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Semana Hermilo apresenta sete espetáculos

Espetáculo O Estopim Dourado, Foto: Ivana Moura.

O espetáculo O Estopim Dourado, encenado pelas atrizes pernambucanas Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo, propõe uma releitura crítica e feminina do texto João Sem Terra de Hermilo Borba Filho. Baseando-se no conceito de Corpo-território, inspirado nos estudos de Sandra Benites (Guarani Nhandeva), a peça transpõe a narrativa masculina da obra original para uma perspectiva feminina, explorando a relação íntima entre as mulheres e a terra. O

A peça combina diferentes linguagens teatrais, como o uso de máscaras, mamulengo, corporeidade e música ao vivo, dialogando com a cultura indígena e a cosmologia Guarani, associada à Terra e à natureza. Esta produção faz parte da programação da Semana Hermilo, um evento que celebra a vida e obra de um dos maiores expoentes da dramaturgia nordestina.

A Semana Hermilo, que acontece de 6 a 14 de julho no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife Antigo, é uma homenagem ao legado de Hermilo Borba Filho. Dramaturgo, encenador, professor, crítico e ensaísta, Hermilo foi fundamental para a cultura nordestina. Sua obra, marcada pelo realismo fantástico, bebe na fonte das tradições populares e do imaginário coletivo do Nordeste brasileiro.

Através de suas peças, Hermilo buscava retratar a vida e os dilemas do homem nordestino, utilizando elementos como o cordel, o bumba-meu-boi e o mamulengo para criar uma linguagem teatral singular.

História de um Pano de Roda, com Bóris Trindade Júnior (Borica) e André Ramos. Foto: Divulgação

A programação da Semana Hermilo inclui outros espetáculos. No domingo, 7 de julho, a Cia. Brincantes de Circo apresenta História de um Pano de Roda, um espetáculo documental que narra a relação entre um velho palhaço e seu jovem aprendiz em um circo de lona furada nos rincões de Pernambuco. A peça destaca a transmissão de conhecimentos e a paixão pela arte circense, enquanto denuncia as condições precárias e a marginalização enfrentadas pelos artistas de circo. A peça é costurada com depoimentos de artistas circenses, expondo os bastidores de sua luta contra o preconceito, o descaso e a exploração. No elenco estão André Ramos e Bóris Trindade Júnior (Borica). E a direção é assinada por Ceronha Pontes.

Na segunda-feira, Marcondes Lima, do Mão Molenga Teatro de Bonecos, traz Babau, Pancadaria e Morte ou Com Quantos Paus se Faz uma Canoa para o Além. Na quarta-feira, João Lira apresenta Terreiro Trajetória, enquanto na sexta-feira, Claudio Lira e a Luz Criativa encenam Noite. No sábado, a Subitus Company da UFPE apresenta Matilda, dirigida por Neves da Senna.

Encerrando a semana, no domingo, 14 de julho, a Cênicas Cia de Repertório apresenta Baba Yaga, primeiro solo da atriz Sônia Carvalho. Com texto de Álcio Lins e direção de Antônio Rodrigues, o trabalho traz à cena a trajetória da terrível bruxa eslava homônima. Ambientado em sua cabana, o monólogo coloca o público como confidente da bruxa enquanto ela busca por seu filho, Olaf, explorando a dualidade entre amor e ódio, culpa e desejo de posse.

A Semana Hermilo é promovida pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Todos os eventos acontecem no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife Antigo, com entrada gratuita.

Sônia Carvalho em Baba Yaga. Foto Divulgação

Programação da Semana Hermilo:

  • Dia 6 (sábado): 19h15: Abertura da exposição Luiz Marinho, um resgate do autor que veio da mata. 20h: Espetáculo O Estopim Dourado
  • Dia 7 (domingo): 19h: História de um Pano de Roda
  • Dia 8 (segunda-feira): 19h: Babau, Pancadaria e Morte ou Com Quantos Paus se Faz uma Canoa para o Além
  • Dia 10 (quarta-feira): 16h e 19h: Terreiro Trajetória
  • Dia 12 (sexta-feira): 20h: Noite
  • Dia 13 (sábado): 19h: Matilda
  • Dia 14 (domingo): 19h: Baba Yaga

 

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Grupos que mantêm sedes e atividades de formação sem perspectiva de apoio

Fiandeiros possui Escola há dez anos

Enquanto os trabalhadores da cultura de todo o país aguardam a votação da Lei de Emergência Cultural, os dias vão passando. Para os grupos e coletivos de artes cênicas pernambucanos, as incertezas e inseguranças são potencializadas pela falta de ação também nos âmbitos estadual e municipal. O cenário é de preocupação – com a subsistência desses trabalhadores e com a manutenção dos espaços físicos.

