Kiss & Cry é uma performance coreográfica única, realizada com movimentos de mãos e dedos, projeção de um filme e exposição ao vivo do processo de criação. Foto: Divulgação
Homem vertente, A música e a cena, Nostalgia, O diário de Genet, Horses Hotel, Maravilhoso, Haikai e Parlapatões Revistam Angeli são as oito estreias nacionais da 22ª edição Festival de Teatro de Curitiba. O programa teatral, considerado o maior do país, ocorre entre 26 de março e 7 de abril e foi divulgado nesta quarta-feira (30). Além das estreias nacionais e duas montagens internacionais, a Mostra Principal terá 32 espetáculos no total.
Estão previstas 370 peças no Fringe, a mostra paralela que está presente no Festival de Curitiba desde sua 7ª edição, em 1998. É uma avalanche de montagens que são apresentadas em locais convencionais como casas teatrais de médio e pequeno porte, além dos espaços alternativos e inusitados. É dessa cartola do Fringe que geralmente surgem as grandes surpresas do evento curitibano.
A curadoria do festival, que permanece a mesma há seis anos, é formada por Celso Curi, Lúcia Camargo e Tânia Brandão. Segundo a organização, o grupo percorreu o país em busca de espetáculos dos mais variados gêneros. Desta vez, o foco do trio foi trazer para o FTC “um recorte significativo da produção nacional com destaque a textos e atuações marcantes, valorização das companhias estáveis e da dramaturgia brasileira contemporânea, bem como propostas inovadoras e a fusão de linguagens – teatro, circo, dança e musical”, explicou Leandro Knopfholz, diretor-geral do festival.
“Neste ano, a linha curatorial do Festival privilegia a utilização de novas tecnologias a serviço das encenações, a presença da música como linha condutora de muitos trabalhos, a fusão do teatro com outras artes, como dança, cinema e circo, e, ainda, a atuação de grupos que trazem uma identidade cultural”, completou Leandro Knopfholz.
A marca da água, de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, integra comemorações dos 25 anos do Armazém Companhia de Teatro. Foto Divulgação
Companhias estáveis brasileiras de várias regiões do país, entre elas Armazém (RJ), Cia. Hiato (SP), Ateliê Voador (BA), Luna Lunera (MG) e Clowns de Shakespeare (RN) ganharam espaço na mostra principal para expor sua assinatura autoral. Nenhum grupo pernambucano participa este ano da mostra principal.
Os dois espetáculos estrangeiros que vêm pela primeira vez ao Brasil são In the Dust, da britânica 2Faced Dance Company, e a atração coreana Pansori Brecht-Ukchuk-ga.
In the Dust é um exemplo excepcional de dança contemporânea que utiliza uma linguagem coreográfica com técnicas de break, hip hop e dança moderna. Foto: Daniel Moncure Sime/ Divulgação
“Também estamos trazendo o mesmo texto, com duas montagens, o que é uma novidade no festival”, diz Leandro. O autor britânico Martin McDonagh foi o escolhido e seu texto The Pillowman terá uma versão paulista, com direção de Bruno Guida e Dagoberto Feliz. O homem Travesseiro também será encenado por Bruce Gomlevsky, do Rio de Janeiro.
O festival ampliou os seus tentáculos nos últimos anos e além da mostra principal e do Fringe, o FTC conta com outros eventos na programação, como o festival de humor Risorama, o show de variedades Mish Mash, a arte do improviso com De Repente, a programação da Guritiba e a quermesse de gastronomia Gastronomix com chefs brasileiros.
Os ingressos para o Festival de Curitiba começam a ser vendidos na quarta-feira (6/2). Eles podem ser comprados no site e nas bilheterias, que ficam nos shoppings Mueller, ParkShopping Barigui e Palladium. Os ingressos vão até R$ 60.
Este ano, o festival está orçado em R$ 8 milhões (contra R$ 7,2 milhões em 2012). Desse valor, 20% vêm de recursos próprios (como bilheteria). O restante é proveniente de patrocínios – deste montante, 75% são obtidos por meio de incentivos fiscais e os outros 25% provêm do setor de marketing das empresas.
