eu tive que aprender e isso leva muito tempo para aprender.

Luz e som do espetáculo são impressionantes

Porque fazer o Krapp neste momento e não só como diretor, mas como ator?
Bem, de tempos em tempos, eu atuo e trabalho por mim mesmo. Porque eu acho que é bom para mim, como um diretor, estar em contato dessa forma com o meu próprio trabalho. Eu realmente não gosto de atuar muito, mas acho que é bom de tempos em tempos ter a mesma experiência que os atores têm fazendo meu trabalho. Eu vou fazer 70 anos este ano e a peça é com um homem de 70 anos. De algumas maneiras, meu trabalho é próximo ao trabalho do Beckett. Beckett gostava de Charles Chaplin, dos filmes mudos. Se você olhar um filme de Charles Chaplin, é tudo denso, é tudo tempo. Ele tinha que fazer, mais e mais, e mais, até ter o tempo correto. Não havia nada natural ou psicológico. O rosto era pintado de branco e eles faziam a cena trágica como comédia. É diferente do teatro psicológico, naturalista, que eu odeio. Eu acho que pela conversa que eu tive com Beckett, ele gostava do teatro como um mundo artificial, não é um mundo naturalista, é outro mundo que ele cria. É algo próximo ao meu trabalho também. Não é Tennessee Williams, David Mamet, lidando com o naturalismo, o psicológico, é outra maneira de fazer teatro e eu me sinto muito mais relacionado ao trabalho do Beckett, ao que ele fez como dramaturgo, como artista, do que a Tennessee Williams ou alguém assim.

Se o senhor pudesse fazer o mesmo exercício de Krapp, ouvir uma fita gravada há 30 anos, perceberia muitas mudanças no seu trabalho?
Acho que o trabalho artístico é como uma árvore, algumas vezes tem flores, outras vezes elas caem. Tem a estação do inverno, da primavera. Mas acho que o meu trabalho é um só em essência. Cézanne disse que ele estava sempre pintando a mesma coisa; Proust disse que ele estava sempre escrevendo a mesma novela; e Einstein disse uma vez, quando um repórter pediu para que ele repetisse o que ele tinha acabado de dizer, que não era necessário repetir, porque tudo fazia parte de um mesmo pensamento. Então, em essência, o que estava acontecendo trinta anos atrás é um processo, de uma mesma coisa. Constantemente mudando. A única coisa constante é a mudança. Talvez parar e ouvir. Aquela seqüência de sons que nós acabamos de ouvir não vai acontecer nunca novamente. Então, isso é constante. A única coisa realmente constante na vida é a mudança. Mas em essência, é o mesmo pensamento, que é pensado novamente, como um rio, que continua sempre, mas que está sempre mudando, segundo a segundo.

O senhor se sente um homem de 70 anos?
Algumas manhãs, eu me sinto sim. Mas vejo pessoas de 70 anos e digo: “ah, meu Deus, olha aquele homem velho!” – e eu tenho a mesma idade! Mas ainda me sinto com seis anos ou algo assim, tentando amarrar meus sapatos, aprendendo como fazê-lo. Acho que, mentalmente, não me sinto mais velho. Minha vida é meu trabalho. Então é sempre uma constante preocupação. Não é como se eu fosse para o escritório, fosse ao trabalho e depois fosse para casa, visse televisão, ficasse com o cachorro, ou o que quer seja. É tudo parte de uma coisa só: trabalho. E essa é uma maneira de viver. E acho que sempre fui assim. Lembro que, quando eu tinha onze, doze anos, minha mãe estava com uma amiga ao telefone e disse: “eu não sei o que Bob está fazendo, mas ele tem muitos projetos”.

Há uma fala recorrente com relação ao teatro do Bob Wilson que diz que a imagem é mais forte do que a palavra. Mas até que ponto o texto também está na imagem?
Primeiro, eu não concordo que a imagem ou o visual são mais importantes no meu trabalho do que o texto. Acho que trabalho mais aspectos visuais e sonoros do que a maioria das pessoas no teatro. As formas primárias pelas quais nos comunicamos no palco ou na vida é pelo que vemos e ouvimos, as duas igualmente importantes. Meu teatro dá a mesma importância para o áudio, o texto, as coisas que ouvimos e vemos. O problema que sempre achamos no teatro e que eu tenho…é que não conseguimos na realidade ouvir algo, porque somos visualmente distraídos. E não podemos realmente ver algo, porque somos distraídos pelo som. Então, feche os olhos. Falando em geral, se nós fechamos os olhos, nós ouvimos melhor, porque estamos concentrados no som, não estamos distraídos pelas pessoas, por alguém segurando a câmera, fazendo esse pequeno movimento. Então, se eu quero ver algo melhor, por exemplo, se eu estou vendo televisão, eu desligo o som. Eu começo a ver as notícias, coisas que eles estão fazendo que normalmente eu não olharia ou não pensaria, quando estou ouvindo as notícias. O desafio como um realizador de teatro é: posso criar algo no palco que me ajude a ouvir melhor quando eu ligo o som? Ou algo que me ajude a ver melhor? Ou posso criar algo que, o que eu diga, me ajude a ouvir melhor? É uma construção. Uma construção consciente. Eu terminei de dirigir uma ópera e era muito difícil fazer com que alguns dos cantores não seguissem a música com os seus movimentos. A música vai mais rápido, rápido e rápido. E eles querem se mover mais rápido. Mas eles iriam se mover devagar, contra essa música rápida. E isso cria uma tensão entre o que estou vendo e ouvindo e talvez eu escute melhor do que quando estou ilustrando a música com o movimento. Então o que estou vendo cria algo que me faz ouvir melhor. Eu posso dizer: “Eu quero matar você” (agressivamente) ou posso dizer (bem lentamente, suave, com um leve sorriso) “Eu quero matar você”. Talvez o sorriso seja mais ameaçador. Porque eu escuto “eu quero matar você” e eu vejo…(faz o movimento). Então um sorriso não é só um sorriso. A vida é muito complicada. Eu aprendi uma grande lição anos atrás com o meu amigo Daniel Stern. Ele fez mais de 250 filmes de mães falando com os filhos, quando o bebê estava chorando. Era uma pesquisa do Departamento de Psicologia da Columbia University. Então o bebê iria chorar e a mãe iria pegar o bebê e confortá-lo. E ele fez uma coisa curiosa. Pegava os filmes e diminuía a velocidade, então você poderia ver frame por frame, o que estava acontecendo. E em oito de dez casos, a primeira reação da mãe, no primeiro frame, é que ela está (faz cara de terror). Em um segundo de tempo, é muito complexo o que acontece entre mãe e filho. E quando as mães vêem isso, elas ficam chocadas. “Mas eu amo minha criança”. Talvez o corpo esteja se movendo mais rápido do que pensamos, mas há uma linguagem. O meu teatro é um teatro mais formal. Romeu diz que ama Julieta… é muito complicado. Um teatro mais formal dá mais distância para que você possa ter tempo para reflexão sobre muitas coisas. Eu tento não estabelecer uma interpretação, para que cada um possa livremente fazer associações, livremente pensar, e que aquilo possa ser diferente para cada um, para mim, como diretor, para o ator, para o público. Determinar uma ideia ou uma interpretação é uma mentira. Hamlet é uma peça bastante complexa, mas fazer uma interpretação de Hamlet é negar todos os princípios que normalmente associamos a um príncipe. Meu teatro é um teatro não interpretativo. Acho que a interpretação limita a experiência do que está acontecendo. O que é mais importante é a experiência de estar fazendo algo. As pessoas dizem que, nas minhas peças, as pessoas se movem lentamente. Se eu movo minha mão até o copo e eu movo mais lentamente do que normalmente faço, e eu penso que estou me movendo devagar, é chato, mas se eu não penso sobre isso, e eu movo, tudo está acontecendo, toda energia do mundo está acontecendo nesse gesto. Não há um conceito para tempo, é o que você experimenta. E isso, como eu disse antes, está constantemente mudando. O que é mais importante para mim, em fazer teatro, é o que eu experimento naquele momento e que aquilo pode ser a minha expressão. No teatro formal você pode tocar a mesa… Eu posso tocar minha cabeça e isso é verdade e isso é minha expressão. Eu posso atuar? Sim, mas isso é verdade, eu sinto. No teatro formal, se você quer atuar, seus sentimentos, você tem que estar ciente de que você está atuando. “Você tem que pagar o aluguel…Eu não posso pagar o aluguel” (brincando com voz masculina e depois feminina). Então você sabe que os atores estão atuando, eles sabem, e isso é verdade. E eu acho que o naturalismo é geralmente uma mentira porque árvores no palco são artificiais, as luzes, sua voz é artificial.