O Poste Soluções Luminosas, grupo de teatro negro, possui um espaço cultural desde 2014, no térreo do prédio na Rua da Aurora, esquina com a rua Princesa Isabel, no bairro da Boa Vista. Neste primeiro semestre, finalizaríamos a segunda fase do projeto Música no Espaço O Poste e começaríamos a terceira edição do projeto Escola O Poste de Antropologia Teatral.  Tivemos que suspender toda a agenda de shows, assim como a continuidade dos processos que envolvem a produção da Escola”, explica Naná Sodré, atriz, diretora e produtora do grupo. “Sim, há risco de fechamento, pois quando ocorre a interrupção dessas atividades que são fundamentais para a manutenção, não temos como prosseguir”, avalia.

A Cênicas Companhia de Repertório inaugurou o Espaço Cênicas em 2010, no segundo andar de um prédio na Rua Vigário Tenório, no Recife Antigo. “Quem possui um espaço cultural sem patrocínio público ou privado neste país convive permanentemente com o risco de fechamento. Agora, com o agravamento desta pandemia, esse risco se torna ainda mais iminente. A nossa receita caiu praticamente mais de 80%. Só temos uma turma de alunos ativa e as despesas mensais continuam. Nossa receita vem dos cursos e atividades artísticas do espaço e a nossa reserva financeira já está no limite”, explica Antônio Rodrigues, diretor do grupo.

Diante da fragilidade das políticas públicas – o que nunca foi novidade para a classe artística, mas se acentuou com a pandemia -, os enredos são bem parecidos. O grupo Fiandeiros se preparava para comemorar os 10 anos da Escola Fiandeiros, que funciona no prédio na Rua da Matriz, na Boa Vista, e serve também como sede e espaço cultural. “Os impactos já são enormes. O Espaço é nossa principal fonte de arrecadação e, ao mesmo tempo, a nossa principal fonte de despesas. Interrompemos abruptamente a arrecadação, mas as despesas continuaram as mesmas mesmo com ele fechado. Nosso sustento enquanto grupo e, principalmente, enquanto Espaço, depende da renda que vem dos cursos, dos espetáculos e das atividades que geramos nele. A outra fonte de receitas, que viria da venda de espetáculos, temporadas, e tudo mais, está completamente parada. Estamos, ao final desses dois meses, tentando administrar um cronograma financeiro com muito esforço, vindo das ações remotas, que possa ao menos permitir a subsistência do Espaço pelo tempo que der”, avalia Daniela Travassos, atriz e diretora do grupo Fiandeiros.

Os Espaços O Poste Soluções Luminosas, Cênicas e Fiandeiros possuem uma característica significativa em comum: os três também são locais para formação e atividades pedagógicas. No caso da Cênicas e da Fiandeiros, algumas turmas prosseguiram no formato online. “A Turma do Curso de Teatro Cênicas Cia 2020 estava praticamente fechada, deveria ter iniciado no final de março, porém com a quarentena instalada, as aulas foram adiadas por tempo indeterminado, juntamente com o Curso Dramaturgia do Ator. Atualmente, estamos com uma única turma de teatro ativa, que já tinha iniciado as aulas em 2019. O Curso de Iniciação Musical para o Teatro está acontecendo com aulas online, duas vezes por semana, com duração de três horas diárias”, conta Rodrigues.

Aula virtual da Cênicas Cia de Repertório

Na Escola Fiandeiros, quatro turmas estão com aulas pela internet. “Adaptamos todos os planejamentos, revimos conteúdos para serem repassados remotamente e estamos, aos poucos, inserindo a corporalidade, o treinamento vocal e o exercício da interpretação experimentado à distância. Estamos nos surpreendendo com o resultado e com o envolvimento dos alunos, embora saibamos que falta o essencial, que é a presença. Mas, talvez, a realidade imposta e a necessidade da troca estejam aquecendo essa relação que acreditamos que fosse ser fria a princípio. Perdas existem. Teatro é coletividade, é troca, é presença. Mas também é reinvenção. É adaptação aos momentos e às tecnologias existentes”, avalia Daniela Travassos.

