O Festival de Circo do Brasil cumpriu sua função deste ano: quebrar a rotina com diversão. Realizado durante o feriadão de finados (de 1 a 4 de novembro), o evento trouxe atrações interessantes, tendo como palco principal o Parque Dona Lindu, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana. Mas também com apresentações no Teatro de Santa Isabel, Teatro Apolo e intervenções em vários pontos da cidade.
Coincidiu com a fome de consumo depois da inauguração do novo shopping no Recife, no Pina, o que provocou grandes engarrafamentos para a Zona Sul. Qualquer evento que venha a ser realizado em Boa Viagem terá que conviver com esse pequeno detalhe e as consequências da mobilidade urbana naquela área.
Mas quem conseguiu chegar lá teve o prazer de verificar que o Parque Dona Lindu ficou em festa. Com muita gente se movimentando e assistindo aos espetáculos oferecidos, de gente que brinca na água, que desafia a morte, e que provoca o riso, além dos filmes.
A abertura do festival, na quinta-feira (1º), foi com o espetáculo Maravillas, do grupo espanhol Ateneu Popular de 9 Barris, que é um tradução muito boa do momento que essa arte encantadora enfrenta em todo o mundo. Equacionar a tradição do circo com as novas conquistas, sem perder a pulsação do presente.
Maravillas é um espetáculo vigoroso, com números de circo tradicional e com artistas que dominam a técnica e apostam no humor. No segundo dia de apresentação, por exemplo, nossa querida atriz Márcia Cruz amplificava suas gargalhadas, principalmente com os números do carequinha dos malabares. Um rico espetáculo. Só achei um pouco longo.
Este ano, como a própria produtora executiva Danielle Hoover comentou, não houve coisas muito densas, conceituais. “O clima da edição não é com números técnicos mirabolantes, está tudo focado no lúdico. É uma edição simples, mas harmônica”, disse. Isso agradou a maioria. Mas eu senti falta de um grande espetáculo.