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De janeiro a janeiro, tem festival!

Essa febre que não passa (foto) e Aquilo que meu olhar guardou para você estarão no Festival de Curitiba. Foto: Ivana Moura

Duas montagens pernambucanas – Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, e Aquilo que meu olhar guardou para você, do grupo Magiluth – estão na programação da mostra oficial do Festival de Teatro de Curitiba. Depois do Janeiro de Grandes Espetáculos e do hiato no mundo das artes – para tudo que não é música e folia carnavalesca, claro – é Curitiba quem abre o calendário de festivais de teatro no país.

De janeiro a janeiro, tem festival em vários lugares do Brasil, com enfoques e objetivos diferentes, mas sempre proporcionando a circulação dos espetáculos e, geralmente, o acesso do público a montagens que dificilmente conseguiriam ser vistas sem o suporte de um festival – já que não há patrocínio para todas as peças e bilheteria definitivamente não garante a possibilidade dos grupos viajarem.

Conversamos com diretores e curadores dos principais festivais do país – Festival de Curitiba, Porto Alegre em Cena, Londrina, Festival de São José do Rio Preto, Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac), Cena Contemporânea e Tempo_Festival. Procuramos saber quais as propostas para este ano e, mais ainda, tentamos revelar os méritos de cada um deles para, de alguma forma, contribuir para que os nossos próprios festivais (ao menos os três maiores) – Janeiro de Grandes Espetáculos, Palco Giratório e Festival Recife do Teatro Nacional (esses também foram ouvidos, obviamente) – consigam avançar (ou também servir de espelho) em diversos aspectos.

Curitiba, por exemplo, recebe muitas críticas de que prioriza e incentiva na cidade a proliferação do teatro comercial. Apesar disso, o festival que já vai para a 21ª edição é, indiscutivelmente, um dos mais bem-sucedidos do Brasil. Consegue reunir produções de qualidade na cena nacional, inclusive muitas estreias acontecem lá, e ainda fomentar o experimentalismo, graças à mostra paralela intitulada Fringe, que foi inspirada no Festival Internacional de Edimburgo, na Escócia. Este ano, o Fringe deve ter 368 espetáculos. O grupo Magiluth, que nunca participou do festival, além de estar na mostra oficial, apresenta outros dois espetáculos: 1 Torto e O canto de Gregório, numa mostra dentro do Fringe organizada pela Companhia Brasileira de Teatro, que será realizada no Teatro HSBC.

Los pájaros muertos abre festival no Paraná

A mostra oficial do festival, que acontece entre 27 de março e 8 de abril, terá 29 espetáculos de seis estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco -, além de dois internacionais – da Espanha e da Inglaterra. “Apesar dessas atrações, não queremos ser um festival internacional. O nosso grande mote é a produção nacional e mantemos esse foco”, explica Leandro Knopfholz, um dos criadores e diretor geral do evento.

A abertura da mostra será com a peça espanhola Los pájaros muertos; mas o festival tem ainda duas remontagens da companhia carioca Os Fodidos Privilegiados – O casamento e Escravas do amor -, as duas textos de Nelson Rodrigues; a estreia de Eclipse, do grupo Galpão; e de Licht & Licht, da Cia de Ópera Seca; e ainda montagens como Gargólios, de Gerald Thomas; O idiota, de Cibele Forjaz; e O libertino, de Jô Soares.

Recorte holandês no Rio de Janeiro

Qual o teatro feito na Holanda? Você já se fez essa pergunta? Os diretores e curadores Márcia Dias, Bia Junqueira e César Augusto, do Tempo_Festival das Artes – Festival Internacional de Artes Cênicas do Rio de Janeiro, já. Tanto que um recorte dessa cena teatral poderá ser visto entre 5 e 12 de outubro no chamado 2° Tempo do festival. “O festival é realizado em três tempos: o primeiro é dedicado ao pensamento – trazemos artistas internacionais para fazer residência, debates, encontros com filosófos, pessoas de outros segmentos. Já o segundo é aquele dedicado à programação artística propriamente dita. E há ainda o Tempo_Contínuo, que é o site, um suporte permanente”, conta Márcia.

Para quem duvida sobre o quanto o teatro na Holanda é profícuo, Márcia Dias responde: “Estou com material de mais de 60 espetáculos, entre teatro e dança, para que possamos fazer a curadoria”. Ano passado, o Tempo fez um recorte da cena argentina – inclusive co-produziu (com o Festival Internacional Santiago a Mil, o Festival d’Automne de Paris e a Maison des Arts et de la Culture de Créteil, na França), O vento num violino, do Teatro Timbre 4, que esteve pela primeira vez no Recife no último Janeiro de Grandes Espetáculos.

Espetáculo do grupo argentino Timbre 4 foi co-produzido por festival carioca

Londrina tem o festival de teatro mais antigo do Brasil

O festival de teatro mais antigo do Brasil é o Festival Internacional de Londrina – Filo. São 44 anos (a mostra só não foi realizada uma única vez e, por isso, o festival vai para a sua 43ª edição) e a programação inclui não só teatro, mas dança, circo, música. “Tentamos montar uma programação diversificada. E conseguimos uma média de 80, 90 e até 100 mil pessoas por edição”, conta o diretor da mostra, Luiz Bertipaglia.

A relação do Filo com a cidade, explica Bertipaglia, é bastante especial. “O festival tem 44 anos e a cidade 77. O festival foi crescendo com Londrina. As pessoas entendem que o festival faz parte da história da cidade”. Outra facilidade com relação à público é que Londrina não é tão grande – tem cerca de 600 mil habitantes e aí as ações conseguem ser mais efetivas junto ao espectador.

Segundo o diretor, a cena teatral londrinense foi impulsionada pelo Filo. “Muitas companhias foram criadas em função do festival. E acho que foi fundamental também para a criação, em 1998, do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual”.

Grupo belga vai encenar texto de Alejandro Jodorowsky no Filo

As inscrições para os grupos nacionais no Filo terminaram no dia 9 de fevereiro. A curadoria dos internacionais é feita pelo próprio Luiz Bertipaglia. Em primeira mão, o diretor nos confirmou a apresentação de The ventriloquist’s school, do grupo belga Poit Zero (um texto de Alejandro Jodorowsky), e Translunar paradise, montagem do grupo da Inglaterra Theatre Ad Infinitum (uma história sobre vida, morte e amor eterno que começa depois que a esposa de William morre e ele vai para uma ilha da fantasia, das suas memórias passadas). O festival será realizado entre 8 e 30 de junho.

Teatro africano no Distrito Federal

Geralmente o festival Cena Contemporânea, de Brasília, é realizado em agosto ou setembro. Esse ano, no entanto, será um pouco mais cedo: de 17 a 29 de julho. Guilherme Reis, coordenador do festival, diz que a mudança é por conta de um convite da Universidade de Brasília (UnB), que está completando 50 anos. “Vamos fazer uma edição especial, voltada para América Latina e África. Em 1987 e 1989, a UnB realizou o Festival Latino Americano. Por isso essa ação”, explica Reis que garante que terá liberdade para realizar suas escolhas, de forma independente da universidade.