A 22ª edição do Festival é apresentada pelo Itaú e pela Renault, e tem o patrocínio da Heineken, Petrobras, Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná e Sanepar, além do apoio da Ecovia, da Vivo (operadora oficial), e parceria com o Shopping Mueller, Palladium e ParkShopping Barigui, locais onde serão vendidos os ingressos.
Os eventos paralelos ainda contam com patrocinadores específicos. O Gastronomix é apresentado pela Alltech e Banco CNH Capital, e conta com apoio da Fundação Boticário. O Guritiba é apresentado pela Mili e ParkShopping Barigui. O Mish Mash é apresentado pela Worker. Já o Risorama tem o patrocínio da Fórmula Renault e Spaipa.
COPRODUÇÃO E MÚSICA COMO PROTAGONISTA
Quatro peças estão no FTC porque “o festival instigou”, de acordo com o diretor Leandro Knopfholz. O espetáculo Homem vertente, concebido pelo grupo argentino Ojalá com elenco de atores curitibanos, é um deles. Coproduzido pelo festival, Homem vertente enfoca a relação do homem com a água. “Vimos o espetáculo pronto e era inviável trazê-lo, devido aos custos. A estrutura é gigante, e a técnica é muito complexa. Por isso, a gente propôs fazer uma montagem local”, conta Knopfholz.
Homem vertente, que inclui acrobacias e tecnologias diversas, fará a abertura do FTC em 26 de março, numa tenda que será montada no Parque Barigui. Foto: Divulgação
Em Homem vertente, a água espirra de todos os lugares, inclusive das vestes dos intérpretes. São utilizados 30 mil litros de água, dos quais de 80% a 90% são reciclados, em cada apresentação. É uma produção com imagens de forte impacto, que une teatro, dança, música e performance aérea. São necessárias 60 pessoas para executar o espetáculo.
Parlapatões Revistam Angeli e Cine_Monstro, versão 1.0 são coproduzidas pelo FTC com o Itaú Cultural. “Propusemos ao grupo Parlapatões e ao diretor Enrique Diaz que desenvolvessem ideias de projetos que já queriam fazer a algum tempo”, diz Leandro Knopfholz, diretor-geral do FTC.
A proposta dos Parlapatões leva ao palco personagens de Angeli como Rê Bordosa, Bob Cuspe, Moska e Os Escrotinhos, e uma figura que representa o próprio cartunista. As cenas curtas e cômicas serão alternadas com projeções de desenhos de Angeli e trilha sonora de Branco Mello, dos Titãs.
O encenador e ator Enrique Diaz, que já montou os espetáculos In On It e A primeira vista, do dramaturgo canadense Daniel MacIvor, vai apresentar o monólogo Cine_Monstro, versão 1.0. A ópera A Música e a Cena completa o grupo de espetáculos com participação do festival na produção.
Entre as peças que estreiam no festival estão Haikai, um projeto da atriz Nena Inoue, com dramaturgia de Roberto Alvim; Horses Hotel, de Ana Kutner, baseada na relação da cantora Patti Smith com o fotógrafo Robert Mapplethorpe.
A música como um elemento central da encenação, e não apenas como trilha sonora, é uma das tendências destacadas nesta edição. “Dentro e fora do país, observamos que a música participa ativamente na montagem no espetáculo”, disse o curador Celso Curi.
Seguindo essa tendência estão as peças Gonzagão – A lenda, com texto e direção do pernambucano João Falcão e a sul-coreana Pansori Brecht-Ukchuk-ga, baseada em Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht, com canções narrativas tradicionais daquele do país.
