Arte como Respiro prossegue nesta semana

Luta Live, com Teuda Bara. Foto Luiza Palhares

Esta quarentena mexeu com os movimentos, deslocamentos possíveis, perspectivas de vida e imprimiu novas buscas de energia para enfrentar o período. O isolamento social e suas circunstâncias estão na essência de alguns trabalhos produzidos para a programação do Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas, do Itaú Cultural. Entre eles estão os espetáculos Luta, da atriz mineira Teuda Bara, e Gente de Classe –Transparente, do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte. Ao todo, nesta edição, são 18 projetos de 10 diferentes estados, exibidos de 7 a 11 de outubro (quarta-feira a domingo), sempre às 20h.

Compõem o quadro desse bloco criações em dança, teatro, performance e circo, de artistas da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os trabalhos ficam disponíveis no site da instituição (www.itaucultural.org.br) por 24 horas para serem assistidos virtualmente.

Entre o fechar e o abrir dos olhos. Foto Drica Rocha / Divulgação

Mulher do Fim do Mundo, da Nau de Ícaros. Foto Ale Catan / Divulgação

Rede de Pulgas, das artistas cearenses Gabriela Jardim e Lívia Soares, atravessa o circo tradicional para mostrar como as artistas autônomas estão revivendo e recriando composições cênicas em casa. A moradia também está no centro da partitura da dança Menina em Casa, da carioca Amanda Gouveia, que encontra no autocuidado uma forma de reinventar o cotidiano. A performance Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos, de Drica Rocha, da Bahia, vai buscar sustentação na poesia, no olhar e na janela. Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena, da Cia Nau de Ícaros, de São Paulo, é Inspirada pela música homônima de Elza Soares.

Cruz Credo. Foto Esteban Bisio / Divulgação

Filho Homem. Divulgação

As questões de gênero dominam a quinta-feira, dia 8. Esmea, dos paulistas Leonardo Cuspamos e Lucas Andrade, se agarra aos vestígios depois do fim de um romance. Filho Homem, do carioca Bernardo de Assis, situa as possíveis diferenças entre dois Irmãos, um criado para ser homem e outro criado para ser mulher. As fases do luto amoroso são exploradas em #ressignifiCASA – Cozinha, do multiartista Murilo Toledo, de São Paulo, que utiliza dança, acrobacia e interpretação para expor emoções do término de um casamento homoafetivo. Cruz Credo, do Coletivo Emaranhado, do Espírito Santo, expõe as marcas das retaliações sofridas pelo corpo-vivência de um humano negro, cisgênero e gay em espaços sociais. No monólogo O Hétero, do Rio de Janeiro, a figura Fulano de Tal, criado por Zé Wendell, é um nordestino, artista, homem comum, que sai em uma jornada de autoconhecimento e aceitação de si.

O Melhor Trapezista do Mundo. Foto Allan Lira / Divulgação

Ponto De Vista De Um Palhaço.Foto Wilian Aguiar / Divulgação

A linguagem circense norteia as produções de sexta-feira, dia 9. Chàrlá Táon – O Contorcionista, do palhaço, ator e bailarino paulista André Doriana, ensina um antídoto milenar contra a dor: o riso. O Melhor Trapezista de Todo o Mundo, da gaúcha Cia Fundo Mundo, faz uma sátira aos números clássicos de acrobacia aérea. O solo Pontos de Vista de Um Palhaço do ator Daniel Warren, de São Paulo, situa a busca da personagem por ajuda em uma sessão de terapia online.

Gente de Classe do Grupo Carmin. Divulgação

Projetos pensados e criados na quarentena, que refletem sobre o digital e os novos formatos seguem na pauta de sábado (10). Um Passinho de Cada Vez, de Marzia Zambianchi e Olivia Orthof, do Distrito Federal, realizada por alunos circenses, mostra uma videodança baseada na dança carioca do passinho. Gente de Classe: Transparentes, do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, investe na comicidade para expor o quadro de mãe solteira e seus dois filhos que se falam apenas por videoconferência. Uma das fundadoras do grupo Galpão, a atriz mineira Teuda Bara, ficcionaliza sua trajetória, cria imagens, conta casos e elege a luta como alegoria para o teatro e a própria vida em Luta Live.

Maré. Foto Marcondes Filho / Divulgação

As relações criadas pelo indivíduo consigo, com o mundo e com os outros fazem os elos de reflexões dos projetos exibidos domingo, dia 11. Toque de Quarentena registra em vídeo uma cena performática do casal Livia Vilela e Cezar Siqueira, que expressa a experiência do isolamento e seus efeitos nos corpos. Já O Mundo Está ao Contrário e Ninguém Reparou, de Camila Cequinel, do Paraná, chama a atenção para a ideia de que mudar de ponto de vista pode ser a solução para os problemas. Maré, do Coletivo CIDA, do Rio Grande do Norte, é uma peça coreográfica sobre o amor.

O segundo bloco da edição Cênicas de outubro acontece entre os dias  21 e  25.