El rumor del incendio, do México, estará no Cena Contemporânea

“Tenho uma oferta grande de espetáculos africanos e algumas co-produções que passam também por Portugal, Canadá e Espanha”. A grade de programação ainda não está fechada, mas o coordenador adianta que devem ser 12 ou 13 espetáculos internacionais, sendo seis ou sete latino-americanos e o restante de espetáculos africanos, além da produção nacional com a presença de montagens de diretores como Henrique Dias e Cibele Forjaz. Dos internacionais, estão confirmados The butcher brothers, da África do Sul, e El rumor del incendio, do México.

O Cena é um festival privado que nasceu em 1995, mas está indo para a 13ª edição. “Em alguns anos, não conseguimos realizar. Mas desde 2003 não paramos mais. Brasília tem uma situação atípica com relação a apoio. Pela primeira vez, ano passado, recebemos incentivo do Distrito Federal”, conta Reis. Um dos méritos do Cena é envolver a cidade – mesmo quem não vai ao teatro, não fica ileso ao Ponto de Encontro, um espaço montado na Praça do Museu Nacional da República, que abriga apresentações musicais.

Teatro de dois em dois anos

O Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte (FitBH), em Minas Gerais, acontece de dois em dois anos. “Essa já era a proposta desde que ele foi criado, em 1994. Era para ter fôlego mesmo, para fazer sempre um grande festival”, explica Marcelo Bones, diretor do evento que, ao lado da diretora Yara de Novaes e da atriz Grace Passô, fará a curadoria da mostra. O evento está marcado para acontecer entre 12 e 24 de junho. A grade de programação ainda não está fechada, mas já há algumas definições. Bones adianta que devem ser 12 espetáculos internacionais, 15 nacionais e ainda 10 montagens de Belo Horizonte – que ocupam não só os palcos dos teatros, mas também as ruas.

“Vamos trabalhar a partir de três conceitos: o teatro e a cidade; o teatro e outras linguagens artísticas; e a cooperação e o intercâmbio entre criadores”, explica Marcelo Bones. O festival, que vai para a 11ª edição, é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte – responsável por 60% dos custos do evento. “Apesar de depender da agenda política, é um evento consolidado, importante para a cidade. Todas as pessoas sabem que o evento está acontecendo, gera movimentação”, diz o diretor.

Expandindo fronteiras

Where were you on January 8th? integrou programação do festival em São José do Rio Preto ano passado

O teatro contemporâneo é sempre o mote do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (Fit). Cerca de 40 companhias participam da programação que, este ano, vai de 4 a 14 de julho. Para se ter uma ideia, o festival recebeu 570 inscrições de grupos interessados em participar – desses, seis são pernambucanos. A curadoria é formada por Kil Abreu (que, durante quatro anos, foi curador do Festival Recife do Teatro Nacional), Sérgio Luis Venitt de Oliveira, Beth Lopes e Natália Noli Sasso. “Como festival internacional, estamos indo para a 12ª edição, mas o festival já tem 43 anos. Só na época da ditadura militar é que a programação não aconteceu uns dois ou três anos”, conta Marcelo Zamora, diretor do Fit.

“A gente achava que o festival precisava do recorte internacional”, complementa Zamora. O festival é realizado pela prefeitura, embora, o órgão seja responsável por apenas 10% do orçamento. “Somos um festival que vai atrás de propostas mais radicais, conceituais, com riscos maiores. E isso é sempre uma provocação para o nosso público”, diz o diretor. 60% da programação do festival em São José do Rio Preto, em São Paulo, é gratuita.

Relacionamento internacional

Em 18 anos, o festival Porto Alegre em Cena conseguiu estabelecer uma relação invejável com grupos internacionais. Muitas companhias vêm ao Brasil apenas para se apresentar lá. Ano passado, por exemplo, o diretor Bob Wilson só passou por Porto Alegre com A última gravação de Krapp, em que ele mesmo está em cena. “O trabalho sério e de respeito aos grupos ampliou muito os contatos do festival. É um meio onde as informações circulam. Então hoje conversamos com o mundo inteiro e, quando há um cenário propício, convidamos esses grupos”, diz Luciano Alabarse, que além de diretor é muito da alma do festival de Porto Alegre.

Bob Wilson era o diretor e o ator de A última gravação de Krapp, espetáculo apresentado no último POA em Cena. Foto: Mariano Czarnobai/Divulgação

Apesar de toda dedicação de Alabarse, a mostra não é privada, mas realizada pela Secretaria de Cultura da cidade. “A equação da qualidade é um grande desafio. Harmonizar a burocracia pública com a agilidade requerida por um festival internacional de grande porte é difícil. Há momentos em que penso em pegar em armas”, brinca Alabarse. “Importante é que não haja concessões artísticas. O festival não flerta com sucessos televisivos, celebridades duvidosas, peças de apelo comercial. O que está em jogo é a discussão cênica que faz diferença. Essa postura estabelece limites”, complementa.

Como um festival que já tem uma carreira consolidada, as negociações para que os grupos participem do POA em Cena podem durar anos. “Em 2012, o Berliner Ensemble vai visitar Porto Alegre pela primeira vez. O compositor inglês Michael Nyman, da mesma forma. E o Fuerza Bruta, sucesso mundial, vai aterrisar nos pampas. Essas são atrações já confirmadas”, adianta Luciano Alabarse.

O mais jovenzinho entre os festivais

O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac) só teve quatro edições e, ao que parece, um longo percurso pela frente. A data da próxima edição já está marcada: será de 28 de setembro a 6 de outubro. “Como nos anos anteriores, não direcionaremos a seleção em torno de um conceito pré-definido. Adotamos um caráter mais panorâmico, buscando alcançar uma mostra caracterizada pela diversidade e levando espetáculos que, de alguma forma consideramos, significativos, seja pela proposta de inovação na linguagem, aposta em um processo artístico ou experimentação, ou pelo ineditismo de grupos ou artistas importantes”, explica Ricardo Libório, coordenador do Fiac.

Um dos desafios do festival, aliás, não só dele, mas de praticamente todos no Brasil, é a formação de plateia. “Estamos amadurecendo algumas ações, que vão desde a ampliação do número de sessões por espetáculos, o fortalecimento de nossa coordenação de formação de platéias e a busca de parcerias estratégicas com a Secretaria de Educação, além de buscar modelos de promoção focada em grupos específicos que tenham potencial de ampliar o público ‘consumidor’ de teatro, para beneficiar não apenas o alcance do Festival em si, mas a atividade teatral em Salvador ao longo de todo o ano”, finaliza. A grade do festival ainda não foi definida.

OS PERNAMBUCANOS

Janeiro de Grandes Espetáculos faz escala em Portugal

O próximo Janeiro de Grandes Espetáculos pode ser aberto por uma montagem idealizada na ponte áerea Recife – Portugal. A ideia é que cinco atores daqui façam um intercâmbio com o Centro Póvoa de Lanhoso, que fica na vila de mesmo nome no distrito de Braga. O projeto é de Paulo de Castro, um dos produtores do festival, ao lado de Paula de Renor e Carla Valença. “Ainda estamos fechando os detalhes; porque devemos lançar uma seleção para essa escolha. Queremos proporcionar essa vivência com um centro internacional”, explica Paula de Renor.

Curadores do Janeiro pensam em estruturar intercâmbios e parcerias

Desde 2011, o Janeiro de Grandes Espetáculos é um dos integrantes do Núcleo de Festivais Internacionais do Brasil. “Aqui em Pernambuco, somos o único festival internacional. E o que queremos realizando parcerias é melhorar a programação e ainda trabalhar o público para essas montagens, porque as pessoas ainda têm receio da qualidade; talvez pela língua, embora as montagens tenham legenda sempre que preciso”, comenta Paula.

