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Expedição de palhaços

Ana Nogueira é convidada especial no Cabaré de Quinta. Foto: Sayonara Freire.

Ana Nogueira é convidada especial no Cabaré de Quinta. Foto: Daniela Nader / Divulgação

Sabemos que esses tempos estão difíceis. A política no Brasil, o Fora Temer que ainda não se concretizou, a ameaça Trump constante. Mas precisamos de combustível para seguir em frente. Um dos melhores e mais eficientes é a alegria. Uma boa gargalhada tem efeitos milagrosos sobre desarranjos gerais em qualquer pessoa. Duvida? Então o desafio está feito. Hoje (18/05), Caravana de Palhaços apresenta o seu Cabaré de Quinta, no Bar do Mamulengo. A noite de Palhaçaria voltada para o público adulto reúne um bando de figuras engraçadas, perspicazes, provocadoras. Gambiarra (Dú Yândi), Gertrudes (Márcia Cruz), Boris Trindade Júnior (Tapioca), Marimbondo (Johann Brehmer), Meia (Anaíra Mahin), Silpatia (Silvia Rangel), Uruba (Fabiana Pirro), Vareta (Natália Lua) e a convidada Dona Pequena (Ana Nogueira). A palhaça Gertrudes assume a função de mestre de cerimônias. A noite segue depois dos números com o comando da DJ Suca (Suenne Sotero).

Nesta noite destinada para o riso, a política não poderia estar de fora. “A gente não é palhaço partidário; mas num dia como hoje, tudo se volta para a política. Esse povo quer fazer a gente de bobo”, pontua Fabiana Pirro. “Tudo deságua na política. Nossa indignação, a vontade gritar… Cabaré de Quinta é um ato político, pois nosso trabalho é na força e na vontade”, acredita. “Mas também tem uma picardia, tem um fogo de cabaré adulto dentro de um bar”, acrescenta Pirro.

Cada palhaço vai apresentar seus números, pois como afirmam os organizadores, não se trata de um espetáculo, mas cenas de palhaço em constante experimentação, números inacabados e reconstruídos a cada nova apresentação com púbico.

Participantes da primeira versão do Cabaré de Quinta. Montagem sobre fotos de Lana Pinho e Sayonara Freire

Participantes da primeira versão do Cabaré de Quinta. Montagem sobre fotos de Lana Pinho e Sayonara Freire

Esse conglomerado de palhaçaria começou com a Caravana de Palhaços (SP/PE) – projeto da Cia. Circo Caravana Tapioca de Giulia Cooper e Anderson Machado, com apoio do Funcultura/Fundarpe  – direcionada para o aperfeiçoamento de circenses e atores com experiência na área. Dividido em módulos, o programa trouxe no ano passado artistas tarimbados do setor para as oficinas. Muitas coisas ficaram desse programa, inclusive a instigação para o intercâmbio, compartilhamento. E principalmente a criação de números circenses voltados para o mercado, o que garante a sustentabilidade de cada artista – para passar o chapéu e saber que suas criações são verdadeiros tesouros.

O coletivo de 15 palhaços faz apresentações em praças, eventos fechados, salas de teatro e espaços culturais. Nessa peleja com o público, os repertórios dos mais diversos naipes são enriquecidos e aplicados nas diversas dramaturgias e espaços. Borica e Márcia Cruz têm várias criações. Dú Yândi leva a experiência do trabalho em sinais de trânsito. Cada um tem a sua característica.

Fabiana Pirro, por exemplo, conta que sua Uruba é selvagem em todos sentidos. “Ela é o que eu queria ser: ingênua e braba e doce. E vai fazer um número com seu bichinho de estimação, mas é surpresa”.

Dona Pequena, a palhaça de Ana Nogueira, exibe o solo Rolamentos, que ela inventou em 2010 e a cada sessão exibe um dado novo. “Estou investigando as possibilidades desse número. Depende da plateia. Espero que hoje, com essa euforia que estamos vivendo desde ontem, tenhamos novidades com os rolamentos de Dona Pequena”

Ficha Técnica

Cabaré de Quinta, com a Caravana de Palhaços
Elenco:
Anaíra Mahin (Meia)
Boris Trindade Jr° (Tapioca)
Dú Yând (Gambiarra)
Fabiana Pirro (Uruba)
Johann Brehmen (Maribondo)
Márcia Cruz (Gertrudes)
Silvia Rangel (Silpatia)
Wagner Montenegro (apoio)
Suenne Sotero (som)

