Há um paradoxo na cadeia produtiva do teatro no Recife. Mais ousados para experimentar e construir uma linguagem cênica própria, os grupos tomam força, iniciativas alternativas surgem; os festivais conseguem se consolidar. Economicamente, no entanto, essa arte dos palcos e das ruas está enfraquecida. Relegada a segundo plano pelas políticas culturais, principalmente por parte da Prefeitura do Recife.
“Isso é um angu de caroço que não tem tamanho. Porque ao menos o Governo do Estado, através da Fundarpe, tem o Funcultura, que embora precise ser aprimorado, é um modelo melhor. Na prefeitura, o regime é outro. O diálogo inexiste. O Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) aprova projetos para que possamos captar junto à empresas e aí ela tem desconto de ICMS (ISS/erro nosso e não do entrevistado!). Na esfera federal, com empresas do porte da Petrobras, isso pode funcionar. Mas não na esfera municipal, com produções e empresas menores”, explica André Filho, diretor da companhia Fiandeiros.
“Nós discutimos o SIC há dez anos e nada acontece”, diz Paula de Renor, uma das produtoras do Janeiro de Grandes Espetáculos (festival realizado pela Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco). “A Secretaria de Cultura do Recife não tem dinheiro e, consequentemente, não tem força e nem autonomia. Há um distanciamento visível entre a Fundação de Cultura, que detém o dinheiro, e a secretaria. Nesse governo, não se encontrou o lugar da cultura”, complementa.
As reclamações sobre o SIC são apenas a ponta do iceberg. A Prefeitura do Recife também acumula dívidas. O Prêmio de Fomento às Artes Cênicas, que destina anualmente uma verba de R$ 100 mil para ser dividida entre cinco produções – que podem ser teatro, dança e circo – está com o seu pagamento atrasado há mais de um ano. O resultado da edição 2009 foi divulgado em março do ano passado, mas até agora os contemplados não receberam os pagamentos.
O valor de R$ 100 mil é o mesmo desde que o fomento foi criado, em 2001, pelo ex-prefeito João Paulo. “Quando falamos nos festivais pelo país afora que o nosso fomento tem esse valor, as pessoas não acreditam! Destinar R$ 20 mil para realizar uma montagem é um desrespeito com a classe”, afirma André Filho.
Ainda sem ter o prêmio depositado na conta bancária, Ana Elizabeth Japiá decidiu que continuaria o projeto de montar o espetáculo infantil Minha cidade, que estreou em setembro do ano passado. Resultado: está pagando um empréstimo e ainda tem dívidas para quitar. “Acreditei que a Prefeitura do Recife honraria suas dívidas. Nós só conseguimos pagar a estrutura material da peça, mas não os serviços. É um constrangimento e nós perdemos o nosso crédito”, diz.
Mesmo com o pagamento do fomento de 2009 atrasado, a Prefeitura lançou o de 2010, que teve as suas inscrições encerradas, de acordo com o edital, no dia 28 de fevereiro. “Nós pretendemos reunir os contemplados de 2009 e entrar com uma ação para que esse edital de 2010 seja cancelado até que o anterior seja pago, o que é lógico”, finaliza.
Como é difícil fazer cultura no Recife
Já faz parte do cotidiano da produtora Paula de Renor. Ela acorda, senta na mesinha ao lado do telefone. As ligações são para a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e para a Prefeitura do Recife, que estão devendo ao festival Janeiro de Grandes Espetáculos. “Nós realizamos projetos, assinamos convênios. E, embora seja previsto, não existe um prazo real para que os pagamentos sejam feitos”, avalia.
“Há uma cobrança de profissionalismo por parte dos produtores, mas o governo não faz o mesmo. Todos os grupos locais que participaram do festival ainda esperam pagamento. As pessoas acreditam que o governo não pagou, porque confiam na gente. Mas, ainda assim, diariamente recebemos e-mail, as pessoas querem prazos e nós não temos”, diz. O Governo do Estado deve R$ 250 mil ao festival e a Prefeitura do Recife quitou 60% da dívida total de R$ 85 mil.