Realmente, não são todas as montagens internacionais que empolgam o público mesmo – ao contrário da programação das peças locais. É delas, independente de quantos meses ficaram em cartaz durante o ano anterior, o maior público do festival. “Esse é realmente o nosso foco. Dar visibilidade à produção local e possibilitar melhorias na cadeia do teatro para o resto do ano”, complementa Paula.

Além do intercâmbio com Portugal, provavelmente começam aqui as comemorações dos 20 anos da companhia Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, no Janeiro do próximo ano. “Queríamos fazer uma residência com atores daqui e talvez com outros grupos. O Teatro Timbre 4, por exemplo, da Argentina, quer voltar com outros dois espetáculos. Achamos que talvez o formato de vivência seja mais interessante do que a oficina”, diz a produtora.

Espetáculo de Petrolina abre o Palco Giratório em maio

É do Sesc o festival que proporciona a maior circulação de espetáculos no país – o Palco Giratório. Em Pernambuco, além de promover a exibição de montagens em vários locais do estado, em maio, Recife recebe uma edição especial do Palco Giratório. Será praticamente um mês inteiro de programação – incluindo os espetáculos que estão circulando nacionalmente e ainda montagens convidadas, entre elas espetáculos internacionais. Este ano, o Palco Giratório no Recife será aberto no dia 4 de maio, com o espetáculo Eu vim da Ilha, da Companhia de Dança do Sesc Petrolina, no Teatro Barreto Júnior, que ganhou o Prêmio Apacepe 2012 de melhor espetáculo de dança pelo júri oficial – por conta da apresentação no Janeiro de Grandes Espetáculos.

Dois motes especiais: 15 anos e Nelson Rodrigues

Este ano, o Festival Recife do Teatro Nacional vai comemorar 15 primaveras. Como “adolescente” está no momento de repensar o seu papel para a cidade. “Sou positivo, otimista. Espero um festival muito bom. Nas conversas internas, a ideia é que a gente proponha que o mote para o festival seja essa data: os 15 anos”, explica Vavá Schön-Paulino, coordenador da mostra, promovida pela Prefeitura do Recife. Um dos desafios é agregar público; fazer parte do calendário não só para os artistas, mas para a cidade.

Segundo Vavá, Nelson Rodrigues não será o homenageado do festival – porque já foi uma vez, mas os eventos especiais devem lembrar a efeméride dos 100 anos de nascimento do dramaturgo pernambucano. “Tudo ainda vai ser conversado, mas existe sim a possibilidade de termos algum espetáculo de Nelson na grade”, complementa. A data do festival ainda não está fechada, mas deve ser provavelmente entre 15 e 30 de novembro.

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Maioridade do Porto Alegre em Cena

O Théâtre du Solleil faz temporada em Porto Alegre em dezembro

Começa terça-feira o mais importante festival de teatro do país, o mais internacional dos festivais de artes cênicas brasileiras e um dos maiores da América Latina: o Porto Alegre em Cena. A festa dos 18 anos do festival leva para a capital gaúcha alguns convidados que revolucionaram a forma de fazer teatro, como Bob Wilson, Ariane Mnouchkine e Peter Brook. O programa dedicado à maioridade do festival se estende até o dia 27 de setembro, também com grandes nomes da música, a exemplo dos internacionais Philip Glass, Marianne Faithfull, Estrella Morente e dos brasileiros Cida Moreira, Ná Ozzetti, Adriana Calcanhotto, José Miguel Wisnik e Celso Sim. E Maria Bethânia com poesia.

De Pernambuco seguem as encenações Cordel do amor sem fim e O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas. Além da participação Monica Feijó que vai dividir com Monica Tomasi o show de encerramento. Há espaço também para shows e peças teatrais argentinas e uruguaias.

São 55 espetáculos, entre eles 18 internacionais, e será aberto com o show dos portugueses Maria João e Mário Laginha.

É uma oportunidade também de conferir e atuação de Bob Wilson em Krapp”s Last Tape (A Última Gravação de Krapp), um dos textos mais conhecidos de Samuel Beckett. O inglês Peter Brook leva sua versão de A Flauta Mágica.

O festival será esticado até dezembro (5 a 11 dezembro) para a apresentação extemporânea do Théâtre Du Soleil, de Ariane Mnouchkine, com Les Naufragés du Fol Espoir, a partir de texto de Jules Verne. Nesta segunda turnê Théâtre Du Soleil ao Brasil, o grupo francês volta a São Paulo (5 a 23 outubro) e aterrissa pela primeira vez no Rio de Janeiro para uma temporada em novembro (de 8 a 19 novembro). Imperdível.

Aliás, a programação só desperta a vontade de arrumar as malas e passar uma temporada no Rio Grande do Sul.


PROGRAMAÇÃO DE ESPETÁCULOS E SHOWS

SHOW INTERNACIONAL

Maria João e Mário Laginha abrem o o festival Porto Alegre em Cena, nesta terça-feira

Maria João e Mario Laginha – Portugal
Dias 06/09 e 07/09, às 21h – Teatro do Bourbon Country
Dupla volta a Porto Alegre para abrir a edição comemorativa do Em Cena. A cantora Maria João e o instrumentista Mario Laginha já gravaram vários trabalhos. Com Chocolate, ambos privilegiam uma de suas influências mais fortes, o jazz.
Duração: 1h30min / Classificação: Livre

Andromeda Mega Express Orchestra – Alemanha
Dia 10/09, às 21h – Teatro do CIEE
Andromeda Mega Express Orchestra é uma jovem orquestra especializada nas improvisações jazzísticas, Liderados por Daniel Glatzel, com a participação de 20 jovens de diferentes países.
Duração: 1h30min / Classificação: Livre

An intimate evening with Marianne Faithfull & Doug Pettibone – Inglaterra
Dias 16/09 e 17/09, às 21h – Teatro do Bourbon Country
O show é baseado no álbum Horses and high heels, 23º de sua carreira, de Marianne Faithfull. Mistura rock, blues e folk que, na verdade.
Duração: 1h15min/ Classificação: Livre

Well Wishing – Binari – Coréia do Sul
Dias 22 e 23, às 21h – SESI
Dulsori (batida de coração da terra, literalmente) é um grupo de percussão e tambores gigantes que trabalha a tradição dos ritmos coreanos e os transforma em música contemporânea, com direção artística de Yong Bu Ha e direção e produção de Kap Hyun Moon.
Duração: 1h20min / Classificação: Livre

Estrella-Morente é considerado o maior nome da música flamenca

Mujeres – Estrella Morente – Espanha
Dias 24/09 e 25/09, às 21h – Teatro do Bourbon Country
Estrella Morente, com apenas três discos gravados, é apontada hoje como o maior nome da música flamenca. Tem participado de algumas películas de Carlos Saura. É dela a voz de Volver, no célebre filme de Almodóvar.
Duração: 1h20min / Classificação: Livre

Philip Glass – Estados Unidos
Dia 19/09, às 21h – Theatro São Pedro
Um dos compositores mais importantes do século 20, o norte-americano Philip Glass vai apresentar seus mais recentes Estudos para piano, composições de notável complexidade.
Duração: 1h20min/ Classificação: Livre

SHOW NACIONAL
A dama indigna – Cida Moreira /SP
Dia 20/09, às 21h – Theatro São Pedro
Com direção do gaúcho Humberto Vieira, Cida Moreira, acompanhada apenas de seu piano essencial, mostrará canções que fazem parte de seu último disco, A dama indigna.
Duração: 1h30min / Classificação: 14 anos

