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Em Pernambuco, FETEAG chega à 33ª edição

 

Zona Franca abre a programação do Festival de Teatro do Agreste. Foto: Renato Mangolin / Divulgação

Zona Franca, vibrante espetáculo da coreógrafa brasileira Alice Ripoll e sua Cia Suave, junta danças urbanas e populares brasileiras com dança contemporânea, teatro e canto. O elenco, composto por bailarinos oriundos das favelas do Rio de Janeiro, leva ao palco as realidades da juventude brasileira em um contexto de desigualdades sociais. Utilizando elementos como balões, confetes e ritmos variados, Zona Franca cria um ambiente festivo que serve de pano de fundo para questões mais profundas. A coreografia incorpora uma ampla gama de estilos, incluindo passinho, danças afro, afrohouse, e danças regionais do Norte e Nordeste do Brasil, como pisadinha e brega funk.

Com  Zona Franca, que convida a uma reflexão sobre identidade, sociedade e o potencial transformador da arte em um contexto global cada vez mais interconectado, o Festival de Teatro do Agreste (FETEAG) abre hoje sua 33ª edição, que ocorre entre 17 a 29 de setembro de 2024, com uma programação diversificada que inclui 20 trabalhos teatrais, performances de dança em Caruaru e no Recife.

A seleção abrange produções de dez estados brasileiros, oferecendo ao público um recorte interessante da cena teatral contemporânea nacional. Com isso, o FETEAG 2024 busca manter seu compromisso com a acessibilidade cultural, disponibilizando todas as atividades gratuitamente e promovendo discussões sobre temas relevantes da atualidade através das artes cênicas.

Este ano, o FETEAG expande seu escopo, incorporando ações formativas e residências artísticas em sua programação. Ao realizar o evento em cidades do interior e na capital pernambucana, o festival contribui para a descentralização das atividades culturais, fortalecendo o papel do Agreste como um polo importante para as artes performáticas no Brasil.

Além de Zona Franca, com sessões nesta terça e quarta (17 e 18/09), no Teatro de Santa Isabel, a Mostra Recife abriga quinta e sexta (19 e 20/09), no Teatro Hermilo Borba Filho, a peça Meu Corpo Está Aqui, da Fábrica de Eventos,  que aborda as experiências afetivas e sexuais de pessoas com deficiência (PCDs). Criada pelas artistas cariocas Julia Spadaccini e Clara Kutner, a produção utiliza depoimentos ficcionalizados baseados em experiências reais para explorar temas como relacionamentos, corpos e desejos de forma aberta e direta, questionando  concepções culturais sobre “normalidade”.

O Velho Relojoeiro e as Voltas do Tempo, da Trupe Motim do Ceará. Foto: Divulgação

Manifesto Transpofágico, com Renata de Cervalho. Foto: Danilo Galvão / Divulgação

A partir do dia 21, o festival se desloca para Caruaru, onde a Mostra Argemiro Pascoal dá início às atividades, tecendo conexões entre as diversas produções que compõem sua programação. O Velho Relojoeiro e as Voltas do Tempo, da Trupe Motim/CE  (21/09), utiliza bonecos gigantes para explorar a passagem do tempo. Esse tema ressoa em Goldfish, de Alexandre Américo/RN, 23/09), onde a metáfora do peixe dourado reflete sobre memória e efemeridade. Essa reflexão sobre temporalidade encontra eco em Sal: Como durar o tempo, de Alexandre Américo e grupo/RN, 28/09), que usa o sal como símbolo de resistência e preservação. Outro diálogo com  essa linha temática se dá com Há uma festa sem começo que não termina com o fim, com  Pavilhão da Magnólia/CE, 29/09), que celebra o tempo e investiga a morte.

Paralelamente, o festival recebe montagens que investem em questões de identidade e corpo como Manifesto Transpofágico, de Renata Carvalho/SP, (21/09), que desafia convenções de gênero. Já Monga, de Jéssica Teixeira/CE, (22/09) explora estereótipos através do mito da mulher gorila. Essa exploração corporal também tem espaço em Chão, da Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão e TORTA/RN,  (24/09), conectando o corpo à terra e à ancestralidade. Esse tema se desdobra em Ancés, de Tieta Macau PI/MA/CE, (27/09), exaltando a herança cultural nordestina.

A jornada de autoconhecimento e confronto interno é aprofundada em Dança Monstro, da Cia dos Pés/AL), (26/09), mergulhando nos monstros internos, e em Violento, de Preto Amparo e grupo/MG, (28/09), que aborda a experiência do jovem negro urbano.

Vamos pra Costa?, do Núcleo da Tribo/BA, 25/09) toca em temas como migração e esperança, enquanto Laborioso Contato – Um palhaço anuncia o fim do mundo, da Trupe Motim/CE, usa o humor para discutir questões existenciais em um cenário apocalíptico.