Convidadas:
Ana Nogueira (Dona Pequena)
DJ Suca (Suenne Sotero)

Serviço

Cabaré de Quinta, com a DJ SUCA
Onde: Bar do Mamulengo – (Praça do Arsenal)
Quando: Quinta, 18 maio, 20h
Quanto: R$ 20 e R$ 10

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Em nome do circo popular

A história flui por entre números de mágica, ventriloquismo, malabarismo e clowneria. Foto: Roberto D’Angelo

Espetáculo Il Trasporto Umano, com D’angelo Fabiano e Anaíra Mahin. Fotos: Roberto D’Angelo

Essa ideia de fugir com o circo já alimentou a fantasia de muita gente, encantada com a atmosfera onírica de malabarismo, magia e outros números arrebatadores, que hipnotiza o público e o projeta para o centro da cena. É verdade que o circo tradicional perdeu espaço no mundo contemporâneo, mas não o seu encanto. Imaginação, exercício de liberdade e desejo de ultrapassar limites são movimentos incentivados pelo projeto Il Trasporto Umano nas Pegadas do Circo Popular. Desenvolvido pela companhia ítalo-brasileira, Il Bianconiglio – Circo Teatro, radicada no Recife, a proposta promove ações pedagógicas, de valorização da arte circense e apresentação do espetáculo Il Trasporto Umano. As próximas apresentações no Recife terão acessibilidade (Libras e audiodescrição) e ocorrem nos dias 22, e 23 de março, às 15h, ambas no Teatro Apolo, com entrada gratuita.

A circulação começou em fevereiro e segue até o final de março e vai somar trabalhos e exibição da peça em seis circos de caráter popular situados nos estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia. São eles: Gran Londres Circus (PE), Circo Bambolê (PE), Circo Alakazam (PE), Colômbia Circus (PE), Circo do Palhaço Biribinha (AL) e Circo Picolino (BA). No total serão doze exibições no interior dessas lonas, duas em cada picadeiro.

Espetáculo Il TRASPORTO UMANO,

A história flui entre números de mágica, ventriloquismo, malabarismo e clowneria.

Alice chega do País das Maravilhas – referência à obra-prima de Lewis Carroll, lançada em 1865 -, e encontra o mago que procura o líquido do Trasporto Umano. O Ilusionista busca conduzir a clown Alice – e o público – ao lugar onde a ilusão ganha aspectos de verdade.

Esses dois estranhos personagens que se esbarram por acaso, alimentam um jogo em que o ilusionista tenta seduzir Alice para conseguir o jornal e quando ele perde, transporta a garota por viagens através da magia. O mago acredita que o jornal talvez seja a chave que abrirá a porta, na elucidação do que seria o “transporte humano”.

O projeto Il Trasporto Umano nas Pegadas do Circo Popular pretende  promover a valorização dos circos parceiros. Para isso, a companhia Il Bianconiglio Circo Teatro contribui com o pagamento de pauta no valor de R$ 2 mil, disponibiliza o valor total da bilheteria arrecadada (exceto quando a entrada no circo já for gratuita) para os circos. E ajuda na visibilidade.

Contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2014, o projeto busca dar apoio financeiro,  pedagógico e de autoestima positiva a esses grupos pequenos, que sofrem com a falta de políticas públicas voltadas para eles.

Também estão na pauta da iniciativa do Il Bianconiglio – Circo Teatro a criação do blog Memória e Contemporaneidade dos Circos Populares, a partir do intercâmbio cultural com as trupes circenses visitadas e a Oficina escola de magia, gratuita para crianças que moram nos arredores dos picadeiros.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 18 e 19 de março (sexta e sábado) – Circo Picolino (BA)

Dias 22 e 23 de março (terça e quarta) – Teatro Apolo
Apresentações gratuitas com acessibilidade de audiodescrição e libras – PE

Dias 28, 29 e 30 – Colômbia Circus (PE)

FICHA TÉCNICA
Espetáculo Il Trasporto Umano.
Realização: Cia. IL BIANCONIGLIO Circo Teatro
Elenco:  D’angelo Fabiano e Anaíra Mahin
Direção: Soraya Silva
Diretor Assistente e Argumento.: D’Angelo Fabiano
Cenário: D’Angelo Fabiano
Figurino: Java Araújo
Iluminação: Jannesson Cabral
Músico: Sueudo Fernandes
Produção: Renata Phaelante e Aracelly Silva
Produção Geral: Espaço Cultural do Déo – Aracelly Silva

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