A revolução fictícia – RS
Dias 9/09 e 10/09, às 21h – Teatro do Bourbon Country
O espetáculo de Hique Gomez mistura projeções em um telão transparente que toma toda a boca de cena, de maneira que animações com proporções cinematográficas se alternam com ações teatrais no palco.
Duração: 1h20min / Classificação: Livre

Alma boa de lugar nenhum – Carlos Careqa – SP
Dias 12 e 13, às 19h – Instituto Goethe
Carlos Careqa mostra, em clima de cabaré, canções de seu último álbum, no formato de piano e voz. Arrigo Barnabé, Mário Bortolotto e Rodrigo Barros participam virtualmente.
Duração: 1h30min / Classificação: Livre

Ná Ozzette vai apresentar show Meu quintal. Foto: Marcos Hermes/Divulgação

Meu quintal – Ná Ozzetti – SP
Dia 18, às 21h – Teatro do CIEE
Ná Ozzetti vai mostrar o show de seu último disco, Meu quintal, onde explora também seu lado de compositora. Serve também para comemorar os 30 anos de carreira.
Duração: 1h20min / Classificação: Livre

O micróbio do samba – Adriana Calcanhotto – RJ
Dias 13 e 14, às 21h – Theatro São Pedro
Adriana Calcanhotto faz show de lançamento de seu mais novo CD, O micróbio do samba que é totalmente dedicado às diferentes possibilidades sonoras do gênero.
Duração: 1h20min / Classificação: 12 anos

Zé & Celso – canções do Teatro Oficina / José Miguel Wisnik e Celso Sim – SP
Dia 11, às 20h – Teatro Renascença
Zé Miguel Wisnik e Celso Sim, ao lado de Sergio Reze e Márcio Arantes, apresentam diversas canções criadas especialmente para o mítico Teatro Oficina, nos últimos 20 anos.
Duração: 2h / Classificação: Livre

TEATRO / DANÇA /ÓPERA INTERNACIONAL

Robert Wilson no palco, uma das opções imperdíveis

Krapp’s last tape – Itália/Eua
Dias 23 e 24 às 21h e 25 às 18h – Theatro São Pedro
Robert Wilson assume os papeis de ator e diretor do monólogo Krapp’s last tape , de Samuel Beckett. No solo um ator no palco mantém uma conversação com a sua própria voz gravada há muito anos. Com Robert Wilson.
Duração: 1h10min / Classificação: 14 anos

Médée – França / Burkina Faso
Dias 24 e 25, às 20h – Teatro Renascença
Texto de Max Rouquette, inspirado na Medéia de Eurípedes, originalmente escrita em um dialeto do sul da França, como um espelho perfeito para o “barnabara”, idioma falado na zona rural de Burkina Faso. No solo africano, a superstição e o sagrado estão inseparavelmente entrelaçados com a realidade da vida cotidiana.
Duração: 1h40min / Classificação: 16 anos

Out of context – For Pina – Bélgica
Dias 13, 14 e 15, às 21h – Teatro do Bourbon Country
Out of Context, de Alain Platel, busca em sua pesquisa corporal uma linguagem que conecte o movimento à inconsciência e ao que não pode ser controlado. O subtítulo, Pina, dá a pista para a justa homenagem que o célebre coreógrafo presta à Pina Bausch .
Duração: 1h25min / Classificação: 16 anos

Montagem de Peter Brook, A Flauta mágica

Une flûte enchantée – França
Dias 21, 22 e 23, às 21h – Teatro do Bourbon Country
A Flauta Mágica (Une flûte enchantée) é a encenação de Peter Brook para a célebre ópera de Mozart. Brook reduziu a duração do espetáculo de quatro horas para uma hora e meia e subverteu cada uma das convenções da ópera.
Duração: 1h35min / Classificação: 14 anos

TEATRO NACIONAL

A lua vem da Ásia – RJ
Dias 16 e 17, às 21h e 18, às 18h – Theatro São Pedro
A loucura é o tema central do espetáculo. Da obra de Campos de Carvalho. Monólogo com Chico Diaz . Direção de Moacir Chaves e a supervisão de Aderbal Freire-Filho.
Duração: 1h35min / Classificação: 14 anos

A história do homem que ouve Mozart e da moça do lado que escuta o homem – RJ
Dias 17, 18 e 19, às 23h – Sala Álvaro Moreyra
Um professor de literatura, perseguido pelo passado, chega a uma hospedaria e não se dá conta que, no quarto vizinho, habita a “moça do lado”. Ambos solitários, à beira do abismo. Com Roberto Birindelli, e Adriana Zattar. De Francis Ivanovich. Dirigido por Luiz Antonio Rocha
Duração: 1h / Classificação: 16 anos

A Senhora de Dubuque – SP
Dias 10 e 12, às 21h e 11, às 18h – Theatro São Pedro
Do norte-americano Edward Albee. Direção de Leonardo Medeiros . Com Karin Rodrigues e Alessandra Negrini.
Duração: 1h45min / Classificação: 14 anos

A vida como ela é – SC
Dias 12 e 13, às 21h – Teatro do CIEE
Cinco tragicomédias do cotidiano escritas por Nelson Rodrigues. Direção de Luís Artur Nunes, convidado pela Cia. Teatro Sim… Por que Não?!!!, de Santa Catarina.
Duração: 1h10min / Classificação: 14 anos

Agreste malvarosa – RJ
Dias 21, 22 e 23, às 18h – Teatro Carlos Carvalho
Do pernambucano Newton Morenoa. Com direção de Ana Teixeira e Stephane Brodt, da Cia. Amok Teatro. Uma fábula que se conta pela voz dos personagens/narradores, onde a morte desponta como personagem fundamental.
Duração: 1h / Classificação: 12 anos.

Bethânia e as palavras – RJ
Dias 22 e 23, às 21h – Teatro do CIEE
Bethânia prioriza o amor pela palavra, pela poesia e pelos nossos grandes poetas. O canto sublinha autores como Fernando Pessoa, Guimarães Rosa e s outros, em uma montagem minimalista, onde tudo é construído para valorizar o conteúdo de grandes escritores de nossa língua.
Duração: 1h10min / Classificação: Livre

Montagem pernbambycaba Cordel do amor sem fim

Cordel do amor sem fim – PE
Dias 8, 9 e 10, às 23h – Sala Álvaro Moreyra
Texto da baiana Claudia Barral, encenado pelo pernambucano Samuel Santos. às margens do rio São Francisco. Na cidade moram três irmãs – a velha Madalena, a misteriosa Carminha e a jovem e sonhadora Tereza.
Duração: 1h05min / Classificação: 12 anos

Dentro da noite – RJ
Dias 13, 14 e 15, às 18h – Teatro Carlos Carvalho
O monólogo interpretado por Marcus Alvisi e dirigido por Ney Matogrosso mostra a literatura através do teatro/Adaptação para o palco de dois contos do escritor carioca João do Rio
Duração: 1h / Classificação: 16 anos

Dois perdidos numa noite suja – SP
Dias 08, 09 e 10, às 18h – Teatro Carlos Carvalho
O texto de Plínio Marcos. uma montagem não naturalista, Dirigido por André Garolli, – fundador da Cia. Triptal de Teatro,. que já trouxe ao festival o projeto Homens ao mar, baseado em obras de Eugene O’Neill –
Duração: 1h25min / Classificação: 14 anos

Dueto para um – SP
Dias 7, 8 e 9, às 20h – Teatro Renascença
O espetáculo é um emocionante mergulho na alma de uma artista, a violinista Stephanie Abrahams, condenada à paralisia em decorrência de esclerose múltipla, incapacitada de tocar, e seus encontros com o psiquiatra, Dr. Feldman
Duração: 1h30min / Classificação: 14 anos