Espetáculo Gonzagão – a lenda trata do amor, da vida de uma trupe mambembe e celebra o rei do baião
O festival volta a investir em pequenas curadorias organizadas dentro do Fringe, iniciativas bem-sucedidas em anos anteriores. A Mostra Baiana, coordenada pelo ator Wagner Moura vai levar à capital paranaense os espetáculos Áfricas (Chica Carelli), Luz negra (Rino Carvalho), O pássaro do Sol(Olga Gómez), Pólvora e poesia (Fernando Guerreiro), Sargento Getúlio (Gil Vicente Tavares), Seu Bomfim (Fábio Vidal e Meran Vargens) e Siré Obá – A festa do rei (Fernanda Júlia)
A coletiva de imprensa do festival foi transmitida ao vivo nesta quarta-feira, de São Paulo.
Serviço
22º Festival de Teatro de Curitiba
Quando: 26 de março a 7 de abril de 2013
Programação
Confira os espetáculos que compõem a Mostra 2013 do Festival de Curitiba, datas e locais em que serão apresentados:
Homem vertente* (Brasil/Argentina)
Dias 26, 30 e 31 de março e 5 a 7 de abril. Parque Barigüi
Kiss & Cry (Bélgica)
Dias 27 e 28 de março. Guairão
Pansori Brecht Ukchuk-Ga (Coreia do Sul)
Dias 28 e 29 de março. Teatro Positivo
Parlapatões visitam Angeli*
Dias 27 e 28 de março. Teatro Marista
A marca da água
Dias 28 e 29 de março. Teatro da Reitoria
Hamlet, que estreou no Janeiro, vai pra Curitiba. Foto: Ivana Moura
Hamlet
Dias 29 e 30 de março. Teatro Bom Jesus
Cine Monstro versão 1.0*
Dias 27 e 28 de março. Guairinha
Os bem intencionados
Dias 28 e 29 de março. Teatro Sesi/Cietep
O líquido tátil
Dias 27 e 28 de março. Teatro do Paiol
Faca nas galinhas
Dias 29 e 30 de março. Teatro do Paiol
Em nome do jogo
Dias 30 e 31 de março. Guairão
Gonzagão – A lenda
Dias 31 de março e 1.º de abril. Teatro Positivo
A arte e a maneira de abordar o seu chefe para pedir um aumento
Dias 29 e 30 de março. Teatro Marista
Absurdo
Dias 31 de março e 1.º de abril. Teatro da Reitoria
O homem travesseiro
Dias 1.º e 2 de abril. Teatro Bom Jesus
Esta criança
Dias 31 de março e 1.º de abril. Guairinha
Esta criança, montagem da Cia Brasileira, com direção de Márcio Abreu e Renata Sorrah no elenco
O espelho
Dias 30 e 31 de março. Bosque do Papa
Haikai*
Dias 30 e 31 de março. Espaço Cênico
Recusa
Dias 1.º e 2 de abril. Teatro Sesi/Cietep
Maria Miss
Dias 1.º e 2 de abril. Teatro do Paiol
A música e a cena*
Dias 2 e 3 de abril. Guairão
The Pillowman
Dias 2 e 3 de abril. Guairinha
In the Dust (Reino Unido)
Dias 3 e 4 de abril. Marista
Maravilhoso*
Dias 3 e 4 de abril. Teatro Bom Jesus
O terraço
Dias 5 e 6 de abril. Guairão
Nostalgia*
Dias 5, 6 e 7 de abril. Teatro Positivo
O médico e o monstro
Dias 5 e 6 de abril. Teatro da Reitoria
Horses Hotel*
Dias 5 e 6 de abril. Guairinha
O Diário de Genet*
Dias 6 e 7 de abril. Teatro Marista
Prazer
Dias 6 e 7 de abril. Teatro Bom Jesus
Breve
Dias 6 e 7 de abril. Teatro Sesi/Cietep
Ficção, da Cia Hiato, será apresentada no Teatro Paiol. Foto: divulgação
Ficção
Dias 6 e 7 de abril. Teatro do Paiol
*Estreias nacionais
Programação oficial do Festival de Teatro de Curitiba foi divulgada hoje
Confira trechos do espetáculo Gonzagão – a lenda