O Chama Violeta, um festival a céu aberto, foi realizado no Sertão do Pajeú pernambucano de forma presencial, em dezembro, mesmo com todas as dificuldades devido à pandemia do Coronavírus. O público era formado apenas pelos moradores da região. As apresentações ocorreram no Terreiro de Dona Dia no Sítio Xique-Xique, Terreiro da Igreja do Sítio Minadouro e Terreiro de Aurinha no Sítio Caiçara. dos sítios Minadouro, Xique-Xique e Caiçara, na área rural de Ingazeira. As apresentações foram gravadas e a terceira edição do Chama Violeta está online, no canal do Youtube No Meu Terreiro Tem Arte. Agora, qualquer pessoa que tenha internet, de qualquer parte do planeta pode conferir essa lindeza de ato de resistência cultural.
A idealizada do projeto é a artista pernambucana Odília Nunes, 38, atriz, palhaça, produtora cultural, poeta e mãe de Violeta, 12 anos, e de Helena, 9, que já seguem os passos da mãe e defendem as palhaças Viola e Jerimum. Elas vivem na comunidade rural, Minadouro, com cerca de 30 casas afastadas e com uma vegetação que inclui catingueiras, aroeiras e juremas. Nessa paisagem, no pátio de casa ou defronte à residência dos vizinhos foi produzida a terceira edição do Chama Violeta, festival que começou em 2018, uma ação do projeto No Meu Terreiro Tem Arte, que existe desde 2015.
O festival seguiu todos os protocolos sanitários – equipe e público – e salienta que nenhuma pessoa adoeceu durante ou depois das ações. Os 25 artistas que participam desta terceira edição passaram por um confinamento de 12 dias antes das apresentações para pequenos grupos durante três dias de festival: Carolzinha Lima de Triunfo (PE), Cia. Biruta de Petrolina (PE), Cia. Cirkombi de João Pessoa (PB), Cia. Trupeçando (PB), Circo do Asfalto (SP), Fabiana Pirro (PE), Nanda Melo (PE), Rapha Santa Cruz (PE), Teatro de Retalhos (PE).
Odília Nunes tem razão quando destaca a importância do Chama Violeta para o Sertão do Pajeú e para o interior de Pernambuco “por seu caráter descentralizador dos bens culturais, intercâmbios e a circulação dos artistas, como também por mostrar alternativas para promoção cultural longe dos grandes centros e em regiões que não possuem equipamentos culturais”. Realmente é um drible de uma visionária inspiradora.
Apoio – Realizado pelo projeto No Meu Terreiro tem Arte, o 3º Festival Chama Violeta conta com incentivo da Lei Aldir Blanc em Pernambuco na categoria Edital para Festivais e conta com a parceria da Rede Interiorana de Produtores, Técnicos e Artistas Pernambucanos (RIPA), da Tronxo Filmes e Toró de Ideias.
PROGRAMAÇÃO
Dia 14/Quinta
já disponível – https://www.youtube.com/watch?v=hV6T3as1Yn0
Locação: Terreiro de Dona Dia no Sitio Xique-Xique
• Histórias de Cascudo – Cia Biruta/ Petrolina – PE
Adaptação do conto Os Compadres Corcundas, do livro Contos Tradicionais do Brasil, de Luís da Câmara Cascudo. Os dois personagens do título, um pobre e outro rico, seguem caminhos diferentes pela força do verso e da generosidade do coração.
• Cara de Pau – Fabiana Pirro/ Recife – PE
O solo propõe uma reflexão sobre a importância da Cultura em um país que tem como uma das maiores riquezas a criatividade do seu povo para enfrentar o cinismo e o descaso de políticos e figuras que ocupam o poder.
Dia 15/Sexta
Locação: Terreiro da Igreja – Sítio Minadouro
• Espalhaça – Nanda Melo /Recife –PE
A palhaça Margot Margô faz intervenção errante e convida o púlico a experimentar outras histórias e modos de estar no mundo juntass.
• Sonho de uma Profissão – Rapha Santacruz/Recife – PE
O mágico lembra que cada um tem sua vocação e apresenta números de mágica para várias ajudar na descoberta da profissão, de forma lúdica e divertida.
• Clássicos e Vice Versa – Cia Circo do Asfalto /Santo André – SP
Uma família de circenses viaja o mundo levando em sua mala as memórias e lembranças que jamais vão esquecer. Com cenas de malabarismo, acrobacia, palhaçaria e outras surpresas.
Dia 16/ Sábado
Locação: Terreiro de Aurinha no Sítio Caiçara
• Perfeitamente Imperfeitos – Cia Trupeçando /Sumé – PB
São experiências de teatro de rua e habilidades circenses dos artistas Allan Barros (Palhaço Salsicha) e Guadalupe Merki (palhaça Guada), o que cada um trouxe de sua trajetória pessoal e o que esse encontro proporcionou de novo – um insólito trabalho em dupla não convencional.
• O Matuto – Rapha Santacruz/Recife – PE
Uma figura saída de um cordel, misto de palhaço e mágico, apresenta seu universo de encantamento, com trilha sonora tipicamente nordestina.
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