Histórias de amor líquido – RJ
Dias 15, 16 e 17, às 21h – Teatro CIEE
Direção de Paulo José inspirada na leitura da obra “Amor Líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos”, do sociólogo alemão Zygmund Baumann. O tema recorrente no livro são os vínculos sociais possíveis no mundo atual. Texto: Walter Daguerre
Duração: 1h40min / Classificação: 16 anos

Labirinto – RJ
Dias 07, 08 e 09, às 21h – Teatro do CIEE
O espetáculo carioca reúne três textos – “As relações naturais”, “A separação de dois esposos” e “Hoje sou um e amanhã outro” – do célebre dramaturgo gaúcho Qorpo-Santo, todas mostrando a impotência do ser humano diante do paradoxo de uma estrutura social que o impede de viver de forma plena. O encenador Moacir Chaves,
Duração: 1h30min / Classificação: 14 anos

Ninguém falou que seria fácil – RJ-
Dias 19, 20 e 21, às 22h – Teatro de Câmara
Relações em constante transformação. Um jogo de amarelinha para adultos. No espetáculo, uma discussão de casal inicia um vertiginoso jogo de troca de papéis. Texto: Felipe Rocha. Direção: Alex Cassal
Duração: 1h30min / Classificação: 14 anos

Espetáculo pernambucano O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas – PE
Dias 09, 10 e 11, às 22h – Teatro de Câmara
A peça, inspirada em folhetim do pernambucano Carneiro Vilela, dá conta da história de uma moça que teria sido emparedada viva pelo próprio pai. A montagem pernambucana, amparada na mais deliciosa linguagem de melodrama circense
Duração: 1h30min / Classificação: 12 anos

O fantástico reparador de feridas – SP
Dias 19, 20 e 21, às 20h – Teatro do SESC
Três personagens, quatro monólogos e a história de uma trupe que viaja por cidadezinhas do interior, apresentando um número que se situa na fronteira entre a representação teatral e o culto religioso de cunho sobrenatural. O texto, assinado por Brian Friel, o mais famoso dramaturgo da Irlanda. Direção: Domingos Nunez
Duração: 1h40min / Classificação: 14 anos

O ruído branco da palavra da noite – SP
Dias 14, 15 e 16, às 20h – Teatro do SESC
A peça parte de cartas trocadas entre artistas que participaram do período de formação do Teatro de Arte de Moscou – como Tchekhov, Stanislawski, Górki e Meierhold, entre outros, reunidas no livro “O cotidiano de uma lenda – cartas do Teatro de Arte de Moscou”, de Cristiane Layher Takeda. Texto e direção: Caetano Gotardo e Marina Tranjan
Duração: 1h30min / Classificação: Livre

Os Credores – SP
Dias 21, 22 e 23, às 23h – Sala Álvaro Moreyra
Com um humor cáustico e misógino, August Strindberg aborda nesse texto o seu tema preferido, a guerra entre os sexos. A montagem do Grupo TAPA vem abrir um novo ponto de vista sobre a obra do célebre autor sueco. O espetáculo é assinado por Eduardo Tolentino de Araújo.
Duração: 1h / Classificação: 16 anos

Pequeno inventário de impropriedades – SC
Dias 22, 23 e 24, às 22h – Teatro de Câmara
Um homem vive dentro de um cotidiano previsível e repetitivo até que um acontecimento muda o rumo de sua vida. Saindo de uma vida ordinária, ele descobre o poder da violência latente dos dias em que vivemos. Texto: Max Reinert / Direção: Denise da Luz
Duração: 45min / Classificação: 16 anos

Pterodátilos – RJ
Dias 17, às 21h e 18, às 18h – Salão de Atos da UFRGS
Comédia violenta e provocadora de Nicky Silver. Na descrição precisa de Daniela Thomas, que assina a cenografia, um espetáculo de doer o estômago, porque tanto provoca o riso frouxo quanto a contração nervosa. Dirigido por Felipe Hirsch, com Marco Nanini e Mariana Lima.
Duração: 1h20min / Classificação: 16 anos

TEATRO / SHOW MERCOSUL

Amar – Argentina
Dias 11 e 12, às 23h – Sala Álvaro Moreyra
Seis atores, três homens e três mulheres, dão vida à uma encenação crua e real, ressaltando o jogo cênico estabelecido entre os personagens, confinados pelo bosque do lugar, uma pista de baile, um bar e com o ruído do mar como trilha. O diretor Alejandro Catalán é um exímio diretor de atores, reconhecido em Buenos Aires por sua exigência e preparo técnico.
Duração: 1h20min / Classificação: 16 anos

Blackbird – Uruguai
Dias 20, 21 e 22, às 20h – Teatro Renascença
Aos quarenta anos, já considerado um dos maiores dramaturgos escoceses da atualidade, David Harrower nos oferece um texto difícil e espinhoso, onde trata do reencontro de uma jovem (Uma) com o homem (Ray) com o qual manteve uma relação amorosa quando tinha apenas doze anos. Direção: Margarita Musto
Duração: 1h15min / Classificação: 18 anos

Dolor exquisito – Argentina
Dias 20 e 21, às 19h – Teatro Bruno Kiefer
Sophie Calle é uma das mais renomadas artistas da França contemporânea. Emilio García Wehbi, um dos grandes diretores do teatro argentino, fundador do mítico grupo “El Periférico de Objetos”. A atriz Maricel Alvarez, há mais de dez anos atua em estreita colaboração com Emílio.
Duração: 1h / Classificação: 16 anos

Ella – Uruguai
Dias 20, 21 e 22, às 19h – Instituto Goethe
Dentro de uma sauna dois homens discutem violentamente. Essa disputa física e verbal é provocada premeditadamente para que um arranque confidências do outro, já que ambos experimentam sentimentos de insegurança pelo amor da mesma mulher. Texto: Susana Torres Molina. Direção: Patrícia Yosi Duração: 1h / Classificação: 15 anos

Music hall – Uruguai
Dias 13, 14 e 15, às 19h – Teatro Bruno Kiefer
O texto de Jean Luc Lagarce, respeitado autor francês do século 20, é uma de suas obras mais lúcidas e conhecidas, um manifesto a favor do entusiasmo apaixonado pelo ofício de representar. Lagarce, no entanto, não nos oferece um music-hall tradicional.
Texto: Jean Luc Lagarce. Direção: Diego Arbelo
Duração: 1h15min / Classificação: 12 anos

Nada del amor me produce envidia – Argentina
Dias 07 e 08, às 19h – Teatro Bruno Kiefer
O melodrama musical tem como ponto de partida a história de uma costureira da década de 1930. personagem deve decidir se entrega um modelo que a célebre Libertad Lamarque lhe encomendou, ou cede aos apelos de Eva Perón quelhe encomenda a mesma roupa. Texto: Santiago Loza / Direção: Diego Lerman / Duração: 1h / Classificação: Livre

Neva – Uruguai
Dias 13, 14 e 15, às 22h – Teatro de Câmara
Olga Knipper, famosa atriz do Teatro de Moscou, dirigido pelo célebre Stanislavsky, e esposa do recentemente falecido dramaturgo Antón Tchekhov, se culpa de haver vivido afastada do marido nos últimos anos do matrimônio, enquanto os dois atores tratam de ajudá-la a ensaiar O jardim das Cerejeiras.
Guillermo Calderón / Direção: Álvaro Correa
Duração: 1h10min / Classificação: 12 anos

Nomeolvides – Carlos Villalba – Argentina
Dias 17 e 18, às 20h – Teatro Renascença
Junto com a “Orquestra Velázquez”, Carlitosapresenta a íntegra de seu primeiro disco, “Nomeolvides.
Duração: 1h / Classificação: Livre