No Poste, ainda estão abertas as inscrições para a Escola de Antropologia Teatral. As aulas desta terceira turma do programa, que tem como incentivadores Eugenio Barba e Julia Varley, deveriam ter começado no dia 2 de abril. O grupo aderiu às lives para a divulgação da campanha “Apoie o Espaço O Poste, não deixe fechar!”, que está com link no Catarse.

Eugenio Barba e Julia Varley, em visita ao Espaço O Poste

Cênicas e Fiandeiros ainda não fizeram campanhas de arrecadação, mas não excluem a ideia. Afinal, não há nenhuma expectativa para um suporte governamental, seja para artistas, grupos ou espaços. Para Daniela Travassos, “quando não há uma política estruturada para uma classe, fica difícil até atuar em cenários de urgência. Agora, o que tem são alguns artistas aguerridos lutando e falando por uma classe inteira, tentando achar uma maneira de dividir migalhas entre todos, porque o governo até agora acha que manter os editais já é o suficiente. Nós seguimos fazendo o que podemos: contribuindo para as discussões, inscrevendo em todos os editais possíveis, investindo grana pessoal, trabalhando em prol do nosso Espaço, que é da cidade e das pessoas, investindo na formação e tentando manter as ações que podemos”.

Para saber mais sobre as ações dos grupos, siga os espaços e companhias na rede:

@oposteoficial

@fiandeirosdeteatro

@espacocenicas | @cenicascia

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Pequenos Grandes Trabalhos da Cênicas

Negrinha. Foto: Toni Rodrigues

As cenas duram de 5 a 15 minutos e foram criadas durante o Curso Dramaturgia do Ator 2015, da Cênicas Cia de Repertório e do Espaço Cênicas em comemoração aos 15 anos do grupo. A 3ª Mostra Pequenos Grandes Trabalhos será apresentada neste sábado, 9 de julho, às 20h, no Espaço Cênicas. Serão exibidas as performances A Mulher Mais Bonita da Cidade, O Dia que Júpiter Encontrou Saturno, Decote, Negrinha e Pequeno Monstro. Todas dirigidas por Antônio Rodrigues.

A Mulher Mais Linda da Cidade, adaptado do texto de Charles Bukowski, tem Emília Marques e Waggner Lima no elenco. É uma viagem pelo universo­ infernal­ e onírico do velho Buk. A história de Cass, uma bela mestiça que viveu a adolescência em um convento, é uma prosa ríspida e lírica, carregada de excitação frenética, da insanidade corrosiva das noites de Los Angeles. Os personagens desvalidos de Buk, esses perdedores se movem num mundo perverso, onde o sonho americano é reduzido a trapos.

Brunna Martins e José Miranda Neto estão no trabalho O dia que Júpiter encontrou Saturno, de Caio Fernando Abreu.  Entre diálogos alucinantes e pensamentos incoerentes, um casal divaga sobre coisas supostamente insignificantes, sem chegar a lugar algum.

Também de Abreu,  o conto Pequeno monstro, é defendido por Igor Cavalcanti Moura. Do livro Os dragões não conhecem o paraíso, a narrativa toca em pontos nevrálgicos da vida de um jovem, em sua fase de transformação. “Os adolescentes costumam reagir de variadas maneiras ao batismo inesperado dado pelo corpo. Há os que ficam agressivos ou deprimidos, outros não conseguem controlar a desafinação da voz”. O conflito ganha proporções inesperadas com a incompreensão dos pais.

Nara Esteves Guimarães, Rafael Victor, Simone Pereira e Sônia Carvalho participam da cena Decote de Nelson Rodrigues.  Clara, uma mulher extremamente bela , era muito apaixonada pelo marido. Mas se desiludiu com o casamento, porque não recebia de Aderbal o cuidado ansiado. Virou uma mãe displicente, uma mulher frívola que frequentava festas exibindo seus vestidos, seus decotes, seus ombros nus. Ela sente desejos por outros homens.