SERVIÇO:
Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas
Quando: De 7 a 11 de outubro (quarta-feira a domingo), sempre a partir das 20h
Onde: No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br
Quanto: Gratuito

*Cada espetáculo fica disponível para visualização por 24h

PROGRAMAÇÃO, SINOPSES E SERVIÇO
SEMANA 5

7 de outubro, quarta-feira

Rede de Pulgas (CE), de Gabriela Jardim
Duração: 7 minutos
Composições cênicas carregadas de ações, lembranças, inquietude provocadas pelo isolamento.
Ficha técnica:
Direção: Gabriela Jardim e Lívia Soares
Intérprete criadora: Gabriela Jardim

Menina em Casa (RJ), de Amanda Gouveia
Duração: 5 minutos
Uma mulher aproveita a quarentena para eleger o autocuidado no seu cotidiano.
Ficha técnica:
Direção, roteiro, interpretação: Amanda Gouveia
Direção de fotografia: Klaus Schmaelter
Trilha sonora: Victor Ribeiro
Montagem: Rená Tardin

Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos (BA), de Drica Rocha
Duração: 9 minutos
Alicerçado na poesia Não Basta Abrir a Janela, de Alberto Caeiro; no olhar e na janela.
Ficha técnica:
Intérprete-criadora: Drica Rocha
Orientação: Agatha Oliveira, Clara Trigo e Marta Bezerra
Filmagem: Alexandra Martins Costa, Eduardo Senna e Jota Júnior
Filmagem da investigação em casa: Eduardo Sena
Escultora sonora: Marion Monnot
Edição de vídeo: Alexandra Martins Costa
Gravado em dezembro de 2019 no Prédio Inacabado do IHAC
Universidade Federal da Bahia – Campus Ondina

Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena (SP), da Cia Nau de Ícaros
Duração: 65 minutos
Inspirado pela música de Elza Soares, espetáculo aponta para a criação de novos modos de existência.
Ficha técnica:
Criação e concepção: Erica Rodrigues e Letícia Olomidará Doretto
Cocriadoras: todas as mulheres visíveis e invisíveis que encontramos nesse processo
Direção colaborativa: Roberto Alencar, Dani Lima e Marco Vettore
Figurino: Chris Aizner
Trilha sonora: Simone Sou e Gustavo Souza
Cenografia: André Cortez
Iluminação: Wagner Freire
Fotos: Alexandre Catan
Design gráfico: Naná Mendes da Rocha e Maria Cau Levy
Vídeo: Bruta Flor Filmes
Preparação corporal (workshops): Vera Passos, Miriam Druwe, Henrique Lima, Roberto Alencar
Produção artística: Junior Guimarães
Operação de som: Celso Reeks
Operação de luz e direção geral: Marco Vettore
Administração: Álvaro Barcellos

8 de outubro, quinta-feira

Esmea (SP), de Lucas Andrade
Duração: 6 minutos
Em completo estado de solidão, personagem relembra momentos de amor ao reler cartas antigas.
Ficha técnica:
Com Leonardo Cuspamos e Lucas Andrade

Filho Homem (RJ), de Bernardo de Assis
Duração: 10 minutos
Sinopse:
Documentário ficcional investiga as repercussões entre dois irmãos: um criado para ser homem e outro para ser mulher.
Ficha técnica:
Concepção e atuação: Bernardo de Assis

#ressignifiCASA – Cozinha (SP), de Murilo Toledo
Duração: 11 minutos
Fim de um casamento homoafetivo, marcado por padrões heterocisnormativos e processo de cura.
Ficha técnica:
Com Murilo Toledo

Cruz Credo (ES), de Coletivo Emaranhado
Duração: 15 minutos
Sinopse:
O corpo-vivência de um humano negro, cisgênero, gay, que sofre retaliações dos espaços sociais.
Ficha técnica:
Direção de produção e Coreográfica: Maicom Souza
Intérprete-criador/Bailarino: Ricardo Reis
Arte gráfica: Wendel Alexandre
Iluminação: Léia Rodrigues
Organização: Coletivo Emaranhado e Bule

O Hétero (RJ), de Zé Wendell
Duração: 40 minutos
Monólogo que conta com humor a história de Fulano de Tal, nordestino, artista e sonhador.
Ficha técnica:
Da Filmagem:
Autoria, atuação, direção de produção e edição vídeo no celular: Zé Wendell
Filmagem e operação de trilha sonora: Andrea Menezes
Do Espetáculo:
Texto e atuação: Zé Wendell
Direção: Alice Steinbruck
Direção de produção: Zé Wendell
Produção executiva: Andrea Menezes
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Figurino: Ticiana Passos
Cenário: Mina Quental
Visagismo: Márcio Mello
Direção musical: Marcelo Alonso Neves
Programação visual: André Senna
Assessoria de imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado & Bruno Morais

9 de outubro, sexta-feira

Chàrlá Táon – O Contorcionista (SP), de André Doriana
Duração: 6 minutos
O palhaço faquir Chàrlá procura a partir de seu corpo não-engenhoso, compreender as leis da natureza e o que são a pele, o medo, a carne, a alegria, as articulações, o encantamento e a respiração.
Ficha técnica:
Roteiro, direção e atuação: André Doriana
Fotografia e edição: Ana Tardivo Alves
Provocações: Fernando Borges