MOSTRA PETROBRAS

A chegada de Lampião no inferno – RJ
Dias 13, 14 e 15, às 20h – Teatro Renascença
Em comemoração aos seus dez anos, em 2009, a Cia. PeQuod mergulhou de cabeça na cultura brasileira – para criar um espetáculo em que funde com radicalidade, tradição e modernidade. Livremente inspirada no cordel do mesmo nome, mas também citando o universo dantesco da Divina Comédia, a peça é dividida em dois momentos distintos: o primeiro sem palavras e todo feito com bonecos, e o segundo – que trata da ida do Capitão Virgulino às profundezas do inferno. Texto: Miguel Vellinho e Mario Piragibe
Duração: 1h10min / Classificação: 16 anos

Devolução industrial – DF
Dias 11 e 12, às 16h – Bruno Kiefer
O novo espetáculo do circo-teatro Udi Grudi é um rastreamento histórico da evolução do mundo, da raça humana e de suas invenções. Dramaturgia e direção: Leo Sykes
Duração: 50 min / Classificação: Livre

Pálido colosso – SP
Dias 12 e 13, às 20h – SESC
Inspirado em acontecimentos recentes da história política do País e experiências pessoais de seus criadores. A Companhia do Feijão é uma companhia teatral estável, estabelecida em São Paulo desde 1998, que tem como mote central a pesquisa de linguagens cênicas baseadas no trabalho do ator/narrador e em processos de criação em equipe.
Duração: 1h30min /Classificação: 12 anos

Sua Incelença, Ricardo III – RN
Dias 23, 24 e 25, 18h30min – Recanto Europeu – Parque Farroupilha
Essa encenação marca o encontro do grupo potiguar Clowns de Shakespeare com o encenador mineiro Gabriel Villela, um dos principais diretores teatrais do país, colocando em fricção a fábula britânica com o universo da cultura popular nordestina.
Duração: 1h15min / Classificação: Livre.

Viúvas – Perfomance sobre a ausência – RS
Dias 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, às 18h – Ilha das Pedras Brancas
A montagem da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz propõe uma viagem à memória da ditadura militar. A performance acontece nas ruínas do antigo presídio de presos políticos na ilha das Pedras Brancas, conhecida como Ilha do Presídio, no Rio Guaíba. Para chegar lá, o público é transportado de barco. Criação coletiva livremente inspirado no texto de Ariel Dorfmann
Duração: 1h + 1h20min (deslocamento) / Classificação: 16 anos

TEATRO GAÚCHO / PRÊMIO BRASKEM

A mulher sem pecado
Dia 07, às 21h – Theatro São Pedro
Primeiro texto teatral de Nelson Rodrigues, escrito há exatos 70 anos. Direção: Caco Coelho e Beto Russo /
Duração: 1h40 / Classificação: 14 anos

A tecelã
Dia 21, às 21h30min – Teatro Museu do Trabalho
O espetáculo mescla técnicas de manipulação de bonecos, vídeos e ilusionismo. Inspirado em diversos mitos de tecelãs, a montagem trata da solidão feminina e da dificuldade de se expressar e relacionar com o parceiro. Dramaturgia, direção e cenografia: Paulo Balardim
Duração: 45min / Classificação: 12 anos

Clube do fracasso
Dia 24, às 23h – Sala Álvaro Moreyra
Nas palavras do saudoso jornalista gaúcho Hélio Barcellos Jr., o espetáculo “é feito para quem não se sente perfeito e tem consciência disso. É um olhar sobre o erro e a fragilidade humana, aos fracassados e fracassos em geral.” “A proposta é rir de nós mesmos para aliviar um pouco o drama da existência” acrescenta a diretora Patrícia Fagundes.
Duração: 1:20 / Classificação: 10 anos.

Dia desmanchado
Dia 22, às 19h – Teatro Bruno Kiefer
Um homem exterminador de insetos vive mergulhado na banalidade do seu cotidiano, quando, ao voltar do trabalho, é surpreendido pela carta de uma mulher. As ações do espetáculo foram criadas a partir dos princípios da Biomecânica Teatral do grande encenador russo Vsevolod Meyerhold, sugerindo um gestual não cotidiano, quase grotesco. Direção e dramaturgia de ações: Tatiana Cardoso
Duração: 50 min / Classificação: Livre

Ditos e malditos: desejos de clausura
Dia 19, às 21h30min – Teatro Museu do Trabalho
O novo processo de pesquisa e criação da Terpsí Teatro de Dança refere-se às inquietudes sobre o amor, solidão, poder e morte que perpassam as obras de escritores e artistas considerados malditos, como Jarry (Ubu Rei), Beckett (A Cadeira de Balanço) Alan Poe (O Corvo), e Caio Fernando Abreu, entre outros. Direção e concepção: Carlota Albuquerque
Duração: 1h / Classificação: 12 anos

Hotel fuck – num dia quente a maionese pode te matar
Dia 10, às 18h – Teatro Renascença
O que acontece quando um grupo de atores resolve fazer do cinema teatro, em um cenário que se configura em sets montados em tempo real? E se também o público tiver acesso às gravações das cenas internas e externas? Texto: Diones Camargo / Direção: Jezebel De Carli
Duração: 5h (2 intervalos de 15min e 1 intervalo de 30min) /Classificação: 14 anos

Hybris
Dia 12, às 20h – Hipódromo do Cristal
O novo espetáculo do grupo Falos & Stercus é uma ponte entre o trágico e o contemporâneo. Nele, as paredes se movem em torno do público para imergi-lo no universo fantástico de personagens emparedados num tempo de desmedidas e questionamentos sobre uma civilização que colocou em risco sua própria existência. Texto e Direção: Marcelo Restori
/ Duração: 1h10min / Classificação: 16 anos

Wonderland – e o que M. Jackson encontrou por lá
Dia 15, às 20h – Usina do Gasômetro
Recheado de referências pop, a montagem dirigida por Daniel Colin utiliza a vida e obra do “Rei do Pop” Michael Jackson para apresentar um espetáculo visualmente impactante, com músicas cantadas ao vivo pelo elenco. Texto: Felipe Vieira de Galisteo e Daniel Colin / Direção Geral: Daniel Colin
Duração: 2h40min (intervalo de 10min) / Classificação: 16 anos

5 tempos para a morte
Dia 17, às 22h – Teatro de Câmara Túlio Piva
Nesse novo trabalho da UTA (Usina do Trabalho do Ator), o tema central é a inevitável e fundamental questão da morte, não apenas como fim, mas também como começo, tempo e viagem. Texto: Criação coletiva / Direção: Gilberto Icle
Duração: 1h25min / Classificação: Livre

9 mentiras sobre a verdade
Dia 16, às 22h – Teatro de Câmara Túlio Piva
O novo trabalho da Cia. Teatro Líquido aborda o tema da identidade, da dificuldade de reconhecer a si próprio em meio às tendências do mundo hipermoderno, globalizante e virtualizado. Texto: Diones Camargo, Direção: Gilson Vargas
Duração: 1h / Classificação: Livre

Mônicas – RS/PE
Atração de encerramento / Entrega Troféu Braskem
Dia 26, às 21h – Teatro do Bourbon Country
O show de encerramento do festival reunirá duas cantoras que, até então, viviam em cidades muito distantes uma da outra, Recife e Porto Alegre Monica Feijó, e Monica Tomasi

TEATRO DE RUA / DESCENTRALIZAÇÃO
A cãofusão, uma aventura legal pra cachorro
Dia 22, às 15:30 – CESMAR – Região 6 – Nordeste
comédia musical infantil que envolve alguns dos mais renomados artistas gaúchos, Texto: Marcelo Adams / Direção: Lúcia Bendati
Duração: 1h10min / Classificação: Livre

A lição
Dia 20, às 18h – Teatro de Arena – Região 16 – Centro
Um das montgens mais polêmicas de 2010, A Lição, do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, mostra com humor e suspense a relação entre um professor e sua aluna com dificuldade de aprendizagem. Direção: Margarida Leoni Peixoto
Duração: 1h20min / Classificação: 16 anos