Os grupos pernambucanos que se destacaram no Janeiro de Grandes Espetáculos também aguardam outra decisão da Prefeitura do Recife. Luciano Alabarse, coordenador do Porto Alegre em Cena, fez um convite para que fosse realizada uma mostra paralela só com espetáculos de teatro, dança e música do Recife durante o festival gaúcho. As passagens seriam pagas através do convênio Recife Palco Brasil, idealizado para que grupos pernambucanos pudessem fazer uma circulação nacional, mas a Secretaria de Cultura ainda não deu uma posição definitiva.
O Recife Palco Brasil foi a concretização de um pleito feito por anos pelos artistas da cidade. Foi criado em 2007, no governo do ex-prefeito João Paulo. No primeiro ano, disponibilizou R$ 50 mil para serem divididos entre três grupos; e R$ 100 mil em 2008, para 15 companhias. Em 2009, quando João da Costa assumiu a prefeitura, houve a promessa de que a Apacepe receberia R$ 30 mil para viabilizar o projeto, o que não aconteceu.
O Grupo Magiluth, em atuação há sete anos na cidade, aguarda desde então o pagamento do Recife Palco Brasil. O grupo receberia verba de passagens para apresentar o espetáculo Ato em Porto Alegre, Brasília, Maranhão e Fortaleza. A companhia gastou cerca de R$ 15 mil, mas não recebeu o valor. “Nunca ganhamos incentivo público para montar nenhum espetáculo e tiramos esse valor do nosso próprio bolso, com a promessa de que seria pago”, conta o ator Giordano Castro.
“Em 2010, o convênio foi realizado através de passagens e quatro grupos conseguiram circular, mas o valor não aumentou. Este ano, ainda não temos resposta. É um retrocesso para a classe que lutou tanto por esse convênio”, afirma Paula.
Pouco investimento se reflete nos equipamentos
Os poucos investimentos da administração municipal no teatro se refletem também nas condições das casas de espetáculos. O grupo Magiluth fez uma temporada recente com o espetáculo O canto de Gregório no Teatro Hermilo Borba Filho e pode comprovar a precariedade dos equipamentos. “Os refletores e o som estão defasados, sucateados”. conta o ator Giordano Castro.
“Os teatros Apolo e Hermilo precisam dividir os poucos equipamentos que têm. Além disso, as pessoas que trabalham nesses locais precisam de aperfeiçoamento técnico”, conta Viviane Bezerra, que fez uma residência de três meses ano passado no Apolo Hermilo com a Trupe de Copas para a montagem de Quase sólidos.
Com o Teatro do Parque fechado para uma reforma que ainda não começou, o recém-inaugurado Teatro Luiz Mendonça precisaria abarcar uma demanda de produções que não tem espaço na cidade, mas a casa ainda não dispõe de uma equipe técnica e administrativa completa para operar.
Ano passado, durante as comemorações pelos 160 anos do Teatro de Santa Isabel, a classe artística já mostrava a insatisfação diante da “ausência” de uma política cultural específica para a área por parte da Prefeitura do Recife. O estopim da crise foi a programação da semana comemorativa, que não contemplava as artes cênicas pernambucanas. “Mas esse foi apenas o ponto de partida. A nossa manifestação, que reuniu uma parcela significativa da classe artística, foi para que a prefeitura estruturasse uma política pública”, afirma o diretor Samuel Santos.
Confira o e-mail enviado para a Prefeitura do Recife pela reportagem e as respostas da secretaria de Cultura do Recife:
1) Qual a previsão para que o fomento às artes cênicas, que teve o resultado divulgado em março do ano passado, seja pago? Existe alguma previsão do montante desse fomento – R$ 100 mil, para ser dividido entre cinco grupos – ser aumentado?
O prêmio de Fomento às Artes Cênicas será pago até o final desse mês. A ampliação do prêmio para a próxima edição será proposta pela Secult/FCCR ao Conselho Municipal de Política Cultural.
2) Existe algum projeto para que o Recife Palco Brasil seja institucionalizado, alguma verba pré-definida para este apoio? Este ano, o diretor do festival de Porto Alegre propôs aos artistas da cidade, durante o festival Janeiro de Grandes Espetáculos, a realização de uma semana de artistas pernambucanos durante o festival, que é internacional, um dos maiores do país. A Prefeitura disse que apoiaria com passagens para os artistas, mas até agora isso não se concretizou. Vocês vão ajudar de alguma forma? Qual a importância de uma ação dessas?