O Melhor Trapezista de Todo o Mundo (RS), de Cia Fundo Mundo
Duração: 7 minutos
As coisas não saem como planejado no show do autointitulado o melhor trapezista de todos os tempos.
Ficha técnica:
Elenco: Noam Scapin
Criação: Noam Scapin
Produção e assistência: Lui Castanho

Pontos de Vista de Um Palhaço (SP), de Daniel Warren
Duração: 45minutos
Um palhaço busca ajuda numa sessão de terapia online. Adaptação teatral do romance homônimo do alemão Heinrich Boll (1917-1985).
Ficha técnica:
Concepção artística: Maristela Chelala e Daniel Warren
Texto original: Ansichten Eines Clown, de Heinrich Boll
Dramaturgia e direção: Maristela Chelala
Elenco: Daniel Warren
Preparação e técnicas de Palhaço: Esio Magalhães
Iluminação e cenografia: Marisa Bentivegna
Figurino: Carol Badra
Trilha sonora: Frederico Vasconcelos
Operador som e luz: Andrea Dupré
Cenotécnico: Cesar Resende Santana
Assistente de cenografia: Amanda Vieira
Fotos: Ligia Jardim/Willian Aguiar
Assessoria de imprensa: Juliana Araújo e Ivan Marsiglia
Programação visual: Phillipe Marks
Produção: Fenetre Produções

10 de outubro, sábado

Um Passinho de Cada Vez (DF), de Marzia Zambianchi e Olivia Orthof
Duração: 2 minutos
Videodança realizada por alunos circenses a partir da dança carioca do passinho durante a pandemia.
Ficha técnica:
Produção e edição: Olivia Orthof
Dança: Marzia Zambianchi e Olivia Orthof
Participação especial: Davide Milani
Câmera: Fillipe Rufino
Trilha: Dj Seduty -Violão Dançante

Gente de Classe: Transparentes (RN), do Grupo Carmin
Duração: 19 minutos
Num condomínio de classe média, moram uma mãe solteira e seus dois filhos, que se falam apenas por videoconferência, ainda que estejam na mesma casa. A cena é um trecho cômico do futuro espetáculo do Grupo Carmin.
Ficha técnica:
Diretor: Pedro Fiuza
Texto: Henrique Fontes e Pablo Capistrano
Atores: Quitéria Kelly, Mateus Cardoso, Robson Medeiros
Editor de vídeo: Juliano Barreto
Produção: Mariana Hardi
Assistente de direção: Tereza Duarte

Luta Live (MG), de Teuda Bara
Duração: 57 minutos
Desenvolvido a partir do espetáculo Luta, criado com e para Teuda Bara e baseado em suas memórias e particularidades como atriz.
Ficha técnica:
Solo de Teuda Bara
Concepção e edição: João Santos
Comentários em vídeo: Teuda Bara, Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana
Direção e intervenções cênicas: Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana
Dramaturgia: Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana a partir de relatos de Teuda Bara
Colaboração Artística: Marta Aurélia
Iluminação: Marina Arthuzzi e Rodrigo Marçal
Cenografia: Taísa Campos
Figurino: Cléo Magalhães
Filmagem: Byron O’Neill
Vídeos: Pedro Estrada e Lucas Calixto
Vídeo mapping: Fabiano Lana
Trilha original: Barulhista
Fotos: Luiza Palhares
Produção executiva: Beatriz Radicchi

11 de outubro, domingo

Toque de Quarentena (SP), de Livia Vilela
Duração: 4 minutos
O casal Livia Vilela e Cezar Siqueira realizou e registrou em vídeo uma cena performática que expressa, através do movimento, a experiência do isolamento e seus efeitos sobre os corpos.
Ficha técnica:
Idealização, intérpretes, edição e trilha sonora: Livia Vilela e Cezar Siqueira

O Mundo Está ao Contrário e Ninguém Reparou (PR), de Camila Cequinel
Duração: 4 minutos
Criado e gravado em sua residência em um único dia, o trabalho é um possível embrião do seu novo espetáculo.
Ficha técnica:
Criação e elenco: Camila Cequinel
Filmagem e direção: João Ricardo Rocha
Contra-regra: Ravilson Cequinel

Maré (RN), de Coletivo CIDA
Duração: 40 minutos
Uma metáfora sobre a modificação, os vários níveis, as intensidades e profundidades do amor, esse sentimento tão complexo.
Ficha técnica:
Coreografia e direção: René Loui e Rozeane Oliveira
Artistas convidados: Álvaro Dantas, André Rosa, Gabriela Gorges
Produção geral: René Loui
Produção executiva: Arthur Moura
Assistente de produção: Raquel Lucena
Registro de vídeo: Eduardo Pinheiro / Estúdios Megafone
Sonorização: Paulo de Oliveira / Studio Pró Mídia
Imagens de divulgação: Marcondes Filho
Designer de iluminação: Priscila Araújo
Operação de iluminação: Anderson Galdino
Realização: CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas.

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