A milímetros de mercúrio
Dia 16, às 19:30 – EMEF Alberto Pasqualini – Região 8 – Restinga
Metáfora, nonsense e poesia se articulam em cenas que chegam muito perto, onde os personagens são funcionários da Soneide, uma empresa de telemarketing que vende sonhos, tendo eles também sonhos de aspirações artísticas. Uma divertida crítica poética da sociedade moderna através de uma linguagem alegórica e absurda. Texto e direção: Julio Conte
Duração: 1h15min / Classificação: 16 anos

Bach concerto para crianças
Dia 9, às 16h – Escola Antão de Farias – Região 3 – Leste
A montagem dirigida por Raquel Grabauska reúne obras conhecidas do célebre compositor alemão, misturando música e teatro. Roteiro: Raquel Grabauska e Roger Wiest. Direção: Raquel Grabauska Duração: 45min / Classificação: Livre

História da tigresa
Dia 14, às 19:30 – EMEF Vereador Martim Aranha – Região 10 – Cruzeiro
Dia 15, às 19:30 – EMEF Professor Anísio Teixeira – Região 15 – Sul
Homérica história de um soldado chinês que, por motivos alheios, se separa de sua tropa. Ao buscar abrigo numa gruta, morada de uma tigresa e seus filhotes, começa uma relação nada comum entre um homem e um animal. Texto: Dario Fo. Tradução: Bruna Immich. Direção: Arlete Cunha
Duração: 1h / Classificação: 12 anos

Histórias de uma mala só
Dia 06, às 15h – EMEB Liberato Salzano Vieira da Cunha – Região 5 – Norte
Dia 13, às 15h – EMEF Presidente Vargas – Região 14 – Eixo-Baltazar
Uma viajante/narradora com “uma mala só” percorre vários lugares, onde só a imaginação pode nos levar. Dramaturgia, atuação e produção: Elisa Lucas. Direção, trilha sonora, iluminação e produção: Vinicius Petry.
Duração: 50min / Classificação: Livre (Recomendado para crianças de 0 a 10 anos.)

Hybris
Dia 11, às 20h – Hipódromo do Cristal – Região 11 – Cristal

Isaias in tese
Dia 10, ÀS 19h – Ilha Grande dos Marinheiros – Região 17 – Ilhas
Dia 17, às 17h – Centro Cultural Lomba do Pinheiro – Região 4 – Lomba do Pinheiro
Isaías, o bufão narrador, irônico, acusador e simpático, defende sua tese sobre migração. Dramaturgia: Francisco de los Santos e Roberto Oliveira / Direção: Roberto Oliveira
Duração: 55min / Classificação: 14 anos

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas
Dia 07, às 20h – SEST/SENAT – Região 1 – Humaitá/Navegantes
Dia 08, às 19:30 – ULBRA Concórdia – Região 2 – Noroeste

O mapa_Cristóvão 400
Dia 20, às 21h – Tepa – Região 16 – Centro
O espetáculo tem como mote a apropriação de um prédio histórico e a ocupação total de seu espaço. Usando como ponto de partida o livro O céu que nos protege, de Paul Bowles, a história do casal Kit e Port é contada de maneira fragmentada. Dramaturgia: Diones Camargo e Tatiana Vinhais / Direção: Tatiana Vinhais
Duração: 1h30min / Classificação: 14 anos

Pessoas III – as memórias
Dia 18, às 20h – SABEM Belém Novo – Região 13 – Extremo Sul
Terceira parte da trilogia “Pessoas”, em continuidade ao trabalho acerca da obra de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Direção e coreografia: Ivan
Duração: 50min / Classificação: 12 anos

Sua Incelença, Ricardo III
Dias 23, 24 e 25, às 18:30 – Recanto Europeu – Parque Farroupilha – Região 16 – Centro

Tablao
Dia 12, às 19:30 – EMEF Vila Montecristo – Região 12 – Centro-Sul
A força da dança e da música, “baile, cante e guitarra”, tríade que forma a identidade flamenca, são a base do espetáculo. Direção e concepção: Cia de Flamenco ‘Del Puerto’ / Direção musical e Guitarra Flamenca: Giovani Capeletti
Duração: 1h15min / Classificação: Livre

Tartufo
Dia 19, às 19:30 – Escola Municipal Emílio Meyer – Região 9 – Glória
Dia 21, às 20h – Salão Paroquial da Igreja São José do Murialdo – Região 7 – Partenon
Tartufo é uma das comédias mais famosas da língua francesa de todos os tempos. A peça aborda de maneira cômica as relações humanas que envolvem aqueles que utilizam a fé para adquirirem o poder e a ascensão social.
Texto: Molière / Direção: Gilberto Fonseca
Duração: 1h / Classificação: 14 anos

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Robert Wilson em Porto Alegre

Robert Wilson assina a direção e atua na peça de Beckett

O Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas chega à maioridade. E em setembro a capital gaúcha se transforma num verdadeiro paraíso para os amantes das artes.

A programação é extensa e ocupa muitos espaços entre os dias 6 e 27 de setembro. É quase um mês inteiro de apresentações de peças teatrais, show musicais, espetáculos de dança. A diversidade é um reflexo da coerência estética do curador Luciano Alabarse.

Ano passado assisti no Poa em Cena o espetáculo Dias felizes, com direção de Bob Wilson e atuação de Adriana Asti. Dias felizes é uma das principais peças do irlandês Samuel Beckett. Fernanda Montenegro, que já havia feito a peça na década de 1970, traduzida Oh! Que belos dias, ao lado de Sadi Cabral, voltou a interpretar Winnie na década de 1990, ao lado do marido, Fernando Torres. E tenho impressão que a peça foi apresentada no Teatro de Santa Isabel, no Recife.

Bem, além da peça com Asti, Bob Wilson também mandou para Porto Alegre sua exposição Video Portraits, videorretratos curiosos de Brad Pitt, Johnny Depp, Isabelle Huppert, Norman Fleming, Black Panther, Isabella Rosellini, Mikhail Baryshnikov, Robin Wright Penn, Jeanne Moureau, Steve Buscemi, Gao Xingjian, Lucinda Childs, Dita Von Teese, Zhang Huan, William Pope L e Mariane Faithfull. Numa junção de fotografia, filme, literatura e som, com uma linguagem de movimentos mínimos e gestos coreografados.

Wilson é uma das principais atrações do festival gaúcho

Mas neste ano é o próprio Wilson quem comparece com um dos mais conhecidos textos de Samuel Beckett, Krapp’s last tape, numa coprodução Itália/Eua. As sessões estão marcadas para os dias 23 e 24 às 21h; e 25 às 18h, no Theatro São Pedro. Robert Wilson é ator e diretor do solo. O protagonista mantém uma conversação com o seu passado através de uma gravação que fez 30 anos antes. Já velho, no dia do seu aniversário, ele prepara uma nova gravação e se depara com o passado, talvez feliz. E já com outras qualidades – azedo e irônico e às vezes engraçado, ele não se reconhece naquela voz de juventude.

“Eu sempre senti uma afinidade com o mundo de Beckett. De certa forma, é muito próximo ao meu trabalho. Mas agora, depois de 35 anos, decidi enfrentar o desafio e fazê-lo”, escreveu o multiartista no programa do 50st International Theatre Festival MESS, Sarajevo, Bosna i Hercegovina.

“Quando eu dirijo um trabalho, eu crio uma estrutura no tempo. Finalmente, quando todos os elementos visuais estão no lugar, eu crio uma estrutura para os artistas preencherem. Se a estrutura é sólida, então se pode estar livre nele. Aqui, na sua maior parte, a estrutura é dada, e eu devo encontrar a minha liberdade dentro da estrutura de Beckett. Tudo está escrito.”

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