Marcia Luz em AnTígona – A Retomada. Foto: Divulgação

A Mostra Pernambuco, que celebra o talento de artistas pernambucanos e a riqueza cultural do estado ocorre no Teatro Rui Limeira Rosal e na Praça Coronel João Guilherme em Caruaru, de 22 a 29 de setembro. São oito espetáculos, com releituras de clássicos, como AnTígona – A Retomada de Márcia Luz (23/09) e “Dois Perdidos Numa Noite Suja” do Ágora Núcleo Teatral (25/09).

O Estopim Dourado, de Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo (27/09) trabalha no campo do empoderamento feminino e resistência, utilizando elementos poéticos e visuais, enquando  Ensaio do Agora – Memória em Chamas, de Natali Assunção (26/09), explora a memória e a identidade, refletindo sobre o presente e as possibilidades de futuro..

A diversidade temática e estilística é um ponto marcante da Mostra Pernambuco. Enquanto Senhora do Coletivo Alfazema (24/09) e A Mulher do Fim do Mundo da Cia. Os Bobos da Corte (22/09) se dedicam às experiências e desafios enfrentados pelas mulheres em diferentes contextos, O Velho da Horta do Grupo Mamulengo Só-Riso (28/09) traz o humor e a tradição dos bonecos para o palco.

O infantil Brincando no Escuro, da Maktub Teatro e Outras Invencionices (PE), será apresentado em várias sessões no Teatro João Lyra Filho. A peça conta a história de três crianças – Frida, Ziggy e Pingo – que se encontram para brincar quando ocorre uma falta de energia. Sem acesso a aparelhos eletrônicos, elas são desafiadas a usar a imaginação, resgatando brincadeiras tradicionais.

Ações Formativas

Além das apresentações teatrais, o FETEAG 2024 promove ações formativas. A mesa Diálogos Transversais: Confabulando o Agora Para Mirar no Amanhã, uma iniciativa que promete instigar reflexões sobre o cenário artístico contemporâneo. Esta discussão contará com a palestra da Hblynda Morais, de Pernambuco, e a participação especial de Renata Carvalho, de São Paulo, sob a mediação de Lucimary Passos, também pernambucana.

Além disso, Alexandre Américo, do Rio Grande do Norte, conduzirá uma oficina de montagem do espetáculo Sal: Como durar o tempo, que culminará com os participantes subindo ao palco para apresentar o resultado do trabalho.

Espaços e Ingressos

Os espetáculos em Caruaru serão realizados no Teatro Lycio Neves, Teatro Rui Limeira Rosal, Teatro João Lyra Filho e na Estação Ferroviária. Em Recife, as apresentações ocorrem no Teatro de Santa Isabel e no Teatro Hermilo Borba Filho. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados através da plataforma Sympla, sujeitos à lotação dos espaços.

Patrocínio e Apoio

O FETEAG 2024 conta com o patrocínio da Redecard Itaú e o incentivo da Lei Paulo Gustavo Pernambuco, através do Governo do Estado de Pernambuco e Secretaria de Cultura do Estado, direcionado pelo Ministério da Cultura – Governo Federal. O festival também recebe apoio cultural da Rede Asa Branca e apoio institucional do Consulado Geral da França no Recife, Institut Français, Sesc, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Artes e Comunicação (CAC), Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Secretaria de Cultura do Recife e Prefeitura do Recife.

Serviço

  • Período: 17 a 29 de setembro de 2024
  • Locais: Caruaru (Teatro Lycio Neves, Teatro Rui Limeira Rosal, Teatro João Lyra Filho e Estação Ferroviária) e Recife (Teatro de Santa Isabel e Teatro Hermilo Borba Filho)
  • Ingressos: Gratuitos, com retirada na Sympla (sujeitos à lotação dos espaços)
  • Informações: www.feteag.com.br e @feteag (Instagram)
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Mostra de dança sintoniza com batidas do coração

Balé Teatro Castro Alves abre programação com coreografia inspirada nas batidas do coração.foto: Divulgação

Balé Teatro Castro Alves abre programação no Teatro de Santa Isabel. Foto: Divulgação

Lub Dub, título do espetáculo Balé do Teatro Castro Alves (BTCA), faz referência ao som percussivo das batidas do coração. Nessa montagem, o grupo baiano traça ligações estéticas entre o Ocidente e o Oriente, com coreografia criada pelo dançarino, coreógrafo, compositor e ex-rapper sul-coreano Jae Duk Kim, diretor da Modern Table Dance Company, com sede em Seul. O Balé Teatro Castro Alves abre as apresentações da 14ª edição da Mostra Brasileira de Dança (MBD) no Teatro Santa Isabel, neste sábado (05/08), às 20h e repete a dose no domingo no mesmo horário.

Em movimentos que alternam tração e estremecimento, dinamismo e relaxamento, ritual e contemporâneo, os 10 bailarinos da companhia estatal baiana de 36 anos incorporam uma metáfora da própria vida, do trabalho incessante do bombeamento cardíaco, dos conflitos, da luta e energia transformadora. A percussão tocada ao vivo e assinada pelo próprio Jae Duk Kim comanda a oscilação entre o silêncio absoluto e a vertigem, tração e estremecimento, ações dinâmicas e estados de relaxamento desse corpo de baile.