O Recife Palco Brasil é um projeto de Apacepe em parceria com o Janeiro de Grandes Espetáculos, logo, não cabe à Prefeitura institucionalizar o projeto. Como fazemos desde 2007, vamos apoiar mais uma edição do Palco Brasil. O valor do apoio será definido de forma a permitir a participação dos artistas pernambucanos no Festival de Porto Alegre.
3) Ainda há uma dívida do ano de 2009 do Recife Palco Brasil, quando artistas viajaram (como o grupo Magiluth) e a prefeitura prometeu que apoiaria. Mas isso nunca foi feito. Existe alguma previsão para que esse pagamento seja realizado?
Em 2009, o Recife Palco Brasil recebeu, via Apacepe, um apoio da Prefeitura no valor de R$ 30 mil (empenho de número 3784). O referido empenho, no entanto, foi cancelado porque a entidade não entregou a prestação de contas referente ao patrocínio.
4) Sabemos que os nossos teatros estão sucateados. Soube, por exemplo, que está sendo realizada uma licitação para a compra de duas mesas de luz – uma para o Santa Isabel e outra para o Teatro Apolo; mas só o Centro Apolo Hermilo tem dois teatros e não um. A última reforma da casa, inclusive com compra de equipamentos técnicos, foi em 2000. Existe alguma previsão de compra de material técnico suficiente para essas casas?
Nenhum teatro administrado pela prefeitura está “sucateado”. O Santa Isabel e o Luiz Mendonça estão à altura, em termos de conservação, dos melhores palcos do país. O Barreto Júnior e o Apolo/Hermilo têm problemas pontuais, mas que, nem de longe, os transformam em casas de espetáculo “sucateadas”. Além das duas mesas de som/luz já licitadas, vamos investir no reforço da iluminação do Apolo/Hermilo e na reforma e ampliação da caixa cênica do Teatro do Nascedouro.
5) O teatro do Parque está fechado (o que dificulta ainda mais que as montagens circulem pela cidade), mas até agora a reforma não começou. Porque? Existe uma previsão?
A reforma do Teatro do Parque começará no segundo semestre de 2011 e abrigará, entre outras obras, a recuperação da caixa cênica, do telhado e da cabine cinematográfica. O término das obras está previsto para janeiro de 2012.
6) O Teatro Luiz Mendonça está funcionando com pessoal emprestado, principalmente do Santa Isabel. Existe alguma previsão para que o Teatro Luiz Mendonça tenha a sua própria equipe administrativa e técnica?
Só poderíamos contratar funcionários para o Dona Lindu depois da aprovação, pela Câmara de Vereadores, da criação dos cargos correspondentes à sua estrutura funcional. Isso se deu apenas na semana passada. Os funcionários serão contratados nos próximos dias.
7) Os artistas reclamam que, há dez anos, discutem o SIC. Existe alguma previsão para que o SIC seja reavaliado? Vocês estudam alguma mudança nesse modelo?
Embora o assunto tenha sido tratado na matéria publicada na edição de hoje (16/05) do DP (Diario de Pernambuco), reiteramos que já está em atuação uma comissão de reformulação do Sistema de Incentivo à Cultura, iniciativa do Conselho Municipal de Política Cultural, e que inclusive já se iniciou o debate sobre o tema, em consonância com as diretrizes do Ministério da Cultura.
O Janeiro de Grandes Espetáculos, realizado em janeiro deste ano, só recebeu 60% do apoio financeiro prometido pela Prefeitura. Qual a previsão para que esse pagamento seja realizado?
O Janeiro de Grandes Espetáculos recebeu 70% do pagamento em março. A parcela final, condicionada à prestação de contas, foi encaminhada para pagamento no dia 12 de maio. O total do patrocínio é de R$ 85 mil.
Confira também a resposta da Fundarpe sobre o atraso no pagamento da verba destinada ao Janeiro de Grandes Espetáculos:
“Desse valor devido, R$ 100 mil já foram empenhados e pagos no início do ano. Falta o pagamento de R$ 150 mil que está entre as pendências da Fundarpe, mas isso está sendo estudado e a previsão é de que, até junho, esteja tudo pago”.
