O ator e diretor José Pimentel, da Paixão de Cristo do Recife, foi firme: “Se uma pessoa apenas estiver na plateia, mesmo com chuva, se não acontecer um tsunami como no Japão, o espetáculo será realizado nesta quinta-feira”. O comentário foi logo depois da suspensão da encenção ao ar livre no Marco Zero, ontem à noite.
Visivelmente abalado, ele disse que estava triste e que isso nunca tinha ocorrido em 15 anos da Paixão de Cristo do Recife. E em toda sua carreira, só aconteceu uma vez, em Nova Jerusalém. Pimentel interpreta Jesus Cristo há 34 anos e há 43 dirige o espetáculo, sendo 29 desses anos em Nova Jerusalém.
Mais do que a chuva, a encenação não aconteceu porque a fiação molhada oferecia riscos ao elenco de 100 atores e 300 figurantes. Por conta da ventania, alguns detalhes do cenário, como os arcos, também não chegaram a ser levantados. Os efeitos especiais da encenação também seriam prejudicados, caso o espetáculo não tivesse sido suspenso.
O cancelamento foi anunciado por volta das 19h10, apesar da relutância de Pimentel. “Todo ano temos chuva, ventania. Já sabemos disso. O que precisamos é nos preparar para fazer o espetáculo da melhor forma”, afirmou. “A pessoa que mais sofre riscos com a chuva sou eu e ainda assim eu queria fazer”, completou o ator em meio ao cenário vazio. Por volta das 20h, poucos eram os atores que ainda estavam no camarim montado no Armazém ao lado da praça do Marco Zero.
A temporada deste ano da Paixão de Cristo do Recife vai de hoje até o domingo, sempre às 20h. O espetáculo é gratuito.
Veja vídeo com José Pimentel