Em um mundo repleto de possibilidades infinitas, por que ainda devemos nos limitar a rótulos?
Vamos conferir Cock – Briga de Galo

Cock. Foto: Pedro Bonacina / Divulgação

O título é provocativo. Cock – Briga de Galo, de Mike Bartlett, com direção de Nelson Baskerville, trata de assuntos do coração e de outras partes mais excitantes do corpo. Ao dar um tempo com seu namorado de sete anos, John se apaixona por uma mulher. O conflito é esse. A crise de identidade, desejo e sexualidade do protagonista. Com quem ficar? Isso pode ser uma divertida comédia, com a retórica de vituperação.

O espetáculo estreia neste 2 de dezembro, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, onde fica em cartaz até 18 de dezembro. As apresentações são gratuitas e ocorrem de segunda a sexta, às 20h; e aos sábados, às 18h.

A encenação brasileira foi idealizada por Andrea Dupré e Daniel Tavares, que também estão no elenco ao lado de Hugo Coelho e Marco Antônio Pâmio.

Em inglês, “Cock”, é uma palavra com múltiplos sentidos: galo, pau/pênis e uma gíria para apontar alguém de personalidade arrogante. A peça brinca com todos esses significados.

A obra dramatúrgica conhecida como The Cockfight Play foi escrita durante um intercâmbio de Bartlett no México, país da lucha libre e onde ainda existem as brigas de galos. O autor conectou o protocolo das rinhas – nas quais em um pequeno palco, dois pequenos animais se atacam, lutam, e se destroem – com o ritual do teatro. Essa imagem inspirou o dramaturgo a traçar os embates cortantes e emocionais da peça.

Cock rendeu a Mike Bartlett o Olivier Award (2010), na categoria “Outstanding Achievement”, uma honraria do teatro inglês. Mike Bartlett tem um escrita afiada, inteligente e bem-humorada. Suas peças Bull, Contrações, Love Love Love e Medea foram montadas no Brasil.

A peça tem direção de Nelson Baskerville. Foto Pedro Bonacina / Divulgação

O público é lançado como testemunha dessa rinha na encenação de Nelson Baskerville, que segue sugestão do autor. A plateia é posicionada em uma arena – em cenário criado por Chris Aizner, com uma grande luminária de Wagner Freire. O diretor procura aproximar o espectador ao máximo das personagens, na expectativa que a plateia torça por essas figuras que expõem suas paixões e medos. Mas avisa que o embate vai doer. “O amor é transgressivo e dói”, entende o diretor.

Os figurinos, concebidos por Marichilene Artisevskis, também segue indicação de Bartlett, sem muitos enquadramentos convencionais, já que a peça questiona justamente a categorização das pessoas. A trilha sonora original, assinada por por Dan Maia, marca algumas transições de cenas e o início dos três grandes blocos que compõem o texto.

Ficha Técnica

Texto: Mike Bartlett.
Tradução: Andrea Dupré.
Direção: Nelson Baskerville.
Elenco: Andrea Dupré, Daniel Tavares, Hugo Coelho e Marco Antônio Pâmio.
Iluminação: Wagner Freire.
Figurino: Marichilene Artisevskis.
Cenário: Chris Aizner.
Trilha Sonora Original: Daniel Maia.
Preparador Corporal: Mauricio Flores.
Cenotécnico: Cesar Rezende.
Técnico de Luz e Som: Leandro Di Cicco.
Acessibilidade Audiovisual: Nara Marques.
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli.
Midias Digitais: Inspira Comunicação – Felipe Pirillo e VanessaScorsoni.
Fotos: Pedro Bonacina.
Idealização: Andrea Dupré e Daniel Tavares.
Administração: Fenetre Produções. Produção: Contorno Produções.
Produtora Executiva: Laura La Padula.
Assistente de Projetos: Bianca Bertolotto.
Assistente de Produção e Comunicação: Carolina Henriques.
Direção de Produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez. 

O espetáculo COCK – Briga de Galo foi contemplado pela 10ª edição do Prêmio Zé Renato para a Cidade de São Paulo, instituído pela Lei nº 15.951/2014  

Serviço

COCK – Briga de Galo, de Mike Bartlett, com direção de Nelson Baskerville
De 2 a 18 de dezembro – de segunda a sexta, às 20h; sábados, às 18h
Oficina Cultural Oswald de Andrade – Sala 03 – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo, SP
Ingressos: Grátis, distribuídos 1h antes de cada sessão
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

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