(Essa matéria faz parte da série Dívida cultural, que está sendo publicada no Diario de Pernambuco e no www.diariodepernambuco.com.br)
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Pura vergonha! A resposta para a pergunta 6 foi respondida com a cópia da resposta do 5?
Desculpa! Vai a correta!
Reportagem importante, digna e providencial. Desvela, revela, mostra os nossos entraves e por que a gente não consegue avançar… Falta sensibilidade, falta apoio, falta… Assumir! as vezes me dá escuridão por ser artista recifense.. . Tanta luta muitas vezes a esmo, tanta arte ao léo… Ai choro… Por deus me ter feito artista! Não o choro de dor, o choro de que minha arte, a arte que faço me faz construir sonhos que muitos ignoram, não apóiam, desacreditam, mas faço, pois vejo que a contribuição que desenvolvo através do teatro faz surgir novas vidas, são essas que pretendo alimentar, fazer sorrir, e refletir… Pois o pior analfabeto é o analfabeto político e o político sem sensibilidade cultural. Espero que cada um contribua a conquistar uma política cultural.. não um ou outro mais todos! Merda e que Deus e Baco nos protejam!
Dizem que “uma inverdade muitas vezes repetida” torna-se verdade, não é mesmo? Depois de tantas inverdades seguidas, de uma classe motivada em suas intenções e completamente desmotivada em relação às promessas e compromissos empenhados e não honrados, fica um ranço de descrença realmente muito difícil de suplantar e uma “nova verdade” se instala. Vejo problemas em todos os âmbitos e produções tantas que morrem no nascedouro; e quando sobrevivem, é muito mais por empenho de seus participantes do que por apoio externo. O desrespeito com as artes cênicas reflete bem a crise ético-cultural pela qual passa o próprio pensamento político, enredado em debates estéreis e supostos diálogos, que beiram mais a conciliatórios do que factuais. Explico-me: o terreno é sempre o das possibilidades e não das certezas, portanto, lodoso, escorregadio, quando não bem perigoso. Lidamos com Arte, ou seria com arte apenas? Teatro, dança, circo, artes plásticas e tantas expressões artísticas têm que papel na formação de uma pessoa, de um grupo, de uma sociedade e de um país? A questão passa por meandros infinitamente maiores do que “verbas que não são liberadas ou repassadas”; passa por respeito, honradez, dignidade e profissionalismo (e essa palavra tá bem desgastada, e quase ridicularizada!). Passa por “vergonha na cara” e satisfação! Ah, sim, satisfação, é o mínimo, senhores! As normas da boa convivência pedem, ao menos, uma satisfação! É um dominó, sabem? Alguém dá a primeira “resposta-desculpa”, lá em cima, e as peças vêm despencando até que se espalham de tal forma que o cenário final é simplesmente caótico e espetaculoso! Ouso até dizer que vivemos um ciclo vicioso e viciado, e com um agravante: a conivência! Enchemos a boca para gritar aos quatro ventos nossos dissabores artísticos e financeiros, mas compactuamos em outras situações não menos constrangedoras! Somos, descaradamente, desrespeitados, e repassamos o desrespeito, afinal “alguém começou” e somos vítimas! Essa vitimização é bem conveniente para os dois lados da balança. Certamente que não é num simples comentário que podemos aprofundar questões nevrálgicas que atingem, mais que companhias, projetos e artistas… Atingem pessoas que não respeitam o sentido de grupo. Nossa classe artística caduca em exemplos de completa falta de união, a não ser quando a questão é financeira, ou nos grupos que se sustentam por heroísmo e insistência de seus membros. Não discordo, está certo, mas é uma classe desunida, hipócrita, provinciana mesmo. Tem maravilhas, verdadeiros exemplos de superação, mas são pontuais, é fato! Como o questionamento aqui refere-se às questões “de lá pra cá”, eu vou levantar polêmica e correr o risco de ser entendido como aquele que desclassifica o próprio ofício? Melhor não, e não por conveniência. Calar, às vezes, é de uma estratégia fidalga. Os abençoados “desertores” da classe, debandados para outras “praças”, devem repousar seus queixos sobre as mãos e, suspirando, num lacônico lamento, refletirem: “nada, mas nada mesmo mudou”! Tsctsctsc… Ah, perdoem-me a provocação, mas… Onde está o tão conceituado Sindicato dos Artistas, que representa a classe e deveria ser o “arauto” porta-voz dos interesses da classe? Alguém viu por aí? Que conquistas, afinal, trouxe e traz em relação ao problema exposto? Não, não, não… Perdoem-me a suposta perfídia… Não se trata disto, acreditem! É só um devaneio atordoado de um qualquer sem ter muito o que fazer a essa hora da noite… 😉 E quem vai empunhar, ou empenhar (perdoem-me a brincadeirinha) essa bandeira de desbravamento ético? Alguém se habilita????
