Nos últimos dias, o nome do prefeito Geraldo Júlio está na boca dos produtores culturais e artistas do Recife, de forma crítica ou com receios, por duas ações ou intenções da sua gestão. A ideia de apoiar a implantação de uma escola de circo do ator Marcos Frota recebe críticas nas redes sociais, de pessoas ligadas ao setor da cidade (veja no post abaixo).
E a perspectiva de fechar a Escola Municipal de Arte João Pernambuco, na Várzea, Zona Oeste, rendeu uma petição que já está próxima das cinco mil assinaturas (http://wwww.avaaz.org/po/petition/Cont) Segue o link correto:
Petição a favor da Escola João Pernambuco
Essa é uma das manifestações da sociedade civil desde que uma série de medidas foram tomadas, como a redução do quadro de estagiários da EMAJPE. Depois disso, correu a informação de que a unidade deixaria de ser gerenciada pela Secretaria de Educação e passaria a ser subordinada à Secretaria da Juventude e Qualificação Profissional. E, com isso, algumas ações seriam cortadas.
A Escola Profissional de Artes João Pernambuco foi inaugurada em 1991 e é uma das 17 escolas profissionalizantes que integram a rede municipal de ensino, sob responsabilidade da Secretaria de Educação.
Para dar uma posição ao abaixo-assinado virtual, a Secretaria de Educação garantiu o funcionamento do espaço. Mas não esclareceu como será a gestão.
Até o ano passado, a escola funcionava em três turnos, com 23 professores e 40 estagiários. Desde o começo do ano a escola não recebeu o aval para fazer novas contratações e o número de estagiários da instituição ficou em 10.
A João Pernambuco tinha 1.700 alunos, adolescentes, a partir de 14 anos, até idosos e despõe de laboratório de informática, teatro, biblioteca, três salas de dança, 16 cabines para estudo individual de instrumentos e cinco salas convencionais de aula.
A resposta da Secretaria de Educação não apaziguou os envolvidos com a escola, (professores, estudantes, artistas). Diz a nota que a Escola Profissional de Artes João Pernambuco, continua de portas abertas, oferecendo cursos normalmente aos 1.050 estudantes que matriculou neste ano letivo de 2013.” E que “as aulas de música, teatro e dança continuam a ser ministradas, sem alteração do calendário.”
Apesar de toda a polêmica, a crise enfrentada pela João Pernambuco não é recente. Em agosto do ano passado publicamos um vídeo feito pela Tv Câmara que mostrava o abandono e as dificuldades pelas quais a escola estava passando. Pra quem quiser relembrar:
o link da petição esta incompleto, segue aos interessados:
http://www.avaaz.org/po/petition/Contra_o_fim_da_Escola_Municipal_de_Arte_Joao_Pernambuco/?aAJSpdb
Obrigada Carlos. Corrigi lá em cima. Abraço
As pessoas que estão à frente da gestão da PCR, ignoram completamente o que é formação em arte, e principalmente o que é educação, arte-educação. São realmente ignorantes. Estão preparando um trator burocrático para passar por cima da história da João Pernambuco, a intensão é clara, é de negação da história e desconstrução da identidade. Pois ao querer transferir uma escola construída,- do ponto de vista pedagógico e artístico – durante mais de vinte anos de luta, (pois sempre existiram muitos entraves e dificuldades de toda ordem), para uma outra secretaria, sem o perfil pedagógico que a secretaria de educação tem, é lógico que vai descaracterizar totalmente a escola. Deviam inclusive chamá-la ESCOLA GERALDO JÚLIO. Esse pessoal tecnocrata só pensa em números, estatísticas para fazer maquetingue em cima, iludir os otários e ganhar votos para continuar fazendo dessas. Inclusive deve haver interesses ocultos por trás da cortina de fumaça, quem viver verá.
A nota que a PCR divulgou é ambígua e esconde a verdade, e a verdade é que todas as escolas profissionalizantes já receberam um ofício que diz que encontra-se em análise a possibilidade das Escolas Profissionalizantes passarem a compor a Secretaria da Juventude, e que os professores EFETIVOS lotados nas referidas escolas, serão convocados com a finalidade de fazer a escolha de sua lotação.
Nenhuma escola foi ouvida, a João Pernambuco não foi ouvida, os professores não foram ouvidos, os estudantes não foram ouvidos, a comunidade não foi ouvida, o que existe é truculência administrativa e mentira, é ausência de diálogo, a imposição, o arbítrio. Estamos nos sentindo em plena ditadura. Se a administração anterior foi ruim, essa já começou pior. É impressionante como eles conseguem superar seus antecedentes no que não presta. É uma administração burra, pois o que deveriam fazer era construir uma escola de arte em cada RPA, com cursos de longa duração, com consistência educacional e pedagógica, como são os cursos de teatro e de música da João Pernambuco, que já preparam centenas de artistas que hoje fazem parte do movimento cultural da cidade, atuando nas mais diversas frentes da arte e de seu ensino. São centenas, e estão acompanhado e participando
A João Pernambuco quer continuar na Secretaria de Educação, abaixo a falta de respeito para com o ensino de arte. A João Pernambuco é um patrimônio da Cidade do Recife, da população de Recife (não apenas dos jovens), é uma patrimônio construído pela arte, não pertence a essa administração que aí está.
Lugar de Escola de Arte é na Secretaria de Educação.
Fred Nascimento
É urgente fazer mobilizações, barulho, expressar nossa indignação, mostrar que estamos atentos e somos críticos: atos como esses não passarão despercebidos, não serão admitidos! O descaso com a João Pernambuco e com a arte em Pernambuco, de forma mais geral, é revoltante. Quem trabalha com a escola e com arte, neste estado, luta contra a corrente, sobrevive de seus ideais, do sonho, de recompensas não materiais. Injustiça que denuncia a estupidez careta, limitada e insensível que reina neste estado (e no país).
Vida longa à João Pernambuco, à Escola Pernambucana de Circo e ao Arricirco!
Levemos nossa indignação aos coronéis.
Absurdo da prefeitura do Recife junto com o governador Eduardo Campos, tudo isso pra abrigar a ex vereadora Marília Arraes.
Há uma reunião marcada para a próxima segunda-feira, na EMAJPE, às 18h, para debater e traçar ações contra a iniciativa da Prefeitura e o modo com que está levando a situação. Uma solicitação de audiência pública sobre o assunto foi protocolada na Câmara dos Vereadores nesta quinta-feira e pode vir a ser realizada na próxima sessão ordinária da Comissão de Educação e Cultura, marcada para o dia 21. É importante que a comunidade escolar, não apenas da EMAJPE, mas de toda rede de escolas técnico-profissionalizantes do município, se mobilize para tal evento e que experiências sejam compartilhadas e seja discutido um plano de ação. Quem se interessar, pode se informar na página do evento no Facebook:
http://www.facebook.com/events/428210610601454/