Negrinha, de Monteiro Lobato tem atuação de Dani Medeiros e Surete Martins. A narrativa está impregnada de uma carga emocional forte. “Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos…”

SERVIÇO

3° Mostra Pequenos Grandes Trabalhos
QUANDO: 9 de Julho – Sábado 20h
ONDE: Espaço Cênicas Rua Marques de Olinda,199 – segundo andar.
Bairro do recife antigo – entrada pela Vigário Tenório.
QUANTO: R$ 10,00 PREÇO ÚNICO (meia para todos)
Produção Local: 81 99609-3838
Capacidade 80 lugares

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Cênicas festeja 15 anos

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Para alguns, fazer teatro é uma opção de vida. A Cênicas Cia. de Repertório segue essa pulsão há 15 anos.  Na sede que mantém no bairro do Recife atua em atividades contínuas de criação, formação e difusão das artes. O núcleo duro do grupo formado por Antônio Rodrigues, Monique Nascimento, Raul Elvis, Rogério Wanderley, Sônia Carvalho, Manu Costa e os estagiários Alcio Lins, Gustavo Patriota organizam uma festa para convidados neste sábado no espaço da trupe. E com isso abrem a temporada comemorativa, que consta de apresentações de esquetes, temporadas de espetáculos do repertório e estreia do novo trabalho, prevista para o ano que vem.

Um Gesto Por Outro; Que Muito Amou; Pinóquio e suas Desventuras; Pluft o Fantasminha, Era Uma Vez Um Rio, A Filha do Teatro e Salmo 91 fazem parte do acervo do grupo.

A maior parte da trupe fundadora da Cênicas veio de Garanhuns, agreste de Pernambuco. O desejo de pesquisar a linguagem da cena com ênfase no trabalho do ator ligava essa turma.  A primeira montagem foi Um Gesto por Outro do dramaturgo francês Jean Tardieu., Teatro do Absurdo. A jovem companhia identificada com a crítica às convenções, regras de etiquetas, enfim às hipocrisias da sociedade estreou em Garanhuns em 2001. Na VIII Mostra de Artes Cênicas de Garanhuns ficou em segundo lugar e conquistou os prêmios de melhor atriz (Duvennie Pessoa), figurino, maquiagem, cenário, coreografia. E fez uma temporada no Recife, no Teatro Joaquim Cardozo em 2002.

A ousadia da juventude motivou o grupo a se aventurar no Festival de Curitiba, onde apresentou Um gesto por outro no Fringe.

Os prêmios da IX Mostra de Artes Cênicas para a montagem Transe (2002) de Ronald Radde, serviram de incentivo.  O grupo arrebatou os troféus de Melhor espetáculo, atriz (Duvennie Pessoa), ator revelação (Edjalma Freitas), figurino, maquiagem iluminação e coreografia. No ano seguinte fez uma temporada no Recife, desta vez no Teatro Arraial em 2003.

Depois de Apaga a Luz (2003), do autor gaúcho Ronald Radde, o grupo investiu em Caio Fernando Abreu na montagem Que Muito Amou (2004). Foram selecionados três contos do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso: Sapatinhos Vermelhos, Praiazinha e Dama da Noite.

A linguagem dos quadrinhos e dos desenhos animados – dos HQ em preto e branco até os mangás japoneses – foi a base do espetáculo NEUROSES a comédia (2006), que marcou os cinco anos da companhia.

Com o prêmio do Concurso Especial de Montagem Jean Genet – FUNDARPE, o grupo montou As Criadas (2006) de Jean Genet, que teve como diretores convidados  a dupla Marcondes Lima e Kleber Lourenço.

Pinóquio e suas Desventuras (2008) foi o primeiro infantil da companhia. O segundo espetáculo para infância foi Pluft o Fantasminha (2011)  de Maria Clara Machado.

O Prêmio Myrian Muniz de Teatro possibilitou a encenação de Senhora dos Afogados (2010), do dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues, com direção de Érico José. Por sua atuação na peça, Bruna Castiel recebeu o prêmio de atriz revelação do Janeiro de Grandes Espetáculos 2011.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Os espetáculos mais recentes são A Filha do Teatro (2013) de Luís Reis; o infantil Era uma vez um rio (2014), texto de Lavínia Pannunzio baseado em obra de Martha Pannunzio, e  Salmo 91 (2015), texto de Dib Carneiro Neto baseado na obra Carandiru de Dráuzio Varela.