Carrissímo Mourão , não retiro uma frase, uma palavra que escrevesse.Uma andorinha só não faz verão, como diz o dito. confesso que tentei e quase fui atrpelado pelos que nos respresentam ,enquanto soiedade civil . Estamos perdidos, nunca estivemos tão perdidos, tão desacobertados.
A construção de uma política municipal de cultura para as artes cênicas só será possível no dia que o prefeito João da Costa, atual gestor, entender que o teatro, a dança e o circo, precisam de ações planejadas e injeção de dinheiro! Eu estou falando de dinheiro de verdade, que consiga incrementar o segmento. Portanto, ele, pessoalmente, terá que aprender a amar os artistas da terra, para ter a inspiração e o interesse de ir pessoalmente aos Vereadores solicitar a aprovação do montante de verba necessária para a reestruturação do SIC Recife, por exemplo.
Digo isso, porque não adianta o Secretário responder nenhum e-mail se a instância maior não mantêm um dialogo permanente com uma categoria pensante como a nossa.
* O meu sentimento se estende ao Governo Federal e Governo Estadual. Não fosse o Funcultura PE (quando conseguimos aprovar um projeto), a capital multicultural do País, estaria agonizando!!! E, junto com ela, o turismo.
* Vamos refletindo p/ ver se melhora.
QUE VERGONHA!!!!!!!!!!
É tudo fruto da desarticulação e da ignorância dessa “classe” é só ler a entrevista e ver os equívocos dos entrevistados e dos “comentaristas”.
A “artista criadora, com 22 anos de atuação ininterrupta no solo pernambucano” falar de reestruturação do SIC Recife, é no mínimo desconhecer o que já existe de pronto, aprovado e regulamentado, não precisa aprovar nada, basta fazer funcionar, pq tudo isso já existe.
O Problema é que cada um fica correndo atrás de seu “projeto” e quando consegue uma verbinha qualquer para realizá-lo “cala a boca” e enfraquece a luta.
No fundo a gente sabe que os governos, seja em que esfera for, deve ficar rindo de como é fácil não trabalhar para esse povo que sequer sabe discutir com argumentos corretos, ficam jogando coisas soltas e daí a incredibilidade.
Quem não lembra da articulação por causa das comemorações do Theatro de Santa Isabel? E quem lembra, lembra também da desarticulação uma semana depois apenas por uma questão de “espaço” não tinha espaço para todos os movimentos no protesto, alguns não podiam “fazer parte da comissão” e dentre esses alguns no meu entender tinha um ou dois que mais podia ajudar porque detém o conhecimento do andamento das coisas nessa cidade. Acabou não dando em nada. Até que depois fizeram uma programação com leituras dramatizadas no Theatro de Santa Isabel, colocaram alguns dos “protestantes” pagaram um cachê de R$ 1.000,00 e nada mais se falou.
E a verba para os grupos viajarem? Sim isso também é um assunto simples de resolver, já existe um meio de fazer, na forma da Lei, a Prefeitura cumprir, mas os produtores não conhecem né?
E o desconhecimento e a desarticulação dessa “classe” só me faz acreditar que é por isso que não vai pra frente. É cada cidade tem a “classe que merece”
Parabéns, Yolandas! É de uma imprensa assim que precisamos. Que revele o que há de decepcionante na nossa relação com os gestores culturais. Mais de um ano esperando um mísero prêmio de incentivo é demais… Mas as eleições vêm aí! Lembrem-se disso tudo quando forem votar. Chega de descaso, incompetência e promessas não cumpridas!
É uma vergonha demasiada!! Cadê o tão falado “incentivo a cultura”? Essa matéria tem que ir pro jornal e espalhar-se. Se não tiver volume, ninguém corre pra ver.