Antes da apresentação da companhia soteropolitana – a primeira pública de dança do Norte e Nordeste, com mais de 80 montagens em seu repertório – a bailarina Juliana Siqueira lança o livro Sobre as Pontas dos Pés, no hall do Santa Isabel, às 19h. Trata-se de um estudo sobre o uso da sapatilha de ponta, numa articulação de conhecimento de arte, da educação e da saúde.

Coreografia Ecos, de Luciana F. Foto: Ash Tanasiychuk / Divulgação

Coreografia Ecos, de Luciana Freire. Foto: Ash Tanasiychuk / Divulgação

A MBD valoriza a produção da dança de Pernambuco em sua programação, que vai até 12 de agosto em seis equipamentos culturais do Recife. São cinco montagens da capital selecionadas pela curadoria do Festiva: Ecos (Cia. Luciana Freire D’anunciação), Enchente (Flávia Pinheiro), O Silêncio e o Caos (Dielson Pessoa), Tijolos do Esquecimento (Acupe Grupo de Dança) e Zoe. Além do espetáculo Majhô Majhobê – Olubajé, da Cia. Pé-Nambuco de Dança.

De Natal (RN) o bailarino e pesquisador Alexandre Américo traz a peça coreográfica Cinzas ao Solo.

Sexta-feira (11/08) está reservada para Mostra dos Grupos em Formação, no teatro Luiz Mendonça. Participam neste ano o Grupo Matulão de Dança, Grupo Ária Clássico, Academia Fátima Freitas, Cia. Árabe Dançabilita, Escola Gesttus, Cia. Street Masters, Escola de Dança Jaime Arôxa Recife e Simone Monteiro Ballet.

A exposição O Corpo Fala, com telas do artista plástico Sérgio Pires, foi aberta no dia 3 de agosto, no Centro Cultural Correios, onde fica em cartaz até o dia 30 de setembro. A vídeodança Dança Macabra, da Cia. ETC., lançada em janeiro deste ano, também faz parte da exposição e conta em 26 minutos a história de uma epidemia da dança no Recife. A performance Versus (Animatroonnicz – PE) será exibida no dia 7 de agosto, além do encontro Escuta da Dança, que visa debater a atualização do edital do Funcultura na área da dança, marcado para a mesma data e local.

PROGRAMAÇÃO
14° Mostra Brasileira de Dança
Sábado, 5 de agosto de 2017
Lançamento do livro Sobre as pontas dos pés, de Juliana Siqueira
Teatro Santa Isabel, 19h
Gratuito
+
LUB DUB
Balé Teatro Castro Alves (BA)
Teatro de Santa Isabel, 20h 
Ingressos: R$30 e R$15

Domingo, 6 de agosto de 2017

Ecos
Luciana Freire D’anunciação (PE) 
Teatro Arraial, 19h 
Ingressos: R$20 e R$10
+
LUB DUB

Balé Teatro Castro Alves (BA)
Teatro de Santa Isabel, 20h 
Ingressos: R$30 e R$15

Segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Escuta da Dança

Centro Cultural Correios, 16h às 19h 
Gratuito

+
Exposição O Corpo Fala, de Sérgio Pires (PE) + Performance Versus (Animatroonicz – PE)
Centro Cultural Correios, 19h
Gratuito

Cinzas ao solo.Foto: Brunno Martins / Divulgação

Cinzas ao solo.Foto: Brunno Martins / Divulgação

Terça-feira, 8 de agosto de 2017
Cinzas ao Solo 
Alexandre Américo – RN
Teatro Hermilo Borba Filho, 19h
Ingressos: R$20 e R$ 10
+

ZOE (PE)
Teatro Apolo, 20h
Ingressos: R$20 e R$10

Quarta-feira, 9 de agosto de 2017
Enchente
(PE)
Teatro Hermilo Borba Filho, 18h30
Ingressos: R$20 e R$10
+
Majho Majhobê Olubajé
 
Cia. Pé-Nambuco de Dança
Teatro Santa Isabel, 20h
Ingressos: R$20 e R$ 10

Espetáculo Majho Majhobê Olubajé da Cia. PéNambuco de Dança. Foto Gláucia Bruce

Espetáculo Majho Majhobê Olubajé da Cia. PéNambuco de Dança. Foto Gláucia Bruce

Quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Tijolos de Esquecimento 
Acupe Grupo de Dança (PE)
Teatro Apolo, 19h
Ingressos: R$20 e R$ 10

 Sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Mostra Coreográfica de Grupos em Formação
Teatro Luiz Mendonça, 20h
Ingressos: R$20 e R$ 1o

 Sábado, 12 de agosto de 2017
O Silêncio e o Caos
Cia. Dielson Pessoa (PE)
Teatro Santa Isabel, 20h
Ingressos: R$20 e R$10

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