Reta final do FIG

Espetáculo Carrilhão, do Coletivo Nopok

Espetáculo Carrilhão, do Coletivo Nopok

A programação do último fim de semana da 25ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, tem além dos shows, muitas atrações de artes cênicas. A começar por um espetáculo de rua que celebra o artista popular Cafuringa, passando pelo espetáculo teatral-circense Carrilhão, pelo infantil preocupado com o meio-ambiente Era uma vez um rio até os questionamentos de um religioso andarilho em Frei Molambo.

Para amanhã, a expectativa é o anúncio do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia, com valor previsto de R$ 151 mil. O lançamento será feito pelo governador Paulo Câmara, o secretário de Cultura, Marcelino Granja, e a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, às 16h, no Parque Euclides Dourado. O prêmio é em homenagem ao escritor paraibano que apresentou no FIG 2014 sua aula-espetáculo cinco dias antes de morrer.

Espetáculo Cafuringa, em homenagem ao artista popular que morreu em 2000

Espetáculo Cafuringa, em homenagem ao artista popular que morreu em 2000

Mestre Cafuringa ou Rubens Martins foi um cantador de emboladas e ventríloco que vendia remédios milagrosos no centro do Recife. Sua atividade era uma arte desenvolvida com bonecos. O grupo Cafuringa homenageia o artista que morreu de desgosto, no espetáculo Cafuringa. Na montagem, o mestre, também conhecido como Homem da cobra, é acompanhado pelos bonecos Joãozinho, Galego, Barruada e Benedito se espalha a contar piadas picantes.

A trupe apresenta o trabalho desde 2011 e ressalta as proezas do camelô-artista-palhaço-repentista que vendia garrafas e pomadas e que foi expulso do Pátio do Carmo, em 2000, seu ponto de venda, mesmo ano que teve um AVC.

O espetáculo de rua mostra o auge da carreira de Cafuringa, com sua alegria e brincadeiras até a faz um recorte no tempo, partindo dos seus momentos brincantes até o banimento do seu local de trabalho/diversão, junto com outros atores sociais, camelôs, prostitutas, vagabundos e bêbados.

Segundo o grupo essa “limpeza social” foi uma morte para esse Homem da cobra. O humor direto e certeiro faz da encenação que também busca refletir sobre a situação do artista de rua.

No espetáculo teatral-circense Carrilhão Fernando Nicolini e Daniel Poittevin, do Coletivo Nopok, são vendedores andarilhos que apresentam seus produtos e atrações para o público: o “incrível Manto de Corigim”, o tecido mais antigo do mundo, o “Tônico Bielsen”, usado por Hércules em seus 12 trabalhos, O Homem Pássaro, alimentado apenas com sementes de salsaparrilha, ; O ventríloquo Baltazar e seu boneco Malaquias; Xang e Lin, e as mil e uma utilidades de seus produtos e muitas outras divertidas e inusitadas situações. A dupla de artistas desdobra-se entre diversos personagens e narrativas.

Era uma vez um rio busca despertar a consciência ecológica. Foto: Diego Melo

Era uma vez um rio busca despertar a consciência ecológica. Foto: Diego Melo

Em Era uma vez um rio, Guto adulto retorna à terra natal e vai visitar o rio de sua infância e se depara com a poluição de seu amigo. O espetáculo investe na poesia e memória para ao revelar os encantos de uma comunidade ribeirinha, através de suas cantigas e lendas.

Em Frei Molambo, o protagonista anuncia o fim dos tempos e condena a corrupção, o egoísmo, a hipocrisia e a falta de compaixão. Marcelo Francisco interpreta esse cavaleiro bíblico que anuncia o apocalipse e que atrai com seu discurso uma multidão. O monólogo foi escrito na década de 1970 pela paraibana Lourdes Ramalho. O texto questiona os valores humanos e aponta os problemas, que ficaram ainda maiores.

ARTES CÊNICAS
Sexta (24)
Teatro de rua

Palco da Cultura Popular
10h – Cafuringa
Grupo Cafuringa (PE)

Circo
16h – Carrilhão
Coletivo Nopok (RJ)

Teatro para a infância
Parque Euclides Dourado
16h – Era Uma Vez Um Rio
Cênicas Cia. Repertório

Teatro adulto
Teatro Luiz Souto Dourado
19h – Frei Molambo
Marcelo Francisco (PE)

Sábado (25)
Circo

16h – Cena Circo: Mostra de Números Circenses
César Rossi, Irmãos Michel, Trupe Circuluz, Kelly Trindade, Mickael Marvey, Giovannia, Ronaldo Aguiar e Índia Morena

Dança
Parque Euclides Dourado
16h – Mostra Coreográfica
Mangueboys, Alê Carvalho, Funkynáticos, Pé Com Som, Cia. Carolemos Dançarte e Balé da Cidade do Recife

Teatro adulto
Teatro Luiz Souto Dourado
19h – No Buraco
Etc e Tal Produção Cultural (RJ)

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