PROGRAMAÇÃO 15 ANOS CÊNICAS CIA DE REPERTORIO / 2016

Festa de 15 anos
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas
* Entrada exclusiva para convidados

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com ex-alunos do curso Dramaturgia do ator
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas

3° temporada do espetáculo Salmo 91
Estreia: 27/08 até 25/09/2016, aos sábados, às 20h; e aos domingos, às 18h, no Espaço Cênicas

Temporada de Pinóquio e suas desventuras
Estreia: 08 até 29/10/2016, aos domingos, às 16h, no Teatro Eva Herz – Shopping RioMar

Projeto Cênicas em Cena – Série de solos com integrantes do grupo

Pedaços de Iracema – Com a atriz Sônia Carvalho
Estreia: 08 até 29 de outubro de 2016, aos sábados, às 20h, no Espaço Cênicas

Baba Yaga – Com o ator Álcio Lins
Estreia: 05 a 26 de novembro de 2016, aos sábados, às 29h, no Espaço Cênicas

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com alunos da turma 2016 do curso Dramaturgia do ator
Dia: 17 e 18/12/2016, às 20h, no Espaço Cênicas

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As encrencas de um mentiroso

A atriz Isabela Leão em cena no espetáculo Pinóquio e suas desventuras. Foto: Sayonara Freire

Conhecemos a trajetória de Pinóquio, o insolente boneco de madeira, da fábula de Carlo Collodi, escrita e publicada no final do século 19. Toda vez que mentia via crescer, de forma incontrolável, o próprio nariz. Há muitas possibilidades de leitura para o conto. E isso demonstra a riqueza dessa narrativa. O grupo de teatro Cênicas Companhia de Repertório, dá pistas de suas opções a partir do título da versão Pinóquio e suas Desventuras, em que elenca os percalços enfrentados pelo protagonista. O espetáculo faz curta temporada, com novo elenco, neste domingo (17) e no próximo, 24 de abril, às 17h, no Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu. A música é executada ao vivo pelos atores e por três músicos, utilizando instrumentos musicais e brinquedos.

A trupe quer destacar dicotomias pontuadas do texto para propor uma reflexão. Inocência versus crueldade inconsciente, juras e descumprimentos, deslizes, chantagens e manipulações. A montagem de Antônio Rodrigues sublinhar alguns episódios – que vez por são omitidos  nas cenas -, como a morte da menina Azul, que sempre aparecia para socorrer Pinóquio nos momentos complicados; a prisão de Gepetto, o carpinteiro que criou a marionete e a fome do personagem principal.

Os prazeres e diversões de Pinóquio o afastavam do caminho da escola. O que essas figuras “pré-digitais” tem a nos dizer sobre a educação das crianças ou a relação de autoridade? Para encenar esse conto de fadas e preservar o caráter onírico do original, a trupe vai buscar nas HQs (histórias em quadrinhos) e desenhos animados, na metateatralidade e no teatro de bonecos os elementos para criar esse universo mágico. O resultado também depende do calibre moralista entalhado na encenação.

Ficha Técnica
Texto: Pinóquio e Suas Desventuras
Autor: Antônio Rodrigues – Livremente inspirado na obra de Carlo Collodi.
Direção: Antônio Rodrigues
Elenco: Raul Elvis, Sônia Carvalho, Rogério Wanderley, Antônio Rodrigues, Ana Souza, Gysele Brasiliano, Pablo Souza e Isabela Leão.
Direção musical: Demétrio Rangel
Músicos: Luciano Brito, Ivanise Santana e Monique Nascimento
Cenografia e Figurinos: Luciano Pontes
Iluminação: Luciana Raposo
Operação de Luz: Nardônio Almeida
Adereços: Altino Francisco
Bordados: Sônia Carvalho
Maquiagem: Marcondes Lima
Execução de figurino: Maria Lima e Madalena do Vale
Projeto Gráfico: Alexandre Siqueira
Cenotécnico: Mário Almeida
Produção Executiva: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Contrarregra: Manu Costa e Álcio Lins
Realização: Cênicas Cia de Repertório

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